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Wörziech May 2014
e com a falta dos ventos vindos do sul,
deixa conscientemente de sentir a liberdade de rodar estradas a fora.

Somente paira nele o interesse por presenciar ares históricos
e as tonalidades azuis entardecidas de trilhas já traçadas pelas correntes em Istambul.

Há de se dizer que peculiarmente nesse instante,
percebe, nele próprio, pontuações apanhadas
que sua adorável gaita não tardaria a memorar:

Não é como o desconhecimento prévio
de uma viagem antiquada;

Tampouco uma imitação da intermitente angústia
pela eclosão de sentimentos vendidos em cápsulas;
Menos ainda assemelha-se com as incertezas graduais
que ocasionalmente acercam uma mente amada;

Incomparável é àquela perda do título real
concedido pelos grifos dos selos já borrados,
jogados sobre a mesa e observados em companhia
de aspirações psíquicas,
sentida em uma insana tarde corroída pelo vício.

É, em verdade,
o ruído, abafado e sintetizado,
dos restos talhados em um porão sempre a oeste,
através dos trompetes, de fumaça e metal,
regidos em orquestra pelo grupo
Camaradas do Estado Mundial.

Uma sequência sonora que perdura a narrar uma bela ficção.
A trajetória dum velho chamado Cristóvão a desbravar,
com pensamentos amenos,
terras sem dono e de corpos sem coração.
A bela construção ideológica de utilizar a dor de seus pés
para tornar esquecida aquela no peito,
provocada pelos seus negros palpitantes pulmões.

Enredo a cantarolar sua bravura por abandonar o grande cavalo
não mais selvagem autônomo e colocar-se frente ao sol túrgido no
horizonte;
desdobrando uma desregrada peregrinação atormentada pela poeira em sua narina e uma ocasional perca de controle promovida
por uma tosse ora doce, ora amarga.

Sempre em sintonia com as batidas de uma nota perdida,
adentrando o território de brasões a cores e a gesticular com gentis ramos de um mato esquecido,
vira caminharem ao seu lado alguns dos seus mais queridos juízos.

Precisamente com seu conjunto de novos e velhos amigos, o calor do espaço ele agora prioriza sentir;

De pés descalços, somente se concentra em seu ininterrupto primeiro passo,
deixando de lado o frenético, deliberado e contínuo deslocar de aço
através das regulares e vagas pontes asfálticas pelas quais todos os dias ele fatalmente necessitava deixar suas despersonalizadas pegadas;
pontes que continuam a apontar o caminho plástico e pomposo
para o estável mundo das mais belas famílias a venderem, amontoadas,
suas próprias almas à beira da estrada rígida e sem graça.

*"Viajará fora das estradas!"
Victor Marques Apr 2012
Saudades de ti

Labirinto que a todos convida,
Sofrimento que sempre sufoca,
Na despedida desta vida,
Fugiu a vontade própria.

Peregrinos cansados de sonhos vividos,
Esperança no reino de Deus,
Riscos por vezes corridos,
Saudade dos filhos teus.


Despedida que nunca acabe,
Famintos de nova luz,
Sentir sempre saudade,
Rezamos por ti a Jesus.

A tua companhia era tão terna,
Recordação deste teu dia,
Morte que a todos condena,
Nobre e eterna fidalguia.

Victor Marques
Victor Marques Sep 2013
Filha, filho, Filhos…

Quando me levanto com vontade de ver alguém com seu sorriso, não escolheria mais ninguém senão tu…
No mundo que Deus nos deu não existe puro e imaculado amor igual ao teu.
Depois de tanto tempo de vivências, compromissos, viagens pelo mundo fora sempre tive presente a dádiva de te ver nascer e crescer em sabedoria.
Tu sim tens a magia da lua comprometida com um mundo feito de bem que parece ao mesmo tempo teu e de mais ninguém….
    No coração tu tens a doce melodia das harpas de Jacob, nas mãos a gentileza de quem faz tudo com mestria e exatidão. Tantas filhas, filhos nascem pelo simples facto de o homem querer se multiplicar, procriar…
Tu nasceste por um terno amor, por uma vontade que dois seres tiveram em elevar na terra através da matéria o poder da alma.
   Neste mundo de injustiças, guerras económicas, sociais, políticas nascem todos os dias filhos, filhas com leveza e amor de dois seres. Tu, hoje fizeste me pensar na abundância que Deus nos dá, nas oportunidades que muitos não têm, nos que sofrem por não terem filhas, filhos…
O ciclo da vida me ajuda a amar, a compreender e a tolerar quem não consegue sentir força
Para caminhar e fazer uma descoberta diária da beleza da vida e da companhia de nossas filhas, filhos….

   O meu legado não teria sentido sem ti, o meu ser nunca seria completo em harmonia com o Deus criador. O nosso futuro quer filhas, filhos melhor do que nós pais que tentamos apreender o constante evoluir da sociedade humana.

    Não poderia deixar de estar grato a Deus, meus pais e meus antepassados pelo que me deram e continuam a dar. A vida de todos nós seria muito melhor se a nossa preocupação fosse dar sem lembrar e receber nunca esquecendo.  
     A ti nem sei que dizer… sei que nunca vai haver nada que por ti me faça desfalecer. Por ti se cair vou pedir a Deus que me ajude a erguer…

Victor Marques
Victor Marques Oct 2010
Nasceste para mim


Nos altares sagrados pousam brancas pombas,
Nasceste entre as mais belas flores.
A tua frescura enlace das minhas loucuras,
Rouxinóis com penas de várias cores.

Beijo os teus lábios toda a vida,
Bendito Outono que te trouxe.
Olhos castanhos tão doces,
Nasceste para mim minha querida.

A lua dorme sem minha companhia,
Os anjos cantam vestidos de branco,
Nasceste para mim com alegria,
Tão suave é teu canto.

Vejo-te neste espelho aberto,
Os pecados eu sinto,
Amor terno, distinto,
Nasceste para mim no deserto.


Victor Marques
Victor Marques Aug 2010
Deus, Nossa Senhora e Santo António

Acredito em Deus com amor, convicção,
Rezo com a fé do coração.
Na estrada da vida e da sorte,
Deus nos dá a vida e a morte….

Virgem Maria, eterna Mãe e companhia,
Me iluminas com luz resplandecente,
Durante a noite e o dia,
Hoje, amanhã e sempre.


Santo António, de Padova , Lisboa saudosista,
Dos doutores Deus te abençoo,
Amor do Teu Deus te santificou,
Doutor celestial meu predilecto,
És meu Santo com afecto….


Tua linda catedral,
Te toquei com encanto divinal,
És santo com doce ternura,
Tudo por ti tem cura…

Victor Marques
Victor Marques May 2015
Minha filha Victória,

      Dou graças a Deus por tudo que me tem dado, o melhor de tudo foste tu teres nascido e durante estes anos compreender e apreender as melhores facetas e ensinamentos que tu mesma descobriste e aperfeiçoastes.
    Fico muito feliz com o sucesso que tens tido em todas as vertentes da tua vida e com o final de ano com a tua licenciatura em Medicina Dentária. Sou pai orgulhoso, amigo e confidente e podes sempre contar comigo no futuro, sem eu nunca querer impor regras ou princípios.
     Peço desculpa pelas vezes em que não consegui dar-te o apoio infinito que tu sempre mereces, por não ser mais calmo em todas as circunstâncias que a vida por vezes nos submete. Quero te agradecer pela filha maravilhosa que és, pela tua sabedoria, pelo teu carinho, pelo teu amor de filha que sempre guardo no meu coração.
     Deus deu-me este grande privilégio e espero que continue por largos anos a poder privar da tua doce e excelsa companhia. Neste tempo de grandes transformações quero que esteja sempre presente na tua vida: o poder da alma, do amor, do respeito por todos os seres humanos, e pela natureza pura e imaculada que eu tanto divulgo e aprecio.
   Obrigado filha por tu também teres contribuído para eu me tornar um ser humano melhor, mais amigo, mais companheiro, mais sonhador. Se todos os Pais amassem os seus filhos da forma mais genuína como as avezinhas amam os seus teríamos um mundo muito melhor.
   Dar liberdade e confiança ajuda sempre para se ter a certeza do caminho a seguir. Eu sou daqueles que quer que a minha filha seja muito melhor do que eu, que tenha uma vida mais feliz, que tenha tudo sempre muito melhor do que eu. Esta é a minha forma de pensar e de viver e porque não dizer o quanto te quero bem.
   Adoro-te filha
Victor Marques
filha, amor, pai
Sinto o meu corpo voar como um passarinho,
Nos teus braços, sinto conforto do nosso ninho!
Os teus olhos, são a alegria do meu caminho,
E quando chego a ti, sinto mesmo o teu carinho!

Sinto-me a planar no ar como uma pena,
A energia que vem de ti, me é tão amena,
O teu perfume cor de energia tão plena,
Teu abraço único é meu, querida Liliana!

Nada é igual a ti, à tua doce presença,
Tua imagem, sempre uma boa lembrança,
Respiro melhor, estes sonhos de criança,
A vida contigo, é agora a melhor aliança!

Sinto-me tão grande no teu aconchego,
Sinto-me vaidoso da tua companhia,
Sinto a tua presença com muita alegria,
Beijo teu, eu vejo e logo de vontade, pego!

Esta noite eu vou deitar-me alucinado,
Descanso sobre a almofada apaixonado,
É tão leve minha consciência, abobadado,
Vénia pela noite a teu ser, por mim amado!

Autor: António Benigno
Código de autor: 2013.07.23.02.08
Se eu sou neste mundo a lua e tu o sol,
Se tu és a estrela, que me ilumina o meu dia,
Porque teme o sol a lua, se é dela o seu brilho?
Aparecerei nos momentos da tua maior luz,
Nos dias fantásticos de magia da tua alegria,
Na beleza da continuidade dos teus dias,
Na herança dos nossos corpos unidos,
Eu, lua, estarei ali, junto de ti, quando deres à luz!
Quando estiver eu no céu pela manha,
Esperando que chegues aos meus braços,
Estarei ali para brilhar junto contigo,
O meu brilho será reflectido para ti,
Apesar das voltas que dês no mundo,
Eu, estarei ali, sempre esperando por ti!
Quando nos dias perderes o brilho,
Virei abraçar-te para te mostrar que estou contigo,
Leva os dias comigo, preciso de ti como és,
Nos teus momentos de alegria e tristeza,
Porque só assim eu poderei amar-te,
Fazer-te a surpresa da minha companhia,
E dar-te a ti a força e manter o teu lindo brilho,
Em tão poucos dias que tem a nossa eternidade,
Nas voltas todas que deu o mundo sobre nós,
És o centro do mundo minha estrela brilhante,
Não é um acaso é uma certeza bem divina,
Não é coincidência, para nós é evidência,
Darei voltas sempre sobre ti e pela terra,
Porque ela é a família que temos
E aquela que um dia com o teu dar de luz faremos,
Mas eu e a família que é nossa,
Há tua volta com tua luz, viveremos.
Te adoro muito mesmo, Liliana minha estrela!

Autor: António Benigno
Esta é a lógica do que fazemos
Victor Marques Apr 2016
Vivendo cada dia com a graça e bênção de um Deus infinito e criador. Aproveitando cada segundo para me aperfeiçoar e aprendendo sempre ouvindo sábios conselhos de quem viveu e aprendeu mais do que eu...
De quem por qualquer motivo não soube aproveitar oportunidades perdidas ?
De quem sabe apreciar as minhas qualidades e meus defeitos...
De quem que por vezes se cruza comigo e sorri gratuitamente,
De quem me compreende e agradece a minha companhia,
De todos que por qualquer razão me olham sempre com carinho e amizade.

Um abraço amigo
Victor Marques
Deus, bençao
Meus caros, eu vi!
Quem sabe num sonho, ou talvez não fosse exatamente um sonho
Quem sabe as luzes estivessem baixas demais
E a escuridão que promove vultos, houvesse enegrecido minha mente
-Entorpecido por meus próprios pensamentos-
Ali estava, a visão atemporal da existência

Trafegando por aterradores espaços infinitos
A escuridão assombrava o devastado pântano das almas amaldiçoadas
ouvia-se os gritos daqueles que encontravam ali o fatal destino
Os mortos que estavam aprisionados ansiavam por companhia
Uma fumaça fétida pairava sobre as águas apodrecidas
Animais se decompunham retidos pela lama pegajosa
Vermes se proliferavam naquele ambiente hostil enquanto o atormentador zumbido de moscas preenchia o silêncio daquele lugar horrível
As criaturas mais horrendas e bestiais ali faziam sua morada
à espreita das desavisadas presas que por aquele caminho se perderam

Há um homem perdido em seus próprios passos
Ele caminha ao longo da estrada
Entre-a-vida-e-a-morte
Ele está vivo, mas nunca viveu
Como também está morto, sem de fato ter morrido
Anseia por luz, mas se perde na escuridão do pântano

O bater de asas dos abutres lhe contam que tudo é um sonho, mas também uma profecia
Abaixo da árvore da vida sete urubus mortos estão se decompondo
Não há quem possa devorar seus cadáveres apodrecidos
Uma formosa águia sobrevoa o pântano
Sete ratos tentam se esconder
Sete cobras tentam fugir
Mas a águia devora os sete ratos
E também devora as sete cobras

O homem se torna dois, e um terceiro que não é homem
Ambos deverão transitar pelo inferno
Arrastar-se pela terra infértil da morte
Um morrerá para si mesmo
E renascerá como a fênix mitológica
O outro morrerá eternamente
Consumido pela legião de sombras
Sua tristeza será incomensurável
E como se uma ira brotasse em seu âmago
E uma dor gigantesca consumisse todo o seu ser
Sem derramar uma lágrima
Mergulhará sua existência nas águas esquecidas do Lethe
Embora o primeiro igualmente experimentasse dor tamanha
Ele encontrará seu guia dentro de si mesmo
Pois o guia na escuridão é a luz
Na luz nenhuma escuridão prevalece

O terceiro é como se jamais existisse
Permanecendo no limbo do crepúsculo
Sem dormir ou acordar
Apodrecendo como os urubus mortos aos pés da árvore da vida
Sem jamais experimentar seus frutos

Os três se tornam um só novamente
Mas algo havia mudado
Já não poderia mais ser o mesmo

E como num súbito – abri meus olhos
Não poderia ter sido um sonho
Por mais que estivesse sonhando…
Meus caros, eu vi!
Faz um tempo que venho tentando encontrar alguém que me ame, eu achava que era suposto amar e ser amada de volta… não sei o que está a acontecer, será que o problema sou eu? Será que meu Romeu está realmente morto ou Homens não são capazes de amar? Ou eu é que dou passos errados?
Estou cansada de acordar com um homem diferente em cada final de semana que decido ir para aquele maldito bar para afogar minhas mágoas, só tenho 25 anos, com quantos anos é suposto encontrar o homem certo? Porque que só querem se aproveitar de mim? Será esse corpo que dizem ser perfeito? Será esse rosto que dizem ser lindo? Isso não devia ser motivação eles me levarem a serio? Deus, estou a começar a odiar este corpo perfeito e essa cara linda, só quero um pouco de amor. Todas as minhas amigas me falam de coisas que seus namorados fazem por elas, falam-me sobre as declarações de amor e flores que recebem e a mim só dão orgasmos atrás de orgasmos, meu ex namorado era um Brutamontes que achava que os presentes caros e **** eram as únicas coisas que eu queria, EU SÓ QUERO UM POUCO DE AMOR…
Aqui estou de novo, neste maldito bar, porquê que sempre venho parar aqui? Quem são essas pessoas comigo? Acho que estou bêbada, mas é assim que eu decidi fugir da realidade de não ser amada, e essas pessoas, que nem conheço fazem-me companhia, “Garçom, mais uma rodada” “ adiciona na minha conta por favor”.
It's been a while since I've been trying to find someone who loves me, I thought I was supposed to love and be loved back ... I do not know what's happening, am I the problem? Is my Romeo really dead or men are not capable of love? Or I take the wrong steps?
I'm tired of waking up to a different man every weekend that I decide to go to that **** bar to drown my sorrows, I'm only 25 years old, how old am I supposed to find the right man? Why they just want to take advantage of me? Is it this body said to be perfect? Is this face they say is beautiful? Shouldn't that be motivation for them to take me seriously? God, I'm starting to hate this perfect body and this beautiful face, I just want some love. All my friends tell me about things that their boyfriends do for them, they tell me about the declarations of love and flowers they receive and I only receive ******* after *******, my ex boyfriend was a Brute who thought that the expensive gifts and *** were the only things I wanted, I JUST WANT A LITTLE LOVE ...
Here I am again, in this **** bar, why do I always end up here? Who are these people with me? I think I'm drunk, but that's how I decided to get away from the reality of being unloved, and these people, whom I do not know, keep me company, "Waiter, one more round" "add to my account please."
Eu te amo com todo meu coração, 
você simplesmente é uma benção.

Obrigada por tudo que você me deu
e que sempre me entendeu.

Obrigada por tudo que você me ensinou,
por tudo que você me mostrou.

Obrigada por sempre estar ao meu lado, 
e por nunca me deixar abandonado(a).

Obrigada pelo carinho e pela companhia neste caminho.

Obrigada por secar minhas lágrimas e depois de cada chorinho, 
deixar tudo de novo certinho.

Obrigada pelo seu amor que enche o meu coração de cor.

Obrigada por segurar a minha mão
e também cuidar do meu irmão.

Obrigada por me abraçar, me beijar e me cuidar.
Você me mostrou o que significa “amar”.

Obrigada pelas brigas.
Elas me disseram que apesar de tudo somos amigas.

Em dias nublados você precisou lutar,
mas depois da tempestade o sol sempre voltou a brilhar.

Obrigada pela sua coragem e seu esforço durante esta viagem.
Já notou que isso é uma homenagem?

Obrigada por ser você, por ser linda, maravilhosa, inteligente e forte
Tenho uma mãe fantástica e já nasci com sorte!

Dizem que não há amor maior do que o amor de uma mãe, e é verdade.
mas esqueceram que uma filha pelo amor da mãe cresce em paz, gratidão e liberdade.

Não existe pessoa que merece mais estas minhas palavras do que você.

Hoje sou uma mulher jovem, bonita e inteligente.
mas o que disso tudo eu seria sem você presente?
Pois tudo que eu sou, eu devo a você.

Obrigada mamãe.  

- gio, 13.05.2018
Victor Marques Feb 2021
Nasceste para alegria de todos nos,
tiveste amor e foste querido
por pais, amigos e avós.
Que Deus sublime te envolva em Branco véu,
E te leve direitinho ao céu.


Como um monge franciscano ,
Gosto da natureza,
Amo a DEUS com  pureza ,
Desde menino.
Em ti tive o exemplo  de colher
o que e semeado,
Deus e o mundo seja louvado...

A Tua lareira era tua companhia,
Partiste da noite para o dia,
Que tua alma seja vida,
Ressurreição e amor,
Entraste no paraíso,
Estas com Deus Nosso Senhor...

Fazias a poda com amor imaculado,
Eras um ser humano sensato e com sabedoria,
Ficaste na nossa memoria viva e sem passado,
Amaste quem te visitava e conhecia,
Foste querido e amado.

Victor Marques
zé, tio, morte, Deus, vida
Dryden Apr 2018
Os dias acabam e a noite chega,
Acendo a minha pequena lanterna
Chamada consciência,
Com a minha solidão eterna.

A noite tranquiliza-me,
Meio mundo está a dormir
Sinónimo que está a progredir.
Durante o meu sonho
Nao existe gravidade
Posso voar, pecar ,
Ninguém estará lá para me julgar.

A madrugada costuma alimentar-se das minhas insónias,
Não me importo pois ao fim da noite encontro a aurora,
Nela encontro a minha esperança além da paranóia,
Perco o sono, levanto me, dou a volta ao mundo sem demora.

O meu quarto escuro,
Com o passar das horas
Cria um clima soturno.
É nesse ambiente que travo os meus duelos
Batalhando sob o admirável céu noturno
Mudando o rumo dos asteróides,
Faço os explodir
Apenas para alimentar esta alma nervosa,

Corro pelos anéis de Saturno
Escorrego no gelo e saio disparado pelo universo,
Enquanto gravito escrevo versos,
Sobre os mares, continentes
E formas de vida criadas na Terra.
Mas a minha mente envolvida por aquele espaço
É curiosa e faz me espreitar,
Procuro algo fantástico impossível de imaginar,
Infelizmente acordo e reparo que estava apenas a sonhar.

Dormir tornou-se um luxo,
Que raramente consigo suportar
Mas sem ele o meu pensamento fica turvo
Turvo de desencanto e claro de paixão,
Tão desorganizado como esta selva de betão.

Faz me desejar emigrar para ilhas de utopia,
Praias de naufragio onde Beethovem escreveu
Sonata ao luar á sua amada companhia..

Conheço-me, durante a noite aprendi a navegar
Tomo as minhas decisões depos d'agitaçao parar,
E sobre elas costumo meditar
Enumeros conflitos tento solucionar.

Quando tenho o corpo e a mente unidos
No unico tempo que interessa, o presente,
Foco me na respiraçao até que,
Subitamente uma decisão aparece,
Na minha totalidade transcendo-me
E vivo sem arrependimentos
Estando no presente,
Não me lamento do passado,
Não preparo o futuro ,
Apenas vivo no unico tempo existente,
Tudo o resto é a minha mente, que mente,
exageradamente.
Mariana Seabra Sep 2022
Não são os outros! Nunca foram os outros.

Não é o lugar! Nunca foi o lugar.

Sou eu!



Já quis partir em retiros para o Tibete. Ou em viagens espirituais para a Tailândia. Já quis correr o mundo à procura de algo que só podia encontrar em mim. Parece-me interessante, aliás, ainda o quero fazer pela pura necessidade que tenho de experienciar. No entanto, é inútil. É mirar ao fracasso, e é condenação interior a uma busca incessante que não traz paz, só traz correria desenfreada, sem meta final onde possa descansar, uma armadilha que me obriga a jogar por algo que nem vale a pena ganhar.
Prefiro a tranquilidade que me consigo proporcionar. Em vez de correr, prefiro caminhar. Prefiro aceitar a incompletude, para não ter de me andar a perseguir por lugares onde nem sequer passei. Prefiro pensar no que tenho. Prefiro aceitar o que tenho. Prefiro limar o que tenho. Prefiro amar o que tenho. Não me falta peça nenhuma! Só me falta descobrir uma maneira de lhes dar sentido... de me ordenar.

É inútil acharmos que temos de sair do sítio para viver e, consequentemente, evoluir ou mudar, ou correr de lugar para lugar, à procura da essência mais profunda que nos constrói. Quando as raízes são profundas, não há razão para temer o vento! O nosso cérebro não sabe distinguir entre a experiência vivida e a experiência imaginada, para ele é tudo igual. Somos biliões de informações! a que este magnífico pedaço de ***** cinzenta atribui significado. Experiências reais ou imaginárias, que se convertem em memórias, memórias que ganham uma nova vida de cada vez que as recordamos, histórias que repetimos a nós e aos outros, até sermos só pedaços daquilo que lhes contamos.

Prefiro esquecer!
Escrevo as histórias que nunca contei, para depois as tentar esquecer...

Só me oriento pelas minhas próprias pegadas e, quando escrevo é apenas através de experiência pessoal. Não recorro à generalização de vivências tão únicas, mas, como admito ser-humana, sei que por muitos outros são partilhadas, e sem o meu consentimento, generalizadas. Nasci para escrever poesia, mas não sei se nasci para ser poeta. A escrita é um dissecar do próprio íntimo. Escrever é sangrar para o papel. E se o que eu escrevo fizer sentido para um outro alguém, então ótimo, é como se partilhássemos o mesmo abraço enquanto o meu poema durar. E se o que eu escrevo não fizer sentido para ninguém, não importa. Escrevo para mim. Qualquer outra pessoa que me tente ler, irá observar-me através de um vidro duplamente espelhado. O que pensa observar de mim é, nada mais nada menos, do que o seu reflexo a acenar de volta para si. Porque a poesia é assim! dizem-me que não pertence a quem a escreve
mas sim
a quem a lê.
Sou do contra, não vivo à vossa mercê! A poesia é minha! O amor é meu! A dor é minha! E se a estou a partilhar, não é por motivos altruístas, não quero ser vista nem entendida. E se a estou a partilhar, é só porque estava sufocada, porque o poema já me estava a arder nas veias, muito antes do próprio poema começar. E se o estou a partilhar, é porque não tive escolha, era escrever ou morrer! e depois de estar cá fora, depois do fogo apagar, depois das cinzas pousarem e da ferida parar de jorrar... só depois, muito depois, é que uso o meu discernimento, volto atrás no tempo e decido se o vou partilhar, ou se é só meu, e de quem me veio inspirar.

Sou líder de mim mesma!

Sento-me na mesa-redonda do Eu e converso com todos os meus familiares, amigos, parceiros, desconhecidos, inimigos, anjos e demónios, todos com a minha cara, todos com a minha maneira de pensar, todos a olhar de volta para mim à espera que comece a falar...Quem diria, que de uma mesa tão cheia e diversificada, poderia comprimi-la, agrupa-la numa só pessoa, com uma única fachada virada para o exterior! Adoro a complexidade que de mim emana! Adoro ser várias, e ao mesmo tempo ser coesa. Ser o sol que mantém todas de mim em órbita, a força universal que me mantém presa,
Fiel a quem sou,
Com alma pura e coração digno de entrar na corte real da nobreza.
Entro em longos debates com todas as versões de mim, sobre qual de nós seguir. Creio que, desde tenra idade, tornei-me boa ouvinte para dentro. O dito mundo real não me bastava, muito menos me alegrava ou inspirava, então, recuei. Retraí-me para o vasto mundo interior da minha mente e, inventei mundos novos. Foi assim que descobri a melhor companhia que podia ter. Nunca me sentia sozinha, desde que me tivesse presente. Depois de aprender a escutar o que vem de dentro, aprendi a escutar o que vem de fora. No final do debate, decido seguir a mim mesma. Nenhuma de mim ficará para trás! Nem as que já morreram e tive de enterrar! mesmo que não saiba para onde seguir. Talvez em frente. Diria que, por esta altura, seguir em frente é uma especialização minha.  

Como qualquer líder, às vezes também me falho.

Como qualquer líder, debruço-me obsessivamente sobre as falhas até descobrir como as preencher. Puno-me por elas e, finalmente, permito-me aprender.  

Como qualquer líder, sou consumidora assídua de pequenas e grandes lições.

Como qualquer líder, cometo erros. E, como qualquer líder, tento não repetir os mesmos.  

Só não sou como qualquer líder. Não nasci para guiar outros, porque também eu estou perdida. Não quero que me sigam! Aliás, se for possível, sigam o caminho oposto ao meu. E não me peçam para vos seguir! Só me sei seguir a mim, e mal.  

Nasci para desbravar o mato à machadada, na exata medida em que for avançando nele. Não me ofereçam florestas já desbravadas! Fiquem lá com elas. Não me ofereçam sonhos que não me pertencem! Prefiro deitar-me mais cedo para ter os meus. Não me vendam a vossa verdade! É um negócio sujo, onde eu ficaria sempre a perder. A verdade do outro, que fique o outro com ela. Prefiro explorar a minha.  

Deixem-me ir!

Quero ver por mim. Ouvir por mim. Tocar por mim. Cheirar por mim. Saborear por mim. Cair por mim. Levantar pela minha própria mão. Vivam as vossas experiências e deixem-me viver as minhas!  

Deixem-me tirar as minhas próprias conclusões! Tomá-las como certas, só para mais tarde descobrir que estão erradas. E está tudo bem, crescer é mesmo isso.  

Deixem-me ser mutável! Não me queiram vendada, de ideias fixas ou radicalizadas. Sou adepta do equilíbrio, apesar de nem sempre o conseguir manter. No meu mundo tudo tem permissão para existir, simultaneamente. Todos têm permissão para ser. Há um espaço invisível sem paredes para o delimitar, um lugar inspirado no Lavoisier, onde nada se perde, nada se cria, tudo se pode transformar.

Deixem-me ser! Só peço que me deixem ser! E serei feliz, mesmo na minha profunda infelicidade.  

Nasci para ser uma selvagem autodomada. Uma líder seletivamente dedicada. Uma humana fortemente frágil, com uma beleza feia, como me dizia uma bela cigana, e obcecada com a sua própria caminhada.  

Posso viajar para o sítio mais lindo do universo! Posso deslocar os olhos pelas mais belas paisagens! Posso conhecer os seres mais fascinantes! Posso ler as palavras mais requintadas! Poderia até beber da fonte da juventude eterna!  

Mas se eu não estiver em mim, se não estiver comigo, não há nada. Não há nada! Não há coisa alguma que chegue até mim se eu não estiver dentro de casa para a receber, para lhe abrir a porta, cumprimenta-la com um sorriso, um olhar cativo de quem está lá para a acolher. Não há beleza que me toque, porque não há ninguém cá dentro para ser tocado. Às vezes, viro uma casa assombrada. Abandonada, com vida morta. Há o receptáculo! Esse fica, até que a Terra decida vir recuperá-lo e, com todo o direito, levá-lo de volta para si.  Há o corpo em piloto automático, só não há a alma que o irradia, ou que o faça completo.  

Sei quando estou comigo. Tal como sei quando me abandono. "Só não sei para onde vou de cada vez que me decido abandonar", isto foi outra coisa que aquela bela cigana que me disse, ou estarei a sonhar? A realidade e o imaginário tornam-se mais difíceis de separar.
Onde me escondo de mim mesma?
Sou mestre a desaparecer, sem aviso prévio de quando irei voltar...se irei voltar. Que péssimo hábito! Que mecanismo de defesa ridículo! Foi uma maldição que me deitaram e, agora, tenho de a conseguir quebrar.
Tenho de me quebrar!...
Abrir-me até ao meu interior, olhar para dentro do poço, mesmo que me dê vontade de vomitar, principalmente, quando me dá vontade de vomitar...por mais que me custe olhar. Não posso desviar o olhar! Tenho de remexer nas minhas entranhas, sentir nas minhas mãos o que está avariado, e descobrir como o remendar.
E quebro-me! vezes sem conta. E pego nas peças que estilhacei contra o chão, e corto-me com elas, e brinco com elas, e algures, a meio desta sádica brincadeira, há uma ou outra que decide encaixar, e dão-me sentido, uma nova forma, um eu mais polido, mais perto de nunca ser perfeito e completo.

Percebo quando me vou. Fica tudo mais *****. O vazio absorve-me. O mundo desaponta-me. A poesia desaparece. O barulho do silêncio torna-se ensurdecedor. O corpo mexe-se, mas não age. O olhar fica turvo e as lentes que uso não me permitem ver com clareza. A empatia vira apatia. A falta de emoções torna-me robotizada. Não há amor! É ensurdecedor! Não há amor...

A magia que me move decide esconder-se de mim. Não sei se para brincar comigo, não sei se para me provocar, não sei se para despertar a besta que dorme sossegada. Só sei que, de tempo a tempo, a minha alma decide jogar à apanhada e é a primeira a escapar. Alma rebelde e insurreta! Nunca te ensinei a ficar! Perdoa-me, por favor, também não me ensinaram a mim. Mas, ao menos, ensinei-te a voltar. Depois, como que por infantilidade, ou talvez por vontade de regressar a casa, começa a sussurrar-me...Ouço-a chamar baixinho por mim e, lá vou eu toda contente atrás dela, deixo o seu jogo continuar, só por curiosidade de desvendar até onde é que ela vai, onde é que ela pretende levar-me.

Quanto mais me aproximo de mim, mais cores se erguem à minha volta. A paz invade-me e reconquista o seu devido território no meu peito. A poesia ressurge e faz-me ressurgir.  O silêncio volta a ser música para esta alma sensível. O corpo age com intenção. O olhar fica cristalino e escolho ver o mundo através de lentes que o retratam mais bondoso, pelo menos para mim. As emoções retomam o seu percurso natural no meu sistema, com a intensidade de vulcões ativos. A empatia é reflexo do amor que sinto e que transborda. A magia mastiga-me e cospe-me para o mundo em forma de luz.  



De tempo a tempo, perco-me de mim.

De tempo a tempo, reencontro-me.  

E, deste tempo que se aproxima, só quero uma coisa: quero voltar a mim!

Quero abraçar-me! como se estivesse a despedir-me do amor da minha vida, às portas do aeroporto. Quero acarinhar-me e amar-me. Quero voltar a mim!

Quero ver o que vou encontrar quando a mim regressar.  

Perco-me de mim. Demasiadas vezes, perco-me de mim.  

Quando me reencontro, já não estou no ponto onde me perdi. Já sou uma mistura entre aquela que se perdeu e a que está prestes a renascer. Diria que passo muito tempo no limbo da existência e da não existência. 

Quando me reencontro, sou algo diferente. Quem sabe melhor, quem sabe pior...essas reflexões deixo para os que me oferecem opiniões não solicitadas. Sei que sou algo diferente, o resto é ruído.  

Nasci para criar. Nasci para me reinventar.  

Dito isto, acolho a destruição e o caos que vem de dentro como parte do meu processo de criação pessoal.  

Disto isto, quando me reencontrar, é só uma questão de tempo a tempo para me voltar a perder.
LUNA Jul 2018
A companhia que como metanfetamina me vicia. A falta que como a mais dura crise de abstinência suga tudo aquilo que já tive e tudo aquilo que jamais terei.
Mariana Seabra Mar 2022
Escrevo esta fábula em forma de poema,

Na tentativa que seja mais fácil de a recordar.

Agarro numa folha e desenho algumas letras,

Penso em dois animais que nos possam caracterizar.

E assim, começa, como é suposto qualquer fábula começar:



Era uma vez um leão

Perdido na floresta.

Os homens que o viam, fugiam...

Pobre leão! que fizeram que ti uma besta,

Condenaram-te ao exílio,  

Sem terem qualquer razão.

Idiotas! Que já nem diferenciam

Um animal a rugir de medo

De uma besta humana  

Que foge dele em desespero.  



Andou meses e meses  

Às voltas, desorientado,  

No meio da extensa vegetação.

Não havia uma voz que o guiasse,

Não havia uma alma amiga que lhe esticasse a mão.



Só ele conhece e sente o horror  

de ser chamado de predador.

Ouvir mais gritos do que risos,  

Levar mais pancada do que amor.

Só quem o conhece sabe que não o faz por mal.

Faz sim, por sobrevivência, por instinto natural.





Pobre leão!  

Nessa floresta,  

Desencantada,

Por qualquer trilho que andava

Só encontrava a solidão…



Num belo dia de chuva,

Caída como que por compaixão,

Espreitou uma pequena aranha

Através do denso pêlo do leão.



Arrastada pelo vento,

Para sua maior alegria ou desalento,

Foi no seu pêlo que, ela, decidiu pousar.



Terá visto, no leão,

Um porto seguro

Para se refugiar?





Tinha medo da chuva?  

Ou era nele que se queria hospedar?



Habituado a estar sozinho,

Forçosamente isolado,

Este pobre leão cansado,

Ao mínimo toque da aranha

Saiu a correr disparado…



Não estava habituado

A ter companhia.



Aquela doce aranha,

Que nem por um segundo o largou,

Entendeu porque é que ele a temia...

Decidiu correr a seu lado e,

Como se fosse pura magia,

Fez brotar no leão  

As sensações que há muito ele desligou.



Foi o ceder do coração,

O reavivar das memórias,

Que logo o abrandou.



Quando se encontraram,

Um ao outro,

Entrelaçados num olhar,

Não foram precisas  

Quaisquer palavras

Para lhes revelar:

Que apesar de qualquer diferença que possam encontrar,

ambos têm o mesmo tamanho

No que toca ao Amor

Que ambos têm  

Para dar.



A aranha sobe ao seu ouvido,

Para lhe poder murmurar:

“Calma, meu pequeno leão,

Sei que estás cansado,

Ferido e traumatizado...

Nunca foi minha intenção te assustar.

Não me temas, nem me afastes!

Não pretendo deixar-te desamparado,

Estou aqui para te curar.

Segue-me tu, agora,  

Tenho um lugar para te mostrar…

O sítio perfeito

Onde vais conseguir descansar.”



O caminho era longo, mas pareceu-lhe menos demorado,

Só porque caminhavam lado a lado.



E quando chegou ao destino,

Ou quando o destino se foi com ele esbarrar,  

O leão nem conseguiu acreditar

Que naquela floresta,

Muito menos solitária,

Era exatamente  

Onde ele precisava de estar…



O tal destino,  

Já traçado,

Assim o veio relembrar

Que às vezes é preciso se perder,

Para mais tarde,

Se reencontrar.



Nessa mesma noite,

A floresta parecia encantada.

Só se ouvia  

dois corações

a bater em sintonia.  

Pum…pum…pum...pum…

Só se viam  

Duas almas nuas

Deitadas e embaladas

Numa teia perfeitamente desenhada.



Quem se atreve a dizer que o leão pertence à savana?

Anda esta gente toda enganada!

Nunca leram a pequena história

Do leão e da aranha.



E quem a ler, talvez dirá, que história mais estranha!
Gil Mar 2018
um céu rosado ao fim da tarde
chuva e frio,
mas tu aqueces-me o coração
chove para adormecer
relaxo o corpo,
mas a mente não

perguntas-me: vamos?
eu percorro caminhos demasiado estreitos para ir acompanhado

e tu dizes: e se for atrás de ti?
és a minha voz da razão

em fila caminhamos de mãos dadas
afinal esta estrada solitária faz-se bem com companhia

-então? para onde vamos?
espreita-me por cima do ombro.
pelo canto do olho vejo-lhe o entusiasmo nas bochechas

olho para cima para pensar
vejo um bando de pássaros a voar por cima da estrada
para um horizonte distante e respondo: vamos por ali
Pensar na vida sem Deus que castiga,
Amor que tudo conforta e abriga.
Tortura que fomenta o inferno e medo,
Mundo de louvor  e apego.


Cruzados que infiéis morrerão,
Num mundo impune a qualquer religião.
Fogueiras acesas que mártires queimam
Com hipocrisia,
Inferno nefasto com ou sem heresia.

Deus exista ssem medo, nem pecado,
Viva o homem com amor redobrado,
Deus seja vida  e sempre verdade,
Sem tristeza ou maldade...

Deus do amor sempre pregado ,
Que ressuscite sem ser crucificado.
Haja no mundo paz, e harmonia  
Seja Ele sempre nossa bendita companhia.

Que a própria vida seja libertadora,
Sempre com uma paz redentora,
Todo o homem deveria  ser nosso irmão  
Seja ele muçulmano ou cristão....
Deus  medo, amor paz
O que você pode dar a uma menina pequena?
Um anel de diamante, um bastão para girar?
Um lindo vestido rosa com muitos laços,
ou sandálias delicadas que mostram os dedos dos pés.
Um passeio no bosque, uma brincadeira no parque,
uma viagem de compras do anoitecer até o anoitecer?
Uma bicicleta nova, um gatinho para um animal de estimação?
Não, ainda há tempo para essas coisas
ainda...
Dê a ela um dia dela própria.
Apenas uma garotinha e seu pai sozinhos.
Dê a ela o presente que só você pode,
a companhia de seu velho homem.
Os jogos estão superados e os brinquedos decaem,
mas ela nunca vai esquecer
se você der a ela um dia
Deus deve ter sabido que haveria
vezes que precisaríamos de uma palavra de ânimo,
Alguém para elogiar um triunfo
ou enxugue uma lágrima.

Ele deve ter sabido que precisaríamos compartilhar
a alegria das pequenas coisas
Para apreciar
a felicidade que a vida traz.

Eu acho que Ele conhecia nossos corações atribulados
às vezes latejava de dor,
Em provações e infortúnios,
ou objetivos que não podemos atingir.

Ele sabia que precisaríamos de conforto
de um coração compreensivo
Para nos dar força e coragem
para fazer um novo começo.

Ele sabia que precisaríamos de companhia
altruísta .... duradouro .... verdadeiro,
E então Deus respondeu
a grande necessidade do coração
com amigos queridos .... como você !!

Você sempre será estimado em meu coração.

— The End —