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Sabbathius  Sep 2014
A Mensageira
Sabbathius Sep 2014
Esta espada me foi dada
E me dito: "Segue a estrada"
Tal experiência tão falada,
Para sempre recordada

Uma mensagem recebi
E todo o perigo antevi
Neste reino em que vivi
Da escuridão me apercebi

De lá de cima me foi confiado
Que salvasse todo o reinado
Seguindo o caminho encarnado
Com bravos guerreiros a meu lado

Batalhas a dentro todos liderei
Sempre em frente, sempre ganhei!
Muito orgulho trouxe ao rei
E os invasores daqui expulsei!

Invasores estes que me levam agora
Servido o meu propósito est'hora
Meu Senhor, deixasTes-me à nora!
Servi-Vos e mandais-me embora!


*A Mensageira by João Massada is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Mariah Tulli Feb 2019
Chovia a umas três horas, nada tão diferente de dias normais em São Paulo. Clara se arrumava para o trabalho com aquela pressa de quem ia perder o trem, mas na verdade era apenas a euforia pro segundo encontro com Luisa, que ia acontecer no fim do expediente. Se desesperou mais ainda quando olhou para cama e viu o tanto de roupa que havia deixado espalhada.  E se no final nós viermos para minha casa? Vai estar tudo uma bagunça, pensou ela, mas deixou assim mesmo, pois não queria criar expectativas demais, era apenas o segundo encontro e como já havia notado, Luisa parecia ser daquelas meninas meio tímidas de início. Pronto, calça preta, blusa preta e um boné vermelho que combinava com o tênis, pois em dias de chuva era necessário já que sempre perdia a sombrinha.

- Oii linda, então está tudo certo pra hoje né? Saio às 17h e prometo não atrasar. Disse clara enfatizando aquela idéia de pontualidade mais pra ela mesma do que para Luisa.
- Clara.. ops, claro rs! Te encontro no metrô perto do seu trabalho :)

Luisa tinha mania de fazer piadas com coisas bem bobas, era sua marca. Logo em seguida da mensagem enviada percebeu que mais uma vez tinha feito isso e riu de si mesma. Assim se estendeu o dia, Luisa sem muito o que fazer pois era seu dia de folga, então estava com todo o tempo do mundo para se arrumar, mas era daquelas decididas que pensava na roupa que iria vestir enquanto tomava banho e em dez minutos já estava pronta. O relógio despertou às 16h, trinta minutos se arrumando e mais trinta no metrô. Luisa estava pontualmente no local combinado, mesmo sabendo que Clara iria demorar mais um pouco ate finalizar todas as tarefas. Mais trinta minutos se passaram e nesse tempo Luisa já estava sentada em um bar ao lado da saída lateral do metrô com uma cerveja na mão, avistou aquele sorriso intenso de Clara, sorriu de volta cantarolando em sua cabeça “cê tem uma cara de quem vai fuder minha vida”, música vívida entre os jovens.

-Desculpa, te deixei esperando mais uma vez, como vamos resolver essa dívida aí? Disse clara esperando que a resposta fosse “com um beijo”.
-Sem problemas, já estou quase me acostumando, me rendi a uma cerveja, mas podemos beber outras lá em casa, o que acha?

Sem mais nem menos Clara aceitou e ficou surpresa pelo convite, a timidez percebida por ela já tinha ido embora pelo jeito. Chegando lá sentou em um colchão em cima de um pallet que ficava na sala e começou a analisar todo o ambiente, uma estante com dezenas de livros e três plantas pequenas no topo. Luisa com o tempo livre do dia deixou a casa toda arrumada e a geladeira cheia de cerveja, abriu uma garrafa e sentou-se ao lado de Clara em seu sofá improvisado.

-Posso? Pergunta Luisa ao indicar que queria passar a mão no sidecut de Clara.
-Claro, aproveita que raspei ontem.

Com a deixa para carícias, a mão ia deslizando de um lado para o outro em um toque suave na parte raspada do cabelo, até chegar ao ponto em que Clara já estava ficando um pouco excitada e gentilmente virou-se para Luisa encarou-a e sorriu, sem dizer nada, silêncio total, deixando aquela tensão pré beijo no ar por uns segundos. E sem nenhum esforço deixou que acontecesse naturalmente, sentindo aquele beijo encantador de Luisa. Pernas se entrelaçaram, corpos mais pertos um do outro, Clara acariciava lentamente o ombro de Luisa, aproveitando o movimento para abaixar a alça de sua blusa e dar um leve beijo na parte exposta, se estendendo ao pescoço, fazendo Luisa se arrepiar. Naquele momento o ambiente começa a ficar mais quente e num piscar de olhos as duas já se livraram de suas blusas. Clara volta a acariciar a pele de Luisa, mas dessa vez mais intensamente, percorre a mão pela barriga, puxa cuidadosamente a pele perto do quadril para conter o tesão, vai deslizando pela coxa, e num movimento quase imperceptível abaixa o short de Luisa e beija seus lábios molhados, fazendo-a soltar gemidos de excitação, criando um clima mais ofegante. Luisa em um mix de sensações sentiu a pulsação mais rápida de suas veias acelerado o coração, pernas tremendo e mãos suando, até perceber que aquele oral era o primeiro em que se entregava por completo, e se entregou.  Estava segura de si que aquilo era mágica e com a respiração voltando ao normal, posou um sorriso no rosto, abraçou Clara e perdurou o afago até cair no sono.
Queda fugidia pensamento ínfimo
Verdades vítreas de um sangue imaculado
Mensagem pagã pairando sobre o lago
Metamórfico
Outra vez vivendo súbita miragem
Eterno retorno ao calafrio
& o caminho que volta é longe
Para calar um anjo
Emudeço
Sou caimorpheuperséfone
Em performance abissal
Logo remeto podres virtudes dolorosas
Ao ventre frio procura esquece vozes tardias
Socorro, I need walk to the moon & descobrir
Seu sangue
No meu sangue

                                                     Nada
                                                     Existe
                                                TUDO é sim
Para sempre meu ser em náusea abundante
& o clarão do ontem navega falsas virtudes
Próprio ser finito pós – sentidos
                          (sente calma
                           Alma expulsa?)
Para sempre estarei longe percebendo o real
& as figuras bacantes em inefáveis folguedos invisíveis
Musicando deslizes performáticos
Resultados impossíveis do possibilitado

Para sempre a prisão alheia expulsa em mim
& as vertentes nas velhas ruínas
Partícula obscena de peles espessas
Filme novo de existências imortais

Para sempre estarei mudo conversando com o cordeiro
& as visões memoráveis calarão o estático mundo
Promessa revolta mensagem do paraíso
A deusa dança nos confins do firmamento

Em repúdio ao palpitar existente
Fora o mágico silêncio em noites sem fim
Fora o distúrbio em mim
                   ( sente medo
                    Alma fugidia? )
dead0phelia Mar 2019
sinto tudo tão inacabado como se minha alma fosse uma obra com aquelas paredes de concreto com uma só mão de tinta branca com os fios das lâmpadas soltos em todos os cômodos de mim me sinto como a música no carro que sempre mudo antes de acabar porque sempre quero ouvir a próxima ou como a terceira vez que voltei pra finalizar esse texto como o último abraço que dei no meu pai e nem levantei da cadeira o caderno da minha aula de arte moderna a mensagem que eu comecei a escrever no ponto de ônibus e não deu tempo o último beijo que eu dei em você e nem encostei a língua no céu da tua boca amanhã já vem e não conclui nada de hoje se eu morresse eu nem teria vivido
Um pouquinho mais romântico que antes
Não mando mensagens de Bom Dia como antes
Hoje prefiro estar no teu portão
Com flores na mão como antes
Camisete suada respiração ofegante
“Corri ate aqui”
Mas são seis da manha, tu dizes.
“Melhor hora pra colocar um sorriso na tua cara e começar o nosso dia”.
Teu sorriso é a melhor mensagem de bom dia
Não tiro os olhos de ti
Talvez esteja tirando fotografias
Ou talvez tentando descobrir o que te torna mais especial que as outras
“Deve ser o jeito que o teu nariz fica quando sorris”
“Ou se calhar é o meu sentimento por ti”
...
Victor Marques Oct 2021
Que a tua sabedoria e leveza de viver,
Te ressuscitem sem nunca morrer,
Deus te eleve no paraíso ao amanhecer.
Também tu  amaste a terra, o céu, o mar...
Nas escadas de tua avo gostavas de conversar,
Olhavas para todos com inocência singular.

Na tua ultima mensagem que me emociona,
Versos da mais bela poesia vem a tona.
Meu amigo poeta religioso duriense, portuense,
Com teu olhar abraças o teu semelhante,
Amaste tua terra e sua gente...

Me rejuvenesce Santo Deus para Sempre te amar,
Abre as Janelas do céu para Tabosa da Pena entrar,
No Olimpo que cantem todos os anjos sua gloria,  
E a eternidade seja a tua vitoria ...

Victor Marques
poeta, pintor, realizador
hi da s Oct 2017
não sei onde aprendi que o medo é irracional e é uma resposta do cérebro. teu corpo não sente medo e sim um órgão que mais parece um punhado de minhocas encurraladas.
por um tempo eu juro que achava não ter medo de morrer, talvez só um leve pavor de sentir dor.
e o tempo funciona mesmo de formas estranhas e complexas. houve períodos que não cogitava pensar em morrer, mas agora parece que tudo mudou e o pavor da morte surgiu acumulado.
esse medo é o do nada ou do tudo que pode vir depois. ninguém pode me responder ao certo. meus avós já mortos não voltaram em sonho nem deixaram uma mensagem sobrenatural sobre nada. talvez isso já seja uma prova de que a morte é de fato um grande nada.
isso tudo é assustador. pensar que tu só tem uma chance pra acertar. e só de saber que não vais mais experimentar o mundo é sufocante.
como pensar na morte tranquilamente natural se vários prazeres que o corpo em conjunto com a vida são as coisas que me fazem querer continuar?
não consigo aceitar que um dia eu não vou mais sentir o calor do sol tocando a minha pele. cheirar aquela brisa do mar assim que se chega na praia. ver alguém que tu ama muito tendo um dia bom e ver ela sorrir. ouvir pela primeira vez uma música boa. observar alguma peculiaridade no meio do caminho que aparentemente ninguém mais notou. olhar pra um por do sol e pensar que aquele tem todas novas cores e que cada dia um é diferente do outro. pensar a toa sobre coisas bonitas que acompanham a gente durante o dia. aprender algo. algo bom. fazer **** com alguém. fazer **** consigo mesma. rir sozinha. rir com alguém. dançar. conhecer alguém novo. chorar. escrever. desenhar. ver. ouvir. falar. gritar. gemer. sussurrar. fumar. comer. sentir emoções. pensar. imaginar. criar.
todo um paragrafo infinito de realizações que de repente para de funcionar. vivemos quase sempre menos de cem anos e ainda é pouco porque o mundo pra gente é absurdamente infinito. e tão grande que dá agonia pensar. viajar por todo continente e saber que não dá pra ver tudo. sobre todos os mais minuciosos detalhes. sufoco. me sinto sufocada e não tem nenhuma pressão em cima de mim, exceto por mim mesma. felicidade. vou parar por aqui.
Dayanne Mendes  Nov 2023
Desamor
Dayanne Mendes Nov 2023
Esqueci de não mandar mensagem
Esqueci do horário
Esqueci que os sentimentos espalhados eram meus, não seus

Fui tomando o café requentado
Nem reparei no gosto amargo
Na pressa de estar acordado
De enxergar algo bom entre eu e você

Fui me deixando de lado
Cada vírgula fora do lugar, um incômodo
Uma explicação
Pro que não devia nem ser explicado

Desaguou o desamor
Mariana Seabra Mar 2022
Deixo de herança todos os pensamentos

Perdidos ao luar,

Escritos na página invisível da vida,

Impossíveis de partilhar.



Deixo de herança todas as garrafas,

Que esvaziei e pousei à beira-mar,

Com uma carta escondida lá dentro,

Incógnita ainda por entregar.



Deixo de herança todo o fumo,

Que compulsivamente inalei

Para tentar matar a doença

Da qual nunca me curei.



Deixo as pegadas na areia,

Que rapidamente se apagaram.

Marcas da efémera passagem dos seres

Que por mim passaram.



Deixo de herança o sol de inverno,

Tão apreciado por toda a gente.

Desejo que aqueça as almas frias,

Que não deixe ninguém indiferente.





Deixo de herança o incenso

Que nunca acendi.

Espalhado pela brisa,

Como qualquer cheiro que senti.



Deixo de herança toda a música

E cada marca que deixou.

Atenciosa companheira,

Que tantas vezes me salvou.



Deixo de herança o rio,

No seu mesmo exato lugar.

Lembrança eterna que existe um sítio seguro

Para onde o desespero nos pode levar.



Deixo de herança a pedra afiada,

Que me esculpiram no lugar do coração.

Memória da crueldade no olhar

De quem a infância me roubou.



Deixo ligadas as luzes da aldeia,

Que me abrigaram no solitário berço.

Agarro o impulso que me levou à procura

De tudo o que ainda desconheço.

  



Deixo de herança em papel amarrotado,

Algum sangue que derramei.

Lágrimas, cicatrizes e o fardo,

De ser tão brutalmente consciente

De tudo aquilo que sei.



Deixo de herança o meu amor,

Sorrisos, abraços e essências,

Partilhadas no pôr-do-sol.

E que nesta viagem de turbulências,

Repares na simplicidade do sentimento

Que achaste saber de cor.



Deixo de herança uma moeda,

Ao pedinte que conheci

E que nunca a chegou a gastar.

Esqueceu-se que para a salvação da vida

Não há dinheiro, nem há fornecedor

Onde ele a possa ir comprar.



Deixo de herança o pássaro branco,

Que ainda não se atreveu a pousar.

Canta mais alto a cada Primavera,

Só para me relembrar,

Que as raízes são uma ilusão

Criadas por quem não as consegue descolar.





Deixo de herança duas mãos quentes,

No peito frágil de uma criança,

Que nasceu órfão de mãe

E cresceu sem esperança.


“Nas noites escuras que te abraçam.

Nos dias cinzentos a que te entregas

Que sintas neste aperto a mensagem

De toda a força que carregas.”




Deixo de herança este poema,

Escrito num sonho que se entranha

E do qual nunca acordei.

Vem…

Traz o mapa que queimei.

E encontra-me para lá da montanha

Onde também eu me encontrei.
Fortes  Jun 2018
ecos.
Fortes Jun 2018
se encontram no cruzamento
de uma grande encruzilhada
em cada canto uma paulada
refletida em cada rua
através uma mensagem crua
e nua

que no início não era tua
mas que ecoou na tua mente
até o tempo presente
e agora eu sei que tu sente
aquela sensação pendente
na tua mente

começou com uma frase
e depois veio a emoção
no fim do dia tu sabia
e sentia tudo aquilo que fingia
que não existia

e agora é tu ali
no meio daquelas ruas
gritando aos 4 cantos
se livrando dos teus mantos

chegou em outra encruzilhada
uma ainda não marcada
pelas vozes mascaradas
dentro dessa mente que ferve e emerge a todo tempo


guria, pega tuas palavras
e gruda elas nos ventos
que te cercam
eu sei que alguém vai ouvir
e sem tu precisar pedir
toda essa tua luta vai bater num grande espelho
e logo vai refletir

não te cala
grita
usa tua voz como tinta
e pinta
o tempo
porque mais tarde bate um vento

e aí pronto
ecoou de ti pra outro
Wörziech May 2013
Sentado. Busco o fluir dos sentimentos através de um instantâneo tempo imensurável, criador de uma eterna percepção momentânea. Advertindo-me algo novo estão as sombras, grandes companheiras. Tento me conectar, simultaneamente, à variação de frequências das vozes, das almas; tão amigáveis, expansivas, comunicativas e sempre voluntariosas, dispostas a compartilhar sua essência, preparadas para compor – nunca me deixam só. Apesar disso, algumas vezes me sinto distante, sinto que há falta de minha plena ternura. Lindo o desnecessário. Antiquado moderno. Anacrônicos argumentos favoráveis. Torpes e confusas palavras desconhecidas não lineares se desfazem nos meus olhos e os ofuscam em uma explosão surreal no vaco do universo mental. A transmissão se modifica, a mensagem não. Funesta lógica perdida e procurada. Caricias de uma estrela distante e já morta. Compreensão do que já não existe. É a busca do que sempre esteve morto, sentado.

— The End —