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Victor Marques Dec 2009
Caminhos sentidos de vivência,
Olhar meigo de criança,
Sentir só o presente, o sol que aquece,
Dia novo que sempre se esquece.

Rosto da vida, do amor, do momento.
Planície que se estende no horizonte,
Penedo se ergue no cimo do monte,
Legado do ser, do pensamento.

Sentir o calor com os lábios semi-abertos,
Procura de carinhos e afectos,
Ternura tua com eterna leveza,
Arco-íris cobre-me com tua pureza.

27 De Novembro de 2008

Grande abraço.


Victor Marques
- From Network, wine and people....
Lucas Couteiro Aug 2016
Em épocas de instabilidade,
Caro navegante...
Tenha muita cautela ao escolher teus caminhos.
Pois existem portas que, quando abertas...
Nunca mais se fecharão.

Já outras portas, quando se fecham,
Jamais poderão ser abertas novamente.
Grande amigo...
Há caminhos em que os Espíritos gritam
E o sangue se derrama...

Caminhos esses por onde o fogo consumidor se alastra
E o ímpio se transmuta.
Ali a dor é colossal. E cresce a cada passo dado.
Onde a guerra é lei. E te fere a todos instantes.
A morte será teu guia por estes vales estreitos.

Lugar em que abismos devoram os injustos
Em que a própria terra engole os fracos
E o veneno proferido se multiplica no retorno
Afogando os incautos nas marés do próprio sangue.
Por ali deve ser o teu andar, filho meu. Não temas.

Tais caminhos se cruzarão, um dia
Onde não houver mais tempo nem espaço, nobre guerreiro...
E os véus ocultos do eterno se abrirão,
Para os vitoriosos que se deleitarão
Nas glórias do amor infinito.
Expo 86' Nov 2015
Palavras são balas
Porque somente elas não bastam
Insegurança é uma espada
E seu gume mais afiado que essa navalha
Sentimentos são como uma maça
Tão veloz, para apenas pesar na minha cara
E neste momento nada me acalma
Ou sacia a vontade de ir embora
Mas quem sabe isso não passa
Pode apenas ser uma gripe passageira
Ou uma melancolia verdadeira
Mas talvez devesse me alegrar
Continuar a andar
Para trás não olhar
Ou até mesmo tentar não ligar
Fazer dessa angustia combustível
E desse pesar um mar
Para me banhar nas manhã de alegria
Que a vida ainda há de me doar
De que cor sopra hoje o teu vento e que sol o faz voar,
Quais os caprichos do teu tempo que desdenham ao luar,
Qual a cor das tuas pétalas que ao rubro quero provar,
Um sabor e uma lembrança pra sempre eu vou recordar!

Foi no brilho dos teus olhos e na tristeza do teu olhar,
Foi as formas da tua face que me acolheram o despertar,
Tantas outras tantas de voltas eu te quero a ti reencontrar,
Provar de novo os teus beijos doces e me poder deliciar!

Ouro fino cor de cetim para te cobrir e levar ao pé do mar,
Jogar na areia todas as lembranças e poder ali te abraçar,
Dar um aperto louco, quente e mouco no silêncio a te amar,
Viver de novos todas as caricias dadas e poder fervilhar!

Como eu voou de novo nos meus sonhos a te ver voar,
Como me entrego na loucura que se apoderou como colar,
Me dá voltas nas voltas mas me segura não vai estrangular,
É preciso apenas acreditar que nada foi em vão e vai voltar!

As saudades frescas a vontade mais forte de te vir a poder amar,
Sejam esses os caminhos de dois seres que acreditaram nesse amar,
Uma febre fresca, um alívio doce, um jeito sem força, apenas te amar!

Autor: António Benigno
Pelos caminhos do tempo pelas vontades do vento apenas gestos e palavras certas!
COISAS DO ARCO DA VELHA

- Os etês gostam de bunda. Foi o que captei da conversa entre as meninas, enquanto caminhava no calçadão do Liceu.
- Tem caras que não gostam, né; acho que não são chegados; comer um cuzinho será que não faz bem?!
- Cruz credo! Exclamei mentalmente, e segui meu caminho rumo ao Fórum, que fica em frente.
Elas vieram na minha direção, a passos firmes, olhar direto, "você tem fogo...", perguntou a morena pele-de-cuia, "e como tem", observou a loira de olhos azuis, típica europeia, me examinando de cima a baixo, parando os olhos, ostensivamente, na minha barriguilha; "te vejo sempre por aqui", disse a morena, enquanto eu lhe entregava o isqueiro; "é, estou sempre na cantina, tomando café; café de Fórum é choco, frio, fraco, e causa-me asia; então, venho na cantina, às vezes comer alguma coisa", concluí.
- Uma bucetinha, um cuzinho e o que mais? Indagou a loura, acendendo o cigarro.
- Você está sempre cercado de meninas! Não é à toa!! Vai ver é o maior safadão, pica doce.... Completou a morena, sempre combinando seus ataques com a colega.

O Liceu é uma escola destinada à classe média alta, concebida nos tempos do império, onde só entravam filhinhos de papai e seus apadrinhados do aparelho de estado. Mas isso dançou com o advento da república, e hoje, assim como os "Pedro II", recebem qualquer um, desde que aguentem suas provas de avaliação, pois ainda são um padrão de ensino almejado pelas camadas interessadas em ascensão social e tecnica. Seus prédios são construções coloniais, com arquitetura rebuscada, estilosos; janelões de madeira nobre, ainda insensíveis ao cupim. Uma coisa fantástica em termos de concepção, pois possuem salas espaçosas, bem arejadas, lousas imensas, mesas de cedro vernisadas, cheias de gavetas; seus corredores lembram aqueles do filme Harry Potter, sinistros de arrepiar. E no caso do Liceu Nilo Peçanha, de Niterói, Rio de Janeiro, tem um sótão, que seguramente foi planejado como adega, pois tem balcãozinho cheio de compartimentos para copos, taças e talheres, à frente de um espelho na parede em moldura de mogno  e uma silhueta vitoriana; além de um velho barril de carvalho, aonde, sem dúvida, Casimiro de Abreu, Fagundes Varela, Lima Barreto e tantas outras celebridades literárias desta terra de orfandades iniciaram-se nos caminhos da radicalidade estética.

- Conhece o sótão do Liceu? Indagou a morena, quase ao pé do meu ouvido.
- É ideal para uma brincadinha... Insinuou ela. Respondi que lá eu já namorei, me embriaguei, estudei e fiz muita reunião do grêmio.
- Então é "liceano... Vamos!" Disseram ambas, quase em uníssono.
No rádio da cantina, exatamente às dez da manhã no meu Rolex, tocava uma canção, cujo trecho diz assim:" Deixa isso pra lá, vem pra cá, venha ver. Eu não tô fazendo nada, nem você também..." e seguia insinuando outras coisas, ditas pela voz de um dos meus tantos ídolos da mpb, Jair Rodrigues.

Bom, pra encurtar o lererê, a morena está aqui em casa há 32 anos. Já somos avós, e, nem os filhos nem os netos jamais saberão das nossas façanhas e quando lhe mostrei o rascunho deste texto, ela fitou-me com seu olhar fogueando e objetou: você não pôr aí os detalhes...
- Claro que não!! São nossas relíquias!

Victor Marques Apr 2012
S. João Bosco


Percorrias caminhos sem botas até Turim,
Amavas a Deus, mas caminhavas assim.
A tua ternura é infinita,
Em mangas de camisa na terra bendita.

Jovens desprotegidos e sem ninguém,
Entraram no convento do bem.
Profecias e muita fé,
Puseram catedrais de pé.

Comemora o nascimento dia 31 de Janeiro,
Louvo S. João Bosco, o Santo Milagreiro,
Salesianos com amor, humildade.
Ajudam os jovens com verdade.

Anjos cantam melodias afinadas,
Sua obra nunca terá fim,
Ofereço um grande Jasmim,
Ao Santo das caminhadas.

Victor  Marques
Salesianos, Santo, S. João Bosco
Sabbathius Apr 2015
Um barco na areia encalhado
De um inf’liz já quase acabado
Pela tempestade levado
Submetido a tão triste fado

Por maus caminhos de Proteu
Sem os conselhos de Nereu
O rumo traçado perdeu
Três mil e uma injúrias sofreu

Pelo o oceano ambos cuspidos
Conjuntamente destruídos
Ossos e madeira partidos
Rochedos e areal tingidos

Um último olhar para o mar
Já sem muito mais para dar
E menos em que acreditar
Assim um grito faz soar:

“Será só isto que consegue!?
Este corpo jamais se ergue
Vinde lá a onda que se segue
E que no profundo me entregue!"

Arrastado p’la margem fora
Que puxa-o a corrente agora
Para o além se vai embora
Destino Estige, sem demora


*Rumo ao Inesperado by João Massada is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Victor Marques Mar 2010
Percorrer caminhos sem destino,Bradar ás janelas fechadas, abertas.Escrever palavras erradas, certas?Amar Portugal e seu Hino...Simpatia única e sem igual,Parar em qualquer lugar,Gastronomia singular,Povo de Portugal.Gente simples de bem querer,Com exemplos de lealdade,A história nos adormece em saudade,Portugal até morrer...Descobriste mares sem ter idade,Fomentaste a globalidade.Somos povo, somos nação.Portugal do meu coração.Vic Alex
- From Me...
Victor Marques Jan 2011
Jesus está aí

No amor Jesus é meu Deus,
Ama filhos que não são seus.
Nas constelações sem altar,
Na bruma e no luar,
Jesus quer nos amar.

Nos caminhos com ciladas,
Nas tristezas encontradas.
No teu amor que nos consola,
Na harpa, na viola.
No deserto com areias,
No sangue que corre nas veias,
No horizonte que imortaliza,
Temos Deus e JESUS com Vida.

Cordiais Cumprimentos.
Victor Marques
jesus
Nunca disse-lhe que em nada creio,
é certo que tenho fé em todas as coisas
e, deveras, dou nenhuma importância a elas.
Todos os caminhos tem ao fim  peso semelhante
pois serão trilhados pelos mesmos andarilhos.
O percurso não importa, e muito menos o destino
tendo em vista que a chegada é o ponto de partida.
As experiências são, em suma, meu objeto de valor.
A existência é algo simples, e criei o hábito de não mais dar-lhe sentido,
pois as conjecturas propostas são ,de fato, uma perda de tempo,
tempo no qual também não mais tenho me questionado,
pois acredito que os dias são uma besteira,
vejo agora apenas uma continuidade de movimentos
e não mais páginas de calendários, o que me proporcionou um entediante hábito de insonia.
E quanto ao resto da humanidade, digo que é bem possível que exista, mas não tenho certeza.
Por fim, não lhe peço nada,
pois, sinceramente, não me importo.
Wörziech May 2013
Este insólito e inaudito conjunto de explosões atemporais,
inobservável a longas distâncias,
é, factualmente, o tecelão da portentosa dimensão da mente.

Abundantes vozes desnorteadas,
obscuras e perturbadoras, nela se fazem existir.

São vozes que são sentidas,
vozes sombrias que escrevem.
Vozes pelas quais fui, eu próprio, desenhado.

E criado para navegar,
parti para o mar em busca das partes que me faltavam em terra firme.

Fragmentado,
nas mais diversas ilhas - paradisíacas e apocalípticas -,
nas profundezas e no horizonte azul,
busco, ainda hoje, estilhaços e peças escassas perdidas;

Cotidianamente,
ao acercar da noite,
os sons de batalha tendenciosamente indicam direções para não seguir,
e ainda que mantenha sem medo o controle das velas,
os ventos insistem em dizer aonde ir...

Pois que seja! "Navegarei com todos eles!"

'Placebo ou morte?'
O que minha tripulação anseia não importa,
ela tampouco existe.

Nesta irremediável transposição constante de caminhos,
sem o reconhecimento de qualquer lógica postulável,
oscilante, transgrido e navego ainda por mares intergaláticos.

E nesta imensidão extraordinariamente escura do cosmos,
carregando a experiência daqueles oceanos pesados e profundos,
me encontro a observar, sempre ao longe, uma fagulha,
ínfimo ponto que se faz visível.

Em sua direção,
continuo a jornada do pouco infindável
dessa dimensão que permanentemente remanesce como o desconhecido.

O mais próximo e o maior ângulo possível
para apreciar esse pontual, eterno e único nascer da super nova,
eu encontrarei.
Victor Marques May 2016
• Vivendo, descobrindo e agradecendo.
Parece que se nasce todos os dias, que Deus nos manifesta o seu amor através da beleza infindável que se descobre todos os dias no sol, na chuva, no vento, no mar, no ribeiro...
Por o universo ser preciso, maravilhoso, e sempre constante nos seus ciclos criadores de vida. Temos de fazer alguma coisa por todos o que nascem desprovidos de amor, de sentimentos, de vontade de ser recordados neste mundo. Para sempre ficarem na memória dos outros seres humanos que parecendo insignificantes tem sempre presente quem tem coração. Respeitar uma sociedade que parece estar ali para acolher pobres, resolver os problemas dos mais desprovidos. O que faríamos nos em condições de pobreza, miséria, fome, guerra? O que faríamos nos se todos acreditassem na vida, na morte e numa ressurreição que Deus através dele seu Filho provou? O que faríamos nos se a natureza não fosse gratuita e uma fonte inesgotável de recursos? O que faríamos nos sem memória, pensamento, razão? Por sermos felizes agradecemos a beleza das estrelas do orvalho, da noite, do dia...Temos todos de viver com a esperança, com o trabalho, com as pessoas, com o amor! Se nosso lema fosse: viver, descobrir, agradecer tudo seria mais fácil para nos alegrar e dar a nossa vida um sentido mais puro e sereno. Viver de uma forma positiva e apaixonada ajuda nos a descobrir nossas potencialidades escondidas, adormecidas.


Vivendo, descobrindo, agradecendo
Nas vivências e descobertas todos os seres humanos conseguem perceber melhor a sua genialidade e existência. Quando penso em Deus, vivo mais... A nossa terra onde Nascemos nunca deixa de ser nossa e sempre bela aos olhos de quem nela nasce, vive e por vezes morre... Não existe quem não esteja grato a ela, seus antepassados, seus lugares preferidos que perduram nas noites, nos dias... A grandeza de ser grato ajuda a viver, impulsiona a descobrir caminhos inimagináveis e impossíveis de ser recordados. Quando se agradece: o cheiro de uma rosa branca, o canto da cigarra, o uivar do lobo, o chilrear dos Passarinhos, a luminosidade da lua cheia. Fico perplexo, emocionado, sentido por saber que vivendo e sempre agradecendo o meu ser.

Victor  Marques
vivendo, descobrindo e agardecendo
Victor Marques Jun 2010
Minha Terra

Nasci em entre fontes e montes,
Nasceu o filho dos vinhedos,
Nasci sem saber,
Nasci para viver…


Meus horizontes dourados,
Caminhos pisados,
Saudade incontida,
Nasço com vida.


Lágrimas que chorei,
Tristeza que abalou,
Nasci  nem sei,
Terrinha minha Transmontana,
Onde a sinceridade nada ganha.

Aqui o sol se põe distante,
O calor é sufocante,
Nasci menino, fiz me gente,
Sou feliz, estou radiante.


Victor Marques
- From Me...
O desenho inscrito sobe a forma de sinais,
Que percorrem o mapa secreto desse corpo,
Onde no olhar se vêm certezas divinais,
Mais secreto é saber que alimentas o meu horto!

O dilema repleto de infindáveis caminhos,
Onde a escuridão que existira se esfumou,
Nossos dizeres tornam-se atos e miminhos,
Essas dúvidas são claras e o tempo levou!

Como tu eu sinto que o melhor é mesmo acreditar,
Soltar-me no vento e explorar o sentimento quente,
Que chegou recheado de sonhos e contornos de cativar,
É porém o desenho do teu rosto que guardo tão presente!

Presente tão bom, presente que Deus me enviou no caminho,
Posso mesmo confiar que tenho vontade de ir pela avenida,
Nem tão pouco, nem tão perto a luz do fundo eu imagino,
Mas o alimento que trouxeste e que a ti vai deixando com vida!

Segue nas minhas veias na esperança de te poder hoje e sempre olhar,
Apertar-te nos braços e encontrar o meu, em tempos já distante Norte,
E hoje aperto em minha mão a bússola que me trouxeste em passaporte,
Para o vão da felicidade, de que hoje quero acreditar, e comigo, a ti levar!

Autor: António Benigno
Para ti Lili…
Ontem descia a colina, pelos caminhos da natureza,
Foi quem sabe o seu trilho, que me mostrou a beleza,
Desde as plantas, ao ar que lá respirei, me maravilhei,
Foi nessa viagem que descobri, que ali tudo eu farei!

O cheiro a vida e os animais descascados de preconceitos,
A paz que se sentia entrar nos seus ninhos, eram preceitos,
De cores de luz ardente, onde o sol encoberto de folhas,
Mostrava atos ou sentimentos que são nossas escolhas!

Não escolho de quem posso gostar, mas escolho preservar,
Não luto pelo amor, se não o posso cultivar, porque não ó é,
Mas se eu escolher amar entre as folhas eu vou me mostrar,
E se estiver por trás delas, alguém, também deixo brilhar. Pois é!

É umas mistura de sons e tons, numa bebida alcoólica,
Sente-se os cheiros e sabores, escorrendo pela goela,
Percorrem-se os melhores encontros, gente acolita,
Se não são seus valores, nem são dele, nem são dela!

Porém, esta minha caminhada, vale escuro abaixo,
Que entre o brilho da estrela do dia mais claro,
Se perdi, porque vi, o que não guardei e encaixo,
E já vale adentro, hoje teu abraço é o meu amparo!

Autor: António Benigno
Código do texto: 2013.07.21.02.07
Julia Jaros Nov 2016
Observo-te como observo a lua
Cobiçando o inalcançável
Esperando por um triunfo
Onde o fracasso já foi fadado.

Um vislumbre de suas emoções
Mil caminhos a considerar
Tais suposições me enlouquecem
Me chamando para dançar.

De mim as ações não tomam formas
Parada na pista de dança a observar
Um corpo separado da mente
Chora silenciosamente a luz do luar.

Platonicamente o mundo gira
Nossas vidas se entrelaçam
E juntas traçam
Um futuro indigno
Ouvindo outros gritos no espaço.

Guiada pelo medo
Com as estrelas a me chamar
Sussurrando-me a possibilidade
De nossas estrelas estarem juntas
A brilhar.

A mente grita não
A mente grita sim
Em um mundo de sonhos
Esperando da realidade
O estopim.
Wörziech Nov 2014
Brisa leve e doce em meu rosto
parte de um universo nunca tocado
reflexos de um sol recôndito apenas visto e apreciado.

Perfeição é viajar naquele universo.

Alucinação.

Um devaneio me faz recordar dos caminhos felizes
que eu jamais percorri.

Ilusão autora.
Ilusão aniquiladora.

Sim, o universo se foi.
Está morto.
Rui Serra Sep 2015
vento
primavera,
ao longe uma música estranha

sinto a vida escorrer
sinto a sombra das almas passar
com uma sede louca pelo néctar da vida

agrilhoadas pela putrefacção da sua demência
percorrem os caminhos efémeros
rumo ao salão dos mortos

a lua respira
num último adeus à eternidade
numa interminável noite sem estrelas

no trono
o herdeiro da morte

dança
no fogo do inferno
sou prisioneiro dentro de mim

no ventre de satanás
pobre homem empalado
banha-se no sangue
dos amanhãs do mundo

estou pronto para abandonar
esta vida mundana
e entregar-me à magnificência
do seu SER

e o diabo cospe na divindade
Rui Serra Jan 2015
deambulo pela rua
à procura da razão
desse amor que me trucida
que me trespassa o coração.

dou comigo perdido
em estradas sem saída
em caminhos cruzados
nas ruas da minha vida.

empedrados já gastos
por uma grande ilusão
pelas vidas passadas
por quem se esconde da solidão.

tanta amargura há em mim
que agora já não tem cura
e sem destino nenhum
parto rumo à aventura.
Marco Raimondi Sep 2017
Narrador:
Nestes flancos escuros, onde ardor carece
Um anseio de longo vislumbre subia;
Ora Idália aos céus: "Canto do sol que emudece,
Dai-me prazer de outrora, bela sinfonia
Harpar áurea passageira, graça que visita;
Ó filha das luzes, que te cobres e te hesita?"

Hemera:
Que cessa-me, quão não depor a fatal império
Se minha luz, qual na própria noite encerra,
Tem de sua aurora, vasto mistério,
E perde-se nas trevas, no silêncio da Terra?
Senti, da mais cruel noite, doloroso espinho
Mas de teu ventre, escuro nascedouro, dei ao mundo claros caminhos;

[...]
Rui Serra May 2014
Raio de sol
Despertar de consciências
Inicio da viagem.
Percorro os caminhos,
tortuosos da minha mente.
Parto a explorar o deserto.
Mescal
Visões
Vou
aos trambolhões
por um rio que corre ao contrário.
Vou
na esperança
de o vencer até ao cimo.
Estou perdido,
onde nunca me encontrei,
mas vou.
Abençoada é a noite,
Onde cada dia é uma viagem pela história.
Victor Marques Jul 2022
Com mais sangue nos nossos vasos,
Lábios cheios e rosados,
O coração quer bater mais forte,
Por destino ou sorte.

A voz tudo seduz,
Parace ser tudo luz.
Corrente  sempre ligada,
Vida bela e apaixonada.

A distância um local incerto,
O amor está sempre perto.
Parece que existe música suave,
Sorriso que nunca acabe.

Os níveis altos de dopamina,
Te ajudam e tudo anima.
Se cria um desejo intenso,
Ao toque do amor e do vento.

Parece nascer flores nos caminhos ,
Ser se ave para fazer ninhos,
Borboletas no estômago  amolecem,
Pétalas molhadas permanecem.

Queremos a felicidade de alguém,
Sem prejuízo do nosso bem.
Anseiar pela presença desenfreada,
Suspiro ao acordar com a madrugada.


Victor Marques
Amor,vida,sentimento
Victor Marques Mar 2023
A noite vem com seu silêncio em demasia,
Gritando ao luar pela luz do dia.
A vida perde sentido por vezes  sem querer,
Acordo com o aroma do amanhecer.
Amar com gratidão sol que queima desejos,
Amor da alma, dos teus beijos.


Ouvir regatos que levam pouca água,
Amar com leveza e sem mágoa.
Sentir a noite que procura ser suave,
Penando por amor  feito ave,
Cruzando o céu aberto da minha liberdade .

Noite de adorno, de enfeite,
Luar onde meu ser se deite.
Caminhos cruzados do olhar,
Ser Terra,  céu e mar.
Num barco sem velas navego,
E assim ao mundo me entrego.


Victor Marques


Amor, cego,  ave
Gil Mar 2018
um céu rosado ao fim da tarde
chuva e frio,
mas tu aqueces-me o coração
chove para adormecer
relaxo o corpo,
mas a mente não

perguntas-me: vamos?
eu percorro caminhos demasiado estreitos para ir acompanhado

e tu dizes: e se for atrás de ti?
és a minha voz da razão

em fila caminhamos de mãos dadas
afinal esta estrada solitária faz-se bem com companhia

-então? para onde vamos?
espreita-me por cima do ombro.
pelo canto do olho vejo-lhe o entusiasmo nas bochechas

olho para cima para pensar
vejo um bando de pássaros a voar por cima da estrada
para um horizonte distante e respondo: vamos por ali
hi da s Jul 2019
lembro que um dia acordei e de repente gostava de coisa antiga
e eu:
usava os anéis da minha mãe que eram da minha avó
gostava mais de usar batom com cheiro de velho
tinha apreço por histórias passadas de amor recatado
adorava o fusca do vô.

e passou um tempo, me esqueci desse meu gosto indo de cabeça na juventude adolescente incorporando meu olhar a moda daquele tempo.

até que o tempo passou e mais uma vez me apaixonei pela velhice; usava vestidos floridos e bem cortados, assistia filmes antigos e suspirava viver numa época em que vanguardas nasciam e a arte, política e comportamentos revolucionários construiam caminhos que hoje apenas nos inspiramos.

por um tempo quis fingir que o digital não existia pintando em telas, escrevendo em papéis, datilografando e fotografando em rolo; tudo pra construir uma cegueira sobre as atualizações constantes ao redor.

é engraçado ver o tempo passar e imaginar minhas tentativas de cópia do passado que nunca vivi e tanto desejei. esquecendo que o agora é onde devo estar e que aquele tal passado fabuloso era difícil e mais solitário, árduo e penoso.

o ontem já é passado e uma hora atrás também, é só olhar no relógio do celular.
unnamed Apr 2020
Do fundo de um poço escuro de água fria
Vejo outro mundo, nele não há divisas
Nele não há distâncias, mas tão pouco vida

Levanto a face ao medo ecumênico
Tão democrático da morte
Neste tempo efêmero igualar o frio
O pavor da sorte dos que os vivos temem

Do fundo da alma, questionei as pontes
Vejo tantos caminhos, entre tantas fontes
Nenhuma delas, mesmo vida que não
leve a morte, deste poço vivo e ocre

Neste ar respiro silenciosamente
onde pestilências murmuram a sorte
Vejo meu passado e espíritos torpes
onde meus anseios buscam o toque

Toque inexistente, pela efêmera morte
Mariana Seabra Mar 2022
Sou uma criança apaixonada!...

E tu bem sabes que sou uma criança apaixonada!...

Mas isolo-me, confortavelmente, na esfera do casulo.

Pronta a renascer,

Mas ainda enganada…



Sinto um amor!...

Que de tanto ser infantil,  

Chega a ser puro!



(E talvez o deixemos assim, meu amor.)



Talvez nos encontremos apenas no ar.

Como dois passarinhos feridos,

Ainda ingenuamente atrapalhados,

Pelas asas que os guiam.



Apenas cruzando estas simples energias,

Em cada nuvem batente daquele tal céu ardente.

E onde nelas escalarei…

Até ao cimo do teu próprio inferno.

Onde nele, ainda te manténs refém.



Amarte-ei pela literatura,

Como tu tão bem me sabes amar…



                                 (E quanto do nosso amor,  

                                 Será também feito poesia?)



Sou uma criança apaixonada!...

E tu bem sabes que sou uma criança apaixonada!...

E agora, pronta a renascer,

Bato, suavemente, as minhas asas…





Sinto um vento!...

Alegremente, espreito fora do casulo!...




E a brisa que corre e me leva,  

Carrega em cada batida,  

Só para mim,

A sustentável leveza do amor.



(E talvez o deixemos assim, meu amor.)



Talvez nos encontremos apenas no fogo.

Como duas belas fénixes,

Usando as suas próprias cinzas,

Para pintar a mais bela das telas.




Apenas cruzando os nossos caminhos,

Em cada folha queimada que paira

Sobre os nossos tristes olhares.

E onde nelas escalarei…

Até ao cimo do nosso paraíso distante,

Onde nele ainda me mantenho refém.



Amarte-ei pelo silêncio,

Como tu tão bem me sabes amar…



                                  (E quanto do nosso amor,

                                  Será também feito poesia?)



Sou uma criança apaixonada!...

E tu bem sabes que sou uma criança apaixonada!...

E aquelas frágeis asas que me bateram,

Criaram em mim uma bela metamorfose.

Onde na beleza do simples ser,

Encontramo-nos e fomos voando.  



                                 (E quanto do nosso amor,

                                 Será também feito poesia?)



                       (Cada bater de asas da borboleta o dirá…)
Quando acordo e penso em tudo que o mundo tem,
Me reconcilio com o vento que vem .!
Me engano a mim mesmo e a mais ninguém,
No mundo abençoados os dias sempre serão,
Acolho a noite e a sua sedutora escuridão...
O mundo de estrelas cintilantes e brilhantes no meu céu,
Velas de paz que se perdem no além.


Quando penso no mundo da tristeza, guerra e xenofobia,
As flores florescem sem o aroma, sem alegria!
Os seres humanos nascem desprotegidos e sempre nus,
Para a vida que os chama e por caminhos cruzados os conduz.


Parece que o  mundo não quer morrer com tua alma viva,
Tudo se transforma  e no universo as galáxias componentes do meu mundo organizadas como organismos ficam à deriva.
O mundo temporal que nos rodeia  aparece e desaparece,
Com ou sem magia de quem  o ama e conhece.


Deixai o mundo ser feliz com aquilo que lhe foi destinado,
Amar o seu céu,  o seu rio de água doce e seu mar sempre salgado.
Deixai que haja salgueiros verdes e campos em flor,
Que o mundo seja repleto de coisas,  gentes e amor...
Mundo, paz,natureza,guerra

— The End —