Submit your work, meet writers and drop the ads. Become a member
Tem dias que me pego pensando em ti,
em todas as vezes que senti tua falta.
Esqueci tua voz —
aquela que me arrancou
as mais sinceras gargalhadas que um dia já dei.

Esqueci tua risada —
a que ria a todo momento
das minhas palhaçadas.
Mas nunca, nunca me esqueço de você.

Quando você se foi,
levou uma parte de mim junto.
E a parte que ficou…
ficou sem rumo.

Não estava preparada para o adeus.
Nunca estive.
Você me ensinou tantas coisas,
mas não me ensinou a me despedir de você.

E em alguns dias —
aqueles em que a saudade bate à porta
mais forte do que nunca —
penso nos teus sonhos,
nas metas nunca cumpridas,
nos desejos nunca ditos...
e me encontro desolada.

Choro até não restarem lágrimas,
até a saudade diminuir,
até o peito parar de apertar.

Achei que teríamos tanto tempo…
E de fato, tivemos.
Tivemos tanto tempo
que me esqueci
que cada minuto era especial.

Só me lembrei disso
quando te perdi.
Quando nem os segundos
ao teu lado
eram mais possíveis.
A solidão. É palpável, é notória – e é viciante.
Ela te mata, te acalma.
Em alguns dias, te traz paz e aconchego;  em outros te sufoca e  lentamente te fere.
Ela é silenciosa, chega de surpresa, sem convite ou hora marcada.
Um pequeno lembrete de que não és especial, porém és suficiente para si. Em noites de domingo, quando chega sem aviso, te mostra que em alguns momentos ela é necessária não pela dor mas pelo entendimento. Entendimento de quem és, do que precisas, do que gosta, de que és uma companhia boa. Quando se faz presente, num primeiro instante, te deixa atordoado e magoado e então o entendimento de que podes ser feliz dentro dela te faz ficar viciado.
Só  ela e tu.
A solidão vira liberdade, o silêncio que antes gritava agora é apenas um momento de calma e reflexão.

— The End —