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Victor Marques Apr 2013
Dignidade humana

Pensamento sincero e celeste,
Verde do acipreste,
Gosto pela seara verdejante,
Caminhar sempre para a frente.

Pensamento desigual e com sentido,
Verão com primavera em flor,
Correr sem andar fugido,
Paciente doente e sem dor.

Pensamento e liberdade que aprisiona,
Verde da bela azeitona,
Sustentar a leveza com regra,
Educar a saudade que nos cega.

Pensamento sem ultraje, com emoção,
Dignidade do ser irmão,
Perceber a realidade que engana,
Pobreza na dignidade humana.

Victor Marques
persefona Mar 2015
Mermerna prostorija.
U njoj stojim u redu da platim clanarinu za biblioteku.
Ispred mene i iza mene nalaze se ljudi, bezlicni, u crnim odevnim kombinacijama. Reklo bi se dosli su na sopstvenu sahranu.

Dolazim na red- promena smene nastupa - naglim okretom ka salteru susrecem se sa gorilom osrednjeg rasta crne boje.
Ona se uplasila od mene! Uznemirena napusta radno mesto- cak uvredjena! zbog cega ne znam.
Koleginice je mole da vrati se na salter- a ja do tada samo znam kako sa psom- pa probam nesto od toga - shvatam da gorila sazvakace me.

Gorila se smirila nekako.
Ja sela da ucim.
Marco Raimondi Feb 2018
Quando, aos calados tocares, caminha silenciosa,
Volvem os ventos, os ardores palpitantes;
Tens a noite a contemplar teu semblante,
Agora que nas sombras dissipa-te imperiosa,

Não te adentras ante tal selva pavorosa;
Se é o negrume pelo qual apaixona-te exitante,
Cega teus claros olhares dos dias crepitantes,
Verás, é certo, a revelação de tuas cerradas pálpebras nebulosas;

Por que te insiste a perseverar loucura,
Se sabes que nas sombras não encontrarás amplidão?
Vinde aos dias, às luzes opalinas da fartura

E apenas a voz ressurge:

"Tenho em alvas lágrimas, dos dias, a punição
Portanto estendo meu destino à errante ventura
Pois a luz, tudo ruirá, em lábios amargos de maldição"
Rui Serra Sep 2015
incenso
(arde lentamente)

golpe traçado
o sangue escorre

marcas
das cordas do violino
na tua pele

aromas

o fumo ofusca
cega

respiração deliciosa

canela . sândalo . jasmim

sufoco
numa mescla de aromas

fumo

um mero aroma
uma memória
um sonho vivido
Juce sam imala neku terapiju na senjaku u 11h, kicma, u zurbi sam izasla iz stana okrenula 2 puta kljuc, izvukla ga, spustila se stepenicama do lifta, pozvala lift, a onda se setila da nisam ponela mobilni, bio mi je vazan, okrenula se, spustila stepenicama, izvadila kljuc i krenula da ga ubacim u bravu, kad ono nece, probaj drugi put, nece, treci, nece, sijalica ne radi, neki polumrak, cucnem da vidim da se nesto nije pomerilo, gledam kljuc da se nije polomio, oblija me znoj, ne mogu da verujem, pocinjem da se nerviram, vec kasnim na terapiju, ustajem spustam se niz stepenice, zovem lift, dok se vozim do dole razmisljam, trebace mi bravar, ne mogu da cimam tatu, znam za jednog na vracaru pravi kljuceve, mozda se razume i u brave, al subota je ko zna da li mogu da ga nadjem, dolazim do stanice, ulazim u trolu, vozim se kratko, srecom postoje table koje me navode do mesta gde sam se uputila, uazim u zgradu, doktor me prima, vrsi pritisak na bolno mesto, izvija me, mozda da se vratim da pitam komsinicu da li ima baterijsku lampu, da probam jos jednom, prebacuju me na struju, laser i ono trece uvek zaboravim, lezim na boku, prija mi hladan gel, zalim se sta mi se dogodilo, tesi me, mozda je sve u redu, ipak cu se vratiti da pogledam jos jednom,  ulazim u trolu, cekam zeleno, smirujem sebe, bice ok, prelazim ulicu, proradice, dolazim do zgrade, ulazim u lift, pritiskam dugme za cetvri sprat i tad shvatam gresku u koracima, pocinjem da se smejem, mislim se, da li me je neko video od komsija, spustam se niz stepenice bez problema ulazim u stan, nastavljam da se smejem, ne mogu da verujem sta sam uradila, rekli su mi da u stanu ispod ne zivi niko, srecom, uzimam mobilni, zakljucavam vrata, silazim niz stepenice, spustam se liftom, vozim se trolom, svracam do kokija da se castim nekim secerom, kakvo olaksanje, odlazim kod mojih na rucak, pomislim na tebe, pomisim i na sebe i svoju izgubljenost, ne zameram ti na reakciji, shvatam da te nesto puca iznutra, puca i mene, i ko bi poverovao da je takav susret moguc opet, logika namece, ako je ono pocetak, ovo je kraj, ali kraj cega, i da pobegnemo, da precutimo, da se sutra susrecemo bez prepoznavanja, problem ce i dalje ostati u nama.

mh maj 2017
Cláudio Costa Feb 2023
Visão cega dum vão cultivar,
Anseio que derrama, ***** e mudo,
Ao longe o vislumbre de ti a passar
Escorre de mim sedento, sem ar,
A drenar lento por um canudo
sob um ser que finge ser,
ser que sabe fugir
mas não sabe desprender;
Ser que não serve para sentir,
mas sente para viver.

Já não sei seguir sem par
a cruzar rotas noutros trilhos
O fulgor do teu olhar,
por mais que o queira cuidar
vai cruzando noutros brilhos.
Indício que vem num tumulto agudo
Pulsar de veia que me assalta,
espreita o clarão pelo canudo
e a luz escorre na tua falta.
Sai de mim, por tudo te peço;
Sai de mim, mas não me leves
e deixa durar os dias breves,
assim que saias verei se os esqueço.
Sai de mim, mas leva a saudade
E deixa-me noutra realidade
Uma na qual não te conheço.

Memória reclusa, cativo tesouro
de fios mognos no sol louro,
Risos soltos em cabelos revoltos,
Imagem tua, miragem de um ser
que em quietude à distância
me dá ânsia de te ver.
Ecoa a afastar e prende-me ao chão,
Semeia desígnios num solo a vagar,
Curva-se e colhe sombras em vão.

Nado no rio que corre sem dor,
que é meu e finda num mar interior
Estou aqui, estou agora
Espreito-me de dentro para fora,
Vejo a eira a cultivar,
Trago grãos p'ra semear,
a visão cega fixa-se perto
E desvanece a clarear
um amanhã sempre incerto,
sempre brumoso a se esboçar.
¯\_(ツ)_/¯
Muito me custa compreender este país onde vivo. Portugal precisa urgentemente de ordem, ideologia e patriotismo. Anos se passaram e tantos organismos criados, penso que com a finalidade de haver profissionalismo. Enfim, assistimos hoje a uma estúpida maneira de encarar a vida. As igrejas não espalham a fé, os hospitais não fazem o que poderiam fazer, a justiça é realmente cega, os políticos não sei para que servem e o que parece bonito não é a necessidade do povo, não é o benéfico do país. É urgente e necessário que quem comanda o país defina regras e é urgente que o patriotismo  de cada cidadão seja um sentimento profundo de comunidade em cumprimento dessas regras definidas. As televisões não são tribunais, os senhores jornalistas não são juízes e a praça pública não é local de justiça. Envergonha-me viver num país com poucos homens e poucas mulheres dignas desse nome e que raramente ocupam os cargos que deviam. Não se vive de fachada com caras bonitas ou filhos de papás a ocupar cargos de relevo e liderança. O estado não deve ser um abrigo de preguiçosos em poleiros indevidos. Portugal é dos Portugueses e só os que merecem devem chegar ao topo, não pelas alavancas mas sim pelo talento. Aquilo que hoje se perdeu em Torre de Moncorvo na Serra do Reboredo, como em outras regiões do país não volta mais, mas esses granfinos iluminados com ideologias antagônicas à razão da existência humana preocupam-se em acabar com o bom do homem e criar ilusões desastrosas na forma como hoje se vive.🤡🤡🤡🤡
Mariana Seabra Mar 2022
Brutalmente ofuscada,

Vejo um eclipse distante.

Mas é da alma.

Cega-me violentamente.

E eu abraço-o.

Não fecho os olhos à luz intensa,

Ou à falta dela.

E por momentos…

O ***** que invade o espaço,

Fica mais escuro no teu olhar,  

Onde eu renasço.





E por momentos…

Mesmo estando a Terra,

Alegremente encoberta pela Lua,

Sinto a brilhar um astro entre dois corpos.

Onde numa órbita coordenada,

Gravitam sossegadamente,

Duas almas de mãos dadas.

E como um fenómeno natural,

Tão incontrolavelmente no infinito,

Ascendem e transcendem.





Serei agora lua esvanecida, poeira da noite

A fazer solene vénia ao amanhecer?

Serás agora sol inteiramente, astro luminoso

A respeitar os corvos na escuridão?





E por momentos…

Duas linhas ténues irão embater no mesmo horizonte,  

Bem lá ao fundo…

Desmascarando brevemente o ponto onde cruzámos.

E sem pressa, repousarei no teu peito, tão celestial,

Que desconhece qualquer razão ou astrologia.

Onde as nossas sombras se alinham sem compasso,

E dançam sorridentes fora da rota planeada.

Onde os ventos que nos guiam,

Lutam calmamente para nos ter nos braços.







Mas tão rápido o eclipse…

Tão raro.

Tal como tudo o que chega de forma arrebatadora  

E se eterniza no universo.  

Mas tão belo o senti…

Tão violento e belo.

Como uma beleza feia que me ilumina,

E brilha fortemente,

Sem qualquer luz visível.  



                                                               ­                                             
                                                                ­          Conseguiste vê-lo?

                                                               ­           Já passou. E eu guardei-o.
Kurt Philip Behm Mar 2020
The drum beat of eternity
—keeper of the dream

(Pine Ridge South Dakota: June, 2006)

— The End —