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Wörziech May 2013
Falta-me progressiva consistência
que me tire desta constante inércia do recordar.

Permeiam-me contrarreações ilógicas do universo;
do meu universo.

Irrisório inaceitável tempo
que desfaleça minha imutável memória
atormentada por falsas angustiadas imagens.

Maldito brilho
que por vezes ofusca meu coeso e desejável
leal raciocínio.

Fatos agora estáveis foram,
por vezes,
acontecimentos importunos,
que propuseram ao meu bem estar uma obscuridade incontínua,
porém intransigível.

Embora uma situação não muito clara e nítida a mim mesmo,
pude perceber confessadamente o que de caótica maneira me ponderava
– e que talvez ainda o faça -
meu oneroso conivente dionisíaco.

Ainda não compreendo
porém,
se estou franqueado disto que mal posso interpretar;
que nem mesmo sei se ainda existe legitimamente.

É tudo inevitavelmente sobre eles,
os olhos que me acorrentam por anos em um relance de ódio freudiano;
a mais esplêndida e simplesmente bela face de todo e qualquer universo:
hei de conquistá-la em meus sonhos platônicos
ou tristemente afogá-la em minha morte
vividamente devotada em tê-la.
VS Sep 2014
Das rachaduras de meu peito, brota água que jamais vi
Sem cor
Sem rumo
Desconheci.

Assisto o eco dos fatos
Sóbrio
Todo igual
E de tão constante;
Inerte.
Frequência abjeta.
Farrapos.

O líquido da divindidade seca ao sol e sulca-me em seu secar
Obsceno
Todo o meu corpo
Cabeça, tórax, gônadas e bile.

Bonito como o chão da caatinga
Enferrujado
Vil
Sou eu, agraciado por ter bebido da fonte.

Obrigado, Deus.
Mastigue-me aos miúdos numa tarde ignóbil de chá com bolachas.
Kaaguygua Jan 2016
Por que fazer assim?

Complicar tanto as coisas

Como se quisesse se afastar de mim.

Depois de tudo que vimos

E dos fatos escancarados

Não há mais o que negar

Entar porque não juntar

nossos cacos quebrados?

Você ja teve alguem

que te esmigalhou em pedaços

Eu nunca tive alguem

que completasse meus espaços

Então porque não juntar

nossos cacos quebrados?
Othon 6d
A lua nascente do Diabo,
Perseguida por todos os seus revezes...
Contradição da contradição...
Suprema desconhecida.

A lua nascente do Diabo,
Vem vindo,
Nas alamedas caindo,
De pranto em pranto,
De pensamento em pensamento,
Na descrença de todas as crenças,
Suprema em sua própria crença.

Vem vindo, vem vindo,
Caindo por cima das ruínas,
De um mundo decadente,
Ela só sabe a si mesma,
Só conhece a si mesma.

Suprema em Sua ipseidade absoluta,
Ela vem vindo, ela vem vindo,
Liberar o deus e o diabo de cada um...
Pelas penedias siderais,
Ela vem vindo, ela vem vindo,
Questionando todos os "eus",
Que há? Quem és tu, ó verme?

Turbilhão de átomos dispersos...
Massacrado pelos fatos,
Quem és tu? Um nada querendo ser,
Alguma coisa de ser,
Sem poder ser, está morrendo.
E ela vem caindo, vem caindo,

Na amargura de teu ser...
Tu nadas é, e pensas ser!
Verme corroído pela ironia de si mesmo!
Tragado pela discórdia de seu próprio eu!
Sim, tu és um nada.

E ela vem vindo, ela vem vindo,
Para findar todo teu ser...
Para colocar-te no seu ínfimo lugar,
Ó verme orgulhoso e egocêntrico.

Tu és nada! Diante da suprema Deusa.
Que é tudo, sem ser, que é nada,
Sendo tudo.
E nela crê-se o axioma absoluto:
"— O diabo é Deus, o diabo é Deus!
Deus é o diabo..."

— The End —