Sinto-me fraco e impotente
Quando ouço o que dizes
Só para me ver contente.
Nessa vã tentativa, eu sorrio
Para sentires que cumpriste o objetivo.
Dizes-me que estou cada vez mais frio
E eu calo-me para não ser repetitivo.
Recuso-me a explicar-te novamente
Que nada nem ninguém poderá mudar
O que vai na minha mente
E que ninguém me pode ajudar
Mesmo que tente incansavelmente.
É algo com que aprendi a lidar
Embora contra a minha vontade
E mesmo que tentasse explicar
Iria ficar pela metade.
Vou tentar:
Talvez assim me sinta menos cobarde!
É um sentimento que vem acompanhado...
Por estar neste estado
Acabo me sentindo culpado.
Culpado por ser insuficiente.
Insuficiente para o que quer que seja.
Só quero seguir de forma prudente,
Não é isso que todo o mundo deseja?
Sinto-me um fardo,
Não me leves a mal,
Mas estou farto.
São os sentimentos que se atropelam,
Vozes na minha cabeça que não se calam,
Dúvidas que se interpelam
E outras coisas que me abalam
E me deixam ansioso.
A ansiedade gera medo
E o medo gera ansiedade.
É neste ciclo vicioso,
Entre medos e outros enredos
Que eu me encontro com a realidade.