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Victor Marques Jan 2012
O mar dos poetas

Sereias do mar em que eu acredito,
Ilhas do oceano pacifico,
Noites que dormem em mim,
Cavalgadas no horizonte sem fim.

Escravizados pela monotonia que nos engana,
Faróis que alertam os desprevenidos,
O azul do mar que nos chama,
Poema dos poetas esquecidos.

A liberdade dos versos meus,
Ondas brancas com espuma,
Linhas azuis de coisa alguma,
O mar e Deus.

Cemitérios dos poetas sem nome,
Barcos sem velas içadas,
Imensidão que abraça e consome,
O mar, os poetas e suas cavalgadas.

Victor Marques
Victor Marques Apr 2013
Dignidade humana

Pensamento sincero e celeste,
Verde do acipreste,
Gosto pela seara verdejante,
Caminhar sempre para a frente.

Pensamento desigual e com sentido,
Verão com primavera em flor,
Correr sem andar fugido,
Paciente doente e sem dor.

Pensamento e liberdade que aprisiona,
Verde da bela azeitona,
Sustentar a leveza com regra,
Educar a saudade que nos cega.

Pensamento sem ultraje, com emoção,
Dignidade do ser irmão,
Perceber a realidade que engana,
Pobreza na dignidade humana.

Victor Marques
Victor Marques Aug 2018
Esperar que o sono te leve para a cama,
Doce noite que nunca te engana,
Eu ouço os teus anseios, as tuas preocupações de acordar,
Novo dia sem a noite e o luar...

Ai que sinfonia que nunca canso de ouvir,
Bater do vento sem o sentir,
Olho para tudo e não vejo nada,
Mais sinto a natureza embriagada...

Noite,ai noite que tu escondes com mestria,
Em ti eu encontro paz e harmonia,
Me deleito com tanta serenidade,
Vales tanto para mim e para outros nada...

Os poetas contigo adormecem,
Ricos e pobres te recebem com satisfação,

Uns até te agradecem,

Outros dormem contigo e com sua solidão...


Mas tu noite amiga que pareces vadia,
Canta o mocho  e que linda melodia.
Eu te venero com leveza e no leito eu sou simples sem hipocrisia...
Noite que sempre vem e faz tanta falta como o dia....

Victor Marques
Noite , dia
Mariana Seabra Mar 2022
Da menina que nasceu azul,

Conto-te esta breve história.



Sei que foi em dia de sol…

Até o céu

Se abriu no espaço,

Até ele

Se manchou de glória.



Por entre os sete mares

Se espalharam; Aí e  

Em todos os lugares,

Violentas ondas  

em sua memória.



Assim nasceu,

Tão alegre…

Uma bela tela…

Era o que ela  

Me parecia.

Com o seu cheiro  

A maresia,

Amarela e só de alma.



Assim cresceu,

Tão sonhadora…

Rodava o universo

Na sua palma.

E ao passar, todos lhe diziam

“Não vás!”.



Os desassossegados,

Esses faziam tudo aquilo que podiam

Porque sentimento fútil

Não a satisfaz.



Enjaulados,

Os homens tremiam!

Piores que loucos  

Repetiam

“Olha o diabo que a moça traz!”.



Mas ela nem ouvia…

Sonhava, e não caía;

Voava; pela sua própria asa.



Como o verde, florescia

Uma flor dentro de mim.

E assim ela crescia,

Fosse de noite; fosse de dia;

Não se molhava em água rasa.



Menina nobre,

De ti brotou  

Tanta bondade

Que se espalhou.

Ofereceste-a! A quem passava.

Nem um cêntimo

Sequer cobrou.



Menina pura,

Que se isolava,

Nunca tirava  

O pé da estrada.

E mais azul ela ficou.



Com aparências?

Não se importava.

Tudo o que tinha, ela doou.

Manteve a essência,

Essa brilhava,

Tornou-se estrela

Que nunca apagou.



Tanto azul!  

Que a matava…

Então outra cor ela criou.



Em balanço perfeito  

Com a água

Nasceu uma cor

Que a transformou.



Agora,

Menina de fogo,

Apaixonada!

E avermelhada ela ficou.



O azul é triste,

E o vermelho engana,

Então a Terra ela explorou.



Num vulcão ardia

A sua gémea-chama

Aquela cor vermelha

Que a fascinou.

Forjou-se; de rocha vulcânica,

E só mais forte isso a tornou.



Lá conheceu

A bela cigana,

Deusa da montanha,

Que a salvou.



Juntou todo o amor

Que a inspirava

E à raça humana regressou.



Menina ingénua!

Chora desolada;

Porque o humano a roubou.



Cor azul; e avermelhada,

Mas que bonito roxo

Que dela jorrou.



Menina pura! destroçada,

Pela ganância de quem não vê nada…

Foi ao mundo que se entregou.



Assim espelhava; como ouro,

A sua pequena alma dourada

Que deu início a esta balada.

Ah!...

É de ti que falo, minha amada,

O meu maior tesouro.

Eterna flecha em mim marcada,

Amor real e duradouro.



Mas o humano triste; insaciado

Que antes de mim a encontrou!

Que nem por ela dar de graça…

Nem assim ele a poupou!

Quis o tesouro de mão beijada,

E pouco ou nada se esforçou.



Daqui veio a desgraça,

De quem esta história narrou.



Foi à noite, na madrugada…

Como um cobarde! Que a apanhou.

Foi arrogância ou maldade?

Qual o motivo que o levou?!

A devorar pela calada

O coração puro

Da minha menina aprisionada

Que nunca mais se recuperou.



A menina ri alto;  

Gargalhadas loucas ao vento;

Ali encostada, envolta em tormento,

Segura o peito; completamente esvaziada  

por dentro.



E o desumano,

Que fez o assalto,  

Vira cinza; não sobra nada.



Escorrem-me as lágrimas pela cara…

Rios de tom arroxeado.

Menina azul, vermelha e rara

Peço-lhe: “Fica! Só mais um bocado”.



Ela ouve-me; e sorri.

Existe afinal alguém que a ama!

Diz-me: “Todos os perigos  

Que corri,

Todo o amor

Que ofereci,

É o que me torna  

Tão humana”.



Penso que a entendi.

Senti a sua dor como se fosse a minha,

Foi por ambas que sofri.



“Há coisas que não podem ser roubadas.

Sobrevivem à guerra, estagnadas…

Mas ficam as memórias assombradas.

Casas em ruína, muros de pedra,

Envolvem as pessoas arrombadas.”



Ah!...

Afinal, foi nesta Terra  

Onde descobri

Que quem não morre,

Sempre quebra.



Há preciosidades que só podem ser dadas…

Sem qualquer valor que lhes possa ser afixado.

E ao ladrão da cor, a esse *******!

Está o inferno destinado!

Pois o humano; ser desgraçado;

É monstro que se apodera; e as desfaz.

Nem seque olha para o que está ao lado…

Tanta crueldade, numa mente tão pequena,

Torna-o um bicho incapaz.



"Meu pequeno ser azulado!

A diferença que isto me faz…

Deita-te aqui, esquece o pecado,

Enquanto quente ainda estás.

Vou viajar, para o outro lado,

E vais passar um mau bocado

Mas isto é apenas um até já.



Meu pequeno ser avermelhado!

Não deixes que essa raiva te consuma.

Lembra-te! Do nosso tom arroxeado,

Do céu, da montanha e do mar.

Olha sempre à tua volta,

Eu estou em todo o lugar.



Que me vejas! Por entre a bruma,

A passar pelo rochedo.

A deixar na praia a minha espuma…

Será esse o nosso segredo.



Ao teu ouvido, eu vou soprar.

Exatamente do meu jeito.

E ao teu ouvido, eu vou falar

Como te fala o búzio

Que carregas ao peito.



Numa linguagem única, por nós escrita,

Escrevo-te um poema; e está perfeito.

Ouve o silêncio quando me quiseres chamar

Para me perguntares o que tenho eu feito.



Se não obtiveres resposta

Naquele exato momento,

E o desespero te abraçar;

Não é porque estou morta,

Inspira-me no vento;

Apesar do meu corpo morto estar.



É que a minha alma insurreta,

Que pela curiosidade se desperta,

Decidiu que uma volta ela queria dar.

Mas é no teu peito, minha poeta,

O lugar! Onde dorme a tua alma

Também inquieta.  

A casa, a doce casa,  

A que ela decide sempre regressar.



Como a andorinha,  

Que carrega a primavera  

Na sua pequena asa,

Assim, para ti, eu vou chegar.

Ouve o som do meu cantar,

De ramo em ramo a saltitar…

E até a chuva, que sempre passa,

Cai aos teus pés e fica em brasa

Com o calor do amor intenso

Que ainda iremos partilhar."
Mistico Mar 2
E assim foi… mais uma história marcada,
não pelo encanto da reciprocidade,
mas pela ilusão de um afeto passageiro,
que se desfez tão rapidamente
quanto a folia de um dia de carnaval.

Representaste, por um breve instante,
o que havia de melhor em mim,
fingindo corresponder à sinceridade
que, em meu peito, era eterna.
No entanto, tua lealdade revelou-se fugaz,
tua entrega, mera conveniência,
e ao primeiro sopro da euforia mundana,
trocastes um amor sincero
por uma aventura vazia,
tão efêmera quanto tua promessa de permanência.

Pensamentos atropelam-se, o coração pesa,
e mais uma cicatriz se forma na pele da experiência.
Algumas lágrimas caem, não por arrependimento,
mas pela constatação amarga
de que fui generoso demais,
ao conceder espaço a quem jamais o soube valorizar.

Não me culpo por sentir, nem por entregar
o que havia de mais puro em mim.
A culpa recai sobre quem se perde
em suas próprias artimanhas,
fadado a colher os frutos de suas escolhas,
quando o tempo cobrar sua dívida.

Assim segue o jogo da vida:
hoje engana-se, amanhã é enganado.
Não somos perfeitos, mas a verdade sempre se impõe,
e eu fui prova viva de que minha sinceridade jamais titubeou.
Pena que nem todos possuem a mesma grandeza.

Trocar uma vida inteira por um instante de prazer
é um preço alto a se pagar.
No fim, não há rancor,
apenas a constatação do óbvio:
agora, todos sabem quem realmente és.

Por isso, deixo apenas um agradecimento –
não por tua presença, mas por tua partida.
reflexão, decepção e uma lição aprendida
Mistico Mar 8
Ah, mas não são todas, sejamos justos,
Mas esta em questão desperta desgostos.
Uma sandália voando, quase inevitável,
Na mente imagino, cenário inigualável.

Fértil é a mente, mas dói só de ver,
Dá até vontade de em bolinhas a esconder.
Tão amável, tão doce, um ser reluzente,
Que faltam elogios, mas sobram na mente.

Ah, se sumisse a dentadura em um canto,
Talvez o silêncio trouxesse encanto.
Que fala, que espalha, que nunca descansa,
O prédio é alto, mas falta esperança.

Na praia perdida, no mar rejeitada,
Nem Iemanjá quer ser incomodada.
Sogrinha querida, que doce é teu ser,
Grudada em meu pé, sem querer se render.

Larga da vida que não lhe pertence,
Deixe que o amor siga e se estenda.
Engula seu ouro, sua sede insana,
Que a vida responde, e o tempo não engana.
Mariana 1d
Digo que português
é uma língua mentirosa.
Distorce, engana
e ainda goza.

Digo "Tenho saudades".
Não pode estar correto.
Como posso eu ter algo
quando não te tenho perto?
A poem in my mother tongue, Portuguese, about the word "saudade" (longing). In Portuguese we tell someone we miss them by saying what directly translates to "I have longing", like something you have. That's what this poem is about. Here is a translation:

I say Portuguese
is a lying language.
Distorts, cheats
and even makes fun.

I say "I have longing".
That can't be right.
How can I have something
when you're not by my side?


It sounds a lot better in Portuguese, I promise

— The End —