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Mistico Mar 15
Oh, consciência, implacável juíza,
Que fere mais que qualquer algoz,
Trazes lembranças de amor desfeito,
E um eco amargo de nossa voz.

O peito anseia reviver a chama,
Que outrora ardia em doce fulgor,
Mas logo a sombra do arrependimento,
Apaga os rastros do que foi amor.

Diz-se apaixonado, anseia o reencontro,
Mas trata-me frio, como um forasteiro,
Sou eu quem vaga por sonhos desfeitos,
Na vã esperança de um amor inteiro.

E então, cruel consciência alerta,
Diz-me que corro sem direção,
Alimento esperanças já esquecidas,
Num tempo que jaz na escuridão.
Mistico Mar 5
Um dia, olho ao lado e lá vem ela,
Menina de batom vermelho, essência singela.
Seu vestido rubro dança ao vento,
E com um olhar, congela o tempo.

Seus passos firmes, seus olhos profundos,
Empurra o mundo, desvia segundos.
Um leve sorriso, de canto de boca,
E meu coração, por ela, já louca.

Ao passar por mim, sem uma palavra,
Seu olhar me chama, sua presença agrada.
Diz sem dizer: "Vem ficar comigo",
E eu, sem pensar, já sou seu abrigo.

Sempre que a vejo, meu dia se acende,
Com seu sorriso bobo, tão doce, tão quente.
Ela pouco fala, mas diz tudo sem som,
O coração entende, sem precisar de tom.

E quando escreve, se perde no meio,
Manda palavras onde não há segredo.
Mas pouco importa o destino errado,
Pois entre nós, já está selado.

Da amizade ao desejo, um passo tão breve,
A saudade aperta, a presença me serve.
Pois a vontade de estar junto grita forte,
Mais que a distância, mais que a sorte.

— The End —