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Rui Serra Jan 2014
Sobre a grande mesa
A luz de duas velas
O telefone tocou
Interrupção
Lá fora, situação delicada
Choro - Desespero
Mais tarde o jogo
Truques da vida
Conversa, mais conversa
No limiar da noite - O filme
Acordo
Um choro
Duas mortes
Um repousar incompleto
Manhã
Um outro dia
VS Sep 2014
Tuas parcas impressões não me comovem
Irrito-me a cada interrupção gentil que tu fazes e
Devoro a mim mesmo em lúgubre fome,
A lamentar o que de bom poderia ter feito
Se e se

Mas

Às três da tarde
Apodreço numa cadeira áspera
Quase tão fétido quanto a fruta do vômito
Passada do ponto de colheita

Às cinco da tarde
Eu já sou molho estragado
Setenta por cento aglomerado literal de leucócitos degenerados
Pus integral

Ao cair do sol,
Sou um alface hidropônico
Pronto para ser vendido, lavado e comido por ti
Interruptor imbecil.

Voltar-me-ei ao mar
Ao esgoto
Num estado de paz surda

A solidão é um inspirar sufocado
Sufoca
Oxida as ideias
É tortura comodamente induzida

Se hoje fervilho, é sorte
Pura boa-aventurança;
Pois do profundo cócito
Fui e voltei

E cá estou
Inteiro
Longe dos dentes de Deus.
Marco ASF Couto Apr 2014
Dá me uma razão para ficar e então Eu ficarei.
O Mundo lá fora não me atrai.
Quero passar a eternidade no teu quarto.
Quero passar a eternidade a falar contigo até tu me odiares a mim e as minhas ideias conservadoras fruto de uma eternidade passada no teu quarto.
Quero que o mundo se foda tanto como o mundo me fodeu a mim.
Quero passar a vida dentro desses filmes que tanto adoras.
E não me importo que não seja real. E nem me importo que não seja a sério.
Passei a minha vida a brincar com crianças.
Quero te a ti acima de tudo.
E perdoou o te o vício do tabaco.
E perdoou o te o vício de odiares tudo que me faz viver.
Eu só te quero bem!
Quero que te cases e nem têm de ser comigo.
Eu só te quero bem!
E perdoou o te o vício de não acreditares em mim.
E perdoou o te o vício de amares sempre o mesmo tipo de homem.
Porque eu só quero é que dances. Porque disseste que adoravas dançar.
Porque eu só quero que andes com quem te faz andar.
E nem me importo que me mintas.
E nem me importo que me ignores.
Não quero que te apresses por mim.
Não quero que me peças desculpa.
Se um dia morrer que seja pelas tuas mãos.
Põe me fora do teu quarto e dá me a comer aos leões.
Diz ao mundo que te traí eu não te desmentirei.
Mesmo tendo passado a eternidade no teu quarto.
Diz que não me queres e faz-me ter filhos contigo.
E diz aos nossos filhos que não sou pai deles.
Diz me que nunca na vida serei teu.
Mas dá me uma razão para ficar.
Que Hoje...
Hoje Eu faço o Jantar.
Julia Jaros Nov 2016
Lábios que mastigam
Que beijam
Falam
Calam.

Ouço-te com prazer
Os pelos dos braços arrepiam
Com amor elas te cobriam
Como eu poderia te ter?

Egoísta
Desejando os lábios finos
Visto até um figurino
Não sou mais, nunca fui.

Pele fina
Cabelos, cílios, lírios
Dedos finos
Tilintando em minha mente como sinos.

Amor da maneira errada
Ou errado da maneira certa
Errado de forma encoberta
Certo na história passada.

Essa é uma longa caminhada.
Dayanne Mendes Feb 2014
O meu coração parou de bater,
Bem que eu queria que fosse verdade.
O meu coração parou de bater,
Bem, eu gritei de felicidade.
Eu não quis acordar na noite passada,
Nem nessa noite,
Eu não queria nada.
Sou um corpo vazio,
Perdi minha alma,
Estou morta no fim dessa estrada.
Mateuš Conrad Sep 2017
disclaimer: i had to change the title, the original was... arsenal of "nukes" / morse code conceptualisation of sudoku - but i had a stunning revelation at the end of this verse.

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what?! me order indian take away?! what do you have me for, a ****** charlatan? americans have their arsenal of nukes, the russians have their arsenal of nukes: me? i have my arsenal of indian spices! beat that: yoo muvva faa'kers! (you know, said as that chinese guy says it, in the first hangover movie).

i.

finally! i found the holy grail of the indian cuisine,
not so much a website that has all the recipes,
rather: it's a dictionary of all the various
curry broths... cook4one.co.uk -
one you have the lingua coquus -
the lingo of what's what - mind you -
i'm like a "mujahideen", in that i know
only singled out words of "arabic"
and am convinced that i'll be bilingual
to fully embrace the jihad,
although i'm neither, hence the inverted
commas,
  let's just say: i overshot the mark,
and landed in india, and am not recreating
a chemical experiment:
thinking - **** me, a bit humid 'ere,
in goa?
  so the mujahideen's arabic is like my
sanskrit...
but then again: i abide by culinary,
rather than theocratic nouns -
  and i'm already bilingual -
i pity those english monolingual
cripples who went off to syria, i really do,
might as well chop off their tongues:
and sit them in a wheelchair,
and teach them arabic in sign-language...
these "warriors of allah" are nothing
but a ****** farce... if you going to fight
for a cause like that: at least speak
the ****** language...
  or, as the english say: go back home!
good point, born in poland, but living
in england for 23 years...
where's home?
           wait wait, let me get my copernican
compass out...
      well... you'd be glad to know:
my home is in the bermuda delta -
****** keeps spinning like a sufi dervish.

anyway, today of all days, two curries,
turmeric infused rice (yellow, always
nice to spot canary maggots),
and? JAH PAAAA TÍ!
**** the difference in flower...
  what was i using?
   chakki atta (pilsburg group) -
so soft, so tender, so mmm: yom...
  last week i messed the dough:
******! you pour in the warm water gradually...
thank god i saved my reputation
as the curry boss of the household...
and as i usually do with dough...
treat it like a punch bag, can't be bothered
kneading the dough, so i punch it.

the curries? ooh... beauties...
for one it was cayenne pepper rather than
chilli powder...

garam masala in both,
which i had to made from scratch...
do you really add turmeric and omit
adding cinnamon? i can't remember.

the first? (oi oi, 'ere comes my "mujahideen"
lingo in sanskrit)
  a passada chicken curry... almost a korma
but not quite...
     i just remember bashing
raisins in the pestle & mortar, adding almost,
not using any tomatoes,
   inviting chicken stock... etc. etc.

the second curry? a chicken saag -
the etymological derivative being?
   saag: a general term for tender green leaves
(such as spinach)...
    walking into an indian kitchen is probably
more intoxicating than walking
into a parisian perfumery,
                         or a jewish bakery;
said what i had to say, and that's that.

ii.

now, could it really have been a day when
i wouldn't have attempted, yet another,
reconceptualisation of a sudoku puzzle? no.
began as usual:

6 4 1 2 3 7 9 5 8
3 5 2 8 6 9 1 7 4
9 7 8 1 4 5 2 3 6
8 3 4 9 7 1 6 2 5
5 6 9 4 2 3 8 1 7
1 2 7 5 8 6 4 9 3
7 1 5 6 9 4 3 8 2
4 8 3 7 1 2 ι Δ ε
2 9 6 3 5 8 7 α 1  (ι = 5, Δ = 6, ε = 9
                           and α = 4 -
total? 24, the number of letters
in the greek alphabet,
as there are, hours in the day:
no wonder people back then
conjured up a "year 0" -
which actually makes the modern
day stoners, looks extremely
lazy when it comes to whacky
ideas);

but that gave me the idea of trying
another interpretation of this
japanese phone-book...

  how about morse code? to visualise
things... and how the numbers
lodge themselves in the 9 x 9 x 9 (729) box...
i see this 2D puzzle as 3D, oops...
so it came about - yielding the pen and
original zenith of concept, the hashtag (#)...
   (algebraic for end pin-point + insertion):

1a. | | − x
   1b. − − | y

     2a. − − y
   2b. | | x

     3a. − | x
   3b. |  − y

4a. □ − |
4b. □ | −
  4c. □ | |
4d. □ − −

  which begs the question...
    why would you need to invent braille...
if you already had the morse code?
  
at certain events people are competing
in spelling matches... so...
isn't the morse code a lot easier than
braille?! eh?!

i mean, god really is playing chess,
when he's reading braille...

−− −−− ·−· ··· · | ·· ··· | · ·− ··· ·· · ·−· |
− ···· ·− −· | −··· ·−· ·· ·−·· ·−·· ·


       don't you think?
and to think: a drunkard conjured this up;
ah... smoke 'em while ye got 'em.
vannadesse Nov 2014
Chávenas com café frio
que sobrou da noite passada.´
Deixei os papéis amachucados
meio rabiscados
à entrada.

E sinto um pouco de frio
foi uma das meias que fugiu
escondeu-se no fundo da cama.

Ainda meio inconsciente
o teu nome cruza o meu pensamento.
Olho a janela e o dia está cinzento
e a minha mão dormente.
Luís Jul 2017
Dizem que vivemos na terra da liberdade
Mas como se pode chamar liberdade se não somos livres?
Somos livres para seguir a ordens dadas
Somos livres para escolher o que nos não foi escolhido

Liberdade para criar uma carreira passada
Inovar o que foi criado
Sonhava ser livre
Liberdade paradoxal do pensamento

Somos livres para escolher religiões
Somo livres pensadores que acreditam num ser superior
Mas como podemos ser livres se não acreditamos em nós
Somos livres de pensar o que já foi pensado
Somos livres na terra da liberdade
Terra nutrida de mentiras e ordens
Terra sem virtude
Terra onde vivemos
Terra onde somos o que não queríamos

Assim se é livre
Livre acorrentado por coisas que não somos
Pensamento preso por aquilo que não fomos
Assim morremos ansiosos pelo ser superior
Ansiosos para ELE nos mostrar o seu poder
Mas como? Se morremos ao nascer
hi da s Feb 2022
temia o que procede agora
o gosto pegajoso da derrota sob as voltas da língua
e quanto mais tentar cuspir saliva
mais ruim se torna, e
mais grosso fica o ar

- não
alguém disse atrás quando falava que ia tentar de novo
fiz igual e incrédula sabia rápido demais que era certo
eu errei
mais uma vez

de que adianta tentar não falar de si
mesmo quando a terceira pessoa é o eu
tu, nós
sou

descobri semana passada que
a palavra cansada se separada da maneira certa fica

a
sad
can

uma lata triste.

— The End —