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aldo kraas Sep 2023
Lua cheia
Shining in the sky
During the most
Beautiful Summer night
During the Summer I stay up
And at night
After dinner
I sit in my balcony
And I glaze in the sky
There in the sky
I see the
Lua cheia
That takes my
Breath away
I am feeling so grateful
That my father
Made the
Lua cheia
With his holy hands
Before he made
The human beings
Also when the clock chines
2 am in the morning
I go to bed during the Summer
And the next day I get up at 3:00 pm
Also I feel refreshed
aldo kraas Sep 2023
Lua cheia
Shining in the sky
During the  most
Beautiful Summer night
During the Summer I stay up
And at night
After dinner
I sit in my balcony
And I glaze in the sky
There in the sky
I see the
Lua cheia
That takes my
Breath away
I am feeling so grateful
That my father
Made the
Lua cheia
With his holy hands
Before he made
The human beings
Also when the clock chines
2 am in the morning
I go to bed during the Summer
And the next day I get up at 3:00 pm
Also I feel refreshed
Escrevo sobre mim e digo-me criança nos versos.
Olho-me ao espelho e não sei que idade me dar.
Meu Deus, sou tão nova!
Tão cheia de infantilidade nas minhas ações, tão
Cheia de juvenilidade nos meus desejos.
Quero saber para sempre amar com uma adolescente
E talvez isso não seja bom. Romântica incurável
Como digo que sou, deveria ansiar por um amor
Maduro. Mas não.
Quero amar inconscientemente. Quero
Amar com o calor da pele aquecida pelo sol, com
A frescura que a pele sente quando se aventura ao mar.
Quero amar sem ter que pensar
Muito sobre o amor. Porque, como os versos sinceros,
A fluência do amor deve ser
Impulsionada apenas por si.
aldo kraas Sep 2023
Lua cheia
Shining in the sky
During the most
Beautiful Summer night
During the Summer I stay up
And at night
After dinner
I sit in my balcony
And I glaze in the sky
There in the sky
I see the
Lua cheia
That takes my
Breath away
I am feeling so grateful
That my father
Made the
Lua cheia
With his holy hands
Before he made
The human beings
Also When the clock chines
2 am in the morning
I go to bed during the Summer
And the next day I get up at 3:00 pm
Also I feel refreshed
Victor Marques Dec 2009
Que grande a geração, a de Camões,
Saia de Belém, num pranto oral...
Dizia adeus a grandes multidões!
Olhava o horizonte pequeno Portugal

Traçado o rumo do futuro,
Passado o mar forte e indeciso,
Pegava no leme, firme e duro,
Sem dor, frio ou bramido.

As ninfas, rodeavam o leme,
O Sol, queimava a proa do navio,
O capitão nada teme
Naquele mar, escuro e bravio...

Victor Marques e Atavio Nelson


Chegamos a outros pontos,
Do globo esférico, sem saber!
Que hoje são contos,
Que ainda temos de ler.

Desde Ourique, Calado e Cala trava
Com turbantes brancos reluzentes
Os portugueses lutaram com palavra
Com alegria mostravam seus dentes.

Correram os desertos, tão estéreis
Na defesa de um Santo Universal
Pela cruz combateram infiéis
Dentro e fora de Portugal.

Oh.Isabel que suaves eram tuas flores!
Que rosas encarnadas pueris
Que as músicas sejam cantadas para seus amores
Prendes-te por milagre o teu Diniz.

OH Coimbra.que tiranas do fadário
Oh Sé velha, cheia de segredos
Que encantos lá havia do Hilário
Ainda hoje escritos nos penedos...

Santa Clara, no alto...que te vê clarissa
Jovem, esbelta coimbrã!
Foste, cedo freira e noviça.
Salva-me deste fado, minha irmã!


Olá Marquez, és do Pombal
Traidor, usurpador, ladrão.
NO ódio foste genial.
E TUDO, tudo metia no gibão.
Malandro, enganas-te o teu Rei
Iludiste-o, meu falso...e mandas-te
O Távora, inocente para o cadafalso

Maldito sejas!
Isso não foi Portugal...mas foi
No norte, que uma mulher
Forte, com seios apertados
E espada no dentes bem cerrados
Em serpente e com sua gente
Em zip filas genial
Firme.destinada
Deu a vida mas
Acabou com o Cabral

Sim ali, no monte
Naquele lugar Maria da Fonte

Só com gente destemida, como eu !
Tal como o Lusitano no Gerez
Esta pátria com um plebeu
Concebeu o Tavares com um grande
PORTUGUÊS


Victor Marques
Colhi a alma de tudo quanto toquei
e em tudo quanto olhei larguei parte da minha
o que me torna, hoje, aquilo que sou,
o que me constrói e constitui
são os outros e não eu.

Os outros: as flores banhadas de orvalho,
as árvores vestidas ou nuas,
as paisagens das cidades que amei
mais do que as pessoas com que as corri,
as pessoas que amei e as que toquei apenas
e aquelas que nem a tocar cheguei.

Não sou já gente, se é que fui gente vez alguma!
Será esta alma que trago maior que a minha?
Serei eu, tão cheia de natureza, mais ou menos natural?

Mas serei eu a alma que carrego sem que seja a minha,
o conjunto de seres racionais por dentro de mim
que me controlam o pensamento e, por vezes, o sentir
ou o ser único e puro que sente de forma única e pura?

Serei eu a união de tudo isso,
do que me resta de mim, de quantas versões tenha de mim,
e o que trago dos outros? Serei eu
algo ou alguém sequer?
Importa definir o ser?
Victor Marques May 2014
Graças a Deus
Você deve agradecer a criação de Deus?
Como um ser humano humilde Estou sempre grato a tudo que meus olhos podem ver e minha mente pode ou não poder entender.
Vejo a vida como um presente muito precioso. Não me pergunte porquê, cada pessoa é que deve ver e abrir os olhos para todas as belezas da natureza, do universo.
      A Criação de Deus é cheia de amor e carinho. O homem nunca vai ser melhor que nosso Senhor no espírito do verdadeiro amor. Seu Filho Jesus
morreu pelos nossos pecados.
Dias virão e a mortalidade permanecerá como o grande segredo para a espécie humana. Novas descobertas mostram o poder do Espírito Santo.
Como um verdadeiro crente eu vejo Deus como amigo, como uma luz que está sempre ligada, como o melhor arquiteto que planeou o mundo e fez isso de uma forma esplêndida.
      Quando eu semeio sementes não consigo ver nada. Eu me preocupo com as sementes, coloco a água, trato tudo com carinho e acredito verdadeiramente que a época da colheita virá como uma recompensa. Deus deu tudo para o homem. A cada momento peço paz, o respeito e o amor verdadeiro por toda a criação de Deus.
        Eu sou abençoado por me dedicar ao cultivo de uvas no Vale do Douro. Bendigo Deus pela minha família, amigos e por ter Deus todo o tempo na minha vida. Estou sempre grato por tudo o que rodeia no Espírito da criação de Deus.
Amor á natureza ao Universo, amando cada ser humano como Deus ama será o ideal de toda a criação.
Deus abençoe a todos
Victor Marques
Marco Raimondi May 2017
Idália:
Glórias! Que do abismo dão-se as profundezas
E o paradoxo de uma noite escura à luz do dia
Mas que, perto de meus olhos, brilha acesa
A minha admiração magna que por ti sentia!
Tu és tudo, mais que humano
Mas apenas minhas pálpebras podem únicas sentir teu oceano.

Gaia:
Se em teus olhos vês beleza que denominas
Doce Idália, tem-te cuidado ao mundo que te inflama
Pois se hoje cintilas vida, amanhã serão ruínas
Que sucumbirão ao destino em chamas
Mede teus louvores nos horizontes desta terra,
Pois a natureza de tudo é mãe, até da mais funérea guerra!

Idália:
Fria terra sincera e de índole intensa,
Dei minha miséria e caí em pranto
Sem Deus piedoso, a meu sofrer não há recompensa!
Que farei se deste jardim, as flores desejo tanto?
Esta ventura de nada é pedido inocente
Formosa Gaia, como tortura-me em teu semblante ardente!

Gaia:
Se mais luzes sentes deste Sol coroado,
Muito te erras, raia filha, solenemente!
Se destes vastos campos sentes o céu azulado,
Há de regraciar na sombra teu espírito verdadeiramente!
Que fique tua plena vida manchada por amor,
Te lembrarás, quando desatar teus prantos em inocente dor

Idália:
De meus verdejantes olhares pressinto
A agonia formosa que tu angustias em tudo ser
Pois tu és a umbra, acolhedor recinto
E desse despontam tuas misérias, quais tristemente hão de se manter
Decifro há pouco as águas que beijam as areias
E clareia-me o ímpeto dos dilúvios com fúria tua tão cheia

Gaia:
De fúrias acusa-me teu espanto,
Mas a ti digo, quanto vigor menos,
Para o caos não jogar-te aos mantos
E a lembrar-te o sublime, em tempos tão pequenos!
Decrete-me tuas aflições, tua desventura
Que dói em meu reflexo, que em teus olhos pouco dura?

Idália:
Não digo! Há dentro d'alma tanta vida
Que desconfio, de minha, estar trancada em gelosia
Como recamo no céu de uma ave perdida
Suspiro descorada ânsia qual me havia
Ah! Atravessa-me este calor de eras a centos
Mas inda vejo airoso sopro no troar eterno dos ventos

Gaia:
Diga a cantar-te poder que nos iriantes astros amontoaste
E do mundo, os fundamentos volvia
Destas águas de criação, tu já breve, encerraste?
Lembra-te do sol de primavera, qual no vácuo as solidões enchia
Que importa se és rasga enganadora?
Se de minhas mãos saíram as raízes desta terra traidora!?

Idália:
É o destino, luz que empalidece e minh'alma estua,
Quando campo mi'a pele palpita tua alvura,
Deste infinito toco sublimado nascer de nívea Lua
Posto que, no brilho desta, cuja noite torna pura
O presente esmaece e crio-me, do fato, fugidia errante,
Como o lírio qual coroa abre pobre, por grato instante
Os versos da primeira cena não estão por vez finalizados, inclusive estes que aqui estão podem sofrer mudanças consequentes de suas adaptações, porque foram pouco revisados. Tratam-se, portanto, apenas de alguns fragmentos.
Victor Marques Dec 2009
IRMA LÚCIA




A tua devoção eterna à Virgem dos Céus,
Aclamam-te anjos com brancos véus.
Nasceste tu Lúcia com Coração doce nesta terra,
Pediste a Nossa Senhora para nos livrar da Guerra.


A santidade te pertence, pois foste escolhida,
Amaste Deus toda a vida.
Com um amor sem igual,
Nasceste no nosso Portugal.



Amas com amor e eterna verdade,
Cheia de carinho e simplicidade.
Viveste sempre no mundo da espiritualidade,
Te recordamos sempre com saudade.

Victor Marques
- From Network, wine and people....
Victor Marques Nov 2012
O Nosso tempo deixa de ser tempo

    Hoje é um tempo novo de descoberta e actualização da nossa vida.
Por vezes, ficam para trás as coisas mais bonitas e simples que nos fazem tão felizes e não custam nada a fazer. O amor é um sentimento gratuito e duradouro. O sorriso também é eficaz e permanece na mente de quem o dá e recebe. Agradecer a Deus e às pessoas que nos rodeiam fortifica o nosso espirito por vezes ocupado com tantas banalidades.
    Temos uma natureza que ressuscita todos os dias profícua em dar e nunca pede nada em troca, simplesmente respeito pela criação de tudo que a ela envolve e a nós também.
O tempo se perde no próprio tempo que deixa de ser tempo para quem corre todos os dias atrás de um autocarro, metro, táxi ou outro qualquer devaneio próprio do nosso tempo.
    Vivemos num mundo surdo e cheio de poluições que afectam e matam seres humanos que nem se apercebem da causa da sua morte. Comemos alimentos cheios de pesticidas, herbicidas e por vezes contaminados. Falta ao homem do nosso tempo, tempo para si e seu deleite pessoal.  O Homem perdeu a sua ligação com a natureza das mais diversificadas maneiras: deixou de viver num ambiente campestre, começando a viver em verdadeiras prisões citadinas onde a Indústria e um trabalho fácil atrai multidões.
   O nosso tempo é um tempo de teclados, de écrans gigantes, de mexer de dedos, de mensagens virtuais que não transmitem coisa nenhuma.
   Um tempo que deixa Deus num plano quase esquecido do nosso dia-a-dia.
Este tempo que deixa de ser tempo é louco. Matam-se pais, filhos, irmãos…
Este tempo é um tempo em as pessoas vivem e morrem penando e sentindo cada vez mais a falta de dinheiro, trabalho e uma vida cheia de felicidade.

  Victor Marques
tempo, natureza, Deus
Rui Serra Jul 2015
em noites de lua cheia
corro dos desígnios da vida
tentando esconder assim
o animal que há em mim.

regresso às minhas origens
e à procura de virgens
percorro as escuras ruelas
sempre, sempre à procura delas.

procuro nos locais mais sombrios
e espreito nos mais insólitos
para gáudio da minha alegria
é assim até ao romper do dia.

e é já de madrugada
que com a camisa rasgada
se dá o regresso a casa
já com a fome saciada.

e ansiando pela lua cheia
me deito pela calada
nesta busca tresloucada
por uma virgem mal amada.
Penso eu, que a plenitude de uma vida,
Não é ir ao mercado e comprar felicidade,
É sim, sem muito contar, adquirir uma dívida,
Não cobrável, muito menos reembolsável!

Os meus planos eram meramente vagos,
Seguia um caminho longo, sem ambição,
Pouco mais do que sobreviver meu coração,
Não havia muito sentido para estes lados!

Contudo, e porque eu agora acredito no destino,
Estes anos todos me preparei como homem,
Para que agora, sem contar, visse o céu divino,
Que Deus me quis dar! Deixei de ser lobisomem!

Decidi mesmo despir todas as vestimentas faciais,
Sem dúvidas e calmamente feliz, me dou todo a ti,
Porque nessa mulher fantástica, cheia de sonhos, eu vi,
O amor de verdade, nosso, de segredos confidenciais!

Decidi logo ao fim de poucas horas da minha presença,
Frente aos teus olhos directos e sorriso espontâneo,
Entregar a ti, em tuas mãos, o meu sonho, contemporâneo,
Nunca senti necessidade de te pedir a ti qualquer licença!

E a chave do meu mundo, dos meus sonhos, te dou agora na mão,
Sinto o teu corpo vibrar e felicitar-se, na confiança desta aliança,
Melhor que um anel, um qualquer contrato ou confissão,
É hoje sentir que sou feliz e não tenho qualquer fiança!

O preço dos meus sonhos, da minha felicidade,
Eu te devo a ti mulher, de estimada liberdade,
És ágil, subtil e eu sortudo com imensa vaidade,
Te prometo agora amar, pela nossa eternidade.

Autor: António Benigno
Para ti, Liliana. És o melhor na minha vida…
Danielle Furtado Aug 2014
Acorda e já não sabe quem é, mas que diferença faz quando não se quer ser alguém?
O cigarro queima enquanto pensa em respostas para a vida, meio dia. A fumaça preenche o vazio e alivia a ânsia que as dúvidas causam, enjoada pela própria ignorância, por mais que tente saber tudo, não sabe nada. Então percebe todas as pessoas indo aos seus destinos, como fantasmas, ninguém as nota, nem elas mesmas, é tudo automático e ninguém realmente sabe o que está fazendo. Qualquer obstáculo no caminho para o trabalho é razão para dizer que o dia foi terrível, pois digo que terrível é fazer o mesmo caminho todos os dias, voltar para casa e receber o olhar frio das pessoas que também tiveram um dia "terrível".
O cigarro está quase no fim e acende outro logo em seguida, morrer cedo não é problema para alguém assim, então pensa em por que as pessoas querem envelhecer se todos os dias delas são iguais, semanas redundantes que se transformam em anos redundantes, vidas irrelevantes. Todos estão correndo para pagar seus impostos, todos estão preocupados em comprar móveis novos para suprir uma casa cheia de solidão. Uma televisão enorme ligada para o nada, fingir que não estamos sozinhos. Todos com tanto medo de irem contra o fluxo, gente desinteressante que acha o interessante esquisito.
Gente que morre sem ler poesia.
D. Furtado
Victor Marques May 2016
• Vivendo, descobrindo e agradecendo.
Parece que se nasce todos os dias, que Deus nos manifesta o seu amor através da beleza infindável que se descobre todos os dias no sol, na chuva, no vento, no mar, no ribeiro...
Por o universo ser preciso, maravilhoso, e sempre constante nos seus ciclos criadores de vida. Temos de fazer alguma coisa por todos o que nascem desprovidos de amor, de sentimentos, de vontade de ser recordados neste mundo. Para sempre ficarem na memória dos outros seres humanos que parecendo insignificantes tem sempre presente quem tem coração. Respeitar uma sociedade que parece estar ali para acolher pobres, resolver os problemas dos mais desprovidos. O que faríamos nos em condições de pobreza, miséria, fome, guerra? O que faríamos nos se todos acreditassem na vida, na morte e numa ressurreição que Deus através dele seu Filho provou? O que faríamos nos se a natureza não fosse gratuita e uma fonte inesgotável de recursos? O que faríamos nos sem memória, pensamento, razão? Por sermos felizes agradecemos a beleza das estrelas do orvalho, da noite, do dia...Temos todos de viver com a esperança, com o trabalho, com as pessoas, com o amor! Se nosso lema fosse: viver, descobrir, agradecer tudo seria mais fácil para nos alegrar e dar a nossa vida um sentido mais puro e sereno. Viver de uma forma positiva e apaixonada ajuda nos a descobrir nossas potencialidades escondidas, adormecidas.


Vivendo, descobrindo, agradecendo
Nas vivências e descobertas todos os seres humanos conseguem perceber melhor a sua genialidade e existência. Quando penso em Deus, vivo mais... A nossa terra onde Nascemos nunca deixa de ser nossa e sempre bela aos olhos de quem nela nasce, vive e por vezes morre... Não existe quem não esteja grato a ela, seus antepassados, seus lugares preferidos que perduram nas noites, nos dias... A grandeza de ser grato ajuda a viver, impulsiona a descobrir caminhos inimagináveis e impossíveis de ser recordados. Quando se agradece: o cheiro de uma rosa branca, o canto da cigarra, o uivar do lobo, o chilrear dos Passarinhos, a luminosidade da lua cheia. Fico perplexo, emocionado, sentido por saber que vivendo e sempre agradecendo o meu ser.

Victor  Marques
vivendo, descobrindo e agardecendo
Victor Marques Mar 2015
O sorriso se deita comigo,
Tu és meu abrigo.
Sem fome, frio ou calor,
Deixa falar o amor.

As nuvens pairam no ar,
Te beijar com o meu olhar.
As imagens cheias de ternura,
Amor com leveza e loucura

As ondas do mar distante,
Amar mesmo estando ausente.
Olha a lua que parece toda cheia,
Uiva o lobo para sua alcateia.

Victor Marques
Amar
Hoje enquanto dormia, sonhei que num jardim vivia,
Ouvia os pássaros, cantar lindas canções, com ternura,
Sentia-se a água da chuva correr sem sua armadura,
As flores eram verdes, como os sonhos, de pura lixivia!

Lavaram-se as vestes, lavaram-se as mãos, enquanto sonhava
Quando acordei pela manha do costume cheia de sonhos,
Percebi que se tinha tornado uma rotina ser feliz e eu amava,
Amava incansavelmente seus olhos, via o coração aos quadradinhos!

Quadros pintados nas paredes de casa cheio de nossas recordações,
Hoje, era senão mais um dia, onde pintava na tela nossas emoções,
Aquilo que começou num passeio descalço junto da lagoa vazia,
Formava agora na parede de casa retractos de uma família que crescia!

Peguei depois na espátula da minha vida, peguei-a de nova na mão,
Olhei-a nos olhos, senti-lhe as formas e apertei-a ali junto ao coração,
Em tempos atrás deixei-te fugir, deixei-te viver e crescer longe de mim,
Mas hoje, e agora, para sempre, te quero ter aqui, até aquilo que é o fim!

Quando à noite me for deitar, só quero acordar para te olhar o rosto,
Porque os sonhos, por mais belos e lindos, mesmo de nos encantar,
Não se comparam sequer a tudo aquilo que tu na vida me fazes amar!

Autor: António Benigno
Código de autor: 2013.08.29.02.17
Cansei de literatura fraca e coração mais fraco ainda.
Cansei de jogo escondido e dedo quebrado pra estalar a boca.
Cansei de sentir e esperar deixar.
Cansei da risada que vem de longe, cheia de graça daquilo que pra mim é tão amargo.
Cansei da úlcera de ansiar por todos os motivos errados.
Cansei dos cortes e do sangue na coberta amanhecida pelos sonhos ruins.
Cansei dos olhares e palavras soltas nas diagonais que são sempre pra você.
Cansei de ouvir as músicas das coisas que eu sentia.
Cansei dos poemas que são mesmo, pra todo mundo.
Poesia é pra todo mundo.
Cansei.
Poesia não é pra todo mundo.
Nem eu.
hi da s Oct 2017
toda cheia de vontade de ser um outro formato cheio de glória e que insiste em viver apesar do ar quente e sufocante dos quartos. menina levanta. pega com a mão. te suja. respinga aquela tinta e prepara tua boca pra gritar. não espera sentada nessa cadeira velha de ferro com essa espuma que conforta teu peso. aprende a respirar: inspira e expira. é fácil, olha. alguns fazem parecer bem simples, só que não é e tais enganada. o jogo tem muito mais chão do que imaginas. querias, é claro, dominar o mundo desde que chegasses. não é bem assim. precisas escrever muitas páginas ainda. foram só algumas mil semanas. procuras um motivo não é mesmo? mas sempre escolhes o mais fácil: não, eu não preciso disso. a vida te venceu sem fazer muitos movimentos. te parece injusto esse processo? parabéns. descobrisse como é que funciona o sentido de acordar todos os dias. olhar os rostos, o peso dos narizes, as curvas das orelhas e a largura das cinturas. essa criatura percebe quando alguém chorou antes de dar bom dia. levantou e continua levantando diariamente sem horário pra levantar. a porta independente de aberta ou não, vai falar aquilo que queres saber. falo pra ti ainda tudo isso? não vale a pena tentar organizar a ***** cinzenta. ela desprovem de gavetas. segurar a cabeça pareceu uma boa ideia. foi só por alguns segundos. perdes a paciência pra certas coisas muito rápido. ficas nessa insistência de não sei o quê. primeiro olha pra dentro e não dificulta tudo. não entendes o alfabeto com números. escreves até sem pensar e te atentas em preencher os espaços em branco. tua obsessão exagerada por tudo que amas e veneras chega ao absurdo. és aficionada por ti mesma e sabes disso. que lindo se apaixonar pelo espelho. que lindo se apaixonar pelo espelho. todos os dias. essas manchas todas dentro de ti parecem não acabar nunca. não dá pra ser abstrata. ser diferente. ela insiste em querer falar bonito. tudo que ela queria era arrancar esse fluído embolorado que persistem em crescer dentro. não admite que precisa encerrar o assunto. quanto tempo já passou desde que tu descobriu tudo isso? para de ficar fingindo que não vês a enorme pedra encobrindo as passagens. ficas tão inquieta que acho que nunca dormisse de verdade. acordas cansada. mais ainda do que quando colocas a cabeça encostada no travesseiro. pensas que tais viva e vivendo, mas não tais sorrindo com a frequência que deverias. certas palavras são escritas com mais fúria do que outras. cansada de falar ela só olha pro chão e põe a cabeça pra imaginar, e vai tão longe que nem mesmo aqueles quinze metros de pernas não conseguiriam alcançar. é tão bom escrever sem pressão, né? já sei que vais querer parar a qualquer momento por que lidar com o medo te faz recuar. tens medo do que mesmo? tens vergonha? teu corpo tem curvas que só a luz, a pele, o osso e o tecido conhecem. curvas essas que não se parecem com teu sustento. percebe-se que são coisas muito difíceis de traduzir. será que em outra língua tua conseguirias? tenho dó. francamente: o que vai ser de ti daqui cinco anos? te assustasse agora? enche um copo de água gelada e prende a respiração. dá dois, três, quatro goles. querias era gritar junto com aquelas três ou quatro músicas que andas suportando ouvir. pequenas respirações que parecem vir a partir da metade. afinal já fazem dez anos. querias ser jovem pra sempre? pois saiba que não podes. sentes o pesa da alma? a carga da perda e a falta de controle cada vez maior. vai acumulando tudo isso pra tu ver até onde vai dar. só choras quando o assunto é tu mesma. a história dos outros é bateria pra tua solidão incompreensível. quando é que vais parar de escrever? será que vais ler isso amanha e querer jogar fora? chegar de pensar em como os átomos só seriam visíveis com olho mágico. chega. não pensa assim. não tem saída não. o controle não é um simples objeto. não compara a um relógio, por exemplo. achas que três páginas vão ser suficiente? precisas de mais o que pra entender que nada funciona do jeito que a gente quer. aquela menina pode parecer burra mas pode estar vivendo feliz. para de especular. olha só, ela virou poesia. termina de escrever o que queres pro teu coração pulsar mais calmo. vai devagar. tens outras coisas pra se importar. parece meio bobo eu sei. nunca dá pra confiar no que se escreve. a linguagem é uma coisa difícil. complicado. tanto a, e, i, o, u. que besteira tudo isso. te deu vontade de riscar tudo que foi escrito até aqui. boba. não é perda de tempo se expressar. querias ficar calma não é mesmo? te presenteio com tua mão esquerda que gasta essa tinta. formas as letras e tens as palavras. agora uma frase. um ponto. mais outro ponto, e agora outra vírgula. fiz certo? fecha a porta, diz a tua mãe. teu dia finalmente tá acabando. e o espaço pra escrever também. surgiu aquela dúvida que te martela todos os dias: quanto tempo eu tenho até que morra? coças o olho esquerdo. um cílio torto que te incomoda. tocando a ponta saliente da unha do mindinho. a do pé, não a da mão. sinal de ansiedade. tais quase desistindo, né? tudo bem, falta pouco. vais poder se sentir vitoriosa e aliviada. pensasse naquela boca. esquece. nunca mostra isso pra ninguém. promete. a ansiedade aumentou um pouco. os olhos piscam cada vez menos. concentra. vai valer a pena esse tempo perdido? ao menos tais guardando todas as lembranças boas de tempos sombrios. que linda a caneta em ação. ainda não acabei de expurgar. você também não.
sobre tudo que senti em três páginas datilografadas.
A vida é um mistério geral cheia de condolências,
Os cínicos do costume que peneiraram na nossa vida,
Das águas saloias consolidaram a nossa intimidade!
Mas será que lá longe ainda o céu é distante,
Ou gentes carentes procuram aliviar coisas irritantes?
É, essa foi a verdade, numa historia idiota,
Na procura de esquecer um amor ampliatório!
Já eu não tão sóbrio, um perfeito idiota,
Deixei que apreciassem de uma fraqueza minha!
Lol. A solidão que eu tanto gostava, separei-me dela pela mentira!
Mas são assim todos os idiotas como eu,
Gostam, e aventuram-se no desconhecido de gentes bestiais,
Desprovidos de tristeza e fortes em avareza!
Aparentam o que não são e fazem-se vender mais caros!
Mas e eu que sou um idiota puro e aventureiro,
Não pensei que traria comigo no bolso as coordenadas
De uma nova vida! Em segundos tudo mudou,
A besta que me tornei é realmente feliz!

Autor: António benigno
Código de autor: 2012.02.12.01.01
Mariah Tulli Feb 2019
Chovia a umas três horas, nada tão diferente de dias normais em São Paulo. Clara se arrumava para o trabalho com aquela pressa de quem ia perder o trem, mas na verdade era apenas a euforia pro segundo encontro com Luisa, que ia acontecer no fim do expediente. Se desesperou mais ainda quando olhou para cama e viu o tanto de roupa que havia deixado espalhada.  E se no final nós viermos para minha casa? Vai estar tudo uma bagunça, pensou ela, mas deixou assim mesmo, pois não queria criar expectativas demais, era apenas o segundo encontro e como já havia notado, Luisa parecia ser daquelas meninas meio tímidas de início. Pronto, calça preta, blusa preta e um boné vermelho que combinava com o tênis, pois em dias de chuva era necessário já que sempre perdia a sombrinha.

- Oii linda, então está tudo certo pra hoje né? Saio às 17h e prometo não atrasar. Disse clara enfatizando aquela idéia de pontualidade mais pra ela mesma do que para Luisa.
- Clara.. ops, claro rs! Te encontro no metrô perto do seu trabalho :)

Luisa tinha mania de fazer piadas com coisas bem bobas, era sua marca. Logo em seguida da mensagem enviada percebeu que mais uma vez tinha feito isso e riu de si mesma. Assim se estendeu o dia, Luisa sem muito o que fazer pois era seu dia de folga, então estava com todo o tempo do mundo para se arrumar, mas era daquelas decididas que pensava na roupa que iria vestir enquanto tomava banho e em dez minutos já estava pronta. O relógio despertou às 16h, trinta minutos se arrumando e mais trinta no metrô. Luisa estava pontualmente no local combinado, mesmo sabendo que Clara iria demorar mais um pouco ate finalizar todas as tarefas. Mais trinta minutos se passaram e nesse tempo Luisa já estava sentada em um bar ao lado da saída lateral do metrô com uma cerveja na mão, avistou aquele sorriso intenso de Clara, sorriu de volta cantarolando em sua cabeça “cê tem uma cara de quem vai fuder minha vida”, música vívida entre os jovens.

-Desculpa, te deixei esperando mais uma vez, como vamos resolver essa dívida aí? Disse clara esperando que a resposta fosse “com um beijo”.
-Sem problemas, já estou quase me acostumando, me rendi a uma cerveja, mas podemos beber outras lá em casa, o que acha?

Sem mais nem menos Clara aceitou e ficou surpresa pelo convite, a timidez percebida por ela já tinha ido embora pelo jeito. Chegando lá sentou em um colchão em cima de um pallet que ficava na sala e começou a analisar todo o ambiente, uma estante com dezenas de livros e três plantas pequenas no topo. Luisa com o tempo livre do dia deixou a casa toda arrumada e a geladeira cheia de cerveja, abriu uma garrafa e sentou-se ao lado de Clara em seu sofá improvisado.

-Posso? Pergunta Luisa ao indicar que queria passar a mão no sidecut de Clara.
-Claro, aproveita que raspei ontem.

Com a deixa para carícias, a mão ia deslizando de um lado para o outro em um toque suave na parte raspada do cabelo, até chegar ao ponto em que Clara já estava ficando um pouco excitada e gentilmente virou-se para Luisa encarou-a e sorriu, sem dizer nada, silêncio total, deixando aquela tensão pré beijo no ar por uns segundos. E sem nenhum esforço deixou que acontecesse naturalmente, sentindo aquele beijo encantador de Luisa. Pernas se entrelaçaram, corpos mais pertos um do outro, Clara acariciava lentamente o ombro de Luisa, aproveitando o movimento para abaixar a alça de sua blusa e dar um leve beijo na parte exposta, se estendendo ao pescoço, fazendo Luisa se arrepiar. Naquele momento o ambiente começa a ficar mais quente e num piscar de olhos as duas já se livraram de suas blusas. Clara volta a acariciar a pele de Luisa, mas dessa vez mais intensamente, percorre a mão pela barriga, puxa cuidadosamente a pele perto do quadril para conter o tesão, vai deslizando pela coxa, e num movimento quase imperceptível abaixa o short de Luisa e beija seus lábios molhados, fazendo-a soltar gemidos de excitação, criando um clima mais ofegante. Luisa em um mix de sensações sentiu a pulsação mais rápida de suas veias acelerado o coração, pernas tremendo e mãos suando, até perceber que aquele oral era o primeiro em que se entregava por completo, e se entregou.  Estava segura de si que aquilo era mágica e com a respiração voltando ao normal, posou um sorriso no rosto, abraçou Clara e perdurou o afago até cair no sono.
Tu-turvo Jan 2017
Já depois de tanto tempo perdido
Aqui, ainda quero que fique. Às 3h da matina, espero acordado olhando para a luz que queima minha minha alma e me mantem alucinado
Alucinado e condicionado.

Me viciei no celular, como em ti,
um que me mantem desconectado
Desfamiliarizado, com o sentir, que tu já não está aqui
E me afogo afogo
Em nada e perco perco
Tempo

Se já perdi
Esperançaguardanaquelacaixasecreta
mas cheia
de
tu.

Naquela madrugada fui fumar para tentar me encontrar
Choro até chegar em casa e só o celular e o sono afogam meus soluços

Insônia
para ta na cara que não tem mais eu e você
para ta na cara
taparanacara
Igor Vitorino Jan 2015
Nova Andradina, meu moinho
Sua gente me recebeu com carinho
Lembro-me de cada rua e praça
Ali construí uma vida cheia de graça

Domingos entre amigos e festas
Passeios pelos seus rios e florestas
Sábados aminados em seus bares
Papeando com os tipos populares

No caminho do trabalho aventuras garantidas
Na “Escola Agrícola” se vai parte da minha vida
Ali fiz amigos e tenho estudantes incríveis
E aprendi com as mais situações horríveis

Política, cultura, dia-dia e aventuras
Aproximaram-me da vida dura
Que esse povo forte e lutador
Ostenta com graça e esplendor

Aqui somente abri portas e janelas
Aprendi o preço da liberdade
Descobri a força da vida e da solidariedade
Para sobreviver às contradições e querelas
Nova Andradina-MS
Danielle Furtado Aug 2014
Pior do que a certeza de que morreu,
é a dúvida disso.
Não posso provar sua existência,
já é memória em fragmentos.

Vida sua que mudou a minha
Cheia de histórias, ideologias
Você que vem cheio de defeitos e perfeições
Eu tão impotente

Minhas palavras, todas tiradas dos teus poemas
Teu sotaque, uma voz imaginada
Que obra de arte eram teus olhos
Feitos de um azul-convite

E eu aceitei.
D. Furtado.
Dayanne Mendes Feb 2013
Tenho ficado frustrada,
Por não saber o dia de amanhã,
Por não ter visto o sol nascer.

Por não ter observado a linda Lua cheia.
Tenho ficado frustrada,
Por esperar muito de você.

Mas fico mais frustrada ainda,
Por não admitir que errei,
Por colocar a culpa em você,

Em toda vez que eu passo naquela praça.
Matthieu Martin Jul 2015
A chuva cai, o corpo esfria.
A neblina sobe ao cair do dia
O vento nos carrega, sem norte
a vida nos entrega à nossa própria sorte.

Sozinhos no mar,
Meu rosto disforme encontrou o seu
O enigma daquele olhar entreaberto como uma porta
fumei um pouco do amarelo, bebi um gole de azul

Minha mente anoiteceu verde de alegria e
meus olhos vermelhos como a lua cheia
daquele dia

O sol fugiu pra um céu estrelado
deixou você  ao meu lado
e quando voltou nos encontrou
dançando na chuva
Victor Marques May 2018
Minha querida filha,

Sem ti eu não seria mais que um pó maltratado,
Contigo sou energia, amor e vida,
Sou pela sorte bafejado…
Contigo sou mar, terra sempre querida.

Sem ti, não teria vontade de encostas consagrar,
Horizontes belos para com a noite pernoitar.
Contigo sou viajante que caminha com esperança,
Sem ti não teria vontade de nas noites de lua cheia,
Ouvir as cigarras que acasalam como sendo uma estranha crença,
Nem me permitiria pensar que existe o lobo e a alcateia….

Contigo sou sempre o espelho que me conforta,
Peregrino que caminha de porta em porta.
Contigo sou eu com a todas as bem-aventuranças, com todas as estrelas cintilantes ao luar,
Contigo sou janela, amor, terra e mar….

Com eterno amor

Victor Marques
filha, querida,amada
Rui Serra May 2014
Passa-se num quarto
luz ténue
velhos livros empoeirados
o cigarro queima-me a ponta dos dedos
nos meus ouvidos, um leve melodia
um telefone toca
saio
andei por aí
a prostituta olhou-me
tremo de frio
uma cabana
recordo o passado, ainda presente
passei por tua casa para te ver
tinhas saído
ocultas-te dos convidados
mas eu sou teu amigo
os meus olhos
perturbam-te
infinitamente!
as melhores ideias vêm-me quando...
enfim
vou partir
pousei o livro
estou vivo
procuro a paz
esse momento de liberdade
está a ficar tarde
a noite começa
lentamente e cheia de sossego.
Rui Serra Sep 2015
corre a brisa suave
é tarde na aldeia
ouço uma colcheia
vem do fundo da cave
é noite de lua cheia
olho então em redor
pessoas passam aqui
jovens a comer cáqui
um futuro promissor
nada de Nagasáqui
Rui Serra Jul 2014
Meia-noite, lá fora, sob um céu púrpura, o mocho pia à lua cheia. No castelo, uma porta de pinho, cujo verniz pereceu ao avançar das eras, range como quem chora por uma juventude consumida, e uma voz cavernosa diz:
Joana Jun 2015
Tudo o que tu dizes soa a poesia. Seja profundo e dramático ou simples e banal.
És pura arte. Os traços do teu rosto são artísticos e originais. És um sentimento vivo dentro de mim, que me arranha até me perfurar e ficar em carne viva. Ardes dentro de mim. És a dor que nunca esperei sentir. És a dor que quero sentir. És incomparável. És o sol da meia noite e a chuva do deserto. Cheiras a saudade e o teu perfume permanece na minha pele. Sinto-te a mil à hora. Temo em sentir-te.
O teu olhar não tem brilho, mas brilhas mais que as estrelas numa noite de inverno. És a escuridão que ilumina o meu ser. És o vazio no meu peito. Estou cheia de ti. És a dor que cura todas as minhas feridas, mas és difícil de cicatrizar.
O teu toque é áspero e as tuas mãos percorrem o meu corpo com suavidade.
Fazes-me mal, mas sabe tão bem.
És o sítio onde me perdi e onde me quero encontrar.
Quero encontrar-te.
Encontrar-nos.
Mariana Seabra Sep 2022
Não são os outros! Nunca foram os outros.

Não é o lugar! Nunca foi o lugar.

Sou eu!



Já quis partir em retiros para o Tibete. Ou em viagens espirituais para a Tailândia. Já quis correr o mundo à procura de algo que só podia encontrar em mim. Parece-me interessante, aliás, ainda o quero fazer pela pura necessidade que tenho de experienciar. No entanto, é inútil. É mirar ao fracasso, e é condenação interior a uma busca incessante que não traz paz, só traz correria desenfreada, sem meta final onde possa descansar, uma armadilha que me obriga a jogar por algo que nem vale a pena ganhar.
Prefiro a tranquilidade que me consigo proporcionar. Em vez de correr, prefiro caminhar. Prefiro aceitar a incompletude, para não ter de me andar a perseguir por lugares onde nem sequer passei. Prefiro pensar no que tenho. Prefiro aceitar o que tenho. Prefiro limar o que tenho. Prefiro amar o que tenho. Não me falta peça nenhuma! Só me falta descobrir uma maneira de lhes dar sentido... de me ordenar.

É inútil acharmos que temos de sair do sítio para viver e, consequentemente, evoluir ou mudar, ou correr de lugar para lugar, à procura da essência mais profunda que nos constrói. Quando as raízes são profundas, não há razão para temer o vento! O nosso cérebro não sabe distinguir entre a experiência vivida e a experiência imaginada, para ele é tudo igual. Somos biliões de informações! a que este magnífico pedaço de ***** cinzenta atribui significado. Experiências reais ou imaginárias, que se convertem em memórias, memórias que ganham uma nova vida de cada vez que as recordamos, histórias que repetimos a nós e aos outros, até sermos só pedaços daquilo que lhes contamos.

Prefiro esquecer!
Escrevo as histórias que nunca contei, para depois as tentar esquecer...

Só me oriento pelas minhas próprias pegadas e, quando escrevo é apenas através de experiência pessoal. Não recorro à generalização de vivências tão únicas, mas, como admito ser-humana, sei que por muitos outros são partilhadas, e sem o meu consentimento, generalizadas. Nasci para escrever poesia, mas não sei se nasci para ser poeta. A escrita é um dissecar do próprio íntimo. Escrever é sangrar para o papel. E se o que eu escrevo fizer sentido para um outro alguém, então ótimo, é como se partilhássemos o mesmo abraço enquanto o meu poema durar. E se o que eu escrevo não fizer sentido para ninguém, não importa. Escrevo para mim. Qualquer outra pessoa que me tente ler, irá observar-me através de um vidro duplamente espelhado. O que pensa observar de mim é, nada mais nada menos, do que o seu reflexo a acenar de volta para si. Porque a poesia é assim! dizem-me que não pertence a quem a escreve
mas sim
a quem a lê.
Sou do contra, não vivo à vossa mercê! A poesia é minha! O amor é meu! A dor é minha! E se a estou a partilhar, não é por motivos altruístas, não quero ser vista nem entendida. E se a estou a partilhar, é só porque estava sufocada, porque o poema já me estava a arder nas veias, muito antes do próprio poema começar. E se o estou a partilhar, é porque não tive escolha, era escrever ou morrer! e depois de estar cá fora, depois do fogo apagar, depois das cinzas pousarem e da ferida parar de jorrar... só depois, muito depois, é que uso o meu discernimento, volto atrás no tempo e decido se o vou partilhar, ou se é só meu, e de quem me veio inspirar.

Sou líder de mim mesma!

Sento-me na mesa-redonda do Eu e converso com todos os meus familiares, amigos, parceiros, desconhecidos, inimigos, anjos e demónios, todos com a minha cara, todos com a minha maneira de pensar, todos a olhar de volta para mim à espera que comece a falar...Quem diria, que de uma mesa tão cheia e diversificada, poderia comprimi-la, agrupa-la numa só pessoa, com uma única fachada virada para o exterior! Adoro a complexidade que de mim emana! Adoro ser várias, e ao mesmo tempo ser coesa. Ser o sol que mantém todas de mim em órbita, a força universal que me mantém presa,
Fiel a quem sou,
Com alma pura e coração digno de entrar na corte real da nobreza.
Entro em longos debates com todas as versões de mim, sobre qual de nós seguir. Creio que, desde tenra idade, tornei-me boa ouvinte para dentro. O dito mundo real não me bastava, muito menos me alegrava ou inspirava, então, recuei. Retraí-me para o vasto mundo interior da minha mente e, inventei mundos novos. Foi assim que descobri a melhor companhia que podia ter. Nunca me sentia sozinha, desde que me tivesse presente. Depois de aprender a escutar o que vem de dentro, aprendi a escutar o que vem de fora. No final do debate, decido seguir a mim mesma. Nenhuma de mim ficará para trás! Nem as que já morreram e tive de enterrar! mesmo que não saiba para onde seguir. Talvez em frente. Diria que, por esta altura, seguir em frente é uma especialização minha.  

Como qualquer líder, às vezes também me falho.

Como qualquer líder, debruço-me obsessivamente sobre as falhas até descobrir como as preencher. Puno-me por elas e, finalmente, permito-me aprender.  

Como qualquer líder, sou consumidora assídua de pequenas e grandes lições.

Como qualquer líder, cometo erros. E, como qualquer líder, tento não repetir os mesmos.  

Só não sou como qualquer líder. Não nasci para guiar outros, porque também eu estou perdida. Não quero que me sigam! Aliás, se for possível, sigam o caminho oposto ao meu. E não me peçam para vos seguir! Só me sei seguir a mim, e mal.  

Nasci para desbravar o mato à machadada, na exata medida em que for avançando nele. Não me ofereçam florestas já desbravadas! Fiquem lá com elas. Não me ofereçam sonhos que não me pertencem! Prefiro deitar-me mais cedo para ter os meus. Não me vendam a vossa verdade! É um negócio sujo, onde eu ficaria sempre a perder. A verdade do outro, que fique o outro com ela. Prefiro explorar a minha.  

Deixem-me ir!

Quero ver por mim. Ouvir por mim. Tocar por mim. Cheirar por mim. Saborear por mim. Cair por mim. Levantar pela minha própria mão. Vivam as vossas experiências e deixem-me viver as minhas!  

Deixem-me tirar as minhas próprias conclusões! Tomá-las como certas, só para mais tarde descobrir que estão erradas. E está tudo bem, crescer é mesmo isso.  

Deixem-me ser mutável! Não me queiram vendada, de ideias fixas ou radicalizadas. Sou adepta do equilíbrio, apesar de nem sempre o conseguir manter. No meu mundo tudo tem permissão para existir, simultaneamente. Todos têm permissão para ser. Há um espaço invisível sem paredes para o delimitar, um lugar inspirado no Lavoisier, onde nada se perde, nada se cria, tudo se pode transformar.

Deixem-me ser! Só peço que me deixem ser! E serei feliz, mesmo na minha profunda infelicidade.  

Nasci para ser uma selvagem autodomada. Uma líder seletivamente dedicada. Uma humana fortemente frágil, com uma beleza feia, como me dizia uma bela cigana, e obcecada com a sua própria caminhada.  

Posso viajar para o sítio mais lindo do universo! Posso deslocar os olhos pelas mais belas paisagens! Posso conhecer os seres mais fascinantes! Posso ler as palavras mais requintadas! Poderia até beber da fonte da juventude eterna!  

Mas se eu não estiver em mim, se não estiver comigo, não há nada. Não há nada! Não há coisa alguma que chegue até mim se eu não estiver dentro de casa para a receber, para lhe abrir a porta, cumprimenta-la com um sorriso, um olhar cativo de quem está lá para a acolher. Não há beleza que me toque, porque não há ninguém cá dentro para ser tocado. Às vezes, viro uma casa assombrada. Abandonada, com vida morta. Há o receptáculo! Esse fica, até que a Terra decida vir recuperá-lo e, com todo o direito, levá-lo de volta para si.  Há o corpo em piloto automático, só não há a alma que o irradia, ou que o faça completo.  

Sei quando estou comigo. Tal como sei quando me abandono. "Só não sei para onde vou de cada vez que me decido abandonar", isto foi outra coisa que aquela bela cigana que me disse, ou estarei a sonhar? A realidade e o imaginário tornam-se mais difíceis de separar.
Onde me escondo de mim mesma?
Sou mestre a desaparecer, sem aviso prévio de quando irei voltar...se irei voltar. Que péssimo hábito! Que mecanismo de defesa ridículo! Foi uma maldição que me deitaram e, agora, tenho de a conseguir quebrar.
Tenho de me quebrar!...
Abrir-me até ao meu interior, olhar para dentro do poço, mesmo que me dê vontade de vomitar, principalmente, quando me dá vontade de vomitar...por mais que me custe olhar. Não posso desviar o olhar! Tenho de remexer nas minhas entranhas, sentir nas minhas mãos o que está avariado, e descobrir como o remendar.
E quebro-me! vezes sem conta. E pego nas peças que estilhacei contra o chão, e corto-me com elas, e brinco com elas, e algures, a meio desta sádica brincadeira, há uma ou outra que decide encaixar, e dão-me sentido, uma nova forma, um eu mais polido, mais perto de nunca ser perfeito e completo.

Percebo quando me vou. Fica tudo mais *****. O vazio absorve-me. O mundo desaponta-me. A poesia desaparece. O barulho do silêncio torna-se ensurdecedor. O corpo mexe-se, mas não age. O olhar fica turvo e as lentes que uso não me permitem ver com clareza. A empatia vira apatia. A falta de emoções torna-me robotizada. Não há amor! É ensurdecedor! Não há amor...

A magia que me move decide esconder-se de mim. Não sei se para brincar comigo, não sei se para me provocar, não sei se para despertar a besta que dorme sossegada. Só sei que, de tempo a tempo, a minha alma decide jogar à apanhada e é a primeira a escapar. Alma rebelde e insurreta! Nunca te ensinei a ficar! Perdoa-me, por favor, também não me ensinaram a mim. Mas, ao menos, ensinei-te a voltar. Depois, como que por infantilidade, ou talvez por vontade de regressar a casa, começa a sussurrar-me...Ouço-a chamar baixinho por mim e, lá vou eu toda contente atrás dela, deixo o seu jogo continuar, só por curiosidade de desvendar até onde é que ela vai, onde é que ela pretende levar-me.

Quanto mais me aproximo de mim, mais cores se erguem à minha volta. A paz invade-me e reconquista o seu devido território no meu peito. A poesia ressurge e faz-me ressurgir.  O silêncio volta a ser música para esta alma sensível. O corpo age com intenção. O olhar fica cristalino e escolho ver o mundo através de lentes que o retratam mais bondoso, pelo menos para mim. As emoções retomam o seu percurso natural no meu sistema, com a intensidade de vulcões ativos. A empatia é reflexo do amor que sinto e que transborda. A magia mastiga-me e cospe-me para o mundo em forma de luz.  



De tempo a tempo, perco-me de mim.

De tempo a tempo, reencontro-me.  

E, deste tempo que se aproxima, só quero uma coisa: quero voltar a mim!

Quero abraçar-me! como se estivesse a despedir-me do amor da minha vida, às portas do aeroporto. Quero acarinhar-me e amar-me. Quero voltar a mim!

Quero ver o que vou encontrar quando a mim regressar.  

Perco-me de mim. Demasiadas vezes, perco-me de mim.  

Quando me reencontro, já não estou no ponto onde me perdi. Já sou uma mistura entre aquela que se perdeu e a que está prestes a renascer. Diria que passo muito tempo no limbo da existência e da não existência. 

Quando me reencontro, sou algo diferente. Quem sabe melhor, quem sabe pior...essas reflexões deixo para os que me oferecem opiniões não solicitadas. Sei que sou algo diferente, o resto é ruído.  

Nasci para criar. Nasci para me reinventar.  

Dito isto, acolho a destruição e o caos que vem de dentro como parte do meu processo de criação pessoal.  

Disto isto, quando me reencontrar, é só uma questão de tempo a tempo para me voltar a perder.
Mariana Seabra Mar 2022
E tu, ansiosa por te afogar,

Foste apanhada na corrente

Deste teu precioso mar.


À superfície da água salgada,

Onde te deixavas flutuar,

Saíram das mais ínfimas profundezas

Mil duzentos e sete braços

Ansiosos por te abraçar.



Envoltos num corpo inanimado,

Não o deixaram recuar.

Nunca mais deu à costa,

Nem soube o que era respirar.

Pois peso morto sempre naufraga

E não há volta a dar.



Mas há coisas que não têm peso

E são mais difíceis de afundar...

Descem, e logo voltam à tona  

Como se estivessem a ressuscitar.



Dizem que a mulher que lá entrou,

Naquele tenebroso mar,

Entrou criança  

E foi feita sereia.



Não sei o que lhes deu essa ideia,

Talvez estejam obcecados com a mudança.

Talvez pela forma como o seu corpo balança

Por entre as ondas da maré cheia.


Quem espera sempre alcança...


Numa noite escura,  

num silêncio de levar à loucura,

Num céu envolto em trevas

onde nem espreitava o luar...

Avistaram uma sereia em pleno alto mar.



Dizem que o seu canto,

Simultaneamente belo e perigoso,

Fazia qualquer homem desesperar.

Como sou mulher, cética e descrente,

Com olhar atento mas duvidoso,

Nunca cheguei a acreditar.  



Iludidos!

Aqui está mais uma prova,

Os homens são muito fáceis de enganar.

Nem se aperceberam que eram gritos  

Aquilo que se espalhava pelo ar,

Os seus e o dela.

O som do massacre com que ela os iria brindar.



A única diferença é que os gritos da sereia

Eram de puro prazer,

E os gritos dos homens

Eram de puro sofrer.



A única diferença é que ela ia sobreviver,

Para ver outro dia nascer,  

Para ter mais uma história que escrever.



Iludidos!  

Não podem ver uma mulher que já não sabem pensar.

E ela, inteligente, usa esse instinto contra eles,  

para os convencer a mergulhar.



Assim, num mar de tinta vermelha

Habituara-se a sereia a nadar.

A cada morte ria mais alto,

“Tanta ignorância ali jaz a boiar”,

E ria, como se os seus pulmões fossem estourar,

Com uma ingenuidade encantadora  

De quem não sabe que está a pecar.



Dançava, louca e despreocupada,

Por entre centenas de corpos desfeitos

Que corriam na sua água, doce e salgada,

Livre de amarras e preconceitos.



Dizem que em noites de tempestade,

Por entre o caos da trovoada,

Ecoam os gritos de uma sereia

Juntamente com a sua doce risada.



“Não há homem neste mundo

Capaz de me tocar

Sem eu o petrificar.

Ainda bem que os braços

Que me envolveram,

No fim de tudo,

Foram os de uma deusa

Chamada Mar”.
Laura Araújo May 2018
São quatro e vinte da madrugada

E o fraco ainda resiste.

O dia nasce não tarda

E continua a sina daquele triste.  

Será ele um poeta,

Um que se viu de alma abandonada

Ou um cuja profissão é a mais antiga que existe?



O seu coração pinga solidão, que se tenta encobrir,

Fundida pela malfadada escuridão que o rodeia

E que goza do ferir.

O vagabundo olha à volta como se tivesse casa cheia

E ouve, gota a gota, a gota, abusadamente, cair.

Repete-se todas as noites a ladainha

No aconchego de sua cama quentinha.



Para este fraco, viver é ousadia.

Limita-se a existir e até isso é um ultraje.

Vê o sol que na janela luzia;

Vai ao espelho ver se este lhe traz

Aquele brilho que outrora o seduzia

E que há muito não o via.



Depara-se com o rotineiro:

O pesar do vazio corriqueiro

Que em forma de sombra breu

Sobre si subtilmente desceu.

Fatalidade que o destino por si escolheu.



É este o tal fado

De quem não se sente satisfeito

Nem é valorizado

P'las cicatrizes que carrega ao peito.



Dizem que tem vida de vadio.

Terminará o triste por rir

De quem um dia dele se riu?



É esta a "pseudoprofecia"

Que o acompanha noite e dia.



É só mais um que não vive o ultraje que é existir.
Victor Marques Apr 2022
Na vida dos seres humanos,
Temos brilho gratuito no  universo,
Ceu fechado, ceu  aberto.
Crescemos com enganos e desenganos.


Justica que condena,
Flor com sua cor,
Sol com seu esplendor,
Floresta onde o verde emana,
Lua do amor de quem te ama.


As estrelas esperam a lua cheia,
A vida e uma grande odisseia,
Borboletas com petalas molhadas,
Vida do sol e lua abencoadas.


Os seres coabitam sem grande ousadia,
O sol tras brilho, paz, alegria.
Louva tudo com simplicidade e harmonia,
Bendiz o sol e lua que alumia.
luz, sol, lua
Victor Marques Nov 2021
Na vida dos seres humanos,
Temos brilho gratuito no  universo,
Ceu fechado, céu  aberto.
Crescemos com enganos e desenganos.


Justiça que condena,
Flor com sua cor,
Sol com seu esplendor,
Floresta onde o verde emana,
Lua do amor de quem te ama.


As estrelas esperam a lua cheia,
A vida e uma grande odisseia,
Borboletas com pétalas molhadas,
Vida do sol e lua abençoadas.


Os seres coabitam sem grande ousadia,
O sol trás brilho, paz, alegria.
Louva tudo com simplicidade e harmonia,
Bendiz o sol e lua que alumia.


Victor Marques
luz, sol, lua
Hakikur Rahman Mar 2021
O modo de vida não pisca
Não sabe onde é iniciado, onde é o fim
Só sei, cheio de corrida
A terra está cheia de pontos de tempo.

Pode haver fronteiras, talvez não
O limite pode ser visto, talvez não exista.

Há um desejo de receber
Mas não há tempo de disponibilidade
O caminho está cheio de fadiga
O que não tem fim.

— The End —