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Uma casca solta, prisioneira de uma falha perfeita,
Perfeitos são o mitos, aos olhos de gente fechada,
Explicações são fraquezas, de acções de fachada.
Não sei mais quantas vezes eu repetirei, a ceita!

O peixe escorregadio, que vadio desaguou do mar,
Se esconde na toca do Coelho, que é toca desafeita,
Num segredo moribundo, de computador de aldeães,
Segundo um mito motar de um braço partido ao luar!

Essa vaquinha que pastou, pintada de vermelho corado,
Desfeita tantas vezes no pasto, moribundo da praia vazia,
Era apenas um segredo, pintado nas veias do tal marado,
Que mais ligada que a mentira à realidade, produzida, diria!

Que se fodam os mitos, que se lixe o correto, porque certo?
Estou eu, e eu, segundo os mitos que considero correctos,
Não tiro nem ponho, continuo caminho fora, boquiaberto,
Enquanto penso, na esperteza dos enxames concretos!

Na sementeira alheia, vanguardeira cairá tão perto,
Seu ***** espaço de terra, de um vazio moribundo,
E eu cumprida a missão, estarei bem melhor decerto,
Porque tudo como nada, tem um preço de vinda ao mundo!

Escolhas guardadas comigo, desde o dia que nasci,
Cabe ao meu cérebro processar o dia, é costume,
Que de tão leve vive meu lume, que ela não teme,
Limpeza de água, que cai e faz fumo, e aprendeu!
Autor: António Benigno

Código de autor: 2013.07.25.02.10
Victor Marques Apr 2016
Vivendo cada dia com a graça e bênção de um Deus infinito e criador. Aproveitando cada segundo para me aperfeiçoar e aprendendo sempre ouvindo sábios conselhos de quem viveu e aprendeu mais do que eu...
De quem por qualquer motivo não soube aproveitar oportunidades perdidas ?
De quem sabe apreciar as minhas qualidades e meus defeitos...
De quem que por vezes se cruza comigo e sorri gratuitamente,
De quem me compreende e agradece a minha companhia,
De todos que por qualquer razão me olham sempre com carinho e amizade.

Um abraço amigo
Victor Marques
Deus, bençao
Fernanda Savaris Dec 2015
Acaso
criou o caso
que nós criamos

Sintonia, simpatia
A mão leve e o riso frouxo
Fantasia
Dos que vem
Dos que vão
Dos que vivem

Vivemos,
Vivemos bem
Apesar de outros alguéns
E do imaginário que nos retém

A cumplicidade sutil
Dos olhos que sabem
Que não se verão mais
Que sabem dos momentos de paz
E da vida quando está à mil

O carinho na base
Dos sentimentos puros
Na positividade
Do desconhecido, do não vivido
E ainda assim natural
Na pureza, na conexão
Daquilo que não cria o mal
E que aprendeu a entender
Como se comporta um igual.
Na sombra uma mulher jaz morta, despida e dependurada pelo tornozelo, seus braços esticados portam dedos inchados de sangue coagulado, enquanto seus anéis apertam estreitos entre suas falanges, e as pontas de suas unhas quase tocam o chão. Posso ainda escutar seus gritos atormentados ecoar ao longe, posso ainda ver seus olhos escancarados diante uma plateia que saboreia sua tortura, posso ainda ver seu corpo obeso se debater em fobia e desespero numa tentativa ridícula e frustrada de escapar. Imóvel, resta apenas uma ***** enorme de banha e tetas caídas, algo em mim se compadece por esta criatura patética, algo não consegue segurar as gargalhadas. É apenas um corpo, nada demais. Se estrebuchou de forma caricata e cômica, desengonçada, amarrada de ponta-cabeça, toda espalhafatosa, desajeitada, seu desespero é hilário, acho que é a coisa mais patética, mais desprezível, mais insignificante, mais burlesca, mais tosca, que imaginei. Apenas um corpo escroto que em breve será engolido pelos vermes do vazio, sem nunca ter representado qualquer coisa além de uma involuntária comédia . Apenas um corpo. Já não sofre, nem se deleita, há somente um caminho incerto pelo qual percorro, e que ela já conhece a chegada.

Estarei eu ao fim dependurado pelo tornozelo? Ou quem sabe dando gargalhadas ao ver a fraqueza dos homens? Ou ainda mais, serei eu a amarrar os tornozelos da humanidade? Todos são os algozes, todos riem da desgraça que não lhes pertence, mas ao fim todos terminam dependurados pelos tornozelos.

Devo continuar caminhando. O corredor é muito escuro, devemos estar no subsolo, esse barulho nojento é perturbador... Um ninho de baratas! Saiam dos meus pés! Saiam dos meus pés! Não há como evitá-las. Elas sobem e se aninham no meu corpo, se reproduzem na minha virilha, fazem sua morada em meus orifícios. Sou tomado por baratas. Sou o homem-barata, o homem fétido, o homem-praga. Aqueles milhões de patinhas que caminham no meu corpo realizam uma massagem profana, sou tomado por um prazer proibido, me deleito com o perfume nefasto, nauseabundo, a ânsia me regurgita um animus enterrado, o horror de estar completamente desencontrado de tudo o que é convencional, a minha criança enlouqueceria ao me defrontar e saber que carrego seu destino com o pênis encoberto por uma gosma preta que se forma ao espremer as baratas que ali se encontram num movimento de masturbação decrépita. Minha mãe, ah, minha mãezinha tão simplória, tão católica, tão temente à um deus inexistente, com suas orações decoradas, com seus hinos de louvor,  seus terços pendurados na cabeceira da cama de madeira antiga e seu falar típico de quem decorou e aprendeu suas frases mais interessantes nas missas tediosas do Padre Adalberto, para mim a melhor hora da missa é a hora que ela acaba, minha mãezinha, ah minha querida mãezinha, definharia até a morte no exato instante em que me visse trepando freneticamente com baratas esmagadas no meu pau. E meu pai, sempre austero, seja lá o que se passa em sua cabeça, como uma parede pintada de bege escuro, como um corredor estreito e sem espaço nas laterais, simplesmente reto como uma tábua de madeira seca, inflexível, adepto de tradições antigas, de costas dadas não reconheceria esta figura repugnante, a se satisfazer de tão nefasto pecado, como uma prole de sua descendência.

Todos desejam esmagar o homem-barata. Mas ninguém quer limpar a gosma fedida. Deixem que as formigas carreguem essa coisa nojenta! Eles dizem. Que prazer insano é este de ser mutilado e fodido até às entranhas? De saber que não há mais volta para tamanha perdição? Isso é deixar todos os dentes da boca apodrecerem. Eis que entendo a velha! Eis que compreendo as gargalhadas de quem acaba de perder todos os dentes podres num chute violento de quem perde a paciência. Eis que pertenço onde de cá estou. Há uma beleza magnética no horror, algo que me arrasta para o interior do objeto horrendo, me distanciando sou arremessado às entranhas da podridão, como um espelho a revelar em mim mesmo aquele objeto da experiência, que em repulsa não posso parar de olhar.

O motorista tira a roupa, a velha tira a roupa, e todas essas pessoas horrorosas tiram a roupa, eu já estou nu e besuntado por essa gosma cinzenta de entranhas de baratas que exala esse odor nauseante que penetra as narinas de qualquer um que se aproxime, odor hipnótico para aqueles que compreendem o segredo. Parece que sou o mais desejável nesta câmara escura. Se aproximam de mim como animais ferozes a saltar de forma muda em direção a um pedaço de carne.

— The End —