Cada vez mais me cansa existir
Bate-se-me em ânsia o coração
Todo o café não me livra do cansaço
Que trazem as noites sem dormir
Por sonhos temorosos atormentada.
Sinto nos olhos o pesar da vida
Que penso demais para poder viver.
Sinto da alma um distanciar imenso
Cada vez mais incerta do que é ser.
Pudesse eu saber os murmúrios do destino
O que me guarda o fado, o porquê
Da demora do sossego fugido.
Pudesse eu não tanto pensar
Ouvir cantar as musas (onde estão?)
Fazer deste corpo um lar.