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Danielle Furtado Nov 2014
Nasceu no dia dos namorados. Filho de mãe brasileira com descendência holandesa e pai português. Tinha três irmãos: seu gêmeo Fabrício, o mais velho, Renato, e o terceiro, falecido, que era sua grande dor, nunca dizia seu nome e ninguém se atrevia a perguntar.
A pessoa em questão chamaremos de Jimmy. Jimmy Jazz.
Jimmy morava em Portugal, na cidade de Faro, e passou a infância fazendo viagens ao Brasil a fim de visitar a família de sua mãe; sempre rebelde, colecionava olhares tortos, lições de moral, renegações.
Seu maior inimigo, também chamado por ele de pai, declarou guerra contra suas ideologias punk, seu cabelo que gritava anarquismo, e a vontade que tinha ele de viver.
Certo dia, não qualquer dia mas no natal do ano em que Jimmy fez 14 anos, seu pai o expulsou de casa. Mais um menino perdido na rua se tornou o pequeno aspirante à poeta, agora um verdadeiro marginal.
Não tinha para onde ir. Sentou-se na calçada, olhou para seus pés e agradeceu pela sorte de estar de sapatos e ter uma caneta no bolso no momento da expulsão, seu pai não o deixara com nada, nem um vintém, e tinha fome.
Rondou pelas mesmas quadras ao redor de sua casa por uns dias, até se cansar dos mesmos rostos e da rotina daquela região, então tomou coragem e resolveu explorar outras vidas, havia encontrado um caderno em branco dentro de uma biblioteca pública onde costumava passar o dia lendo e este seria seu amigo por um bom tempo.
Orgulhoso, auto-suficiente, o menino de apenas 14 anos acabou encontrando alguém como ele, por fim. Seu nome era Allan, um punk que, apesar de ainda ter uma casa, estava doido para ir embora viver sua rotina de não ter rotina alguma, e eles levaram isso muito à sério.
Logo se tornaram inseparáveis, arrumaram emprego juntos, que não era muito mas conseguiria mantê-los pelo menos até terminarem a escola, conseguiram alugar uma casa e compraram um cachorro que nunca ganhou nome pois não conseguiam entrar em acordo sobre isso, Jimmy tinha também um lagarto de estimação que chamava de Mr. White, sua paixão.
Os dois amigos começaram a frequentar o que antes só viam na teoria: as festas punk; finalmente haviam conseguido o que estavam procurando há tempos: liberdade total de expressão e ação. Rodeados por todos os tipos de drogas e práticas sexuais, mas principalmente, a razão de todo o movimento: a música.
Jimmy tinha inúmeras camisetas dos Smiths, sua banda favorita, e em seu quarto já não se sabia a cor das paredes que estavam cobertas por pôsteres de bandas dos anos 80 e 90, décadas sagradas para qualquer amante da música e Jimmy era um deles, sem dúvida.
Apesar da vida desregrada que levava com o amigo, Jimmy conseguiu ingressar na faculdade de Letras, contribuindo para sua vontade de fazer poesia, e Allan em enfermagem. Os dois, ao contrário do que seus familiares pensavam, eram extremamente inteligentes, cultos, criaram um clube de poesia com mais dois ou três amigos que conheceram em uma das festas e chamaram de "Sociedade dos Poetas Mortos... e Drogados!", fazendo referência ao filme de  Peter Weir.
O nome não era apenas uma piada entre eles, era a maior verdade de suas vidas, eles eram drogados, Jimmy  era viciado em heroína, Allan também mas em menos intensidade que seu parceiro.
Jimmy não era hétero, gay, bissexual ou qualquer outra coisa que se encaixe dentro de um quadrado exigido pela sociedade, Jimmy era do amor livre, Jimmy apenas amava. E com o passar o tempo, amava seu amigo de forma diferente, assustado pelo sentimento, escondeu o maior tempo que pôde até que o sentimento sumisse, afinal é só um hormônio e a vida voltaria ao normal, mas a amizade era e sempre seria algo além disso: uma conexão espiritual, se acreditassem em almas.
Ambos continuaram suas vidas sendo visitados pela família (no caso de Jimmy, apenas sua mãe) duas vezes ao ano, no máximo, e nesses dias não faziam questão de esconderem seus cigarros, piercings ou qualquer pista da vida que levavam sozinhos, afinal, não os devia mais nada já que seus vícios, tanto químicos quanto musicais, eram bancados por eles mesmos.
Era 14 de fevereiro e Jimmy completara 19 anos, a vida ainda era a mesma, o amigo também, mas sua saúde não, principalmente sua saúde mental.
O poeta de sofá, como alguns de nós, sofria de um existencialismo perturbador, o mundo inteiro doía no seu ser, e não podia fazer muito sobre aquilo, afinal o que poderia fazer à respeito senão escrever?
Até pensou em viver de música já que tocava dois instrumentos, mas a ideia de ter desconhecidos desfrutando ou zombando dos seus sentimentos mais puros não lhe era agradável. Continuou a escrever sobre suas dores e amores, e se perguntava por que se sentia daquela forma, por que não poderia ser como seu irmão que, apesar de possuírem aparência idêntica, eram extremos do mesmo corpo. Fabrício era apenas outro cidadão português que chegava em casa antes de sua mãe ficar preocupada, não que ele fosse um filho exemplar, ele só era... normal, e era tudo que Jimmy não era e jamais gostaria de ser; aliás, ter uma vida comum era visto com desprezo pelos olhos dele, olhos que, ainda tão cedo, haviam visto o melhor e o pior da vida, já não acreditava em nada, nem em si mesmo, nem em deus, nem no universo, nem no amor.
Como poderia alguém amar uma pessoa com tanta dor dentro de si? Como ele explicaria sua vontade de morrer à alguém que ele gostaria de passar a vida toda com? Era uma contradição ambulante. Uma contradição de olhos azuis, profundos, e com hematomas pelo corpo todo.
Aos 20 anos, o tédio e a depressão ainda controlavam seu estado emocional a maior parte do tempo, aos domingos era tudo pior, existe algo sobre domingo à tarde que é inexplicável e insuportável para os existencialistas, e para ele não seria diferente. Em um domingo qualquer, se sentindo sozinho, resolveu entrar em um chat online daqueles famosos, e na primeira tentativa de conversa conheceu uma moça do Brasil, que como ele, amava a banda Placebo e sendo existencialista, também sofria de solidão, o que facilitou na construção dos assuntos.
Ela não deu muita importância ao português que dizia "não ser punk porque punks não se chamam de punks", já estava cansada de amores e amizades à distância, decidiu se despedir. O rapaz, insistente e talvez curioso sobre a pessoa com quem se deparara por puro acaso, perguntou se poderiam conversar novamente, e não sabendo a dor que isso a causaria, cedeu.
Assim como havia feito com Allan, Jimmy conquistou Julien, a nova amiga, rapidamente. De um dia para o outro, se pegou esperando para que Jimmy voltasse logo para casa para que pudessem conversar sobre poesia, música, começo e fim da vida, todos os porquês do mundo em apenas uma noite, e então perceberam que já não estavam sozinhos, principalmente ela, que havia tempo não conhecia alguém tão interessante e único quanto ele.
Não demorou muito para que trocassem confidências e os segredos mais íntimos, mas nem tudo era tão sério, riam juntos como nunca antes, e todos sabem que o caminho para o coração de uma mulher é o bom humor, Julien se encontrava perdidamente apaixonada pelo ****** que conhecera num site de relacionamentos e isso se tornaria um problema.
Qualquer relacionamento à distância é complicado por natureza, agora adicione dois suicidas em potencial, um deles viciado em heroína e outra que de tão frustrada já não ligava tanto para sede de viver que sentia, queria apenas ler poesia longe de todas as pessoas comuns, essas que ambos abominavam.
Jimmy era todos os ídolos de Julien comprimidos dentro de si. Ele era Marilyn Manson, era Brian Molko, era Gerard Way, Billy Corgan, Kurt Cobain, mas acima de todos esses, Jimmy era Sid Vicious e Julien sonhava com seus dias de Nancy.
Ele era o primeiro e último pensamento dela, e se tornou o tema principal de toda as poesias que escrevia, assim como as que lia, parecia que todas eram sobre o luso-brasileiro que considerava sua cópia masculina. Jimmy, como ela, era feminista, cheio de ideologias e viciado em bandas, mas ao contrário dela, não teria tanto tempo para essas coisas.
Estava apaixonado por um rapaz brasileiro, Estêvão, que também dizia estar apaixonado por ele mas nunca passaram disso, e logo se formou um semi-triângulo amoroso, pois Julien sabia da existência da paixão de Jimmy, mas Estêvão não sabia que existia outra brasileira que amava a mesma pessoa perdidamente. Não sentiu raiva dele, pelo contrário, apoiava o romance dos dois já que tudo que importava à ela era a felicidade de Jimmy, que como ela, era infeliz, e as chances de pessoas como eles serem felizes algum dia é quase nula.
O brasileiro era amante da MPB e da poesia do país, assim como amava ouvir pós-punk e escrever, interesses que eram comum aos três perdidos, mas era profissional para ele já que conseguira que seus trabalhos fossem publicados diversas vezes. Se Jimmy era Sid Vicious, Julien desejava ser Nancy (ou Courtney Love dependendo do humor), Estêvão era Cazuza.
Morava sozinho e não conseguia se fixar em lugar algum, estava à procura de algo que só poderia achar dentro dele mesmo mas não sabia por onde começar; convivia com *** há alguns meses na época, mas estava relativamente bem com aquilo, tinha um controle emocional maior do que nosso Sid.
Assim como aconteceu com Allan e Julien, não demorou muito para que Estêvão caísse nos encantos de Jimmy, que não eram poucos, e não fazia mais tanta questão de esconder o que sentia por ele. Dono de olhos infinitamente azuis, cabelo bagunçado que mudava de cor frequentemente, corpo magro, pálido, e escrevia os versos mais lindos que poderia imaginar, Jimmy era o ser mais irresistível para qualquer um que quisesse um bom tema para escrever.
--
Julien era de uma cidade pequena do Brasil, onde, sem a internet, jamais poderia ter conhecido Jimmy, que frequentava apenas as grandes cidades do país. Filha de pais separados, tinha o mesmo ódio pelo pai que ele, mas diferente do amigo, seu ódio era usado contra ela mesma, auto-destrutiva é um termo que definiria sua personalidade. Era de se esperar que ela se apaixonasse por alguém viciado em drogas, existe algo de romântico sobre tudo isso, afinal.
Em uma quarta-feira comum, antecipada por um dia nublado, escreveu:

Minhas palavras, todas tiradas dos teus poemas
Teu sotaque, uma voz imaginada
Que obra de arte eram teus olhos
Feitos de um azul-convite

E eu aceitei.


Jimmy era agora seu mundo, e qualquer lugar do mundo a lembrava dele. Qualquer frase proferida aleatoriamente em uma roda de amigos e automaticamente conseguia ouvir sua opinião sobre o assunto, ela o conhecia como ninguém, e em tão pouco tempo já não precisavam falar muita coisa, os dois sabiam dos dois.
Desejava que Jimmy fosse inteiramente dela, corpo e mente, que cada célula de seu ser pudesse tocar todas as células do dela, e que todos os pensamentos dele fossem sobre amá-la, mas como a maioria das coisas que queria, nada iria acontecer, se achava a pessoa mais azarada do mundo (e provavelmente era).
Em uma noite qualquer, após esperar o dia todo ansiosa pela hora em que Jimmy voltaria da faculdade, ele não apareceu. Bom, ele era mesmo uma pessoa inconstante e já estava acostumada à esse tipo de surpresa, mas existia algo diferente sobre aquela noite, sabia que Jimmy estava escondendo alguma coisa dela pois há dias estava estranho e calado, dormia cedo, acordava tarde, não comia, e as músicas que costumavam trocar estavam se tornando cada vez mais tristes, mas era inútil questionar, apesar da intimidade, ele se tornara uma pessoa reservada, o que era totalmente compreensível.
Após três ou quatro dias de aflição, ele finalmente volta e não parece bem, mesmo sem ver seu rosto, conhecia as palavras usadas por ele em todos os momentos. Preocupada com o sumiço, foi logo questionando sua ausência com certa raiva e euforia, Jimmy não respondia uma letra sequer. Julien deixou uma lágrima escorrer e implorou por respostas, tinha a certeza de que algo estava muito errado.
"Acalme-se, ou não poderei lhe contar hoje. Algo aconteceu e seu pressentimento está mais que correto, mas preciso que entenda o meu silêncio", disse à ela.
Julien não respondeu nada além de "me dê seu número, sinto que isso não é algo que se conta por escrito".
Discando o número gigantesco, cheio de códigos, sabia que assim que terminasse aquela ligação teria um problema muito maior do que a alta taxa que é cobrada por ligações internacionais. Ele atendeu e começou a falar interrompendo qualquer formalidade que ela viria a proferir:

– Apenas escute e prometa-me que não irá chorar.
Ela não disse nada, aceitando a condição.
– Há tempos não sinto-me bem, faço as mesmas coisas, não mudei meus costumes, embora deveria mas agora é tarde demais. Sinto-me diferente, meu corpo... fraco. Preciso te contar mas não tenho as palavras certas, acho que nem existem palavras certas para o que estou prestes à dizer então serei direto: descobri que sou *** positivo. ´
Um silêncio quase mórbido no ar, dos dois lados da linha.
Parecia-se com um tiro que atravessou o estômago dos dois, e nenhum podia falar.
Julien quebrou o silêncio desligando o telefone. Não podia expressar a dor que sentia, o sentimento de injustiça que a deixava de mãos atadas, Ele era a última pessoa do mundo que merecia aquilo, para ela, Jimmy era sagrado.

Apenas uma pessoa soube da nova situação de Jimmy antes de Julien: Allan.
Dois dias antes de contar tudo à amiga, Jimmy havia ido ao hospital sozinho, chegou em casa mais cedo, sentou-se no sofá e quis morrer, comparou o exame médico à um atestado de óbito e deu-se por morto. Allan chegou em casa e encontrou o amigo no chão, de olhos inchados, mãos trêmulas. Tirou o envelope de baixo dos braço de Jimmy, que o segurava como se fosse voar a qualquer instante, como se tivesse que apertar ao máximo para ter certeza de que aquilo era real. Enquanto lia os papéis, Jimmy suplicava sua morte, em meio à lágrimas, Allan lhe beijou como o amante oculto que foi por anos, com lábios fracos que resumiam a dor e o medo mas usou um disfarce para o pânico que sentia e sussurrou "não sinto nojo de ti, meu amigo, não estás morto".
Palavras inúteis. Já não queria ouvir nada, saber de nada. Jimmy então tentou dormir mas todas as memórias das vezes que usou drogas, que transou sem saber com quem, onde ou como, estavam piscando como flashes de luz quase cegantes e sentia uma culpa incomparável, um medo, terror. Mas nenhuma memória foi tão perturbadora quanto a da vez em que sofreu abuso ****** em uma das festas. Uma pessoa aleatória e sem grande importância, aproveitou-se do menino pálido e mirrado que estava dormindo no chão, quase desmaiado por culpa de todo o álcool consumido, mas ainda consciente, Jimmy conseguia sentir sua cabeça sendo pressionada contra a poça d'água que estava em baixo de seu corpo, e ouvia risos, e esses mesmos risos estavam rindo dele agora enquanto tentava dormir e rezava pra um deus que não acredita para que tudo fosse um pesadelo.
----
Naquele dia, Jimmy, que já era pessimista por si só, prometeu que não se trataria, que iria apenas esperar a morte, uma morte precoce, e que este seria o desfecho perfeito para alguém que envelheceu tão rápido, mas ele não esperaria sentado, iria continuar sua vida de auto-destruição, saindo cedo e voltando tarde, dormindo e comendo mal, não pararia também com nenhum tipo de droga, principalmente cigarro, que era tão importante quanto a caneta ao escrever seus poemas, dizia que sentir a cinza ainda quente caindo no peito o inspirava.
Outra manhã chegou, e mesmo que desejasse com toda força, tudo ainda era real, seus pensamentos eram confusos, dúvidas e incertezas tão insuportáveis que poderiam causar dores físicas e curadas com analgésicos. Trocou o dia pela noite, já não via o sol, não via rostos crús como os que se vê quando estamos à caminho do trabalho, só via os personagens da noite, prostitutas, vendedores de drogas, pessoas que compravam essas drogas, e gente como ele, de coração quebrado, pessoas que perderam amigos (ou não têm), que perderam a si mesmos, que terminaram relacionamentos até então eternos, que já não suportavam a vida medíocre imposta por uma sociedade programada e hipócrita. Continuou indo aos mesmos lugares por semanas, e já não dormia em casa todos os dias, sempre arrumava um espaço na casa de algum amigo ou conhecido, como se doesse encara
D. Furtado
Leydis Jul 2017
La mujer busca,
A corazarse el autoestima que le
B rumaron y
O pacaron cuando
R ompieron su
A plastado amor propio.
T ornando, todo lo que pueda
O primir o retrasar su encuentro de
R ecaudación y reanudación de sus
I  lusiones e intuición y por
O bligación mantener su
S oberanía y fortaleza interna.

Un laboratorio de ilusiones eres mujer.
Un almacén de amor para todos, más yo te digo;
asegura almacenar amor propio para ti.
Para que cuando lleguen las tormentas,
recuerdes que en tu laboratorio,
guardas todos lo que necesitas para cada batalla.

Que tienes paz, que eres paz.
Que cuándo la vida quiera frenarte,
saca un frasco que dice “sigue empujando”.
Que si te pisotean el orgullo,
sepas que en tu laboratorio interno, tienes “amor propio”.
Que vales más que toda la riqueza del universo,
por el simple hecho de ser mujer.
Que eres verso, verbo, pero nunca sustantivo.
Que para alguien eres una hermosa prosa.  
Que tu cabellera, tu cara, y tu cuerpo…..
es el convenio que hizo ¡Dios con el hombre!
Que hay un poeta loco merodeando las calles, acucioso por bañarte a besos.  
Que el universo es tu amigo, y, está aquí para consentirte.
Que eres sentimientos indescriptibles…,
Eres la sensualidad infinita.
La semejanza que desea la luna.
Eres el melao’ del amargo,
y de la inteligencia sus neuronas.  

Así que recuerda, que eres un laboratorio ambulante.
Que si te enfermas, tienes un laboratorio surtido…..
Pero lo llevas por dentro!

LeydisProse
7/20/2017
https://www.facebook.com/LeydisProse/
Ì faccio 'o schiattamuorto 'e prufessione,
modestamente songo conosciuto
pè tutt'e ccase 'e dinto a stu rione,
peccheè quann'io manèo 'nu tavuto,
songo 'nu specialista 'e qualità.

Ì tengo mode, garbo e gentilezza.
'O muorto nmano a me pò stà sicuro,
ca nun ave 'nu sgarbo, 'na schifezza.
Io 'o tratto comme fosse 'nu criaturo
che dice 'o pate, mme voglio jì a cuccà.

E 'o co'cco luongo, stiso 'int"o spurtone,
oure si è viecchio pare n'angiulillo.
'O muorto nun ha età, è 'nu guaglione
ca s'è addurmuto placido e tranquillo
'nu suonno doce pè ll'eternità.

E 'o suonno eterno tene stu vantaggio,
ca si t'adduorme nun te scite maie.
Capisco, pè murì 'nce vò 'o curaggio;
ma quanno chella vene tu che ffaie?
Nn'a manne n'ata vota all'al di là?

Chella nun fa 'o viaggio inutilmente.
Chella nun se ne va maie avvacante.
Sì povero, sì ricco, sì putente,
'nfaccia a sti ccose chella fa a gnurante,
comme a 'nu sbirro che t'adda arrestà.

E si t'arresta nun ce stanno sante,
nun ce stanno raggione 'a fà presente;
te ll'aggio ditto, chella fa 'a gnurante...
'A chesta recchia, dice, io nun ce sento;
e si nun sente, tu ch'allucche a ffà?

'A morta, 'e vvote, 'e comme ll'amnistia
che libbera pè sempe 'a tutt'e guaie
a quaccheduno ca, parola mia,
'ncoppa a sta terra nun ha avuto maie
'nu poco 'e pace... 'na tranquillità.

E quante n'aggio visto 'e cose brutte:
'nu muorto ancora vivo dinto 'o lietto,
'na mugliera ca già teneva 'o llutto
appriparato dinto a nù cassetto,
aspettanno 'o mumento 'e s'o 'ngignà.

C'è quacche ricco ca rimane scritto:
" Io voglio un funerale 'e primma classe! ".
E 'ncapo a isso penza 'e fà 'o deritto:
" Così non mi confondo con la ***** ".
Ma 'o ssape, o no, ca 'e llire 'lasse ccà?!

'A morta è una, 'e mezze songhe tante
ca tene sempe pronta sta signora.
Però, 'a cchiù trista è " la morte ambulante "
che può truvà p'a strada a qualunq'ora
(comme se dice?... ) pè fatalità.

Ormai per me il trapasso è 'na pazziella;
è 'nu passaggio dal sonoro al muto.
E quanno s'è stutata 'a lampella
significa ca ll'opera è fernuta
e 'o primm'attore s'è ghiuto a cuccà.
Besé aquella vez la brisa más húmeda
y salada de su océano.
Besé su alma y como supuse
allí no encontré, magullado sus pulsos.
Él estaba intacto aún
preparado para entrar
nuevamente en mis nirvanas.
No existían huellas
de las antiguas cigarras
que escarbaban de noche
el ángelus de sus orgasmos
tampoco las de aquellas pupilas cortesanas
que le entregaban las llaves
de sus templos derramados,
mientras su colilla húmeda y mutilada
se perdía ambulante y confundida
detrás de una ceguera diluida
entre los lirios de su estación última .
Es cierto que ya no era purísimo y exacto
él, había cambiado,
las cortinas de su alma
ya no eran un misterio
y sus pensamientos
ya no se escondían convulsos
detrás de sus jaquecas.
Comenzamos a nacer entonces, después
de que mis llantos pudrieran mis ojos
de manera retórica,
después de que esos rumores perdidos
empezaron a desempañar
los cristales silenciosos de mi cálido infierno.
Y entonces...él abrió sus ojos de verdad,
y halló mi nacimiento, justo donde la seda rota
cubría las nuevas espigas...
Azul Strauss Markuart
Título : El Ángelus De Sus Orgasmos
Poema: Texto completo.]
Autora :Azul Strauss M
15 De Junio del 2015
Buenos Aires - Argentina
©Copyright –Derecho de Autor Reservado
Protegido por OMPI y el Tratado internacional de Suiza sobre derechos de autores
-Boscán, tarde llegamos -¿Hay posada?
-Llamad desde la posta, Garcilaso.
-¿Quién es? -Dos caballeros del Parnaso.
-No hay donde nocturnar palestra armada.
-No entiendo lo que dice la criada.
Madona, ¿qué decís? -Que afecten paso,
que obstenta limbos el mentido ocaso
y el sol depinge la porción rosada.
-¿Estás en ti, mujer? -Negóse al tino
el ambulante huésped-. ¡Que en tan poco
tiempo tal lengua entre cristianos haya!
Boscán, perdido habemos el camino,
preguntad por Castilla, que estoy loco,
o no habemos salido de Vizcaya.
Vincent Salomon Jul 2017
Ojos apagados de brillos efímeros
De labios carmesí entre el delirio más ínfimo,
De brillos angelicales; ropajes monárquicos
Besos cardinales, de encuentros íntimos.

Hija del rey, diosa de diosas; linaje élfico
Cantares de coloquios, en runas remotas
De lenguas perdidas, de zares absurdos
Mi madrigal por nombre, lleva el suyo.

En la ciénaga hueca, de las laderas altas
Bajo la falda de las montañas, dónde la luz es baja.
Sobre rocas, sobre ruina, sobre ti
Cantan en tierras lejanas, de la reina y sobre mí.

Oh, sin el rey que canto ama.
Porque acá sólo hay delito,
¡Ay! ¡Sin ese rey, que tanto aclaman!
Porque este amor es finito.

Un errante peregrino; ambulante de compañía
Señor de nada que se e haya perdido,
Pero de extraña joyería
La reina cabellos de oro, y un mercader vendido.
Ma muse est un esprit inclassable,
Grouillant et bigarré, une matrone
Sans trône et sans couronne,
Provocante et tumultueuse
Hors académie
Hors norme
Haute en couleur
Sempiternellement décalée
Elle danse sa rumba folle
Et distille ses petites gâteries
Contre vents et marées
A contre-courant
Des us et des coutumes .
Et quand je dis "Moteur !"
Ma Dame ne joue pas, elle ne feint pas
Elle ne pose pas :
Mon étoile s'endort en tremblant
Lumineuse et transparente,
Et j 'essaie de la peindre telle quelle,
Imparfaite et mortelle en aquarelle
Je joue avec la quantité de l 'eau et les pigments
Mais l 'esprit fantasque de ma muse
Fait souffler le chaud et le froid.
Et pour me figurer sur ma palette
Toute sa verve satirique et pamphlétaire
J 'ai beau essayer le bleu Winsor et le rouge indien
Alterner le sienne naturel et brûlé,
L'auréoline avec un peu de garance rose,
Le bleu de cobalt avec un brun Van Dyck,
Le rouge cadmium, l 'auréoline et le vert Winsor,
L 'auréoline, le bleu de cobalt et le rouge indien,
L 'auréoline, le cramoisi d'alizarine et le vert émeraude,
Aucun de ces mélanges de base orange ne m'inonde de la transe
De la couleur chair de son esprit brut,
Métamorphose ambulante
Libre et éruptive, enragée,
Diverse et multiple, engagée
Aux limites de la bienséance et de la bien-pensance.
Et à défaut de portrait politiquement correct
Je me délecte de sa cape bleu-majorelle
Grinçante et jubilatoire
Cousue de joie, morgue et amour.
Chair est la couleur de l 'esprit brut de ma muse apatride
Quand elle dort, elle est aux anges
Et les rêves funambules forment sa cour et entonnent
En jouissant doucement leur ballet équestre.
Ì faccio 'o schiattamuorto 'e prufessione,
modestamente songo conosciuto
pè tutt'e ccase 'e dinto a stu rione,
peccheè quann'io manèo 'nu tavuto,
songo 'nu specialista 'e qualità.

Ì tengo mode, garbo e gentilezza.
'O muorto nmano a me pò stà sicuro,
ca nun ave 'nu sgarbo, 'na schifezza.
Io 'o tratto comme fosse 'nu criaturo
che dice 'o pate, mme voglio jì a cuccà.

E 'o co'cco luongo, stiso 'int"o spurtone,
oure si è viecchio pare n'angiulillo.
'O muorto nun ha età, è 'nu guaglione
ca s'è addurmuto placido e tranquillo
'nu suonno doce pè ll'eternità.

E 'o suonno eterno tene stu vantaggio,
ca si t'adduorme nun te scite maie.
Capisco, pè murì 'nce vò 'o curaggio;
ma quanno chella vene tu che ffaie?
Nn'a manne n'ata vota all'al di là?

Chella nun fa 'o viaggio inutilmente.
Chella nun se ne va maie avvacante.
Sì povero, sì ricco, sì putente,
'nfaccia a sti ccose chella fa a gnurante,
comme a 'nu sbirro che t'adda arrestà.

E si t'arresta nun ce stanno sante,
nun ce stanno raggione 'a fà presente;
te ll'aggio ditto, chella fa 'a gnurante...
'A chesta recchia, dice, io nun ce sento;
e si nun sente, tu ch'allucche a ffà?

'A morta, 'e vvote, 'e comme ll'amnistia
che libbera pè sempe 'a tutt'e guaie
a quaccheduno ca, parola mia,
'ncoppa a sta terra nun ha avuto maie
'nu poco 'e pace... 'na tranquillità.

E quante n'aggio visto 'e cose brutte:
'nu muorto ancora vivo dinto 'o lietto,
'na mugliera ca già teneva 'o llutto
appriparato dinto a nù cassetto,
aspettanno 'o mumento 'e s'o 'ngignà.

C'è quacche ricco ca rimane scritto:
" Io voglio un funerale 'e primma classe! ".
E 'ncapo a isso penza 'e fà 'o deritto:
" Così non mi confondo con la ***** ".
Ma 'o ssape, o no, ca 'e llire 'lasse ccà?!

'A morta è una, 'e mezze songhe tante
ca tene sempe pronta sta signora.
Però, 'a cchiù trista è " la morte ambulante "
che può truvà p'a strada a qualunq'ora
(comme se dice?... ) pè fatalità.

Ormai per me il trapasso è 'na pazziella;
è 'nu passaggio dal sonoro al muto.
E quanno s'è stutata 'a lampella
significa ca ll'opera è fernuta
e 'o primm'attore s'è ghiuto a cuccà.
Ì faccio 'o schiattamuorto 'e prufessione,
modestamente songo conosciuto
pè tutt'e ccase 'e dinto a stu rione,
peccheè quann'io manèo 'nu tavuto,
songo 'nu specialista 'e qualità.

Ì tengo mode, garbo e gentilezza.
'O muorto nmano a me pò stà sicuro,
ca nun ave 'nu sgarbo, 'na schifezza.
Io 'o tratto comme fosse 'nu criaturo
che dice 'o pate, mme voglio jì a cuccà.

E 'o co'cco luongo, stiso 'int"o spurtone,
oure si è viecchio pare n'angiulillo.
'O muorto nun ha età, è 'nu guaglione
ca s'è addurmuto placido e tranquillo
'nu suonno doce pè ll'eternità.

E 'o suonno eterno tene stu vantaggio,
ca si t'adduorme nun te scite maie.
Capisco, pè murì 'nce vò 'o curaggio;
ma quanno chella vene tu che ffaie?
Nn'a manne n'ata vota all'al di là?

Chella nun fa 'o viaggio inutilmente.
Chella nun se ne va maie avvacante.
Sì povero, sì ricco, sì putente,
'nfaccia a sti ccose chella fa a gnurante,
comme a 'nu sbirro che t'adda arrestà.

E si t'arresta nun ce stanno sante,
nun ce stanno raggione 'a fà presente;
te ll'aggio ditto, chella fa 'a gnurante...
'A chesta recchia, dice, io nun ce sento;
e si nun sente, tu ch'allucche a ffà?

'A morta, 'e vvote, 'e comme ll'amnistia
che libbera pè sempe 'a tutt'e guaie
a quaccheduno ca, parola mia,
'ncoppa a sta terra nun ha avuto maie
'nu poco 'e pace... 'na tranquillità.

E quante n'aggio visto 'e cose brutte:
'nu muorto ancora vivo dinto 'o lietto,
'na mugliera ca già teneva 'o llutto
appriparato dinto a nù cassetto,
aspettanno 'o mumento 'e s'o 'ngignà.

C'è quacche ricco ca rimane scritto:
" Io voglio un funerale 'e primma classe! ".
E 'ncapo a isso penza 'e fà 'o deritto:
" Così non mi confondo con la ***** ".
Ma 'o ssape, o no, ca 'e llire 'lasse ccà?!

'A morta è una, 'e mezze songhe tante
ca tene sempe pronta sta signora.
Però, 'a cchiù trista è " la morte ambulante "
che può truvà p'a strada a qualunq'ora
(comme se dice?... ) pè fatalità.

Ormai per me il trapasso è 'na pazziella;
è 'nu passaggio dal sonoro al muto.
E quanno s'è stutata 'a lampella
significa ca ll'opera è fernuta
e 'o primm'attore s'è ghiuto a cuccà.

— The End —