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Victor Marques Sep 2013
O Poeta que ama o Douro e suas enxadas….

Poeta perdido e sem vontade de caminhar,
Um espelho branco que reflete um olhar.
Ele se espanta com a beleza do rio,
Verão de incêndios, muito quente e doentio.

Palavras bonitas á floresta bem-amada,
Fogueiras de gente tresloucada.
O Poeta ama a montanha quando escreve,
Alma pura como a neve.

O Poeta partiu seu punho que ama as alcateias,
Cidades, montes, vales e suas aldeias.
O Poeta escreve sobre chamas apagadas,
Ama o Douro e suas enxadas.

Victor Marques
Danielle Furtado Nov 2014
Nasceu no dia dos namorados. Filho de mãe brasileira com descendência holandesa e pai português. Tinha três irmãos: seu gêmeo Fabrício, o mais velho, Renato, e o terceiro, falecido, que era sua grande dor, nunca dizia seu nome e ninguém se atrevia a perguntar.
A pessoa em questão chamaremos de Jimmy. Jimmy Jazz.
Jimmy morava em Portugal, na cidade de Faro, e passou a infância fazendo viagens ao Brasil a fim de visitar a família de sua mãe; sempre rebelde, colecionava olhares tortos, lições de moral, renegações.
Seu maior inimigo, também chamado por ele de pai, declarou guerra contra suas ideologias punk, seu cabelo que gritava anarquismo, e a vontade que tinha ele de viver.
Certo dia, não qualquer dia mas no natal do ano em que Jimmy fez 14 anos, seu pai o expulsou de casa. Mais um menino perdido na rua se tornou o pequeno aspirante à poeta, agora um verdadeiro marginal.
Não tinha para onde ir. Sentou-se na calçada, olhou para seus pés e agradeceu pela sorte de estar de sapatos e ter uma caneta no bolso no momento da expulsão, seu pai não o deixara com nada, nem um vintém, e tinha fome.
Rondou pelas mesmas quadras ao redor de sua casa por uns dias, até se cansar dos mesmos rostos e da rotina daquela região, então tomou coragem e resolveu explorar outras vidas, havia encontrado um caderno em branco dentro de uma biblioteca pública onde costumava passar o dia lendo e este seria seu amigo por um bom tempo.
Orgulhoso, auto-suficiente, o menino de apenas 14 anos acabou encontrando alguém como ele, por fim. Seu nome era Allan, um punk que, apesar de ainda ter uma casa, estava doido para ir embora viver sua rotina de não ter rotina alguma, e eles levaram isso muito à sério.
Logo se tornaram inseparáveis, arrumaram emprego juntos, que não era muito mas conseguiria mantê-los pelo menos até terminarem a escola, conseguiram alugar uma casa e compraram um cachorro que nunca ganhou nome pois não conseguiam entrar em acordo sobre isso, Jimmy tinha também um lagarto de estimação que chamava de Mr. White, sua paixão.
Os dois amigos começaram a frequentar o que antes só viam na teoria: as festas punk; finalmente haviam conseguido o que estavam procurando há tempos: liberdade total de expressão e ação. Rodeados por todos os tipos de drogas e práticas sexuais, mas principalmente, a razão de todo o movimento: a música.
Jimmy tinha inúmeras camisetas dos Smiths, sua banda favorita, e em seu quarto já não se sabia a cor das paredes que estavam cobertas por pôsteres de bandas dos anos 80 e 90, décadas sagradas para qualquer amante da música e Jimmy era um deles, sem dúvida.
Apesar da vida desregrada que levava com o amigo, Jimmy conseguiu ingressar na faculdade de Letras, contribuindo para sua vontade de fazer poesia, e Allan em enfermagem. Os dois, ao contrário do que seus familiares pensavam, eram extremamente inteligentes, cultos, criaram um clube de poesia com mais dois ou três amigos que conheceram em uma das festas e chamaram de "Sociedade dos Poetas Mortos... e Drogados!", fazendo referência ao filme de  Peter Weir.
O nome não era apenas uma piada entre eles, era a maior verdade de suas vidas, eles eram drogados, Jimmy  era viciado em heroína, Allan também mas em menos intensidade que seu parceiro.
Jimmy não era hétero, gay, bissexual ou qualquer outra coisa que se encaixe dentro de um quadrado exigido pela sociedade, Jimmy era do amor livre, Jimmy apenas amava. E com o passar o tempo, amava seu amigo de forma diferente, assustado pelo sentimento, escondeu o maior tempo que pôde até que o sentimento sumisse, afinal é só um hormônio e a vida voltaria ao normal, mas a amizade era e sempre seria algo além disso: uma conexão espiritual, se acreditassem em almas.
Ambos continuaram suas vidas sendo visitados pela família (no caso de Jimmy, apenas sua mãe) duas vezes ao ano, no máximo, e nesses dias não faziam questão de esconderem seus cigarros, piercings ou qualquer pista da vida que levavam sozinhos, afinal, não os devia mais nada já que seus vícios, tanto químicos quanto musicais, eram bancados por eles mesmos.
Era 14 de fevereiro e Jimmy completara 19 anos, a vida ainda era a mesma, o amigo também, mas sua saúde não, principalmente sua saúde mental.
O poeta de sofá, como alguns de nós, sofria de um existencialismo perturbador, o mundo inteiro doía no seu ser, e não podia fazer muito sobre aquilo, afinal o que poderia fazer à respeito senão escrever?
Até pensou em viver de música já que tocava dois instrumentos, mas a ideia de ter desconhecidos desfrutando ou zombando dos seus sentimentos mais puros não lhe era agradável. Continuou a escrever sobre suas dores e amores, e se perguntava por que se sentia daquela forma, por que não poderia ser como seu irmão que, apesar de possuírem aparência idêntica, eram extremos do mesmo corpo. Fabrício era apenas outro cidadão português que chegava em casa antes de sua mãe ficar preocupada, não que ele fosse um filho exemplar, ele só era... normal, e era tudo que Jimmy não era e jamais gostaria de ser; aliás, ter uma vida comum era visto com desprezo pelos olhos dele, olhos que, ainda tão cedo, haviam visto o melhor e o pior da vida, já não acreditava em nada, nem em si mesmo, nem em deus, nem no universo, nem no amor.
Como poderia alguém amar uma pessoa com tanta dor dentro de si? Como ele explicaria sua vontade de morrer à alguém que ele gostaria de passar a vida toda com? Era uma contradição ambulante. Uma contradição de olhos azuis, profundos, e com hematomas pelo corpo todo.
Aos 20 anos, o tédio e a depressão ainda controlavam seu estado emocional a maior parte do tempo, aos domingos era tudo pior, existe algo sobre domingo à tarde que é inexplicável e insuportável para os existencialistas, e para ele não seria diferente. Em um domingo qualquer, se sentindo sozinho, resolveu entrar em um chat online daqueles famosos, e na primeira tentativa de conversa conheceu uma moça do Brasil, que como ele, amava a banda Placebo e sendo existencialista, também sofria de solidão, o que facilitou na construção dos assuntos.
Ela não deu muita importância ao português que dizia "não ser punk porque punks não se chamam de punks", já estava cansada de amores e amizades à distância, decidiu se despedir. O rapaz, insistente e talvez curioso sobre a pessoa com quem se deparara por puro acaso, perguntou se poderiam conversar novamente, e não sabendo a dor que isso a causaria, cedeu.
Assim como havia feito com Allan, Jimmy conquistou Julien, a nova amiga, rapidamente. De um dia para o outro, se pegou esperando para que Jimmy voltasse logo para casa para que pudessem conversar sobre poesia, música, começo e fim da vida, todos os porquês do mundo em apenas uma noite, e então perceberam que já não estavam sozinhos, principalmente ela, que havia tempo não conhecia alguém tão interessante e único quanto ele.
Não demorou muito para que trocassem confidências e os segredos mais íntimos, mas nem tudo era tão sério, riam juntos como nunca antes, e todos sabem que o caminho para o coração de uma mulher é o bom humor, Julien se encontrava perdidamente apaixonada pelo ****** que conhecera num site de relacionamentos e isso se tornaria um problema.
Qualquer relacionamento à distância é complicado por natureza, agora adicione dois suicidas em potencial, um deles viciado em heroína e outra que de tão frustrada já não ligava tanto para sede de viver que sentia, queria apenas ler poesia longe de todas as pessoas comuns, essas que ambos abominavam.
Jimmy era todos os ídolos de Julien comprimidos dentro de si. Ele era Marilyn Manson, era Brian Molko, era Gerard Way, Billy Corgan, Kurt Cobain, mas acima de todos esses, Jimmy era Sid Vicious e Julien sonhava com seus dias de Nancy.
Ele era o primeiro e último pensamento dela, e se tornou o tema principal de toda as poesias que escrevia, assim como as que lia, parecia que todas eram sobre o luso-brasileiro que considerava sua cópia masculina. Jimmy, como ela, era feminista, cheio de ideologias e viciado em bandas, mas ao contrário dela, não teria tanto tempo para essas coisas.
Estava apaixonado por um rapaz brasileiro, Estêvão, que também dizia estar apaixonado por ele mas nunca passaram disso, e logo se formou um semi-triângulo amoroso, pois Julien sabia da existência da paixão de Jimmy, mas Estêvão não sabia que existia outra brasileira que amava a mesma pessoa perdidamente. Não sentiu raiva dele, pelo contrário, apoiava o romance dos dois já que tudo que importava à ela era a felicidade de Jimmy, que como ela, era infeliz, e as chances de pessoas como eles serem felizes algum dia é quase nula.
O brasileiro era amante da MPB e da poesia do país, assim como amava ouvir pós-punk e escrever, interesses que eram comum aos três perdidos, mas era profissional para ele já que conseguira que seus trabalhos fossem publicados diversas vezes. Se Jimmy era Sid Vicious, Julien desejava ser Nancy (ou Courtney Love dependendo do humor), Estêvão era Cazuza.
Morava sozinho e não conseguia se fixar em lugar algum, estava à procura de algo que só poderia achar dentro dele mesmo mas não sabia por onde começar; convivia com *** há alguns meses na época, mas estava relativamente bem com aquilo, tinha um controle emocional maior do que nosso Sid.
Assim como aconteceu com Allan e Julien, não demorou muito para que Estêvão caísse nos encantos de Jimmy, que não eram poucos, e não fazia mais tanta questão de esconder o que sentia por ele. Dono de olhos infinitamente azuis, cabelo bagunçado que mudava de cor frequentemente, corpo magro, pálido, e escrevia os versos mais lindos que poderia imaginar, Jimmy era o ser mais irresistível para qualquer um que quisesse um bom tema para escrever.
--
Julien era de uma cidade pequena do Brasil, onde, sem a internet, jamais poderia ter conhecido Jimmy, que frequentava apenas as grandes cidades do país. Filha de pais separados, tinha o mesmo ódio pelo pai que ele, mas diferente do amigo, seu ódio era usado contra ela mesma, auto-destrutiva é um termo que definiria sua personalidade. Era de se esperar que ela se apaixonasse por alguém viciado em drogas, existe algo de romântico sobre tudo isso, afinal.
Em uma quarta-feira comum, antecipada por um dia nublado, escreveu:

Minhas palavras, todas tiradas dos teus poemas
Teu sotaque, uma voz imaginada
Que obra de arte eram teus olhos
Feitos de um azul-convite

E eu aceitei.


Jimmy era agora seu mundo, e qualquer lugar do mundo a lembrava dele. Qualquer frase proferida aleatoriamente em uma roda de amigos e automaticamente conseguia ouvir sua opinião sobre o assunto, ela o conhecia como ninguém, e em tão pouco tempo já não precisavam falar muita coisa, os dois sabiam dos dois.
Desejava que Jimmy fosse inteiramente dela, corpo e mente, que cada célula de seu ser pudesse tocar todas as células do dela, e que todos os pensamentos dele fossem sobre amá-la, mas como a maioria das coisas que queria, nada iria acontecer, se achava a pessoa mais azarada do mundo (e provavelmente era).
Em uma noite qualquer, após esperar o dia todo ansiosa pela hora em que Jimmy voltaria da faculdade, ele não apareceu. Bom, ele era mesmo uma pessoa inconstante e já estava acostumada à esse tipo de surpresa, mas existia algo diferente sobre aquela noite, sabia que Jimmy estava escondendo alguma coisa dela pois há dias estava estranho e calado, dormia cedo, acordava tarde, não comia, e as músicas que costumavam trocar estavam se tornando cada vez mais tristes, mas era inútil questionar, apesar da intimidade, ele se tornara uma pessoa reservada, o que era totalmente compreensível.
Após três ou quatro dias de aflição, ele finalmente volta e não parece bem, mesmo sem ver seu rosto, conhecia as palavras usadas por ele em todos os momentos. Preocupada com o sumiço, foi logo questionando sua ausência com certa raiva e euforia, Jimmy não respondia uma letra sequer. Julien deixou uma lágrima escorrer e implorou por respostas, tinha a certeza de que algo estava muito errado.
"Acalme-se, ou não poderei lhe contar hoje. Algo aconteceu e seu pressentimento está mais que correto, mas preciso que entenda o meu silêncio", disse à ela.
Julien não respondeu nada além de "me dê seu número, sinto que isso não é algo que se conta por escrito".
Discando o número gigantesco, cheio de códigos, sabia que assim que terminasse aquela ligação teria um problema muito maior do que a alta taxa que é cobrada por ligações internacionais. Ele atendeu e começou a falar interrompendo qualquer formalidade que ela viria a proferir:

– Apenas escute e prometa-me que não irá chorar.
Ela não disse nada, aceitando a condição.
– Há tempos não sinto-me bem, faço as mesmas coisas, não mudei meus costumes, embora deveria mas agora é tarde demais. Sinto-me diferente, meu corpo... fraco. Preciso te contar mas não tenho as palavras certas, acho que nem existem palavras certas para o que estou prestes à dizer então serei direto: descobri que sou *** positivo. ´
Um silêncio quase mórbido no ar, dos dois lados da linha.
Parecia-se com um tiro que atravessou o estômago dos dois, e nenhum podia falar.
Julien quebrou o silêncio desligando o telefone. Não podia expressar a dor que sentia, o sentimento de injustiça que a deixava de mãos atadas, Ele era a última pessoa do mundo que merecia aquilo, para ela, Jimmy era sagrado.

Apenas uma pessoa soube da nova situação de Jimmy antes de Julien: Allan.
Dois dias antes de contar tudo à amiga, Jimmy havia ido ao hospital sozinho, chegou em casa mais cedo, sentou-se no sofá e quis morrer, comparou o exame médico à um atestado de óbito e deu-se por morto. Allan chegou em casa e encontrou o amigo no chão, de olhos inchados, mãos trêmulas. Tirou o envelope de baixo dos braço de Jimmy, que o segurava como se fosse voar a qualquer instante, como se tivesse que apertar ao máximo para ter certeza de que aquilo era real. Enquanto lia os papéis, Jimmy suplicava sua morte, em meio à lágrimas, Allan lhe beijou como o amante oculto que foi por anos, com lábios fracos que resumiam a dor e o medo mas usou um disfarce para o pânico que sentia e sussurrou "não sinto nojo de ti, meu amigo, não estás morto".
Palavras inúteis. Já não queria ouvir nada, saber de nada. Jimmy então tentou dormir mas todas as memórias das vezes que usou drogas, que transou sem saber com quem, onde ou como, estavam piscando como flashes de luz quase cegantes e sentia uma culpa incomparável, um medo, terror. Mas nenhuma memória foi tão perturbadora quanto a da vez em que sofreu abuso ****** em uma das festas. Uma pessoa aleatória e sem grande importância, aproveitou-se do menino pálido e mirrado que estava dormindo no chão, quase desmaiado por culpa de todo o álcool consumido, mas ainda consciente, Jimmy conseguia sentir sua cabeça sendo pressionada contra a poça d'água que estava em baixo de seu corpo, e ouvia risos, e esses mesmos risos estavam rindo dele agora enquanto tentava dormir e rezava pra um deus que não acredita para que tudo fosse um pesadelo.
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Naquele dia, Jimmy, que já era pessimista por si só, prometeu que não se trataria, que iria apenas esperar a morte, uma morte precoce, e que este seria o desfecho perfeito para alguém que envelheceu tão rápido, mas ele não esperaria sentado, iria continuar sua vida de auto-destruição, saindo cedo e voltando tarde, dormindo e comendo mal, não pararia também com nenhum tipo de droga, principalmente cigarro, que era tão importante quanto a caneta ao escrever seus poemas, dizia que sentir a cinza ainda quente caindo no peito o inspirava.
Outra manhã chegou, e mesmo que desejasse com toda força, tudo ainda era real, seus pensamentos eram confusos, dúvidas e incertezas tão insuportáveis que poderiam causar dores físicas e curadas com analgésicos. Trocou o dia pela noite, já não via o sol, não via rostos crús como os que se vê quando estamos à caminho do trabalho, só via os personagens da noite, prostitutas, vendedores de drogas, pessoas que compravam essas drogas, e gente como ele, de coração quebrado, pessoas que perderam amigos (ou não têm), que perderam a si mesmos, que terminaram relacionamentos até então eternos, que já não suportavam a vida medíocre imposta por uma sociedade programada e hipócrita. Continuou indo aos mesmos lugares por semanas, e já não dormia em casa todos os dias, sempre arrumava um espaço na casa de algum amigo ou conhecido, como se doesse encara
D. Furtado
Lua Bastos Apr 2015
Na neblina abafada
Dentre as árvores, dentre algas
Sentir a água
Ouvir os cantos
Cintilante
Suas mãos quentes tocaram meu tornozelo
Seu coração frio tocou o meu
Oh, Deus,
Se realmente estou apaixonado
Me faça não querer deixa-la
Os corações que já quebrei,
não se comparam ao dela
Deixe-me ficar
Se realmente estou apaixonado,
me diga se ela corresponde
Seu canto entrou em meus ouvidos
Uma sintonia aveludada,
salgada,
com uma pitada de perigo
O som dos pingos de água se rebatendo
Venha comigo, vamos viver juntos
Seja minha esposa.
Presa por algemas de areia
Se rebatia enquanto suas mãos puxavam as minhas
Delicada.
Uma beleza agoniante
Oh, Deus,
O que será de mim?
Um vida fria terei caso não ficar com ela.
Me trazendo para a água
Sussurrando feitiços e me deixando cego pelo amor
Meu corpo logo estará submerso
Estou indo
Ofegante
Coração frio, mãos quentes, beleza agoniante
Vendo a escuridão
Cego por um amor planejado
Um coração antes sujo,
fora iludido por olhos vibrantes
e pele cintilante
O coração quente fora apagado,
sentindo amor.
Oh, Deus,
diga-me, terminarei sendo enganado?
Ah, pobre Dolores
Mais uma vez está cansada de suas mágoas e constipada com suas dores
Há quem diga que quando olha o céu, sonha com estrelas
Acalme-se Dolores, hoje tenho um presente para entretê-la
Acorde de seu sonho e largue esses afazeres
Olhe para A Casa Abandonada dos Prazeres
Almeja tanto assim?
O seu ignoto fim?
Por quê toma todos esses remédios?
Se o que deseja é pular do mais alto prédio
Para quê todas essas doenças inventadas?
E essas mulheres, para quê invejá-las?
Na casa encontrará a cura
Não mais carregará sua imaginária feiura
Lá será bela como sempre quis
Mas pergunte-se o que é ser feliz
Lá, em todas as paredes, encontrará espelhos
E em todas camas encontrará lençóis vermelhos
Onde finalmente poderá gozar
E a beleza que não é sua, contemplar
Goze, goze Dolores
Mistura seu prazer com suas dores
Goze, goze mais uma vez
Goze toda sua estupidez
Saiba que nem tudo que cintila é ouro
E fora da casa continuará seu agouro
Quando fora estiver, da vida perderá a crença
E a cada vez que entrar e sair, nascerá uma nova doença
Uma daquelas de sua hipocondria
E a cada dia verá a verdadeira agonia
Sentirá dor, e fome
Não se lembrará de seu nome
Não poderá comer, pois a doença te devastará
E para a casa todos os dias irá correr, a sonhar
Lembre-se de novo
Que nem tudo que brilha é ouro
Ganhará a casa e perderá o mundo
E seu eu estará perdido num poço profundo
Um dia dirá:

Será?
Toda aquela estética...
era tão assim... patética?
Nossas escolhas não tem volta
Para o destino não há revolta
Não devo mais chorar
Só me resta, agora, gozar

Goze, goze Dolores
Mistura seu prazer com suas dores
Goze, goze mais uma vez
Goze toda sua estupidez
Contos da Casa Abandonada dos Prazeres
Dolores - O primeiro conto
Perdido. Tomado pela multidão histérica de memórias. Mutilação. Gritos de agonia. Horror nos olhos de  "inocentes". Memorias de imagens presas numa parede de incapacidade. Incapaz de ver. Incapaz de saber. De ser. Sou o luto de minha tragédia. Ser o algoz do mundo. Já não me lembro.  Ele se diz meu sogro. Minha mulher está morta. As crianças foram brutalmente assassinadas. Seus corpos foram abandonados. Todos fugiram pelo terror do algoz. E eu apaguei. Já não me lembro. É preciso acreditar?  Lembrei que não me lembro do meu rosto. Ele me pediu para olhar ao espelho. Olho diretamente para aquela figura. Então este sou eu.  Apático. Ele sorri. Também tento. Pele azul. Olhos de vidro. Meus braços se misturam com uma membrana de carne. Me estico. É possível voar? Sim! Nós todos podemos voar, este é um planeta muito grande para simplesmente caminharmos. Às vezes ele fala como um mentiroso. Eu o detesto. Meus pés são como minhas mãos, só que maiores. Você deseja cavar os túmulos com seus pés? Esse não é o ponto! A questão é que sou diferente. Que vivo num mundo diferente. Onde eles são como eu. Deixe- me viver a fantasia!
Me levaram para a sala de recuperação de memória. Fizeram um tratamento
intensivo.
Tema: quem é você?
Resultado: Você é Khaladesh! Você é Khaladesh! Você é Khaladesh!(...)
Tome estes remédios!
Não posso!
Tome estes remédios!
Não quero!
Resultado: há uma guerra acontecendo. Um inimigo misterioso destruiu tudo o que importa. Quem é tal inimigo? Uma legião de sadismo. Tudo o que é perverso neste mundo carrega o nome  Arcantsulyan. É preciso sentir ódio por Arcantsulyan! É necessário se proteger contra Arcantsulyan. Oremos aos deuses!  Será que não orei o bastante? Já não me lembro. Livrai-nos de Arcantsulyan!
Há dois Sóis em meu mundo! Há também um deserto. Um jovem caminha em direção à Thaeran'khur. Seus passos cambaleantes e exaustos seguem por dois dias inteiros pelas areias do deserto... Não há noite em Thaeran'khur. Um calor crepitante invade sua alma. Há calor em seus olhos. Há calor em suas mãos. Há calor em seus brônquios. O calor e a poeira espreitam sua angústia. Incidem sem avisar em sua esperança. Um calor tão horrível que faz curvar seu corpo em incomensurável e desesperada agonia. Nada mais importa. Seu lar já foi esquecido. Suas lembranças já são meros devaneios. O que lhe resta é apenas entregar-se para a iminente morte ou seguir caminhando até morrer. À sua frente há uma fronteira que divide a parte inabitável do restante do deserto: um local onde a radiação  dos Sóis transformou toda a extensão de  areia em puro vidro. Um local onde não ha como permanecer vivo. O jovem desesperado e quase inconsciente vê a luz refletida pela gigantesca camada vitrificada. Ele segue em direção à luz. Irá cruzar o limiar da consciência: adentra o deserto de vidro... Incineração fatal... Seu corpo se transforma em areia.  O que aconteceu depois? Ele deixou de ser. Sabe o que isso quer dizer? Quer dizer que já não é. Ele abriu caminho à todas as possibilidades. Seu corpo se fragmentou em pedaços infinitos e se misturou com os infinitos pedaços que ali haviam. Ele se tornou tudo o que existe. Ele é o deserto agora. Mas o deserto está se unificando. A luz está juntando os pedaços. Os grãos estão se tornando vidro. Reflita...
Você é Khaladesh. Membro da rebelião contra Arcantsulyan. Vive escondido nas florestas sobre- oceânicas do Oceano Yuregjorth. Sua mulher e suas crianças foram destroçadas. Você perdeu sua memória. Percebe o quão insano isso tudo parece? Você não está bem. Precisa se lembrar. Não posso me lembrar de nada. Lembre-se de sua família. Lembre-se de seu ódio por Arcantsulyan. Você deve se vingar. Você deve tomar os remédios. Você deve se juntar à rebelião novamente. Você deve se fixar no que é real. Você será espião em território inimigo. Você precisa perceber seus delírios. Você precisa descobrir o que é Arcantsulyan. Você precisa se lembrar quem você é.
Mateuš Conrad Jul 2022
precursor - title correlation
body -

mind of:

C                oh

    oh                      Ri

n'ah.   (half an hour fiddling with a 502 bad
gateway; traffic these days! jeez!)

I.

it don't know what's more frustrating for the reasons that it's so good... i can't choose... it's a close call... either listening to Red Hot Chilli Peppers' B-sides from By The Way... ugh! why didn't they release that as a double album! Stadium Arcadium was not that good as a double-album... all the prior albums are MAGIC... literally... for ****'s sake: GOLDMINE is literally just that... there's that... i can't concentrate on making my own translation of Ovid... i'm yet to scribble down the translation i have... i can't even drink my whiskey properly... the other frustrating focus? watching Armand Duplantis break his own world record of 6.21metres... the ****** has still at least 10cm in him! a record that will have to stand-still for the next 20+ years... i'll be dead before this record is broken... Сергій Бубка best be sleeping... i'm listening to the music, reliving the end of the World Athletics and trying to heel-myself-in-the-buttocks: better get a move on boy... hmm! "trying"... i'm actually heeling myself in the buttocks: no time to wait... one can wait for a bus... one cannot for one's own incentive... ol' Lizzy is coming up the mountain... she's coming with the proper closure of the 20th century... however many popes she outlived... however many prime ministers and american presidents... come on Lizzie... just one more year... i'm actually dying to spend money with whittle Charlie printed on the notes... my fingers are itching... but **** me... music so good By The Way should have been a double-album... no! Stadium Arcadium was not the salvagable double-album worth session... i'm getting "schizophrenic" vibes... i know that poetry is not an entertaining medium: it's a complacent self-congratulatory, thereupeutic load of *******... it's obnixious when staged: the exasperated art of speaking with speed... today i realised that i much prefer drinking to having ***... i like the preservation of my brain with a hard-on of itchy fingers than any actual ******* hard-ons... the knife opening oysters or plucking out the eyes of deer... best the eyes be gauged out... than having deer stare into car lights... hybrid confusions of static, motivated to move... frozen in a make-shift imitation of root and clay and copper: bam! one more statue down...

II.

it's no wonder why i'm not looking for a girlfriend, it's no longer bewildering why i'm not looking for a wife, at best i'm looking out for that ancient custom of Roman emperors: to become a foster father, a surrogate - i'm yet to find a match-up... i almost did, but she undermined my chances by undermining her own seriousness in such affairs... but clarity does come... as much as i might be a surrogate father to her son or daughter: i wouldn't be faithful to her... i would steal the night and run away into a brothel... but there's something else... the whole dynamic of publishing has changed... the whole idea of a library has also changed... i own more valuable books in my private collection than the public library of Romford... which is me peering at the dire straits of what the public is fed... i know why i don't aspire for pair-bonding... perhaps man so levelled aspired toward the imitation of birds a long time ago... perhaps swans are truly noble creatures: for one hears of widow and widower swans... perhaps parrots: born from those monstrous beasts that were the dinosaurs can imitate our talk... all that's this reality within the confines of "perhaps": nonetheless, it's all true... but perhaps being the mammal that i am... i moved from a community of chimpanzees into a solo-ride of imitation-bear... perhaps i only entertain the opposite *** on the encounter of ***... i couldn't land a conversation with a woman outside the constrictive-framework of work, so much so: i would abhor the mindset of men that go on dates with women: buy them food and then EXPECT... i leave that ******* out in my interactions... pay-up-front for what you're about to receive otherwise don't play cat while the woman plays mouse... or rather... a rat in cat's clothing: the woman therefore becoming a rat-trap... mind you: i can't think of a more terrible idea than the modern version of: eat first, **** later... at the old ****** proverb states: a hungry ****** is angry... a filled ****** is lazy... god forbid i ever become tempted by those dating sites... i'm currently looking for the original Latin text of Ovid's the Amores book 2 poem 6... why? what i have in my hand... and what i'm finding... it's like what Robert Pinsky remarked about once: TRANSLATIONS differ so much from one translator to another...

they have done it... UEFA are mad... just to get my
accreditation for the women's Euros final
at Wembley they're asking me to bring my passport
with me... so is Wembley the JFK of Florida
          space-shuttle launch? Houston? am i leaving
the country?
                but the girls have done it...
funny: some other people are still complaining:
IT'S TOO WHITE!
   there's not enough diversity in the team...
          that's me also planning to go and live
in Kenya and become a model for toilet paper...
i'm sure i could replace that known Koala bear /
golden retriever or perhaps i could go there
and model for soap adverts...
it just so happened that racial tensions (only football
could create them) rose up for a little:
just one night the day England lost to Italy
on penalty shootouts... because... 3 black guys
were playing a rigged roulette...
            then again? me? and the African heat?
fat chance...

find me the original Elegy VI: the death of Corinna's
pet parrot...
oh man... and her name was Polly...
i sat up late last night trying to find something
interest on the television...
bam! thank you ma'am...
                       kurt cobain: montage of heck...
sort of reminded me of...
                           a SCANNER DARKLY...
                           mind you: i sometimes do enjoy
a one-man show... or at least two...
there was this brilliant show in the West End...
Stones in his Pockets...
       two actors... sharing the roles of...
                  about 15 people each...
but it was back in circa 2001...
so... maybe it was Louis Dempsey
                                                        & Sean Sloan...
mind you... i'd still love to see Samuel Beckett's
             NOT I...

Jack Trades says: i'm about to a heap
of hay of hate...
                                i'm everywhere sometimes...
if it's not music, then its visual arts,
then it's philosophy, then fine literature...
then something "oriental" in thinking...
then its coupling my fetish for Deutsche as:
father to the English zunge...
then it's back east to rummage in some Katakana...

i know why i'm single, Roger Moore remained
a bachelor until his death...
  courteous: as ever as forever always...
i'd be a terrible match-up... i've given pair-bonding
a chance: i can't bemoan why X is not Y...
the sort of men that pair-bond are claustrophilic...
they love the company of a mate...
each time i was ever in a "relationship" i already
had one foot dangling: tapping an imaginary
drum set...
recently i discovered the B-side of the Red Hot Chilli
Peppers... so for me it's a version
of keeping the 20th century alive with
the "dichotomy" of the Rolling Stones vs.
the Beatles... i'm more... R.H.C.P.'s A-sides
of R.H.C.P.'s B-sides?
                                        i'm busy...
                i'm always busy... i don't want to relax...
i want a Turkish barber to suggest that
i need  hot-towel and an arm massage after
my beard is trimmed and... i'm still going to state:
getting a Turk to trim my beard is a close
contender to oral *** from a Turkish *******...

but try finding me that original Latin of Ovid's...
ah! found it! let's see if i can compete with
my own translation... the one i originally read
and the one i found finding the original Latin
were so disparaging...

**** yes! well... there was Ted Hughes writing
about the Crow... poor ******...
should have killed himself: might have competed
with his terribly-wonderful wife of a poet...
i give her that: what noose?
best head in an oven...
and you want a shovel with that?
but this is Ovid... "complaining" about
the death of his lover's parrot...
immediately i jumped to conclusions:
not enough crackers...

(A) the Original:

Psittacus, Eois imitatrix ales ab Indis,
    occidit—exequias ite frequenter, aves!
ite, piae volucres, et plangite pectora pinnis
    et rigido teneras ungue notate genas;
horrida pro maestis lanietur pluma capillis,
    pro longa resonent carmina vestra tuba!
quod scelus Ismarii quereris, Philomela, tyranni,
    expleta est annis ista querela suis;
alitis in rarae miserum devertere funus—
    magna, sed antiqua est causa doloris Itys.
Omnes, quae liquido libratis in aere cursus,
    tu tamen ante alios, turtur amice, dole!
plena fuit vobis omni concordia vita,
    et stetit ad finem longa tenaxque fides.
quod fuit Argolico iuvenis Phoceus Orestae,
    hoc tibi, dum licuit, psittace, turtur erat.
Quid tamen ista fides, quid rari forma coloris,
    quid vox mutandis ingeniosa sonis,
quid iuvat, ut datus es, nostrae placuisse puellae?—
    infelix, avium gloria, nempe iaces!
tu poteras fragiles pinnis hebetare zmaragdos
    tincta gerens rubro Punica rostra croco.
non fuit in terris vocum simulantior ales—
    reddebas blaeso tam bene verba sono!
Raptus es invidia—non tu fera bella movebas;
    garrulus et placidae pacis amator eras.
ecce, coturnices inter sua proelia vivunt;
    forsitan et fiunt inde frequenter ****.
plenus eras minimo, nec prae sermonis amore
    in multos poteras ora vacare cibos.
nux erat esca tibi, causaeque papavera somni,
    pellebatque sitim simplicis umor aquae.
vivit edax vultur ducensque per aera gyros
    miluus et pluviae graculus auctor aquae;
vivit et armiferae cornix invisa Minervae—
    illa quidem saeclis vix moritura novem;
occidit illa loquax humanae vocis imago,
    psittacus, extremo munus ab orbe datum!
optima prima fere manibus rapiuntur avaris;
    inplentur numeris deteriora suis.
tristia Phylacidae Thersites funera vidit,
    iamque cinis vivis fratribus Hector erat.
Quid referam timidae pro te pia vota puellae—
    vota procelloso per mare rapta Noto?
septima lux venit non exhibitura sequentem,
    et stabat vacuo iam tibi Parca colo.
nec tamen ignavo stupuerunt verba palato;
    clamavit moriens lingua: 'Corinna, vale!'
Colle sub Elysio nigra nemus ilice frondet,
    udaque perpetuo gramine terra viret.
siqua fides dubiis, volucrum locus ille piarum
    dicitur, obscenae quo prohibentur aves.
illic innocui late pascuntur olores
    et vivax phoenix, unica semper avis;
explicat ipsa suas ales Iunonia pinnas,
    oscula dat cupido blanda columba mari.
psittacus has inter nemorali sede receptus
    convertit volucres in sua verba pias.
Ossa tegit tumulus—tumulus pro corpore magnus—
    quo lapis exiguus par sibi carmen habet:
"colligor ex ipso dominae placuisse sepulcro;
    ora fuere mihi plus ave docta loqui".

mein gott... in English it reads so smoothly reading
it while listening to Red Hot Chilli Peppers'
B-sides... quixoticelixer...
teatra jam (short)... and then thinking about it...
through to and through Going Li coupled
with trouble in the pub (instrumental version)...

i will never own a car...
              mind you: i already secretely own a house...
if i keep appeasing my mother and my father:
when reality kicks in and they're dead and i'm
project solo... it's not like i'm waiting for the day...
they are hoarders of shoes and screws...
literally... no metaphor...
  on my own: i will have to recycle so much ****
before i will put the house on the market...
and? i never pledged any allegiance to Essex...
England... i have: pledged an allegiance
to the English tongue...
                 but if not the Shetland Islands...
north... "god" send me north! even as far as
Greenland!
                i'm not willing to die in a place where
villages are flaring up in a July heat...

i can't bemoan what i honestly couldn't keep...
i sometimes get mad at my father for being
so submissive to my mother...
i sometimes get so mad at my mother for only
being able to talk about her chronic pains:
i'm alligned with my grandmother
who once said: she's just like your paternal
great-grandmother... every itch and scratch...
it's like writing with chalk on a blackboard...
hey presto! ruptures of the Grand Canyon...
that ******* bollocking of: ooh! ah!
           me? i don't understand people with tattoos...
me? i collect scars...
these two fading ones on my face are a disappointment...
i thought something more pronounced
could be kept from that bicycle-crach Francis Bacon
esque imitation of painting:
   the sort of painting where you can still revel
in brush-strokes being visible...
   because it's not rigid: Renaissance form painting...

now: i can sort of imagine what men couple up...
those who fear being alone...
those not interested in art...
those mostly interested in sport... but not all sport...
just some sports...
sports that they support "passing their lineage"
with according to the cult of football teams...
not all-sports... i.e. not an interest in fencing...
swimming... certainly guys who thought:
wow! tennis is great to watch!
   but squash is so much more fun to play!
cycling... well... if you love cycling per se:
watching other people cycle is a bit: BOO-RING...
what sort of other men get married?
probably those not interested in risque ***
with prostitutes...
ones interested in making money for a woman
to spend...
me? i'm not interested in money...
                       in terms of money:
i'm more likely to spend £30 on a book than
think about a dinner date...
                      
is that...   ??? i'm not even going to ask myself
that question that begins with a buzz-word
and the letters Mmmm... miso...
                             well... what is a boy to do...
figure out what to do with his spare time...
               i don't mind cleaning the house:
who ever said that it's the duty of a woman to keep
the house clean? i like living in a household in order...
i love cooking: it's like chemistry 2.0...
                      give me a bag of Indian spices and i'll
cook up a perfect storm of a curry...
but then again: i'm not work-shy when it comes
to using heavy-duty tools akin to the KANGO...
which... i later found out was a Japanese word for
Chinese in general... or the other way round...
i'd hate to be one of those Phil Collins types of
forgetting how many hands i have
by changing gloves like i might be an octopus...

and when it comes to children?
eh... it's enough for a boy in a buggy in a supermarket
pointing his finger at me as i walk past
making that chimpanzee face of OOH at me...
or a fist-bump with some teenagers at the London
Stadium... that's enough... i'm happy to play
the "secret uncle" role...
while women remain women: as fickle as the wind...
i've learned to live with that reality...
i scratch my beard and pretend that i'm playing
a violin...

plus, i'm a terrible drinker... i'm a loving-drunk...
i'm drunk right now...
if a litre of whiskey per night satisfies
my libido shortages i'm happy:
it implies i can write... i stop drinking and start
*******: alles goot...
                           today i was visited by a wasp...
i was visited by a bee before...
oh man... it was heart-breaking...
he was dying... i had to help him...
   i poured some honey onto the pave-,
and moved him towards the puddle...
he stuck his mighty Gene Simmons sucker out
and started to perform an OD on sugar...
i was glad... watching him die from a sugar-overdose...
it was: rather pleasant to watch...

TERROR! mix JAINISM with TAOISM
and fuse that in an European mind...
               but i'll still eat meat...
                        it's a parody of what's to be expected:
i prefer life with the possibilities of change...
with... curiosities of: extensive ulterior
possibilities that run counter to estblished norms
of expectations of a RIGID MIND...
i water: i flow...
      i fire: i dance...
i air: i whirl...
i earth: i rumble...
i lightning: i blink...
hey presto! the five elements!

in another language close to my heart:
since i was born with it...
the pronoun disappears:
ja woda: płyne
ja ogien: tańcze...
   ja powietrze: kręce się (odd)
ja ziemia: trzęse się (also "odd")
ja grzmot: mrygam

there are languages in existence where pronouns
hide... to be honest...
in ******? the pronouns are rarely used...
oh mein gott... when they're used in a sentence:
esp. the I... it's like... wow! i just found
a "nugget of gold"!
seriously... that how my mother-tongue
is structured: on English is the current
prounoun-circus available to watch...
i'm siding with the Somali pirates having
a giggle... playing blackjack with either Greeks
or some other Africans...

there are languages in English that cannot: will not,
succumb to the current Marxist onslight
happening in this tongue...
not because these languages will not:
they CANNOT...
mind you... it's such an intellectual low-bar
of achievement... but since it's piggy-pop...
it must be slaughtered on an individual level
before this DISEASE is allowed to spread...
thank heavens that English is only my second
language... how that allows me to bypass
buying into any sort of propaganda...
   my lingua Ingelese... my tongue for spreading
ideas...
    oh: and thank **** i' expressing in a medium
desecrated by the same people pushing these
sordid ideas... post-humous fame! 'ere i come!
obviously! who's in it for the "real" and immediate
if one isn't... fabricating a pickling of a shark
in plastic.... who? who?! woof!
   a-woooooo"

            my heart has shrunk and hardened to
the size and hardness of a pebble...
    i wish i could entertain cosy nights with a woman
watching some pointless movie about
the stereotypes of love... then again: no...
i'd rather not...
drinking alone: who the hell said i was alone?
i sometimes "hallucinate" someone crying:
of late... i'm like: this isn't Aud Lang Syne...
this isn't Shakespear...
then again i love the idea that my true readers
are yet to be born...
i'm happy, happy-bear-alone...
                       a Maine **** is sleeping in my
bed... i'll join him come the right hour...
but he's not looking at me... he's looking above me...
only yesterday i started to paparazzi
a wasp that flew into my bedroom...
          what the **** do i have above me?
please say letters... i will not do alright with a halo...
i'm not going to join that
archangel one minute... saint the next...
clip my ******* wings for a get-through-easy
card: no!
          
it became finalized today... i'm literally tired
of ***... i'm tired of *** when it's equivalent to not...
being tired of eating food... drinking water...
it's unnecessarily-necessary... *** as golf...
per say...
                2 months of delay in payment...
i'm thinking about rekindling my affair with that mountain
bike... i have to forget the streets...
i need the woods again... but for that i need new tires...
oh... hell... i no longer have anything
to prove in the brothel... blah blah whatever...
threesomes look great: LOOk...
like a block of cheddar looks great...
when shredded...
and then melting...
perhaps in pornographic flicks...
but in reality? the changing of condoms
from one mouth to another...
from one ****** to another...
                          
what?! peiple are having unprotected ***?
vermin ****?!
   **** me... well... at least i'm obnoxiously savvy
in that regard...
no no... it's too disappointing...
you have to split your attention up...
there's nothing good about a *******...
why? because, usually... of the two girls...
there's one you really want to be a screwdriver to...
while the other is just being a, *******...
a ******* bandwagon... leftovers...
a pair of **** you get to imitate ****** with...
it's a bit like:
coupling an elephant with a giraffe...
but i want to ride the elephant!
but i want to stroke the giraffe's neck!
but  i want to pretend the elephants's tusk...
no! not tusk! TRUNK....
that rectangular bit of ******* you shovel
your clothes in when travelling...
TRUNK... or a TRAMPOLINE!
no... not the bouncy layer...
TRUNK... sneeze! trambone! jazz! ******* Miles Daisies!
Davis!  trumpet *******!
no... don't get me started on the sax...

then again: i want a rhino's horn! ram-jam...
Black Betty Bam B'eh Lam!

- oh no... i moved along... R.H.C.P.'s: thanks for the t-shirt...
Big Bukowski style:
i hate the eagles... run through the jungle...
run Forrest! whun!
WHUN!
  and that's me... hardly a LAMNTIA of the Beatniks
tripping... me? enough whiskey
and the right song... and i'm grooving beside
an imaginary drum-kit...
in that: once upon a time...
when men grew their hair long...
they were the barbarians knocking
on the gates of Rome... rather than being
the implosion of Rome within with
all of Rome's degeneracy of transgender gimmicks...

mind you: i've given it some thought...
i broke it down toward the following schematic:

anonymous audience, commenting,
video making blah blah...
****** "schematic": if you can call it that...
mind you: the VAR in WIETNAM
had the best soundtrack...
just saying: hey! her?! hey! don't shoot
the messanger!
i'd rather work the Fulham opening night
with the new stand: Thames-side being opened
than attend Wembley for a Westwood...
Westworld... Westlife concert,
i'm all up for handling those Scousers:
northern monkeys?
southern fairies...
let's just call them for what they are...
northern TOURISTS...

but the dynamic of publishing has changed:
i already know the criterium first...
women and children first...
THIRST beccause water matters...
i'm thirsty too... one litre of whiskey and
i'm still typing like a machine...
i'll box my liver and kidneys
as long as i keep my brain and eyes happy...

but it's just a different dynamic...
the internet experience...
i know a lot of people miss it...
i can't force people to read my bollocking-riddles...
ergo? i don't stagnate into celebrating it
or therefore advertising it...
i'm either read or i'm STAUB...
   dust...
                
i can't! i'm only making something available...
i can't force people out of their democratic "wedlock"...
you like it? great! you don't? great!
but the psychology of those video creators that
mind how many views they receive and
how many comments they: likewise receive...
"false hits" with the number of hits of viewership?

me? i'm not bothered... i've been watching
the female Euro finals...
i was almost scared... what if the female England team
don't make it to the finals?!
me? i'm gearing up...
any rowdy hooligans up to speed?!
as much as i hate women not trying toi compete
in sports that are sexually-exclusive...
there's this... THIS... i watch the games because
the Colleseum is burning...
i'm only watching the fire...
    and i'm watching the women i'd love to ****...
this never would have happened if watching
tennis...

    the crisp biting attache of a sharpshooter
WONG sort of mixer-mix-up with a whiskey
and a pepssi...
me... reaching for a second glass
with one already filled like: *******... RAINMAN...

keep your horses!
i'm gearing up to a translation!
wait, the, ****, up! keep it cool in Doob-Lyn!
oh no... you don't get to tell me
i use too many vowels without me showing
you... you mishandled the vowel-to-consonant
dynamic... Doob-Lyn is Dublin: tow me...
no: not to me? tow me... now you're dragging me
along the snail-trail...

the disparaging translations:

(B) the A. S. Kline translation

Parrot, the mimic, the winged one from India’s Orient,
is dead – Go, birds, in a flock and follow him to the grave!
Go, pious feathered ones, beat your ******* with your wings
and mark your delicate cheeks with hard talons:
tear out your shaggy plumage, instead of hair, n mourning:
sound out your songs with long piping!
Philomela , mourning the crime of the Thracian tyrant,
the years of your mourning are complete:
divert your lament to the death of a rare bird –
Itys is a great but ancient reason for grief.
All who balance in flight in the flowing air,
and you, above others, his friend the turtle-dove, grieve!
All your lives you were in perfect concord,
and held firm in your faithfulness to the end.
What the youth from Phocis was to Orestes of Argos,
while she could be, Parrot, turtle-dove was to you.
What worth now your loyalty, your rare form and colour,
the clever way you altered the sound of your voice,
what joy in the pleasure given you by our mistress? –
Unhappy one, glory of birds, you’re certainly dead!
You could dim emeralds matched to your fragile feathers,
wearing a beak dyed scarlet spotted with saffron.
No bird on earth could better copy a voice –
or reply so well with words in a lisping tone!
You were snatched by Envy – you who never made war:
you were garrulous and a lover of gentle peace.
Behold, quails live fighting amongst themselves:
perhaps that’s why they frequently reach old age.
Your food was little, compared with your love of talking
you could never free your beak much for eating.
Nuts were his diet, and poppy-seed made him sleep,
and he drove away thirst with simple draughts of water.
Gluttonous vultures may live and kites, tracing spirals
in air, and jackdaws, informants of rain to come:
and the raven detested by armed Minerva lives too –
he whose strength can last out nine generations:
but that loquacious mimic of the human voice,
Parrot, the gift from the end of the earth, is dead
The best are always taken first by greedy hands:
the worse make up a full span of years.
Thersites saw Protesilaus’s sad funeral,
and Hector was ashes while his brothers lived.
Why recall the pious prayers of my frightened girl for you –
prayers that a stormy south wind blew out to sea?
The seventh dawn came with nothing there beyond,
and Fate held an empty spool of thread for you.
Yet still the words from his listless beak astonished:
dying his tongue cried: ‘Corinna, farewell!’
A grove of dark holm oaks leafs beneath an Elysian *****,
the damp earth green with everlasting grass.
If you can believe it, they say there’s a place there
for pious birds, from which ominous ones are barred.
There innocuous swans browse far and wide
and the phoenix lives there, unique immortal bird:
There Juno’s peacock displays his tail-feathers,
and the dove lovingly bills and coos.
Parrot gaining a place among those trees
translates the pious birds in his own words.
A tumulus holds his bones – a tumulus fitting his size –
whose little stone carries lines appropriate for him:
‘His grave holds one who pleased his mistress:
his speech to me was cleverer than other birds’.

(C) the  P. Green translation

parrot, that feathered mimic from India's dawlands,
is dead. come flocking, birds, to his funeral:
come, all you godfearing airborne creatures,
beat ******* with wings,
   mourn, claw your polls, tear out soft feathers
(your hair), and pipe high your sad lament.
Philomela, nightingale, the ancient crimes of Tereus
which you lament is long past -
    divert your grief to the obsequies of a rare and modern
bird: poor Itylus' case was tragic, but antique.
all wind-borne voyagers through the clear empyrean
lament now, and above all his friend the turtle-dove
they lived in complete agreement,
    their bond of faith held firm to the end.
what Pylades was to Orestes or Argos, that Parrot,
turtle-dove was to you - while fate allowed.
yet of no avail your devotion, your rare and beautiful
plumage,
your adaptable mimic's voice;
    not even the care that my darling lavished on you -
poor Polly, paragon of birdhood, is dead.
so gree his feathers, they dimmed the cut emerald;
scarlet his beak, with saffron spots.
no bird on earth could copy a voice more closely
or sound so articulate.
fate, jealous, removed him - that unaggressive creature,
that talktative devotee of peace,
with his tiny appetite , whose love of conversation
left him little leisure for food,
who lived on a diet of nuts, used poppy-seed to encourage
sound sleep: kept his thirst at bay with nothing but water.
quails spend their whole life fighting -
maybe that's how they reach a ripe old age.
carnivorous vultures, kites gyring high in the heavens,
weather-wise jackdaws, prophets of rain to come,
are all long-lived - while Minerva's bête noire, the raven,
can outlast nine generations. yet Parrot is dead,
that loquacious parody of human utterance,, that bonanza
from the eastern edge of the world,
greedy death almost always pickss off the best ones early -
it's the third-raters who reach a ripe old age.
Thersites attended the funeral of Protesilaus;
Hector was ashes while his brothers still lived.
what point is recalling the desperate prayers my sweetheart
uttered?
some stormy sirocco blew them out to sea.
six days he survived, and then, at dawn on the seventh,
his thread of destiny ran out.
yet somehow, though dying, he could still find utterance,
and the last words he ever spoke were: 'Corinna, farewell!'
beneath a hill in Elyium, where dark ilex clussters
and the moist earth is for ever green,
there exists - or so i have heard - the pious fowls' heaven
(all ill-omened predators barred).
harmless swaans roam after foot there, there dwells
the phoenix, that long-lived, ever-solitary bird;
there Juno's peacock spreads out his splendid fantail
amid the billing and cooing of amorous doves;
and there, in this woodland haven, the feathered faithful
welcome Parrot, flock round to hear him talk.
his bones lie buried under a parrot-sized tumulus
with a tiny headstone bearing these words:
r.i.p. Polly: this tribute from his loving mistress:
articulate beyond a common bird

the thought of LEMONS or perhaps
the IDEA of lemon...
then again: i can't refrain from
ORANGES and LIMES...
and the shy-sunlight of autumn
and the blooming of apples...
and operas...
             "someone"...
                              what pretty pies of
unfuckable wonders await...

divert your grief to the obsequeies of a rare and modern
bird: poor Itylus' case was tragic, but antique
(antiquated?).
all wind-borne voyagers through tge clear empyrean
lament nowm abd above all
his friend the turtle-dove, they lived in complete
agreement
   their bond of faith held firm to the end.
what Pylades was to Orestes of Argos, that, Parrot,
turtle-dove was to you - while Fate allowed,

i'm not even going to bother with a "bananna C"...
i woke up wild-awake with ideas...
brimming with Tao...
"non-doing" id est: point PROVEN
or rather point SERVED?!

Russia and China are clashing...
or rather sparring...
they're having their civilization-state
agenda being put in place...
while there's a "culture-war" in the "west"...
right... James Bond...
so we're refrrering to nation-stattes
as post-nationhood...
  "states"...
                    precursors to the globalist agenda
of fake space exploration via the ******* telescope...
if Russia and China are civivilasation-states...
then... whatever culture "war" is investing in:
or rather: digressing into... impliies
the FSA (federal states of america)
             is a culture-state...
                                                ­                 no?

personally? i don't like the current h'American culture...
it's absolute *******...
no! i'm not going to translate any more of Ovid...
i already read the better translation...
i found out only two minites ago that
i prefer drinking to having ***...
and keeping an eye on cats is just as rewarding
as rearing children: if you allow yourself
to give them a personality...

           so Russia is a civilisation-state...
while America is a culture-state...
                    well... no wonder...
                                            America is the zenith
that could be: but doesn't have to be
preserved...
the culture-state-of-the-sand-*******...
i wish: the Arabs clocked in lucky...
sitting on so much raw ill of oil...
bounce bounce libido bounce bounce...

hmm... "inner monologue"... i had that "thing"
once... i kost it... turning psychotic...
then again: within the confines of having
an internal monologue? i was passive...
       i was a passive agent...
                         upon losing it: having my soul
evaporate: becoming an "N.P.C."...
i became an active agent...
i opened my eyes a second time...

           i think my inner monolpogue became blocked
by:
został wyciszony... bo zaczoł być cykliczny,
tzn. nie po prostej:
       wymarł według koncepcji
sprawiedliwości...

even i know: the gods uttered the words:
shut the **** up! we know you're right!
but we're playing roulette!
shut the ******! we're playing cards!
shut up!
wait! wait your turn!
**** me, given the prowess at attaing
a concept of the differential of space comparing
time... i.e. speed... i'll be karma-happy
once i die...

i'm not translating the rest of that Ovid...
a girl's parraot died... great!
now i'm thinking about:
a bicyckle is a terrible idea... to ride...
on the roads towards St. Paul's... i think i might
require a horse!
i need a horse! bring me a hood, a hoof,
an apple and a toothbrush!
the last place i'm thinking about moving
to is California...
   and thank no god for that...
just the people who already live there.

III.

i sooner discovered the rare B-sides of Red Hot Chilli
Peppers than having realised... oh right...
they release two albums after By the Way...
i completely forgot about those two...
               guess i'm not as big a fan as i thought i was...
Go Robot... it's not oh so wo terrible now, or anymore...
oh woah woe... what a whale to ride into the night...

sometimes it just happens, a sort of blend of an Ezrra Pound
and a Charles Olson moment, poem, moment-poem...
it stretches for three days and you just don't want
to finish it... you kept repeating yourself writing seemingly
aimlessly with no focus...
at this point writing becomes theraputic...
by the simple act of writing: not theraputic regarding
what you're writing about: memories of frustration and
complications having finished Thomas Mann's Dr. Faustus...
unlike those joyous frustrations with Samuel Beckett's
Watt...
                  and on the third day "he" finished painting
four metal chairs a new colour of copperhead...
a copperneck painting chairs copperhead...
to me the colour of copper is more appealing than
that of gold...

if i still had that inner-monologue people speak of
i wouldn't be writing this,
that inner-monologue fantasy i once was a proud owner
of: i.e. the closest "thing" to the idea of soul
was also filled with so many doubts...
i simply don't care what the supposed benefits
of it were... that whole no-inner-monologue ergo
one's an NPC (non-playable character)...
    i remember that that when my first psychotic episode
slammed me on a rampage i started to see DIFFERENTLY...
it was as if a veil was lifted from my eyes...
if i didn't write terrible poetry back then...
i most certainly wrote very little...
             the inner-monologue doubts... a plethora of them...
no? psychosis = the osmosis of soul...
   the body has remained... the devils said:
but these idle hands and this idle intellect have to stay...
we'll pass on the message with your soul
as it leaves your body...
call it whatever you want:
   res vanus or the silence of the "mind"...
that's how you become more of an active agent...
it might be called writing but i call it digging...
a tunnel toward some variaton of: marrying Hades
with Tartarus...
                after all... Venus is the daughter of titans...
and she's the only Titan among the Olympian gods:
such is her perfection... almost on par with
   the patron of philosophers that's Sacred Sophia:
who entertains the foolishness of elder men
without being able to tell them apart from boys...

IV. if i were to translate Amores II. XI

would i be willing to add a D in the translation sequence?
i don't think so
there's no need... i like comparing the two i already
made available...
i just wanted to stress how unbelievable Latin is...
compared to the modern tongue, for example English...
how compact it is!
- and course, i prefer the second translation...
     it... exfoliates!
                     this is the point for me where i truly appreciate
Ovid to be on par with Horace...

side by side walking through the zenith-nadir of
man...

   i'm finally come across a sequence of events that
make me unwilling to stop typing: perhaps if i get
drunk enough and stumble on my first typo
perhaps a series of typos would end my ambition...

do i think men in the west are living
in a land of libido-insomnia? i think they are...
whoever said that watching one type of pornogrphy
soon spirals out of control and men start
scouting for more extreme *******:
hello outlier A! hello outlier B!
where's outlier C? oh... he's coming...
at a time when women are supposed to be these
sexually liberated creatures while men
are either STAGS with harems or limp biscuit *****...
thank god i managed to catch the train
of having the ***** of walking into a newsagent
and buying a pornographic magazine to ******* to...
stashed about six in a folder behind
the radiator in the bathroom at 21B Beehive Lane,
Gants Hill...
                         mind you: i started prematurely...
8?
     i switch off with western ****** antics:
people are either having too much ***: ergo the kinks
or not enough of it...
outlier in the middle: when it's too hot
i leave the insects to do their lineage pride...
cooler temperatures: *** like rubbing sand-paper
on a ****** paint-job...

                         makeshift boney **** of the hand...
well: at least ******* makes me more interested in
the **** than **** ***...
but i did the opposite... i need to keep a sack-of-sanity
atop my head...
beside adoring the Katakana...
i very much adore Japanese tamed sexuality...
     グラビア アイドル (gurabia aidoru)...
back in the day when the English tabloid newspaper
the Sun had a page 3 girl...
back to basics... a show of *******...
    a show of cleavage... perhaps even the breast
like the eye... the sclera of the rounded breast...
the darkened skin at the iris and then the pupil
as the ******...
  floral patterns of the *******...
                  back to basics...
                           a photograph of a naked woman
and all the imagination at work: what wouldn't
i want to do with her?

well... if you begin pleasing yourself while concentrating
on the kiss between Venus and Cupid
in one of Bronzino's beauties of paint-strokes...
you're hardly going to go down a rabbit-hole
of "hide and hide": wihtout seeking it out...
people and thier kinks...
while a minority: dodo-project sexuality of
homosexuality is celebrated: garnerded unto the guise
of "pride": i can't stomach shame...
but hey: look at me! i'm about to parade my sexuality
like and ******* latex-clad gimp readied
for being given ***-favour-orders...

outlandish! god-forgiving god-fearing...
  hardly every god-loving...
           a settling in of a blue that's not the sky
but a melancholy... i'm finally willing to end this
"diatribe"... to start afresh... again and again...
like mixing: Dreams of a Samurai with
Hans Zimmer's spectres in the fog...

                      my ***: going back to figuring out
the premature adventures into ***...
one boy passing on the secrets of *******
to another while sharing a bath:
the cruel curiosity of the circumcision:
in a secular environment: without the kippah
or the niqab: the submission of the women...
i will not give up the "sheath" to my "sword"...
i will keep my teeth with my twirling tongue...
if ever an improvement on the aesthetics?
clipping the ears of Dobberman dogs...
banning clipping the clipping of their tails...
but still: the preserved atrocity of male circumcision...
i could agree...
once a woman is devoted to her man...
a circumcision like putting on a wedding ring...
noble swans... oh noble swans...

a melancholy that's sort of azure...
amass enough water and you will see blue...
amass "too little": freeze it...
a paleness somewhat grey...
but then the icebergs roaming that are
the Cistercians...
            all i need right now is for some lonely
dog to start barking into the night...
or the cackling "laughter" of a fox...
    
    but all those sexless lives...
            "lucky" me for taming my consumption down...
where would i be without it?
i didn't ask for a *******...
i wa offered it... i will never forget how she clamoured
for the opportunity...
she couldn't stomach being rejected twice...
she just had to clamour like a crab in a crab bucket...
even if she thought she thought she succeeded:
she was the spare wheel...
what i've learned... i prefer one-on-one interactions...
but i gave in...
   it would have never worked out:
not like it "works out" in pornographic flicks...
the sharing of saliva and other juices...
we're responsible adults...
unlike in the pornographic flicks...
          two women: one man...
the changing of condoms...
                           i had to think quick:
there's only one way i will not be undermined...
snuggling up to the one i really wanted
to spend an hour with...
                       kissing neck and cheek...
while she did a hand-job...
   the other just sat there sort of idle...
                          until i figured out... those *******
could be of some use...

- i couldn't pull off a Jesus look...
long hair and a beard is not my "thing"...
even with a sly undercut...
i chose the better option.... short hair, a beard, yes,
but a "fu manchu": an elongated love-spot...
competing with the length of the beard...
i really "don't understand" why i have no memory
of my chin and neck...
it's like there was never the idea of using
water as a mirror... perhaps poor Xerxes lashed
at the Aegean for hiding his reflection
when he had one of those Narcisstic moments
of anguish: he forgot how he looked like...
but then the sides of the moustasche also drooping:
elongated... that work much better than
a beard and long hair...
it's so unfashionable these days...
i don't get why men think beards and long hair
"work"....

then again i never figured out why Khadira
wanted to have unprotected ***...
  how she insisted that it was just plain o.k.
for me to ******* into her...
how i snapped and dived in into her pandamonium
of multiples springs of irritated ****...
all slobbering with oyster-tongue
and knose...
                               all that informed me...

companionship? what a rare commodity...
it's enough to have a mother to know
how a woman's company can quickly sour
the already sweet grapes...
one word: tell a man he's LAZY...
while he's just tired of being pushed and shoved...
if a mother can do that to a son?
what could a wife do?
                          and i'm come across curiosities of
men who waged wars with their mothers...
at the Tyson Fury boxing match...
i was trying to calm the **** down a guy
who was having a panic attack after being
"abandoned" by his mother...
who bought the tickets... and drinks...
i squeezed him hard... told him: but i'm here for free!
nay! i'm here and getting paid for it!
blah blah...
               i hate seeing panic attacks in men...
it makes me either feel like
more than a man or less of a man...
it makes me think of the men prior
with shell-shocks... or women exploiting
the challenges of p.t.s.d.

                                    i've seen so many people fake
a mental illness... i've spoken at length
to them... how easily open up to their own struggles...
while i'm left alone with whatever ones
i have...
                   maybe because my "mental health issues"
have morphed into philosophical caviats
implies that i'm immune to outright sharing
the details... and boring people to death...
so i listen...
        i listen...
                            in one ear out the other...

i remember days in high school when we would love
to change the subject, create a game:
SLAP-BALL... imitation of Tsar Peter III prior
to tennis... an imitation court... with a fence between us...
or just playing BLACKJACK...
cards... that was big... we understood that ignoring
women was best done with / by playing cards...
at one point: i remember it to this day...
Samuel Richards grabbed Ian Goodman's neck
and pinned him to the floor...
we tried to intervene...
i don't know whether it was about the actual
game of cards or whether it was about
Sam bailing out... he was about to move to France...
and ****** off from pur in-group...
started playing basketball with the black-boys...
forgot he was supposedly the "PUNK" in the school...
i remember skateboarding with him...
he actually stole his mother's credit card and bought
a skateboard for me...
but his ******* MOHICAN was ****...
it didn't entertain the entire length of his skull
meeting his spine...
but we did walk back from Romford
toward Ilford this one night...
underage drinking... singing Backstreet Boys songs...

ha ha...
         time is a museum of melancholy...
while space is a museum of furthering whatever is left
of leftover potential...

i'm so despondent about this life having to end...
today i cycled up to the traffic lights
on my ******... ******?! £125 viking road bike... say the word
****** one more time... what was i facing?
a solitary man in an Aston Martin...
behind him? some solitary guy in a Porsche...
right... "alphas"...
i'm on my bicycle... but these two guys
in those choicest of motor-examples?
that's the thing with "competing" in life rather than
sport...
     i like my bicycle... i love my bicycle...
i am yet to wash away the blood from my head
from the crash...
i don't have a broken leg: i just have an outgrowth of bone
on my shin where my bone should have cracked:
i love milk...

competing with these men... **** me...
i was thinking about the Porsche guy...
nice game... but it's not playing cards...
i taart myself up: compete...
what do i get? i get a Porsche...
     but then ahead of me there's this guy
in an Aston Martin: mate! i'm ******!
oh blue blue Hue... the Aston Martin looked like
the bomb that is already was...
the Porsche? the Porsche looked like
a ******* Ford Mondeo by comparison...
Civic Extra... if that's even a car...
i was sort of happy to by cycling...
i figured... well: i'm not using my legs...
to walk... i'm peddling...

ever heard the expression "push-bike"?
i heard that only recently... what a werid coupling
of words... a motorcycle is distinguished from
a a bicycle by the term: "push-bike"
this half-brain-dead coworker...
what the **** am i pushing?!
it's just as weird as calling it a peddling-bicycle, no?
eh?
but what am i pushing? a bicycle is a bicycle
a turtle is a turtle... i still have to figure out
what's being pushed...
what comes first? the donkey, the carrot, or the stick?!

mawn the lawn: sieve the sand...
mawn the lawn: sieve the sand...
keep nurturing the spacing between numbers
but also keep lost track of the alphebticaal
queue...
never the type to rehash a refurbishment
of SPAWN...

           i simply don't want this day-dream to end...
around me people cowering into sleep...
i'm left in limbo...
            between consetllations and the scythe
of the moon... dearest: moooooon...
i'm itching to break the silence with a howl...
but first: the thirst of a dog barking...
i hear a dog barking i'll start to howl!

aren't we simply becoming the same
tired people of old?
              more impetus...
more gravity! more fire! more tides!
more the quaking of the earth!
more whirlwinds! more! more!
one Pompeii is not enough!

                       almost one litre of whiskey
into the session and i'm sober-tense...
i'm starting to think that entertaining
hell is not a bad "gimmick"...
                  there's the imaginary hell-crowd
and there' some also doubly-imaginary
crowd of people that yet to be bound to imitation-migration
focus...
           next time you ask me:
i'd rather be eating ice: crunching on
ice than drinking water...
i want to burn my tongue...
licking ice...l i want to burn my tongue
licking ice: but first i want to be dipping
it in coridnader-cumin-chilli-turmeric mix-up
of spiders...

i want to first bruise my knees before
i lick them clean...
i want the strict juices of: not tomatoes?
red is red: ergo blood is blood...
vulture ****...
there's an open window:
there's an evaporating night too...

best refrain: 6 by 6s refrain on 9s...
since? there's plenty of 0s / oopses...
by this "flesh and blood"...
i heave this sand and timer
like: i was sadly woken up with
an inheritance of salt...
boiling blue bloods and boiling gravy...
a smile that reads: clenched teeth...
a smile so awkward that
it make^ a parrot think twice about
imitating human speech.

^a notable typo, i think i might require an editor
(insert a snigger); two alternatives:
1. it might make a parrot think twice,
2. a smile so awkward that it makes a parrot think twince...
all depending on the tense.
Na sombra uma mulher jaz morta, despida e dependurada pelo tornozelo, seus braços esticados portam dedos inchados de sangue coagulado, enquanto seus anéis apertam estreitos entre suas falanges, e as pontas de suas unhas quase tocam o chão. Posso ainda escutar seus gritos atormentados ecoar ao longe, posso ainda ver seus olhos escancarados diante uma plateia que saboreia sua tortura, posso ainda ver seu corpo obeso se debater em fobia e desespero numa tentativa ridícula e frustrada de escapar. Imóvel, resta apenas uma ***** enorme de banha e tetas caídas, algo em mim se compadece por esta criatura patética, algo não consegue segurar as gargalhadas. É apenas um corpo, nada demais. Se estrebuchou de forma caricata e cômica, desengonçada, amarrada de ponta-cabeça, toda espalhafatosa, desajeitada, seu desespero é hilário, acho que é a coisa mais patética, mais desprezível, mais insignificante, mais burlesca, mais tosca, que imaginei. Apenas um corpo escroto que em breve será engolido pelos vermes do vazio, sem nunca ter representado qualquer coisa além de uma involuntária comédia . Apenas um corpo. Já não sofre, nem se deleita, há somente um caminho incerto pelo qual percorro, e que ela já conhece a chegada.

Estarei eu ao fim dependurado pelo tornozelo? Ou quem sabe dando gargalhadas ao ver a fraqueza dos homens? Ou ainda mais, serei eu a amarrar os tornozelos da humanidade? Todos são os algozes, todos riem da desgraça que não lhes pertence, mas ao fim todos terminam dependurados pelos tornozelos.

Devo continuar caminhando. O corredor é muito escuro, devemos estar no subsolo, esse barulho nojento é perturbador... Um ninho de baratas! Saiam dos meus pés! Saiam dos meus pés! Não há como evitá-las. Elas sobem e se aninham no meu corpo, se reproduzem na minha virilha, fazem sua morada em meus orifícios. Sou tomado por baratas. Sou o homem-barata, o homem fétido, o homem-praga. Aqueles milhões de patinhas que caminham no meu corpo realizam uma massagem profana, sou tomado por um prazer proibido, me deleito com o perfume nefasto, nauseabundo, a ânsia me regurgita um animus enterrado, o horror de estar completamente desencontrado de tudo o que é convencional, a minha criança enlouqueceria ao me defrontar e saber que carrego seu destino com o pênis encoberto por uma gosma preta que se forma ao espremer as baratas que ali se encontram num movimento de masturbação decrépita. Minha mãe, ah, minha mãezinha tão simplória, tão católica, tão temente à um deus inexistente, com suas orações decoradas, com seus hinos de louvor,  seus terços pendurados na cabeceira da cama de madeira antiga e seu falar típico de quem decorou e aprendeu suas frases mais interessantes nas missas tediosas do Padre Adalberto, para mim a melhor hora da missa é a hora que ela acaba, minha mãezinha, ah minha querida mãezinha, definharia até a morte no exato instante em que me visse trepando freneticamente com baratas esmagadas no meu pau. E meu pai, sempre austero, seja lá o que se passa em sua cabeça, como uma parede pintada de bege escuro, como um corredor estreito e sem espaço nas laterais, simplesmente reto como uma tábua de madeira seca, inflexível, adepto de tradições antigas, de costas dadas não reconheceria esta figura repugnante, a se satisfazer de tão nefasto pecado, como uma prole de sua descendência.

Todos desejam esmagar o homem-barata. Mas ninguém quer limpar a gosma fedida. Deixem que as formigas carreguem essa coisa nojenta! Eles dizem. Que prazer insano é este de ser mutilado e fodido até às entranhas? De saber que não há mais volta para tamanha perdição? Isso é deixar todos os dentes da boca apodrecerem. Eis que entendo a velha! Eis que compreendo as gargalhadas de quem acaba de perder todos os dentes podres num chute violento de quem perde a paciência. Eis que pertenço onde de cá estou. Há uma beleza magnética no horror, algo que me arrasta para o interior do objeto horrendo, me distanciando sou arremessado às entranhas da podridão, como um espelho a revelar em mim mesmo aquele objeto da experiência, que em repulsa não posso parar de olhar.

O motorista tira a roupa, a velha tira a roupa, e todas essas pessoas horrorosas tiram a roupa, eu já estou nu e besuntado por essa gosma cinzenta de entranhas de baratas que exala esse odor nauseante que penetra as narinas de qualquer um que se aproxime, odor hipnótico para aqueles que compreendem o segredo. Parece que sou o mais desejável nesta câmara escura. Se aproximam de mim como animais ferozes a saltar de forma muda em direção a um pedaço de carne.
Suas unhas penetram os corações corrompidos. Me deixa rasgar você. Me deixa matar você. Ela aparece como um delírio. Me deixa provar o seu sangue. Me deixa comer você. Seu corpo alto e esguio. Sua pele feita de látex preto. Me deixa mutilar você. Sua pélvis curvada para frente e suas costas arqueadas para trás. Me deixa estuprar você. Sua longa calda que se projeta por vezes parecendo um pênis gigante. Me deixa destruir tudo o que você já construiu. Carne, eu quero carne. Seus olhos são como tontura. Sua língua é uma navalha. Seus cabelos fumaça tóxica. Matar, matar. Eu quero matar.

A rua está escura. Alguém se aproxima. Mate-o!!! Está passando ao meu lado. Não olhou, não olhou. Bata na cabeça dele! A faca! A faca! O sangue jorrando pela nuca. O corpo em convulsão dita o ritmo do gozo. Assim! Delícia!!! Quase!!! Está vindo!!! Ahhhhhhhh! O corpo inerte caído na rua. Me deixa dilacerar a carne. Me deixa rasgar a carne. Sangue, eu quero sangue! Me deixa provar. Minha faca corta freneticamente. A Avulvva está comendo. Está gostoso? Prove a carne!!!! Venha, prove.

A faca está no fundo do rio. As roupas estão queimando. O sangue já tinha secado. O fogo é atraente. Não é? Coloque sua mão no fogo! Vá, coloque! Isso eu não quero! Quer, eu sei que quer. Vamos, queime! Não vou! Ela está rindo de mim. Está me chamando de fraco. Merda, estou atrasado. Lavo meu corpo, o sangue escorrendo pelo ralo. A Avulvva está me olhando. Seus olhos são como tontura. Acho que vou vomitar! Que merda! Que nojo! Ela está rindo. Que merda... Sangue, eu quero matar! Me deixa matar! Hahahahahahaha.

Há um verme se alimentando das minhas entranhas, tomando o controle deste hospedeiro,  me fala aos ouvidos como a serpente sussurrou a Eva, provei o fruto proibido da carne crua, viva, sangrenta, provei o metálico sabor do líquido que jorra das artérias e nele me banhei, infinitamente gozei e a voz gritava ao mundo a ópera de sua ruína. Fui aos confins da lógica e ultrapassei a linha, nada significa nada, impulso: isso me faz existir.

Hoje quero amar a vida, quero que cantem os rouxinóis ao alvorecer, vou atravessar os sonhos encantados das noites de verão, gincanas e cirandas, CRIANCINHAS. Adoro criancinhas. Vinde a mim as criancinhas. Tão inocentes. Corpinhos tão pequenos. Tão macios... e cheirosos. A Avulvva gosta de crianças, ela gosta de machucar as crianças. Criança levada, cuidado cuidado que a Avulvva te pega, cuidado cuidado que a Avulvva te leva. Olá quem é o senhor? Eu sou um amiguinho e tem um lugar cheio de jogos e doces que eu posso te mostrar. É mesmo? É mesmo! Cuidado cuidado que a Avulvva te pega, cuidado cuidado que a Avulvva te leva. Carne de vitela é a mais suculenta, é porque o mundo ainda não corrompeu o filhote. A princípio  geralmente eles não entendem o que está acontecendo, mas depois... Depois é possível contemplar o pavor genuíno, um pavor que não sabe conscientemente o que está acontecendo, mas o impulso grita que é algo muito ruim, então eles berram e choram. A Avulvva sempre bebe as lágrimas primeiro, ela escorrega sua língua de navalha pelas bochechas até os olhos. Se farta das lágrimas, escorre o sangue, se farta de sangue, dilacera a carne, a carne é macia, delícia delícia, Avulvva te COME, cuidado cuidado.. As garras te apertam, você fica preso. Os olhos te fitam, você vê o medo. Cuidado cuidado, criança levada.

Já trepou com a morte? A morte tem os lábios frios, um hálito quase podre que se prolifera pelo corpo. Imóvel. Inanimada. A morte tem a boceta seca. O pau amolecido. E o cú cheio de bosta. Ó morte, amante perversa. Amante passiva e voraz. Me deixa provar a carne podre. Me deixa sugar o sangue frio. A Avulvva está vindo. Ela caminha velozmente. Ela é o trovão e a tempestade. Me deixa enfiar a cauda neste cú. Me deixa comer as fezes mortas. A Avulvva nunca se sacia. O horror pulsa em seus olhos de tontura. Me deixa brincar um pouquinho. Ela está quase sempre rindo. Suas gargalhadas perversas. Não há nada além de prazer. Nada além da maldade. Me deixa estuprar a morte.
Sonhei com a Avulvva ontem. Anteontem. E antes mais. Meu sonho é Avulvva. Ela é a voz que guia minhas visões. Terríveis. Maliciosas. Deliciosas. O que há além da carne? Se algum dia houve algo, já não existe mais . Ó Carne, és minha única e verdadeira deusa, a qual posso provar, a ti devoro toda minha paixão, a ti devoto todo meu rancor.
Wörziech May 2014
e com a falta dos ventos vindos do sul,
deixa conscientemente de sentir a liberdade de rodar estradas a fora.

Somente paira nele o interesse por presenciar ares históricos
e as tonalidades azuis entardecidas de trilhas já traçadas pelas correntes em Istambul.

Há de se dizer que peculiarmente nesse instante,
percebe, nele próprio, pontuações apanhadas
que sua adorável gaita não tardaria a memorar:

Não é como o desconhecimento prévio
de uma viagem antiquada;

Tampouco uma imitação da intermitente angústia
pela eclosão de sentimentos vendidos em cápsulas;
Menos ainda assemelha-se com as incertezas graduais
que ocasionalmente acercam uma mente amada;

Incomparável é àquela perda do título real
concedido pelos grifos dos selos já borrados,
jogados sobre a mesa e observados em companhia
de aspirações psíquicas,
sentida em uma insana tarde corroída pelo vício.

É, em verdade,
o ruído, abafado e sintetizado,
dos restos talhados em um porão sempre a oeste,
através dos trompetes, de fumaça e metal,
regidos em orquestra pelo grupo
Camaradas do Estado Mundial.

Uma sequência sonora que perdura a narrar uma bela ficção.
A trajetória dum velho chamado Cristóvão a desbravar,
com pensamentos amenos,
terras sem dono e de corpos sem coração.
A bela construção ideológica de utilizar a dor de seus pés
para tornar esquecida aquela no peito,
provocada pelos seus negros palpitantes pulmões.

Enredo a cantarolar sua bravura por abandonar o grande cavalo
não mais selvagem autônomo e colocar-se frente ao sol túrgido no
horizonte;
desdobrando uma desregrada peregrinação atormentada pela poeira em sua narina e uma ocasional perca de controle promovida
por uma tosse ora doce, ora amarga.

Sempre em sintonia com as batidas de uma nota perdida,
adentrando o território de brasões a cores e a gesticular com gentis ramos de um mato esquecido,
vira caminharem ao seu lado alguns dos seus mais queridos juízos.

Precisamente com seu conjunto de novos e velhos amigos, o calor do espaço ele agora prioriza sentir;

De pés descalços, somente se concentra em seu ininterrupto primeiro passo,
deixando de lado o frenético, deliberado e contínuo deslocar de aço
através das regulares e vagas pontes asfálticas pelas quais todos os dias ele fatalmente necessitava deixar suas despersonalizadas pegadas;
pontes que continuam a apontar o caminho plástico e pomposo
para o estável mundo das mais belas famílias a venderem, amontoadas,
suas próprias almas à beira da estrada rígida e sem graça.

*"Viajará fora das estradas!"
brandon nagley Aug 2015
I locked mineself
To her leg;
I swallowed the key
I shackled mineself, into her head.

I seeketh not to be free
By wordly standard;
The great architect
Showed me, I'm free with her, tis she is mine lantern.


©Brandon nagley
©Lonesome poet's poetry
©Earl Jane nagley dedication
Victor Marques Apr 2014
O Douro na sua plenitude
Quando me levantei, senti aquele sentido odor de uma linda manhã de primavera.  Os pintassilgos entoavam uma melodia que me ajudou a encarar o dia com mais serenidade e  encanto.  Olhei para este meu horizonte que se estende num infinito lonquinquo que parece estar ali para ser sempre contemplado e amado.
       Que Douro sublime excelso de ser pintado por expressionistas e cantado em versos pelos nossos poetas que não deixam de o servir e o idolatrar.  Desde menino que eu ganhei uma consciência duriense que nem com a morte ninguém ma irá roubar.  Não me canso de tentar perceber o xisto em harmonia,  complexo e eternizado com estes lindos muros que parecem até nem serem feitos por pedreiros terrenos mas sim por anjos do bom Deus que por aqui quis passar.
Casebres abandonados e fornos de secar os figos continuam na paisagem duriense vivos e ao mesmo tempo parecem sepultados para sempre no cemitério dum rio  Douro que se embala num Rabelo de outrora.
        As videiras imponentes parecem ressuscitar todos os anos pela altura da Páscoa.  Que beleza sentir e amar um Deus vivo que  bebeu o vinho para nos mostrar seu amor e assim dignificar todos aqueles que se dedicam a tão nobre tarefa. Toda a vegetação duriense exala perfume,  permitindo ao homem encontrar aqui um paraíso terreno e ao mesmo tempo um purgatório disperso nos patamares onde vinhas, oliveiras, amendoeiras, figueiras, laranjeiras,  sobreiros, torgas e giestas coabitam.
  Quem fala do Douro sublime não pode deixar de olhar para os rostos de suas gentes. Parece até que  não sabem amar mais nada, nem mais nada fazer. ...
Um saber acumulado de gerações é um legado de arte de bem-fazer vinho aliado a novas técnicas utilizadas por enólogos sedentos de fazerem dos vinhos do Douro os melhores do mundo.
        O Douro corre sem correrias. É meigo com seu leito. As vinhas bebem suavemente de suas águas doces.  Nós que aprendemos com o brilho do pôr-do-sol, que parece um verniz de esmalte que conforta crentes e não crentes.
O Douro que é de oiro está de deleite, de quarentena para nos ajudar a viver e a estar sempre perto da margem para embarcar na barca dum destino já traçado.
Victor Marques
Douro , sublime
Victor Marques Mar 2010
ESPELHO COLORIDO DO TEU OLHAR
Victor Alex Magalhaes Mar
Estrelas em sinfonia,
Natureza em harmonia,
Animais com suas crias,
Olhares nas pradarias.


Ribeiros e lamentos,
Saudade doentia,
Brilho da nostalgia,
Cabelos aos ventos.


Cacho sempre excelso,
Musgo e feto.
Barcos que navegais,
Vinho que embebedais.


Elas constroem suas casas,
Cartas voam ser ter asas,
Sentinelas da noite, silêncio do mar,
Espelho do teu olhar...

Vic Alex
- From Me...
Victor Marques Apr 2012
Árvores

As árvores são esperança,
Seus ramos, suas cores.
Troncos facetados,
Suas folhas e odores.


Umas com espinhos escondidos,
Até se ouve seus gemidos.
As árvores, felizes diferentes,
Sonhadoras e sempre exuberantes,
Ajudam todo o ser humano,
Nos amam com seu oxigénio.


As árvores enaltecem tudo de belo,
Unidas elo, por elo,
Se erguem em direção desenfreada,
Até parece que nasceram do nada.

Victor Marques
árvores
Victor Marques Jan 2016
Recorda  o que de bom viveste....


Comecei por fazer um pequena viagem ao reino do meu ser...tentei neste grande trajecto descobrir as afinidades e singularidades do meu ser. Nesta viagem ímpar e impiedosamente sincera terá um relevo especial tudo o que me toca e apaixona de uma forma continua e desmesuradamente bela.

    Como não poderia deixar de ser, esta minha viagem completa um percurso começado há muitos anos. Num pequena aldeia de Carrazeda de Ansiães, Castanheiro do Norte nasci para gáudio de meus progenitores.
Durante anos fui um menino feliz jogando pião, bola de trapos, usei socos de pau duro, livros, estudei,escrevi muita poesia e sempre olhei para aquele horizonte tão belo que desde o primeiro dia me apaixonou.

     Aprendi a gostar dos nossos, vinhedos, olivais,montes de sobreiros, torgas , giestas, zimbros.
Fazia caminhadas com meus amigos do **** masculino e íamos todos felizes tomar banho ao rio Tua, passando pelo Gavião e descobrindo sempre e sempre uma beleza intimamente rejuvenescedora .
As  coisas simplesmente belas estavam ali sem querer contrapartidas, para serem simplesmente observadas por quem as queria sempre ver...

      Nesta viagem existe sempre a vontade de regressar, de olhar para tudo que aqui temos com mestria, carinho  e porque não com amor eterno.
As pessoas que se encontram nesta viagem nos ensinam a viajar com cuidado, com sabedoria, com uma leveza de seres excepcionais que procuram nesta vida uma felicidade ligada ao meio envolvente de suas terras, de seus lugares preferidos que perduram nas suas mentes.

Um abraço amigo.
Victor Marques
JUVENTUDE , TERRA
Victor Marques Jul 2016
Quando me levantei agradeci ao Criador,  o bom Deus imparcial e infinitamente misericordioso por ter a oportunidade de poder ver a beleza da aurora, e  através dele santificar a palavra amor...
     Agradecer  da forma mais pura e imaculada a vida e o privilégio de podermos sentir este ar puro .Nossa Senhora da Penha um dia quis aqui estar e permanecer no meio de rochas que parecem feitas para Ela ao mundo a natureza  consagrar.
     Quando a nossa sensibilidade de alma nos faz sonhar e viver com a esperanca de um dia ressuscitar  a nossa passgem nesta vida e mais serena e harmoniosa. Tive um desejo enorme de Pedir amor  hoje nao so para a Victoria e para o Simao,  mas para todos nos!
Porque Deus e amor, vida comunhão .
Quando penso em Deus, vivo mais feliz e a grandeza de suas obras se manifesta encacaradamente nas entranhas, sempre entranhas de meu humilde ser.
     Quando penso em Deus penso mais em vos, nos nossos entes queridos que partiram e que la no paraiso pintam as mais telas para agradecer ao seu Rei e Senhor.
     Quando penso em Deus penso nesta sagrada uniao. Que a Igreja seja testemunha e que Nossa Senhora os Cubra com o verniz prateado do seu manto , das suas rosas brancas e da nobreza do seu coração.
Muito obrigado.

Victor Marques
Uniao,amor, vida
Victor Marques Apr 2012
Árvores

As árvores são esperança,
Seus ramos, suas cores.
Troncos facetados,
Suas folhas e odores.


Umas com espinhos escondidos,
Até se ouve seus gemidos.
As árvores, felizes diferentes,
Sonhadoras e sempre exuberantes,
Ajudam todo o ser humano,
Nos amam com seu oxigénio.


As árvores enaltecem tudo de belo,
Unidas elo, por elo,
Se erguem em direção desenfreada,
Até parece que nasceram do nada.

Victor Marques
árvores
goldenhair Jul 2013
Queria confessar, não resisto àqueles olhos
os seus, verdes, me encarando, fixos.
Corava-me a face, confundia-me o peito.
Uma lua refulgente num céu opaco
É como tentar descrever os olhos de Capitu.

Quando nossas mãos se encostavam
assim, de relance, sem querer
um segundo no tempo.
Arrepios.

Preencheria esse vazio dentro de ti e te faria só meu.
E nos meus poemas te descreveria com tanto fascínio
quanto o guerreiro branco descreve a virgem Iracema.

Seu sorriso doce, seu peito – meu leito
Canta suas canções no ouvido meu
Como fazem os pássaros na manhã,
cortando o silêncio que paira nos montes.

Deságuo no oceano da tua alma
Me afogo no teu afago
Procuro suas mãos de encontro com as minhas
Sozinhas.
Victor Marques Feb 2014
Espero a madrugada

A noite escura estava cansada,
De esperar pela madrugada.
O galo ansioso por todos despertar,
Eu abandono-me a este fenómeno peculiar.

No ermo onde existe um Senhor da Boa morte,
Noite escura em Castanheiro do Norte.
Os cedros parecem ter luz,
Eu perdido no silêncio que seduz.

A noite aqui é simples, singular,
A madrugada de encantar.
Candeias de outrora, cavalos e suas ferraduras,
Madrugada de anseios e aventuras.

O vento sopra solitário e as mimosas são fustigadas,
As madrugadas que tantas vezes foram madrugadas.
E eu aqui sozinho espreito com curiosidade,
Uma madrugada sem tempo nem idade.

Victor Marques
madrugada, noite, espera
COISAS DO ARCO DA VELHA

- Os etês gostam de bunda. Foi o que captei da conversa entre as meninas, enquanto caminhava no calçadão do Liceu.
- Tem caras que não gostam, né; acho que não são chegados; comer um cuzinho será que não faz bem?!
- Cruz credo! Exclamei mentalmente, e segui meu caminho rumo ao Fórum, que fica em frente.
Elas vieram na minha direção, a passos firmes, olhar direto, "você tem fogo...", perguntou a morena pele-de-cuia, "e como tem", observou a loira de olhos azuis, típica europeia, me examinando de cima a baixo, parando os olhos, ostensivamente, na minha barriguilha; "te vejo sempre por aqui", disse a morena, enquanto eu lhe entregava o isqueiro; "é, estou sempre na cantina, tomando café; café de Fórum é choco, frio, fraco, e causa-me asia; então, venho na cantina, às vezes comer alguma coisa", concluí.
- Uma bucetinha, um cuzinho e o que mais? Indagou a loura, acendendo o cigarro.
- Você está sempre cercado de meninas! Não é à toa!! Vai ver é o maior safadão, pica doce.... Completou a morena, sempre combinando seus ataques com a colega.

O Liceu é uma escola destinada à classe média alta, concebida nos tempos do império, onde só entravam filhinhos de papai e seus apadrinhados do aparelho de estado. Mas isso dançou com o advento da república, e hoje, assim como os "Pedro II", recebem qualquer um, desde que aguentem suas provas de avaliação, pois ainda são um padrão de ensino almejado pelas camadas interessadas em ascensão social e tecnica. Seus prédios são construções coloniais, com arquitetura rebuscada, estilosos; janelões de madeira nobre, ainda insensíveis ao cupim. Uma coisa fantástica em termos de concepção, pois possuem salas espaçosas, bem arejadas, lousas imensas, mesas de cedro vernisadas, cheias de gavetas; seus corredores lembram aqueles do filme Harry Potter, sinistros de arrepiar. E no caso do Liceu Nilo Peçanha, de Niterói, Rio de Janeiro, tem um sótão, que seguramente foi planejado como adega, pois tem balcãozinho cheio de compartimentos para copos, taças e talheres, à frente de um espelho na parede em moldura de mogno  e uma silhueta vitoriana; além de um velho barril de carvalho, aonde, sem dúvida, Casimiro de Abreu, Fagundes Varela, Lima Barreto e tantas outras celebridades literárias desta terra de orfandades iniciaram-se nos caminhos da radicalidade estética.

- Conhece o sótão do Liceu? Indagou a morena, quase ao pé do meu ouvido.
- É ideal para uma brincadinha... Insinuou ela. Respondi que lá eu já namorei, me embriaguei, estudei e fiz muita reunião do grêmio.
- Então é "liceano... Vamos!" Disseram ambas, quase em uníssono.
No rádio da cantina, exatamente às dez da manhã no meu Rolex, tocava uma canção, cujo trecho diz assim:" Deixa isso pra lá, vem pra cá, venha ver. Eu não tô fazendo nada, nem você também..." e seguia insinuando outras coisas, ditas pela voz de um dos meus tantos ídolos da mpb, Jair Rodrigues.

Bom, pra encurtar o lererê, a morena está aqui em casa há 32 anos. Já somos avós, e, nem os filhos nem os netos jamais saberão das nossas façanhas e quando lhe mostrei o rascunho deste texto, ela fitou-me com seu olhar fogueando e objetou: você não pôr aí os detalhes...
- Claro que não!! São nossas relíquias!

Esta crônica é resultado de uma conversa que eu teria com o velho companheiro de lutas Chico da Cátia. Era um companheiro de toda hora, sempre pronto a dar ajuda a quem quer que fosse. Sua viúva, a Cátia, é professora da rede pública estadual do Rio de Janeiro e ele adquiriu esse apelido devido a sua obediência a ela, pois sempre que estávamos numa reunião ou assembleia ou evento, qualquer coisa e ela dissesse "vamos embora!", o Chico obedecia, e, ao se despedir dizia: com mulher, não se discute. Apertava a mão dos amigos e partia.

Hoje, terceiro domingo do janeiro de 2015, estou cercado. Literalmente cercado. Cercado sim e cercado sem nenhum soldado armado até aos dentes tomando conta de mim. Não há sequer um helicoptero das forças armadas americanas sobrevoando o meu prédio equipado com mísseis terra-ar para exterminar-me ao menor movimento, como está acontecendo agorinha em algum lugar do oriente asiático. Estou dentro de um apartamento super ventilado, localizado próximo a uma área de reserva da mata atlântica, local extremamente confortável, mas cercado de calor por todos os lados, e devido ao precário abastecimento de água na região, sequer posso ficar tomando um banhozinho de hora em hora, pois a minha caixa d'água está pela metade. Hoje, estou tão cercado que sequer posso sair cidade a fora, batendo pernas, ou melhor, chinelos, pegar ônibus ou metrô ou BRTs e ir lá na casa daquele velho companheiro de lutas Chico da Cátia, no Morro do Falet, em Santa Tereza, para pormos as ideias em dia. É que a mulher saiu, foi para a casa da maezinha dela e como eu tinha dentista ontem, não fui também e estou em casa, cercado também pelo necessário repouso orientado pelo médico, que receitou-me cuidados com o calor devido ao dente estar aberto.

Mas, firulas à parte, lembro-me de uma conversa que tive com o Chico após a eleição do Tancredo pelo colégio eleitoral, que golpeou as DIRETAS JÁ, propostas pelo povo, na qual buscávamos entender os interesses por detrás disso, uma vez que as eleições diretas não representavam nenhuma ameaça ao Poder Burguês no Brasil, aos interesses do capital, e até pelo contrário, daria uma fachada "democrática ao país" Nessa conversa, eu e o Chico procuramos esmiuçar os segmentos da burguesia dominante no Brasil, ao contrário do conceito de "burguesia brasileira" proposto pela sociologia dos FHCs da vida. Chegamos à conclusão de que ela também se divide, tem contradições internas e nos seus embates, o setor hegemônico do capital é quem predominar. Nesse quesito nos detivemos um bom tempo debatendo, destrinçando os comportamento orgânicos do capital, e concluímos que o liberalismo, fantasiado de neo ou não, é liberal até o momento em que seus interesses são atingidos, muitas vezes por setores da própria burguesia; nesses momentos, o setor dominante, hegemônico, lança mão do que estiver ao seu alcance, seja o aparelho legislativo, o judiciário e, na falta do executivo, serve qualquer instrumento de força, como eliminação física dos seus opositores, golpe de mídia ou golpe de estado, muitas vezes por dentro dos próprios setores em disputa, como se comprovou com a morte de Tancredo Neves, de Ulisses Guimarães e de uma série de próceres da burguesia, mortos logo a seguir.

Porém, como disse, hoje estou cercado. Cercado por todos os lados, cercado até politicamente, pois os instrumentos democratizantes do meu país estão dominados pelos instrumentos fascistizantes da sociedade. É que a burguesia tem táticas bastante sutis de penetração, de corrosão do poder de seus adversários e atua de modo tão venal que é quase impossível comprovar as suas ações. Ninguém vai querer concordar comigo em que os setores corruptos da esquerda sejam "arapongas" da direita; que os "ratos" que enchem o país de ONGs, só pra sugar verbas públicas com pseudo-projetos sociais, sejam "arapongas" da direita; que os ratazanas que usam a CUT, o MST, o Movimento por Moradia, e controlam os organismos de políticas sociais do país sejam "arapongas" da direita; que os LULAS, lulista e cia, o PT, a Dilma etc, sejam a própria direita; pois do contrário, como se explica a repressão aos movimentos sociais, como se explica a criminalização das ações populares em manifestações pelo país a fora? Só vejo uma única resposta: Está fora do controle "DELLES!"

Portanto, como disse, estou cercado. Hoje, num domingo extremamente quente, com parco provimento de água, não posso mais, sequer, ir à casa do meu amigo Chico da Cátia. Ela, já está com a idade avançada, a paciência esgotada de tanto lutar por democracia, não aguenta mais sair e participar dos movimentos sociais, e eu sou obrigado a ficar no meu canto, idoso e só, pois o Chico já está "na melhor!"; não disponho mais dele para exercitar a acuidade ideológica e não me permitir ser um "maria vai com as outras" social, um alienado no meio da *****, um zé-niguém na multidão, o " boi do Raul Seixas": "Vocês que fazem parte dessa *****, que passa nos projetos do futuro..."  Por exemplo, queria conversar com ele sobre esse "CASO CHARLIE HEBDO", lá da França, em que morreu um monte de gente graças a uma charge. Mas ele objetaria; "Uma charge?!" É verdade. Não foi a charge que matou um monte de gente, não foi o jornal que matou um monte de gente, não foram os humoristas que mataram um monte de gente. Assim como na morte de Tancredo Neves e tantos membros da própria burguesia no Brasil, quem matou um monte de gente é o instrumento fascistizante da sociedade mundial, ou seja, a disputa orgânica do capital, a concorrência entre o capital ocidental e o capital oriental, que promove o racismo e vende armas, que promove a intolerância religiosa e vende armas, que promove as organizações terroristas em todo o mundo e vende armas; que vilipendia as liberdades humanas intrínsecas, pisoteia a dignidade mais elementar, como o direito à crença, como o respeito etnico, a liberdade de escolhas, as opções sexuais, e o que é pior, chama isso de LIBERDADE e comete crimes hediondos em nome da Liberdade de Imprensa, da Liberdade de Expressão,  a ponto de a ministra da justiça francesa, uma mulher, uma negra, alguém que merece respeito, ser comparada com uma macaca, e ninguém falar nada. Com toda certeza do mundo, eu e o Chico jamais seremos CHARLIE....  

Victor Marques Jan 2014
A Nossa Existência como seres humanos

      Nascemos em qualquer lugar e somos filhos de quem quer por amor ou desejo simplesmente de procriar ou prazer puro. Não engrandece ou diminui a nossa natureza de seres humanos que nascendo por amor ou não! A partir deste início comprometedor existimos para gáudio de uns ou tristeza de outros. Milhões de células se uniram para fazer nascer seres nossos semelhantes com qualidades e defeitos que de uma maneira ou outra vão tentar sobreviver numa sociedade desproporcional e incapaz de controlar: os devaneios, crises, empreendimentos, crimes, loucuras de uma sociedade débil e moribunda.
Mas humanos resistem com paixão, inteligência e idealismo puro para tentar combater: a fome, guerra e construir muros de paz. Sim com consciência temos homens que labutam por um mundo melhor e uma sociedade que fomente uma existência menos penosa e permita uma recompensa para a outra vida mais conveniente e digna.
      Todos nós temos direito à abundância de coisas boas nesta vida. O universo é totalmente gratuito para todos com uma harmoniosa junção de todos os fenómenos temporais que durante as estações de ano se manifestam na perfeição em sinfonias elaboradas por Deus eterno, infinito e Senhor. Deus nós ama feliz com uma amor intemporal e manifesto no amor de Jesus por todos nós. Com sua morte na cruz e sua Ressurreição exaltou os homens bons a viver com amor e por amor ao seu semelhante.
     Vivemos num sociedade global e intransigente em que os seres humanos coabitam nos mais diversos lugares. A nossa existência como seres será leal e justa se dermos todos as mãos uns aos outros e fazer algo nesta terra que nós faça orgulhar muito mais tarde no Céu. A nossa existência como seres humanos deixava de ser importante se não houvesse uma recompensa por tudo que divinamente o homem bom faz nesta vida terrena. Deus com sua infinita bondade disse ao homem para se multiplicar e difundir seu imaculado amor e ditou suas leis universais baseadas numa fé irracional e num amor de coração.            
     Cabe a todo o ser humano justificar a sua existência com um amor inadiável a todos os seus semelhantes. Através da escrita e com tudo que Deus criador me deu não passa um dia nesta minha vida de passagem sem lhe agradecer por minha existência e por este planeta terra maravilhoso em todos os continentes e latitudes.

Abraço amigo
Victor Marques
seres,humanos, Deus, fé, amor
Mariah Tulli Feb 2019
Chovia a umas três horas, nada tão diferente de dias normais em São Paulo. Clara se arrumava para o trabalho com aquela pressa de quem ia perder o trem, mas na verdade era apenas a euforia pro segundo encontro com Luisa, que ia acontecer no fim do expediente. Se desesperou mais ainda quando olhou para cama e viu o tanto de roupa que havia deixado espalhada.  E se no final nós viermos para minha casa? Vai estar tudo uma bagunça, pensou ela, mas deixou assim mesmo, pois não queria criar expectativas demais, era apenas o segundo encontro e como já havia notado, Luisa parecia ser daquelas meninas meio tímidas de início. Pronto, calça preta, blusa preta e um boné vermelho que combinava com o tênis, pois em dias de chuva era necessário já que sempre perdia a sombrinha.

- Oii linda, então está tudo certo pra hoje né? Saio às 17h e prometo não atrasar. Disse clara enfatizando aquela idéia de pontualidade mais pra ela mesma do que para Luisa.
- Clara.. ops, claro rs! Te encontro no metrô perto do seu trabalho :)

Luisa tinha mania de fazer piadas com coisas bem bobas, era sua marca. Logo em seguida da mensagem enviada percebeu que mais uma vez tinha feito isso e riu de si mesma. Assim se estendeu o dia, Luisa sem muito o que fazer pois era seu dia de folga, então estava com todo o tempo do mundo para se arrumar, mas era daquelas decididas que pensava na roupa que iria vestir enquanto tomava banho e em dez minutos já estava pronta. O relógio despertou às 16h, trinta minutos se arrumando e mais trinta no metrô. Luisa estava pontualmente no local combinado, mesmo sabendo que Clara iria demorar mais um pouco ate finalizar todas as tarefas. Mais trinta minutos se passaram e nesse tempo Luisa já estava sentada em um bar ao lado da saída lateral do metrô com uma cerveja na mão, avistou aquele sorriso intenso de Clara, sorriu de volta cantarolando em sua cabeça “cê tem uma cara de quem vai fuder minha vida”, música vívida entre os jovens.

-Desculpa, te deixei esperando mais uma vez, como vamos resolver essa dívida aí? Disse clara esperando que a resposta fosse “com um beijo”.
-Sem problemas, já estou quase me acostumando, me rendi a uma cerveja, mas podemos beber outras lá em casa, o que acha?

Sem mais nem menos Clara aceitou e ficou surpresa pelo convite, a timidez percebida por ela já tinha ido embora pelo jeito. Chegando lá sentou em um colchão em cima de um pallet que ficava na sala e começou a analisar todo o ambiente, uma estante com dezenas de livros e três plantas pequenas no topo. Luisa com o tempo livre do dia deixou a casa toda arrumada e a geladeira cheia de cerveja, abriu uma garrafa e sentou-se ao lado de Clara em seu sofá improvisado.

-Posso? Pergunta Luisa ao indicar que queria passar a mão no sidecut de Clara.
-Claro, aproveita que raspei ontem.

Com a deixa para carícias, a mão ia deslizando de um lado para o outro em um toque suave na parte raspada do cabelo, até chegar ao ponto em que Clara já estava ficando um pouco excitada e gentilmente virou-se para Luisa encarou-a e sorriu, sem dizer nada, silêncio total, deixando aquela tensão pré beijo no ar por uns segundos. E sem nenhum esforço deixou que acontecesse naturalmente, sentindo aquele beijo encantador de Luisa. Pernas se entrelaçaram, corpos mais pertos um do outro, Clara acariciava lentamente o ombro de Luisa, aproveitando o movimento para abaixar a alça de sua blusa e dar um leve beijo na parte exposta, se estendendo ao pescoço, fazendo Luisa se arrepiar. Naquele momento o ambiente começa a ficar mais quente e num piscar de olhos as duas já se livraram de suas blusas. Clara volta a acariciar a pele de Luisa, mas dessa vez mais intensamente, percorre a mão pela barriga, puxa cuidadosamente a pele perto do quadril para conter o tesão, vai deslizando pela coxa, e num movimento quase imperceptível abaixa o short de Luisa e beija seus lábios molhados, fazendo-a soltar gemidos de excitação, criando um clima mais ofegante. Luisa em um mix de sensações sentiu a pulsação mais rápida de suas veias acelerado o coração, pernas tremendo e mãos suando, até perceber que aquele oral era o primeiro em que se entregava por completo, e se entregou.  Estava segura de si que aquilo era mágica e com a respiração voltando ao normal, posou um sorriso no rosto, abraçou Clara e perdurou o afago até cair no sono.
Victor Marques Oct 2010
A treze de Maio

A fé de milhares de peregrinos,
Oram ao Deus menino.
O aroma das rosas, flores benditas,
Deus nos honra com suas visitas.

Em prece suplicante,
Passam nos locais sagrados,
O caminho nunca é fatigante,
Quando os passos são compassados.

Cânticos suaves, hinos de amor,
Todos em seu redor,
Virgem Maria, nossa Mãe!
Teu regaço é feito de bem.

A treze de Maio apareceu um dia,
Vistosa, brilhante nossa Mãe Maria.
As giestas já estavam floridas,
Francisco e Lúcia colhiam as preferidas.

Victor Marques
Victor Marques Aug 2013
Louvar a Deus

Carinhos te oferecemos,
Sentimento toca o coração.
Maravilha da criação,
Jesus nós amamos….

Rei dos criadores,
Louvar teu talento infinito,
Rouxinóis com suas cores,
Deus bendito.

O céu com suas estrelas resplandecentes,
Naves lunares e seus tripulantes,
Deus eterno e ressuscitado,
Vivo sempre, Imaculado…

Victor Marques
Victor Marques May 2014
A palavra amor é mágica e exala perfume em todas as suas vertentes. O amor não pode servir de veículo para conseguir aquilo que se pode fazer ou através dele obter. ?
O amor que vivemos neste mundo é sermos felizes e fazer os outros também. Existem amores que se complementam, que unem raças, religiões, pessoas, e que acima de tudo prevalecem mesmo depois da morte.
    Um amor sem contrapartidas, sem limites, sem contratos que parecem ofuscar a leveza do amor. Existem amores nobres, solidários, palpáveis, celestiais,  universais que nos faz pensar, sempre sentir o verdadeiro significado do amor.  Existem tantos acontecimentos na nossa sociedade em que o ser humano procura desmesuradamente um trabalho fácil, um abraço, um obrigado, um amor amigo. O ser humano se abandona por vezes ao capricho de ser amado, bajulado sem no entanto,  se aperceber que o amor é algo muito bem mais importante, grandioso aos olhos de todos aqueles que se dedicam com pureza aos outros seres.
    Por vezes nada podemos fazer para conseguir amar quem queremos amar...
Demos voltas e voltas e procuramos amigos, amor em tantos deleites que o mundo nos oferece materialmente. Deixámos o amor espiritual num patamar nunca lembrado. As crianças têm uma grande predisposição para dar um beijo,  um salto, um abraço,  um sorriso, para dar amor de uma forma livre,  linda e gratuita. Elas são puras, sinceras, choram , riem, prostestam e amam descaradamente tudo o que as rodeia.  Vêem nos animais ternura, carinho, e porque não amor....
    Existem algumas pessoas que não deixam entrar nelas o verdadeiro significado da palavra amor. Existem tantos acontecimentos na nossa vida em que o amor se manifesta de uma forma muito simples e familiar: casamento, baptizado, comunhão, morte ...
    Amor parece existir desde sempre. Quantas noites na vida do ser humano parece que tudo se perdeu!
Até o próprio amor se consome, se esvazia como um balão de ar que rebenta com uma alfinetada. O amor é uma arte de se comprometer com tudo o que existe, com o universo preciso, e respeitar as leis sublimes de um Deus Criador?
     Tantos seres humanos que parecendo insignificantes tem tanto amor para dar, para partilhar.  Nascemos e nem sequer sabemos se foi por amor ou por um desejo egoísta da busca de simples prazer....
O amor deveria ser um elevar da alma,  uma força poderosa de tudo conciliar e amar.

Com amor

Victor Marques
Amor, palavra, vida, seres
Eu vi as nádegas da minha mulher sendo apertadas e abertas por mãos grandes e peludas enquanto um trombolho descomunal abria caminho à caverna escura que acredito nunca antes ter sido explorada.

Eu ouvi os ecos no corredor de nosso apartamento, de sons transmitidos pelo esgoelamento de suas cordas vocais delirantes e indiferentes à opinião da vizinhança. Provei o sabor acre da facada pelas costas sem derramar uma gota de lágrima ou de sangue.

Os braços estavam amarrados à cabeceira, sodomizada, num transe hipnótico engendrado pelo pecado. Não me viram entrando. Sentei-me numa poltrona, ainda imperceptível, quase inexistente, um magma quente borbulhava em meu estômago, um vulcão erodia em meu peito, sentia morrendo todos os meus valores, toda a minha compreensão de mim mesmo, faltava-me ar aos pulmões, faltava-me alma ao corpo, já não poderia ser compatível com a ideia de pecado, o ódio se apossava como um demônio em meu corpo obrigando meus braços a se moverem, um escravo arrastado por suas correntes, arranquei minhas roupas, meu pau ereto desprovido de qualquer amor, de qualquer sentimento humano, erguia-se pelo horror, pelo prazer perverso que se apoderava das minhas ideias, o que estaria por vir me excitava.

Aquele homem diante minha indiferença. Seu pau broxado pelo terror da minha imagem. Meu pau duro como uma muralha impenetrável, pontiagudo como uma estaca, atravessou seu peito como uma lança, empalado pelo ânus até a boca. Mudo como um peixe fisgado pelo arpão. Castrado engoliu seus próprios testículos.

Ela com a pele esfolada em músculo crú, estuprada como uma puta barata pelo meu punho a atravessar sua boceta seca, amarrada com suas entranhas gosmentas e fedidas de mentiras e recoberta por fezes, esquartejei em treze parágrafos seu falso discurso . Deixei sua cabeça largada ao canto daquele quarto sujo.

Estancaram-se me encarando. Nenhuma reação, nenhum movimento.
Wow babygirl, 6 meses passaram depressa, e antes que eu me desse conta estava verdadeiramente vivo. Cada um desses dias foi único. Cada briga, cada sorriso, cada termo que inventamos, cada momento que tivemos, como você fazendo baby talk várias vezes sem querer, imitar animais (tão fofa imitando uma baleia) fazer os ditos "olhões" pra mim, correr por mim, chorar por mim, lutar por mim, e infelizmente até mesmo morrer por mim. A forma que andamos de mãos dadas meio que nos abraçando, você ter medo da Disney, eu aprender a andar de ônibus, ir na sua casa escondido, contar pros meus pais sobre você, contar pros seus pais que queria ser seu namorado, suas mixes, nossas músicas, coisas sobre o mundo que aprendi, na verdade aprendi muitas coisas sobre mim mesmo com você, algumas bem~ (cordas dizem tudo), eu comecei a amar minha vida por ter você comigo. Errei muito, fiz muitas coisas que sempre vou me arrepender, perdi sua confiança várias vezes té o ponto que estamos, e brigamos MUITO cara, como você costuma dizer não deve ter uma semana que não brigamos. E sinceramente acredito que isso vai mudar logo. Sei que nunca vai esquecer, e sempre vamos falar sobre os meus erros, eu te magoei e seria infernalmente horrível eu te obrigar a guardar tudo dentro de si, eu mereço ouvir essas coisas, são meus erros, e vou passar o resto da minha vida lutando pra me redimir por eles. Espero conseguir...

Ah, acho que devia ter dito isso no inicio, mas esse texto não vai ser separado em 100 coisas, mas vai ser tão bom quanto, e escrito em um dia, um dia pra eu escrever tudo que sinto por você. Sinceramente, acho que nem em mil anos conseguiria...Você me ensinou o que é o amor, e foi muito mais incrível do que eu pensava. Quando era menor, acreditava que se tirasse boas notas eu podia ficar rico e que isso me faria feliz. Mas ai você veio pra minha vida, e me mostrou como estava errado, eu largaria tudo por você, qualquer emprego, qualquer coisa, minha vida é sua, em todos os sentidos que possa imaginar. Eu quero ser tudo que você precisa. E vou sempre ser, ok? Mas, como disse no começo, passou tudo muito rápido. Pra mim, ainda somos como na 6ª série, apenas crianças juntas e se divertindo, eu gostando de você e você gostando de mim. Ainda sinto aquele mesmo sentimento. Você é meu primeiro e único amor, sempre vai ser, e não deve ter coisa melhor que isso. Logo no início mencionei estar verdadeiramente vivo, acho que já te contei isso algumas vezes, mas você me deu todos os tipos de sentimentos, você me fez sentir o mundo e sua beleza; sua beleza, ou seja, você. Você é a minha felicidade, e eu vou viver pra te fazer feliz. Você perdeu a fé em mim, mas eu te prometo, nunca vamos nos separar meu amor, nunca, e definitivamente vamos casar. E espero que essa seja a última vez que se faça necessário pedir, mas...Acredita em mim?

Tenho muito medo de te decepcionar, sabia? Tipo, você vive dizendo que sou perfeito, e que eu sou capaz de qualquer coisa, e que você acredita em mim, mas eu me sinto tão pouco. Não sou sequer capaz de escrever um bom texto pra você. Ou de passar uma semana sem brigar. Provavelmente não vou ter um emprego que te dê orgulho, não vou me sentir perfeito, mas eu também acredito em você, e por isso acredito que eu sou perfeito pra você. Mas isso não muda que eu tenho que me esforçar ao máximo pelo nosso futuro. Quero ficar com você pra sempre meu amor, e dar vários selinhos na sua boca até você sorrir, ou pegar nos seus pés quando você menos esperar, pular na cama e no sofá, brincar com você, namorar com você, comer com você, assistir filmes, tomar leite em pó, te amarrar e várias outras coisas que vamos fazer~ várias coisas, que de pouco em pouco e juntas, vão te fazer feliz.

É impressionante o quanto vivemos, e o quão rápido vivemos, e de pensar que foram apenas 6 meses...e que vamos ficar juntos esse mesmo tempo mais infinitas vezes, 1 ano, 2 anos, 20 anos, para sempre Rebeca.

Feliz aniversário de 6 meses amor da minha vida. (please see notes)
Prom?
Marco Raimondi Jun 2017
Narrador:
Por estes escuros campos, adejam agora dois irmãos,
No gorjeio do corvo, que sela da noite um recanto
Esvoaçam as folhas no vento da mais fria escuridão
A engolfar nestas negruras seus lúgubres cantos
Filhos sem mãe! Íncolas das infindas caligens!
São Érebo e Nix, que logram do Caos suas origens

Nix:
Canto às corujas, ao escuro sepulcro das mágoas!
Ao vazio dos sonhos cuja saudade finda a viver,
À frialdade dos atascais e suas obscuras águas,
À toda graça e ser que sozinho há de morrer!
Canto às sombras quais de noite encontram harmonia!
Que há de entoar tu, irmão, em notívaga poesia?

Érebo:
Se negamos da noite o brilho das rosas,
Pois então direi que há serena beleza
No obscurecer destas clarezas revoltosas!
Canto o orgulho de meu triunfo, nossa grandeza
Que da criança rompe o chorar
E, a todos, os horrores deixa de revelar!

Nix:
Cantas estas nossas glórias, irmão
Quais apenas neste, ao despertar comovido,
Há de findar, em dia de claro loução
E deste mesmo dia, de clareza parido,
Enterramos as luzes quentes e agitadas
No interno sereno d'um'alma fechada

Érebo:
Deixa te lamentar pois do destino tens a certeza?
Este sangrar fadado já me enfastia!
Levarei a revolta da noite em eterna proeza,
Pois tenho laços caóticos, índole da agonia;
Bastam-me as graças, natureza inteira,
Vinde, se te cansas o exílio de tal maneira!

Nix:
Se permites acompanhar-te neste egresso,
Destinaremo-nos às auroras! E realço
Que, pelas bençãos, não haverá regresso,
Pois crepúsculos não hão de tornar-se percalço!
Dá-me as mãos! Guiaremos este breu acrópeto
Mesmo vulneráveis, precipitados ao sol e seu ímpeto!

Narrador:
Pelos rasgos ofuscados que avançaram,
Suspendia-se o sol dos montes além
Errando as aves que os reluzires iniciavam
Diante dos breus, dos inóspitos suspiros do aquém;
De súbito, os místicos sussurros murmurantes
Tornavam o pálido destino cada vez mais distante

A ira do viajante e seu corcel, tornava-se incerteza
Consolava-se a ventura em tão visão inominada,
E tudo amparava-se pelo desejo e tristeza,
À campesina, a ventania expressava-se gelada
E um ancião desesperava: ''Ó natureza fria e austera!
Donde estão vossos deleites que dai-nos em primavera!''

Do dia, as horas obscuras eram feridas a sangrar
Os cânticos de luz cumpriam-se alucinados
E o Caos, de Gaia, pai, ardia-se a reinar
Por seus filhos, que d'uma fonte anárquica haviam tomado;
Apenas uma delirante e insípida ilusão luzia,
Enquanto a natureza, em aflição, lamentosamente gemia
O fulgor do ódio incauto, a devastação em chama ardente, faz cambalear o ser andante. Carrego o que fiz do destino como se embalasse um filho morto. Um aborto deformado e coberto por repugnância. Engendrado em ventre seco. Fruto interrompido de um estupro incestuoso. Esquartejado pelo bisturi de um hospital clandestino e imundo. Levo as partes dilaceradas deste feto hediondo à boca, devorando-as, freneticamente saboreio o sangue ainda morno e a carne mole desossada, elas descem entalando pela garganta, me engasgo, tropeço, vou de encontro ao chão, superfície áspera de concreto, me fere a face queimando minha pele, me observo nu enquanto vestido, vejo transeuntes vivendo suas vidas pacatas, com suas roupas da moda, seus farrapos, com seus carros de passeio, populares ou de luxo, com seus apartamentos, suas casas, sobrados ou mansões, os vejo em bares, em igrejas, no trabalho, alegres, tristes, esperançosos, desiludidos, preocupados, já não pertenço a este lugar.

Ando léguas sem freio em meus devaneios, meus pés estão em carne viva, os calos sangram, continuo a caminhar carregando um destino morto, estou sozinho em uma estrada deserta, me desfiz de tudo. Abandonei qualquer esperança, qualquer desejo, o impulso me movimenta.

A estrada de terra levanta ao longe uma nuvem de poeira, a nuvem é carregada pela ventania em minha direção, a poeira adentra aos meus olhos como vidro cortante, tento me proteger me encolhendo em posição fetal, está escuro, e mais, meus olhos não conseguem se abrir, a tempestade de poeira já passou, restando apenas uma bruma que permanece sem alvoroço, mas que se misturando com a noite transforma-se em uma parade opaca, intransponível, impossível de se enxergar através, algo parece se mover dentro dela, e trazer de volta a tempestade, está se aproximando de mim rapidamente.

Um ônibus velho e cheio de ferrugem pára ao meu lado, escuto o ranger metálico estridente das portas se abrindo, todos os meus pêlos se arrepiam, sou derrubado novamente à realidade, à estranheza deste evento inesperado, mais uma vez o impulso me guia, pela primeira vez desde aquele dia sinto medo, pânico. Qual ser atroz faria ali, no meio do nada, esta parada insidiosa? O interior do veículo está completamente coberto pela poeira e a escuridão.
Victor Marques Sep 2013
Sonhos


Pairas no pensamento, no inconsciente!
Estou eu a visionar as cataratas que explicam a beleza do salpicar das gotas de água…
O paraíso com anjos vestidos de um rosa velho mal tratado passeia numa barca que até
Já fora do diabo.

A espuma desse mar celestial quase entra em tão enfadonha embarcação.
Ruma em direção aos confins de lado nenhum, pois os sonhos se multiplicam e em segundos
Se esvanecem. Foge o vento que em dias de tempestade é frio, bate em tudo que lhe aparece á frente.
Temos sonhos dos dragões que no cabo das tormentas nos amedrontam todos os dias, nós fazem tremer de medo, chorar …transpirar junto aos lençóis de linho já raro.

Que pesadelo, que sonho arrepiante!

Existem sim os sonhos que também são sonhos de todos os seres humanos. O sonho de ser amado e amar na plenitude enquanto ser vivo.
A dignidade humana está na perseverança de quem sonha com amor a causas nobres. Na sua vida terrena o homem sonha e obras maravilhosas nascem por amor.

O meu sonho é um sonho de amor pelos outros, de dar de uma forma gratuita: um sorriso, um aperto de mão, um abraço, um conselho, uma troca positiva de olhar.
O meu sonho é o sonhar com Deus amor feito de bem, um sonhar que vai sempre mais além…
O meu sonho é amar a natureza sempre e respeitar suas leis…
Nunca deixes de sonhar, de contemplar as estrelas, o orvalho, o sol, a lua. Estamos num tempo que temos de sonhar sempre mesmo estando acordados.

Victor Marques
Wörziech May 2013
Amigos queridos,
sem faces e sem nomes.

Retiradas foram suas vísceras,
logo antes de seus corpos imergirem
em um exacerbadamente denso volume de sangue
grotesca e plenamente apreciado
pelos algozes responsáveis,
certos irreconhecíveis demônios.

Vieram dos céus os tais tiranos,
visíveis, mas imateriais,
enquanto esperávamos
inconscientes e inevitavelmente despreparados
para uma luta justa.

Sobre os indiferentes, distantes,
mas ainda amigáveis e queridos companheiros,
ainda recordo de alguma ordem:

O primeiro não sentiu dor alguma,
bem como nada viu ou percebeu; fora partido ao meio.
O segundo, já desesperado e afogando-se em lagrimas,
tornou-se borrão de um vermelho pesado, grosso e brutal;

Dos outros, três ou quatro,
somente tenho em mente os gemidos inexprimíveis;
uma junção entre suspiros e soluços
de uma morte nada convidativa e próxima.

Foram todos rostos sem faces perdidos
na espera do desconhecido fatalmente promulgado
pelas minhas ânsias.

O ultimo vivo me induziu à única ação possível:
pude cair meus quinhentos intermináveis metros;
deslizando, enquanto tentava me segurar,
por um material recoberto de farpas
que transpassavam minhas mãos,
as quais sangravam em direção a um mar, sombrio e obscuro;
me afundei irremediavelmente em minhas próprias aflições.
Victor Marques Oct 2013
Memória branca da tua imagem Rio Tua

Por entre vales e frescas fontes,
Socalcos e belos horizontes.
No comboio sempre do Tua,
Um beijo na doce lua.

Rio tão belo que engoles as colinas,
Memória branca da tua imagem,
Comboio sem carruagem,
Carrocel sem suas meninas.

S. Lourenço que te olha divinal,
Rio Tua do bom Deus e de Portugal.
Pedras inertes tuas sempre serão,
És rio e bom vilão…

Tantas histórias os vindouros contarão,
Dum rio com memória e solidão,
Rio dum comboio que nunca vai passar,
Excelso amor vai perdurar.

Victor Marques
rio, amor, memória,comboio
Jami Denton Feb 2010
You find comfort in the arms
of women who do not hesitate
to **** their own children;
your children
just like flushing a **** down a toilet.
Because its poetic?  Or tragic?  Or just f-ing sad?
Or because in their company you become the effortless hero,
replacing stale smoke for oxygen
and trying to die?
If life were a sinking ship, you'd be the first rat a running-
so the women and children had better move fast.
There is just no room in your one man life boat.
Why with your ego,
and your lonliness,
and that grudgeyou're holding
against God.

Fumaça por oxigênio

Tu encontra conforto nos braços
de mulheres que não hesitam
em matar suas próprias crianças;
tuas crianças
como se estivessem despejando merda descarga adentro.
Porque é poético? Ou trágico? Ou apenas triste pra caralho?
Ou porque com elas tu te transforma num herói sem esforço,
substituindo fumaça mofada por oxigênio
e tentando a morte?
Se a vida fosse um navio afundando, tu seria o primeiro rato a fugir
é melhor que mulheres e crianças se apressem, portanto.
Simplesmente não há vaga em teu barco de um homem só.
Com teu ego, e tua solidão, e esse rancor
tu segue desafiando Deus.
Victor Marques Jan 2012
O mar dos poetas

Sereias do mar em que eu acredito,
Ilhas do oceano pacifico,
Noites que dormem em mim,
Cavalgadas no horizonte sem fim.

Escravizados pela monotonia que nos engana,
Faróis que alertam os desprevenidos,
O azul do mar que nos chama,
Poema dos poetas esquecidos.

A liberdade dos versos meus,
Ondas brancas com espuma,
Linhas azuis de coisa alguma,
O mar e Deus.

Cemitérios dos poetas sem nome,
Barcos sem velas içadas,
Imensidão que abraça e consome,
O mar, os poetas e suas cavalgadas.

Victor Marques
Julia Jaros Nov 2016
Sonha em se vestir com as nuvens
Cantar para uma platéia no topo da montanha mais alta
Sentir a luz do sol infiltrando seu corpo
Compartilhando o brilho entre si.

Beijar sem machucar
Divertir sem causar alvoroço
Ver sem precisar matar
nem correr para qualquer pescoço.

Beber um licor no bar mais caro
Flertar com os bonitões
Um volume a mais em suas calças
Escapando-lhes os botões.

A única platéia daquelas asas pretas,
aveludadas
Era o limo da gruta
Não corria, nem se assustava
Batia palmas quando ela cantava.
Se apaixonara.

Como poderia dar certo?
Ela queria o mundo
Saia todo dia por um segundo
Queimando-se
Por um breve trinfo.
Victor Marques Jul 2012
Bem viver


Bem viver sentimento que eu tenho,
Incorporado no meu ser,
Abandono sem ser abandono,
Dono sem ser dono,
Bafejado com tudo o pudor,
Deus dá vida, dá amor.

Bem viver do meu passado,
Rosa aberta sem pecado,
Rio que te dá de beber,
Suspiro de bem-querer.

Fantasia que preza seres prediletos,
Musgo rodeado de seus fetos.
Inconsciência, dor, vitórias, conquistas,
Corredores em suas pistas.

Bem viver dos líricos subalternos,
Frio outonal sem seus invernos,
Às escuras e a viver porque não?
Pedaços de vida, de viver e solidão.

Victor  Marques
Victor Marques Jun 2012
Acordar

Na noite adormeço os sonhos do dia,
No travesseiro repouso poesia.
As estrelas brilham no firmamento,
Eu acordo a cada momento.

Podemos ter sonhos inacabados,
Segredos bem guardados.
Silencio magistral para o corpo e nossa mente,
Acordar novamente…

Os que acordam em camas de ninguém,
Felizes sem nada acordam também.
A natureza com suas rolas a cantar,
Quatro da manhã toca a despertar.

O Silencio da noite santifica,
O Sono te acolhe e dignifica.
Nas estradas do mundo ao luar,
Eu me sentei para acordar.

Victor Marques
acordar,despertar, noite, dia

— The End —