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Poems

Mariana Seabra Mar 2022
Escrevo esta fábula em forma de poema,

Na tentativa que seja mais fácil de a recordar.

Agarro numa folha e desenho algumas letras,

Penso em dois animais que nos possam caracterizar.

E assim, começa, como é suposto qualquer fábula começar:



Era uma vez um leão

Perdido na floresta.

Os homens que o viam, fugiam...

Pobre leão! que fizeram que ti uma besta,

Condenaram-te ao exílio,  

Sem terem qualquer razão.

Idiotas! Que já nem diferenciam

Um animal a rugir de medo

De uma besta humana  

Que foge dele em desespero.  



Andou meses e meses  

Às voltas, desorientado,  

No meio da extensa vegetação.

Não havia uma voz que o guiasse,

Não havia uma alma amiga que lhe esticasse a mão.



Só ele conhece e sente o horror  

de ser chamado de predador.

Ouvir mais gritos do que risos,  

Levar mais pancada do que amor.

Só quem o conhece sabe que não o faz por mal.

Faz sim, por sobrevivência, por instinto natural.





Pobre leão!  

Nessa floresta,  

Desencantada,

Por qualquer trilho que andava

Só encontrava a solidão…



Num belo dia de chuva,

Caída como que por compaixão,

Espreitou uma pequena aranha

Através do denso pêlo do leão.



Arrastada pelo vento,

Para sua maior alegria ou desalento,

Foi no seu pêlo que, ela, decidiu pousar.



Terá visto, no leão,

Um porto seguro

Para se refugiar?





Tinha medo da chuva?  

Ou era nele que se queria hospedar?



Habituado a estar sozinho,

Forçosamente isolado,

Este pobre leão cansado,

Ao mínimo toque da aranha

Saiu a correr disparado…



Não estava habituado

A ter companhia.



Aquela doce aranha,

Que nem por um segundo o largou,

Entendeu porque é que ele a temia...

Decidiu correr a seu lado e,

Como se fosse pura magia,

Fez brotar no leão  

As sensações que há muito ele desligou.



Foi o ceder do coração,

O reavivar das memórias,

Que logo o abrandou.



Quando se encontraram,

Um ao outro,

Entrelaçados num olhar,

Não foram precisas  

Quaisquer palavras

Para lhes revelar:

Que apesar de qualquer diferença que possam encontrar,

ambos têm o mesmo tamanho

No que toca ao Amor

Que ambos têm  

Para dar.



A aranha sobe ao seu ouvido,

Para lhe poder murmurar:

“Calma, meu pequeno leão,

Sei que estás cansado,

Ferido e traumatizado...

Nunca foi minha intenção te assustar.

Não me temas, nem me afastes!

Não pretendo deixar-te desamparado,

Estou aqui para te curar.

Segue-me tu, agora,  

Tenho um lugar para te mostrar…

O sítio perfeito

Onde vais conseguir descansar.”



O caminho era longo, mas pareceu-lhe menos demorado,

Só porque caminhavam lado a lado.



E quando chegou ao destino,

Ou quando o destino se foi com ele esbarrar,  

O leão nem conseguiu acreditar

Que naquela floresta,

Muito menos solitária,

Era exatamente  

Onde ele precisava de estar…



O tal destino,  

Já traçado,

Assim o veio relembrar

Que às vezes é preciso se perder,

Para mais tarde,

Se reencontrar.



Nessa mesma noite,

A floresta parecia encantada.

Só se ouvia  

dois corações

a bater em sintonia.  

Pum…pum…pum...pum…

Só se viam  

Duas almas nuas

Deitadas e embaladas

Numa teia perfeitamente desenhada.



Quem se atreve a dizer que o leão pertence à savana?

Anda esta gente toda enganada!

Nunca leram a pequena história

Do leão e da aranha.



E quem a ler, talvez dirá, que história mais estranha!
ummily Apr 2016
La Ratita Presumida
“... y sentia muy feliz. Pero al terminar, el gato se lanzo sobre ella para comer se la. La Ratita lorgo escaper y aprendio a no fiarse de la aparencias”

Generally speaking, the most romantic matters take place beneath the moonlight. It shone down on the city of Barcelona that night with a certain intention, a mysterious plan. She went out for a cigarette, or a “thought” as she liked to think of it, her soul already marinating in a bottle of cheap, red wine.  She let the moonlight pour its possibilities upon her skin as she exhaled into the night.

It was this recipe:
¾ bottle of red wine,
1 pack of Marlboro Lights,
a pinch of red lipstick and
a dash of moony-mist  

on the dimly lit terrace that started it all.

Just then, a tall, blondish, smart looking guy walked into the room. She felt as though she could see the weight of his brain sitting in his head. Almost visible were the synapses firing within.

He spoke so smoothly, in a comforting, southern accent.
His words cast visions of sunsets,
surrounding her
in an unfamiliar, yet soothing
warmth.
She drew closer.
His southern spark lit her cigarette and
with that flick of the match,
an immediate magic ignited between them.

They spoke of Matthew Macconaughy, death and anxiety... death by anxiety, art and music and love and lust.

lovelustlovelustlovelustlostlove

“Just come with me,” he said,  “I’m not expecting anything... we’ll get brunch!” , he said. Ooooooh that’s a mighty word there, “BRUNCH”.

“Brunch”,
A word capable of bringing this girl,
to her knees
~the birds and the bees~
she left with him.
                                                              ..­.

“You had me at ‘brunch’.”
They took a cab to his shoebox-sized flat in Gracia, “the best neighbourhood of Barcelona by far”. They linked lips, caressed, clutched each other’s flesh and faded into one as the sun began to rise.
                                                           ­   ...
The sun came beating through the dungeon –like windows of the shoebox-shaped room. The laundry hanging outside-as it must in this city- cast shadows across their naked skin. It appeared to be dancing quite joyfully, despite the intensely hung-over state of the two strangers that lay entangled amongst the sheets.
As promised, BRUNCH ensued.  They chatted, and laughed and flirted. They shared secrets that no one else knew.

“I like your brain”, he said.
                                                               ...
In the weeks to come they spent every waking moment of each weekend in each other’s company. The rest of the time was spent as the charismatic protagonist in the day dreams of the other one’s mind.  

Hospital General, Sant Cugat Del Valles, Valldoreix, La Floresta, Las Planes, Baixador de Vallvidrera, Peu del Funicular, Reina Elisenda, Sarria, Les Tres Torres,  La Bonanova, Muntaner, Sant Gervasi, Gracia, Provenca,  Passeig de Gracia, Placa Catalunya.

The Trains chugged on
And on
And just remember it’s hard to stop a train...

Gracia -the best neighbourhood in Barcelona- sang like a bird in her ear and a sore thumb pressing its weight into her aching heart.  

Take me Spanish Caravan, yes I know you can...
...I know where treasure is waiting for me
Silver and gold in the mountains in Spain
I have to see you again and again.

Take me Spanish Caravan, yes I know you can.

                                                           ­        ...
That dreaded, dreary morning, the rain beat down. The rain in Spain falls mainly on the plane -Or all over, really.

She helped him stuff his damp laundry
into his star-spangled suitcase,
himself into her...




He came,
she left, and so did he.




*I'd like to see you again
and again.
a short story.

a ghost story.
Aparna Oct 2020
rain mist wreathed
virid groves
of evergreen
sun languished
behind clouds grey
overcast sky
lachrymose;
distant rumble
thunder;brontide
pellet-laden gusts
of wind;cold
leaf-stirring
nubivagant drops
falling
glistening foliages
rustling;
celadon leaves
rain-washed
brushwood damp
galore humus
dewy silence;
gerful downpour
incipient
another rain poem:)