Submit your work, meet writers and drop the ads. Become a member
Danielle Furtado Aug 2014
Acorda e já não sabe quem é, mas que diferença faz quando não se quer ser alguém?
O cigarro queima enquanto pensa em respostas para a vida, meio dia. A fumaça preenche o vazio e alivia a ânsia que as dúvidas causam, enjoada pela própria ignorância, por mais que tente saber tudo, não sabe nada. Então percebe todas as pessoas indo aos seus destinos, como fantasmas, ninguém as nota, nem elas mesmas, é tudo automático e ninguém realmente sabe o que está fazendo. Qualquer obstáculo no caminho para o trabalho é razão para dizer que o dia foi terrível, pois digo que terrível é fazer o mesmo caminho todos os dias, voltar para casa e receber o olhar frio das pessoas que também tiveram um dia "terrível".
O cigarro está quase no fim e acende outro logo em seguida, morrer cedo não é problema para alguém assim, então pensa em por que as pessoas querem envelhecer se todos os dias delas são iguais, semanas redundantes que se transformam em anos redundantes, vidas irrelevantes. Todos estão correndo para pagar seus impostos, todos estão preocupados em comprar móveis novos para suprir uma casa cheia de solidão. Uma televisão enorme ligada para o nada, fingir que não estamos sozinhos. Todos com tanto medo de irem contra o fluxo, gente desinteressante que acha o interessante esquisito.
Gente que morre sem ler poesia.
D. Furtado
k f Nov 2010
ou
'querer' em quatro tempos*


1.
Você está aqui
Eu estou lá
Perco o espetáculo
Por querer
Demais, mas
Sem querer--
Todos querem
Um pedaço de mim agora.

2.
Você está aqui
Eu estou lá
Prendo-me ao espetáculo
Por querer
Demais, mas
Sem querer--
Porque querer foi
O que sempre fiz(emos).

3.
Você está aqui
Eu estou aqui
Cegos ao espetáculo
Por querer
Demais, mas
Sem querer--
Amanhã, quando 'quero' for
Sinônimo de 'podemos'.

4.
Você está lá
Eu estou lá
Partes do espetáculo
Por querer
Demais, mas
Sem querer--
Querer nunca foi,
O suficiente, foi?
Victor Marques May 2019
Tanto perceber que quando existo, vivo embriagado pela natureza excelsa que me justifica . Tanto perceber o odor de todas as plantas, o constante movimentos de todos os seres por mais insignificantes que a todos possam parecer.. Contemplo tudo como se fosse sempre a primeira e ultima vez.. pois a saudade existe e eu me perco em sempre entender a perfeição deste mundo divinamente criado .

Todos os lugares tentam iluminar e alguma coisa nos querer dizer. O poder de uma criação que fui sublime justifica em pleno a nossa existência como seres humanos aptos para tudo amar e na natureza encontrar deleites e perfeição em tudo que quer ser e nao ser...

Na solidao   encontro inspiração e conforto para minha  existência.  Tantas maravilhas num universo infinito que cabe ao homem tentar  descobrir... Quem olha  os vales sonolentos nunca vai conseguir dormir sem de dia ou de noite os  sempre beijar com beijos de bem querer.

Por ser e existir e amando tudo que a natureza tem para oferecer me deixo embalar com sinfonias de passarinhos que tanto com isso nos querem dizer, pois louvando tudo com alma e pensamento a Deus criador minha existência quero sempre agradecer  ...

Victor Marques
Existência, natureza ,Deus
B Jul 2015
O rancor não me serve
e os desentendimentos
não me chocam,
como na altura em que
virar costas por
erros de cálculo
fazia sentido.
E porque os desentendimentos novos
são uma maçada,
porque as ilusões imperiosas
sempre se querem repetir
até nova despedida,
porque é mais alto
o valor de um desentendimento antigo
conformado,
quase ternurento
e tão terreno,
podemos sentar-nos por aí,
numa esplanada qualquer,
eu tu e os nossos erros
e rebeldias
que pelo menos são nossos
por defeito ou conquista.
Victor Marques Sep 2018
Tens um brilho nos olhos de tanto olhar,
Tens um sorriso de encantar...
O que tu tens parece ser e nao ser,
O que tu tens e nao queres ver...

O que tu tens e ate nem queres saber,
Tens uma serpente para te prender.
Tens sonhos que as estrelas nem querem saber,
Tens o destino de amar o sol ao entardecer.

O que tu tens dentro de uma vida que parece oca,
Tens o rosnar do gato preto que te poe louca,
Tens uma vida inteira que parece nunca te chegar,
Tens uma vontade  de sempre a vida maltratar...

O que tu tens  menina de olhos meigos ,
Tens o desejo de doces beijos.
Tens  tudo e pareces nao querer nunca nada,
Tens a vida que parece vida de uma fada...

Victor Marques
Vida, viver , ter
Faz um tempo que venho tentando encontrar alguém que me ame, eu achava que era suposto amar e ser amada de volta… não sei o que está a acontecer, será que o problema sou eu? Será que meu Romeu está realmente morto ou Homens não são capazes de amar? Ou eu é que dou passos errados?
Estou cansada de acordar com um homem diferente em cada final de semana que decido ir para aquele maldito bar para afogar minhas mágoas, só tenho 25 anos, com quantos anos é suposto encontrar o homem certo? Porque que só querem se aproveitar de mim? Será esse corpo que dizem ser perfeito? Será esse rosto que dizem ser lindo? Isso não devia ser motivação eles me levarem a serio? Deus, estou a começar a odiar este corpo perfeito e essa cara linda, só quero um pouco de amor. Todas as minhas amigas me falam de coisas que seus namorados fazem por elas, falam-me sobre as declarações de amor e flores que recebem e a mim só dão orgasmos atrás de orgasmos, meu ex namorado era um Brutamontes que achava que os presentes caros e **** eram as únicas coisas que eu queria, EU SÓ QUERO UM POUCO DE AMOR…
Aqui estou de novo, neste maldito bar, porquê que sempre venho parar aqui? Quem são essas pessoas comigo? Acho que estou bêbada, mas é assim que eu decidi fugir da realidade de não ser amada, e essas pessoas, que nem conheço fazem-me companhia, “Garçom, mais uma rodada” “ adiciona na minha conta por favor”.
It's been a while since I've been trying to find someone who loves me, I thought I was supposed to love and be loved back ... I do not know what's happening, am I the problem? Is my Romeo really dead or men are not capable of love? Or I take the wrong steps?
I'm tired of waking up to a different man every weekend that I decide to go to that **** bar to drown my sorrows, I'm only 25 years old, how old am I supposed to find the right man? Why they just want to take advantage of me? Is it this body said to be perfect? Is this face they say is beautiful? Shouldn't that be motivation for them to take me seriously? God, I'm starting to hate this perfect body and this beautiful face, I just want some love. All my friends tell me about things that their boyfriends do for them, they tell me about the declarations of love and flowers they receive and I only receive ******* after *******, my ex boyfriend was a Brute who thought that the expensive gifts and *** were the only things I wanted, I JUST WANT A LITTLE LOVE ...
Here I am again, in this **** bar, why do I always end up here? Who are these people with me? I think I'm drunk, but that's how I decided to get away from the reality of being unloved, and these people, whom I do not know, keep me company, "Waiter, one more round" "add to my account please."
Amarantine Apr 2015
A escrita está mapeada
na alma dos que se desesperam,
dos que sentem,
dos que querem expressar
o que as palavras-ditas não conseguem.

A escrita é uma dádiva divina.
Uma espécie de abrigo
para refugiarmo-nos.
A melhor árvore para pousar
quando as asas estão cansadas.
Danielle Furtado Apr 2017
Acontece o tempo todo.
Sinto meu estômago embrulhar como alguém que acaba de sair de uma montanha russa, e isso é uma analogia perfeita já que vou de total satisfação à vazio completo em três tragadas num cigarro ou menos. Não importa com quem ou onde eu esteja, é hora de trocar de música, fixar o olhar no nada para tentar sacudir o vazio pesado que repousa sobre meu peito, como se tivesse me engolindo, mas de dentro para fora. Logo me sinto vulnerável, como se tivesse uma ferida aberta e necrosada no meu âmago e todos pudessem ver através de mim, como se meus olhos contassem meus segredos, as vontades que tive e tenho de me atirar em frente a um ônibus em movimento, então volto a mim geralmente com a pergunta de alguém que gosto questionando se está tudo bem, digo que sim, que estou com sono, cansada, o que não deixa de ser verdade, eu realmente estou cansada. Eu sempre sinto que preciso ir embora, afinal. Mesmo estando em minha casa quero ir embora, para onde?! Desconheço lugar no mundo e na história que me faria sentir em casa. Desconheço o abraço que me faria sentir que pertenço, ou que me querem ali. Então digo que estou atrasada, que sinto muito, que cancelo os planos, que estou doente, que tenho que estudar, peço licença e me retiro, volto pro conforto de estar triste e sozinha, sem precisar esconder o olhar vazio encarando o vazio, e esse é o melhor que posso fazer.
D. Furtado][
Mariana Seabra Jun 2022
Ó terra fria e suja,
Com que os vivos me taparam...
Fui acorrentada
       aprisionada
       encaixotada
Cabeça, corpo e alma soterrada,
Quando ainda não tinha idade...
Era bela e tenra a idade para me saber salvar.

A criança que fui, se é que a fui,
Jaz numa campa, jaz lá deitada.
Tornou-se um símbolo de pureza,
Da minha inocência arruinada.
Mal fechou os olhos, soltou-se o último suspiro,
Abriu-se a Terra e ouviu-se em grito:

"És só mais uma pessoa estragada!
Bem-vinda ao mundo real,
Aí em cima, estar partida é requisito.
Desce cá abaixo, atira-te sem medos,
tenho muito para te ensinar!
Aqui somos todos filhos do Diabo,
Dançamos com ele lado a lado,
Aniquilamos o que em nós já estava manchado,
Destruímos a ferro e fogo o ódio e o pecado,
Renascemos livres e prontos para amar.
Anda recuperar a pureza que te tentaram matar!"

Bichos do solo que devoravam
O meu corpo gélido e petrificado.
Via-os passar por cima do meu olhar desesperado,
Comiam o que restava do meu coração.
Quase, quase adormecido...
Quase, quase devorado...
Quase, quase esquecido....
É bom relembrar-me que estou só de passagem,
Enquanto me entrego ao sonho e a esta última miragem
Da violência, da ganância, da frieza, da ignorância,
Que só os vivos desta Terra conseguem revelar.


Acharam eles que me iam quebrar!

Belo truque de ilusionismo!
Foi o que me tentaram ensinar.
Levei metade da vida para me desapegar
De todos os maus ensinamentos que me tentaram pregar.
Mas não sou Cristo para me pregarem,
Prefiro crucificar-me já.
Nem sou Houdini para me escapar,
Prefiro o prazer que ficar me dá.
A minha maneira é mais barbária,
Abri caminho à machadada,
Incendiei a cruz e a aldeia inteira,
Rebentei com o caixão onde estava enfiada.
Fui à busca da liberdade, para longe.
Bem longe, onde não me pudessem encontrar.
Não encontrei a liberdade, essa já a tinha, já era minha.
Mas reencontrei a inocência que há tanto queria recuperar.

Chamem-me bruxa moderna!
Mulher sensitiva, sonhadora, intuitiva,
Que vê além do que os sentidos mostram,
Que sente além da fronteira que nos separa do invisível.
Neta, bisneta, trisneta, tetraneta,
De mulheres poderosas e ancestrais.
Das chamadas "bruxas originais"
Que os cobardes não conseguiram queimar.
E bem que as tentaram erradicar!
Mas a magia sobrevive à História!
Poder senti-la hoje, poder perpetua-la,
Essa será sempre a nossa vitória, pertence a todas as mulheres.

Que venham agora tentar apanhar-me!

Solto-lhes as chamas do Inferno,
Onde os deuses me escolheram forjar.

Ai, a crueldade que este mundo traz...

Só mesmo as pessoas, essa raça sadia que é capaz
De destruir o seu semelhante, manipular o seu próprio irmão,
Sem um único pingo de compaixão.
Pegam na pá, cavam-lhe o precipício,
São os primeiros a empurrarem-no ao chão.
Reparem bem...Disse "pessoas",
Que é bem diferente de "seres-humanos",
Essa é a questão.
Porque quem sabe ser-humano, sabe bem daquilo que escrevo,
Não é indiferente à sua própria condição,
Limitada, defeituosa, machucada.
Basicamente, não valemos nada! Que alívio, admiti-lo.
Loucos são os que vivem na ilusão
De serem superiores aos bichos do solo.
Os mesmos que vos vão devorar os olhos no caixão.

(...)

Ó terra fria e suja
Com que me taparam...
De lágrimas foste regada,
De ti surgiu o que ninguém sonhava,
Um milagre que veio pela calada.
Um girassol!
Com pétalas de água salgada
Que sai pelo seu caule disparada.
És tudo, simultaneamente!
És nascente do rio e és fonte avariada.
Pura água! onde toda a gente mergulhava,
Apesar de não saberem lá nadar.
Não paravam para a beber, quanto mais para a apreciar.

Talvez tenha sido numa noite de luar,
Que conheci uma ave rara...
Uma beija-flor colorida, com olhos castanhos de encantar,
Formas humanas, magníficas,
E uma voz melódica de fazer arrepiar.
Talvez tenha sido num dia de sol,
Que ela me observara, indecisa sobre a partida ou chegada.
Porque é que em mim pousara?
Não sei. Não a questionei.
Fiquei encantada! Estava tão tranquila
Que quase... quase flutuava, como uma pena soprada,
Enquanto ela penicava a minha água salgada,
Banhava-se na minha corrente agitada,
Sentia os mil sabores enquanto a devorava,
Absorvia-me no seu corpo sem medo de nada.
Não havia presente, passado ou futuro!
Só havia eu, ela e as semelhanças que nos representam,
Os opostos que nos atraem e complementam,
O amor que é arrebatador, ingénuo e puro.

Nessa noite, nesse dia, descobri que a água amava!
Como é que posso dizer isto de uma coisa inanimada?
Vejo vivos que já estão mortos,
Submersos nos seus próprios esgotos mentais.
Vejo coisas que estão vivas,
Como a água que nunca pára,
Não desiste de beijar a costa por mais que ela a mande para trás.
Ela vai! Mas sempre volta.
Se o amor não é isso, então que outro nome lhe dás?

Podia jurar que ouvi a água a falar...
Que sina a minha!
Outra que disse que veio para me ensinar.
Envolveu-me nos seus braços e disse:
"Confia! Sei que é difícil, mas confia, deixa-te levar.
A água cria! A água sabe! A água sabe tudo!
Já se banharam nestes mesmos oceanos
Todas as gerações que habitaram este mundo.
É a água que esconde os segredos da humanidade,
Os seus mistérios mais profundos.
É a água que acalma, é a água que jorra, é a água que afoga,
Dá-te vida ao corpo, mas também a cobra."

Não era a água...estava enganada.
Era a minha ave rara quem me falara,
Quem me sussurrava ao ouvido,
Com um tom de voz quase imperceptível mas fluído.
Que animal destemido!
Decidiu partilhar um pouco de si comigo,
Decidiu mostrar-me que pode existir no outro
um porto de abrigo.
Teceu-me asas para que pudesse voar!
E disse "Vai! Voa! Sê livre!",
Mas depois de a encontrar, não havia outro sítio no mundo onde eu preferisse estar.
Ensinou-me a mergulhar, a não resistir à corrente,
A suster a respiração, controlar o batimento do coração,
Desbravar o fundo do mar, sem ter de lá ficar.

Verdade seja dita! Devo ter aprendido bem.
Verdade seja dita! Sempre à tona regressei.

Bem que me tentaram afogar! Eu mesma tentei.

Mas verdade seja dita! Sou teimosa, orgulhosa.
Se tiver de morrer, assim será! Mas serei eu!
Eu e só eu, que irei escolher quando me matar.

Pode parecer sombrio, dito da forma fria que o digo.
Mas verdade seja dita! Sinto um quente cá dentro,
Quando penso na liberdade de poder escolher
A altura certa que quero viver
Ou a altura certa que quero morrer.

(...)

Com as asas que me ofereceu,
Dedico-me à escrita, para que a verdade seja dita.
Da analogia, à hipérbole, à metáfora, à antítese.
Sou uma contradição maldita!
Sou um belo paradoxo emocional!
Prefiro voar só, a não ser quando bem acompanhada.
Porque neste longa jornada,
A que gosto de chamar de "vida" ou "fachada",
Há quem me ajude a caminhar.

Pela dura estrada, às vezes voo de asa dada.
Celebro com a minha ave rara a pureza reconquistada!
Permitimos que as nossas raízes escolham o lugar
Por onde se querem espalhar.
Seja na Terra, no Céu, no Mar.
Somos livres para escolher!
Onde, quando e como desejamos assentar.

(...)

Dizem que em Terra de Cegos,
Quem tem olho é Rei.
Digo-lhes que tinha os dois bem abertos!
Quando ao trono renunciei.

Não quero a Coroa, não ambiciono o bastão,
Não quero dinheiro para esbanjar,
Não quero um povo para controlar.
Quero manter o coração aberto!
E que seja ele a liderar!
Deixo o trono para quem o queira ocupar.
Para quem venha com boas intenções,
Que saiba que há o respeito de todo um povo a reconquistar.
Quem não tenha medo de percorrer todas as ruas da cidade,
Da aldeia, do bairro... desde a riqueza à precaridade.
Para quem trate com equidade todo o seu semelhante,
Seja rico ou pobre, novo ou velho, gordo ou magro,
inteligente ou ignorante.
Vamos mostrar que é possível o respeito pela diversidade!

Governemos juntos! Lado a lado!

(...)

O reflexo na água é conturbado...
Salto entre assuntos, sem terminar os que tinha começado.
Nunca gostei muito de regras e normas, sejam líricas, sociais ou gramaticais.
No entanto, quanto mais tempo me tenho observado,
Mais vejo que há um infinito em mim espelhado.
Sou eterna! Efémera...
Só estou de visita! E, depois desta vida,
Haverá mais lugares para visitar, outras formas para ser.
Só estou de visita! É nisso que escolho acreditar.
Vim para experienciar! Nascer, andar, correr,
Cair, levantar, aprender, amar, sofrer,
Repetir, renascer...

Ah! E, gostava de, pelo menos, uma grande pegada deixar.
Uma pegada bem funda, na alma de um outro alguém,
Como se tivesse sido feita em cimento que estava a secar.
Uma pegada que ninguém conseguirá apagar.

E, se neste mundo eu não me enquadrar?

Não faz mal! É porque vim para um novo mundo criar.
Para ser a mudança que ainda não existe,
Para ter o prazer de vos contrariar.

Sou feita de amor, raiva, luz, escuridão, magia,
Intensidade que vibra e contagia.
Giro, giro e giro-ao-sol, enquanto o sol girar.
Mesmo quando ele desaparece, para que a nossa lua possa brilhar.

Quem, afinal, diria?
Que o amor que me tentaram assassinar,
Cresceu tão forte em agonia
Que tornou-se tóxico, só para os conseguir contaminar.
E inundar, e transbordar, quem sabe, para os mudar.
Como que por rebeldia, estou habituada a ser a que contraria.
Prefiro fazer tudo ao contrário!
Em vez de me deixar ser dominada, prefiro ser eu a dominar.
Mais depressa me mantenho fiel à alma que me guia,
Do que a qualquer pessoa que me venha tentar limitar.
Nunca fui boa a ser o que o outro queria.
Nunca foi boa a reduzir-me, para me certificar que no outro haveria um espaço onde eu caberia.

Uma mente que foi expandida
Jamais voltará a ser comprimida!
Nunca mais será enclausurada! Num espaço fechado
                                                         ­                         pré-programado
                         ­                                                         condicio­nado
Cheio de pessoas com o espírito acorrentado,
Que se recusam a libertar das suas próprias amarras,
Quebrar antigos padrões, olhar para fora da caverna,
Em direção ao mundo que continua por ser explorado.

"Então é aqui a Terra? O tal Inferno que me tinham falado!"

Sejam livres de prisões!
Revoltem-se, unam-se, libertem-se!
A vocês e aos vossos irmãos!
Vão ao passo do mais lento!
Certifiquem-se que ninguém fica para trás!
Sejam fortes e valentes!
Mostrem que, com todos juntos,
A mudança será revolucionária e eficaz!
Apoiem-se uns aos outros!
Não confiem no Estado!
Dêem a mão uns aos outros, sejam o apoio que vos tem faltado!

(...)

Carrego a luz que dei à vida e, reclamo-a para mim.
Não me importo de a partilhar,
Faço-o de boa vontade!
Este mundo precisa de menos pessoas e mais humanidade.
Esta humildade, esta forte fragilidade,
Brotou das mortes que sofri, de todos os horrores que já vi.
Brotou força, de todas as lutas que sobrevivi.
Brotou sabedoria, de todos os erros que cometi,
De todos aqueles que corrigi, e dos que ainda não me apercebi.

Criei-me do nada.
Resisti!
Como uma fénix sagrada e abençoada,
Moldei-me sem fim, nem começo...
Queimei o passado, sem o ter apagado.
Ensinei-me a manter os olhos para a frente.
Permiti-me à libertação!
De enterrar o que me tentou destruir anteriormente.

Moro no topo da montanha.
Amarela, azul, verde e castanha.
A tal montanha que só por mim é avistada,
No novo mundo que criei para a minha alma cansada.

Moro no topo de céu.
Numa casa feita de girassóis sem fim, nem começo...
Que plantei para oferecer à minha ave rara,
Ao meu beija-flor colorido. O meu beija-flor preferido!
Que me veio ensinar que o amor existe.
Afinal ele existe!
E é bruto. Intoxicante. Recíproco.
Mas nem sempre é bonito.
Seja como for, aceito o seu amor!

Este dedico-te a ti, minha beija-flor encantada.
Tu! Que me vieste manter viva e apaixonada.
Porque quando estás presente,
A Terra não é fria, nem enclausura. Ao pé de ti, posso ser suja!
Acendes a chama e fico quente!
Porque quando estás presente,
Iluminas-me a cabeça, o corpo, a alma e a mente.
Porque quando estás presente,
Sinto que giro-ao-sol e ele gira cá.
E, se existe frio, não é da Terra.
É o frio na barriga!
Por sentir tanto amor! é isso que me dá.
Victor Marques Jun 2022
Não nós lembramos de vidas anteriores,
Sem espírito não somos sonhadores.
O espírito é um elo efetivo,
Transcendente e com motivo.
Quando o amor de alma é louvável,
Vivemos de uma forma inexplicável.

Preciso de tempo para o mundo algo me dar,
Alma minha que sente arrepio no olhar.
Para mim tudo é clarificado,
Alma minha do presente, do passado.
Outras almas comigo querem comunicar,
E a saudade de meus entes queridos aliviar.

Almas com interesses e mesmos ideais,
Queridas por nós e nossos pais.
Parecem tudo perceber e nunca ter lar,
E noutra dimensão se aperfeiçoar.
Cordões energéticos às vezes rompidos,
Eternamente ligados aos sonhos vividos.

Encerrar ciclos que a alma quer desconetar,
Para ser feliz e continuar a caminhar.
As boas almas deixam saudade permanente,
Mantendo nos juntos para todo o sempre.
A alma é misteriosa e isso devemos aceitar,
Para de  novo viver e aprender a amar.


Victor Marques
Alma, espírito, vidas, passado, presente, amor
Muitas são as cabeças que se agilizam em governar Portugal. Sim cabeças de políticos, que bem, ou mal formados nos encaminham no fracasso.
Aquilo que é de todos e contributo de todos deveria ser nosso. Falo do Sistema Nacional de Saúde em primeiro, para o qual todos contribuímos e onde muitos dos que lá trabalham, optam por de uma necessidade populacional fazer uma fonte de rendimento. A seguir e porque também a mim me toca, justiça. Como pode ser possível que a justiça, solene e a segunda coisa mais importante da Constituição, esteja hoje nas mãos da comunicação social que diariamente condena e absolve tanta gente, cometendo diariamente vários crimes de devassa e nada lhes acontece.
Infraestruturas de Portugal, redes viárias construídas com o dinheiro de todos nós e muitas delas exploradas por particulares.  
TAP, EDP, PT, Correios de Portugal, águas  e outras instituições privatizadas que hoje só esvaziam os nossos bolsos.
Em tempos Portugal era mais que um retângulo ao largo da península ibérica, era o Brasil, Angola, Moçambique, Guiné, Timor, Macau e muito mais ainda foi derretido nas mãos de quem as teve.
Cá dentro, apesar de pequenos hoje, Portugueses julgam-se os que vivem em cidades grandes e o interior cada vez mais é esquecidos e despovoado, onde os Portugueses que lá vivem apenas servem para pagar impostos, e no resto cada vez mais esquecidos, até o direito há saúde tem horário para se estar doente.
Caros senhores do poder, se querem que o interior do país não seja habitado mas sim esquecido, entreguem aos espanhóis o que lhes foi tirado tal como fizeram quando entregaram Macau há China, talvez assim as pessoas que lá vivem consigam sentir-se como pertencendo a um país .
Chega de arruinar a vida de quem trabalha e vangloriarem-se com a epidemia de gente que quer morrer, com a pandeleiragem e a prostituição humana que nos assola diariamente por nossas casas a dentro e nos chegam pela TV desde manhã cedo. Basta de maus costumes e má gente.
António Benigno
Codigo Activista 2018.06.04.01.06.2050
Victor Marques Jun 2022
Pareço estar destinado a um simples olhar,
Com pureza singela que quis encontrar,
Sem defesa para resistir a este fascínio,
Que me faz ser homem e menino.

A alma de outro ser me parece visitar,
E comigo muito gostar de estar.
A minha mente parece ser lida com verdade,
Intuitivamente num tempo sem idade.

Coisas boas são agora lembradas,
Com propósitos, mas sem serem reveladas,
Avassaladoras parecem até ser,
Coisas que o mundo não pode perceber.

Borboletas querem sempre aparecer,
Com sol ou quando está a chover.
O universo nos dá flores para contemplar,
E nossa alma quer juntar.

Victor Marques
alma, passada, reincarnada
Victor Marques May 2022
Olhos que gostamos com subtileza,
Excelsos em sua natureza.
Castanhos,verdes ou cor do mar,
Ousados para se gostar.
Sensatos, vivazes e calmos até demais,
São olhos meigos e ancestrais.

Olhos com sentimentos, desdém,
Olhos teus e de tua mãe,
Sorriso que eles querem sempre receber ,
Mal me quer de bem querer,
Espírito reencarnado do olhar feito beijo,
Espirito do amor, do desejo.

Olhos que parecem tesouros esconder,
Olhos com livros para ler,
Sentido que eles a tudo podem dar,
Escondem o céu nas noites de luar,
Olhos que fitam Deus, o firmamento
Olhos do amor, do meu pensamento.

Victor Marques
Olhos,amor,Deus
Victor Marques Jul 2023
Local de  homens mortais  e transcendentais venerados,
Que viveram honrando os seus compromissos passados.
Seres celestiais que querem ser reincarnados ,
Voltando à vida de humanos santificados.

Lugar alto, o mais importante e sagrado,
Sem inferno nem submundo,
Divindade com amor ao mundo,
Do  homem bom e amado.

Vivendo com piedade e fé também,
Acreditando no céu que se tem.
Delícias de uma felicidade infinita,
Que santifica a terra bendita.

Espaço onde os astros por vezes estão escuros e de repente tudo clareia,
Universo do mundo temporal que nos rodeia,
Céu meu do paraíso  celestial da vida ,
Nobreza de minha alma incompreendida.
Céu, paraíso  vida
dead0phelia Jun 2022
não me olha assim
como se tu me quisesse

não me engole assim
como se eu fosse a última taça de vinho

não me toca
assim
como se eu fosse
um par de luvas de tricô
no frio de santa catarina

num tropeço na rua lembrei de você e passei a madrugada em torno desse único pensamento
eu sei que ciumes queima mais do que a febre que tive de covid
e as coisas que eu escrevo mentem pra mim mais uma vez
se disfarçam de segredos mas secretamente querem ser lidos em voz alta
como esquecer os descabelos as mãos voláteis a batalha dos olhos e as pernas de água
se num tropeço na rua
tudo volta pra me derrubar
hi da s Jun 2021
ando sentada sozinha agora e racionalizando as emoções
tentando organizar como faço com a parte sólida da vida ao redor
e teimosa do jeito que sou não assumo a verdade doentia do controle total de se estar dominante na operação

então pra fluir tem que ser como?
oras, livre, é óbvio

sentimentos e emoções não tem coleira
não são domesticáveis e só vem quando querem

pra sentir pura e vividamente ou pra falar a respeito, usar o termo na sua mais pura integridade artística, moral ou seja lá qual for
é preciso deixar correr livre
como pensar que o peito é um campo ou um matagal alto ou uma praia extensa e existe uma coisa que tem corpo pra pernar à toa

sem julgar e sem medir

e é assim que se usa essa coisa do sentir
que é se deixar levar quando tirar a peça que do raciocinio

não tem lógica

é tudo emvãova~voa~voa~voa~voavõavãoa~voa~vão

— The End —