Para quê passado?
Se já não é?
E o presente?
É quando?
Desde do momento em que é
Deixa de ser
E o futuro
Esse há-de existir
Mas nunca existe
Nem existiu
Dizem que o tempo
É como um rio
Come se o pudéssemos seguir
Se rio é
Flutuar tentamos
Mas sempre afogamos
Apenas temos pé
E o afogo demora anos
Nele imaginamos
A água que à de vir
Essa mais calma
Que não havemos de engolir
Que bom é o futuro
Pois ele nunca chega
Nunca aleija
O presente
Com violentos lábios nos beija
E o passado
Sabor a sangue e tormentas nos deixa
Escrito: 30/12/2018