Submit your work, meet writers and drop the ads. Become a member
VS Sep 2014
Das rachaduras de meu peito, brota água que jamais vi
Sem cor
Sem rumo
Desconheci.

Assisto o eco dos fatos
Sóbrio
Todo igual
E de tão constante;
Inerte.
Frequência abjeta.
Farrapos.

O líquido da divindidade seca ao sol e sulca-me em seu secar
Obsceno
Todo o meu corpo
Cabeça, tórax, gônadas e bile.

Bonito como o chão da caatinga
Enferrujado
Vil
Sou eu, agraciado por ter bebido da fonte.

Obrigado, Deus.
Mastigue-me aos miúdos numa tarde ignóbil de chá com bolachas.
Ah, pobre Dolores
Mais uma vez está cansada de suas mágoas e constipada com suas dores
Há quem diga que quando olha o céu, sonha com estrelas
Acalme-se Dolores, hoje tenho um presente para entretê-la
Acorde de seu sonho e largue esses afazeres
Olhe para A Casa Abandonada dos Prazeres
Almeja tanto assim?
O seu ignoto fim?
Por quê toma todos esses remédios?
Se o que deseja é pular do mais alto prédio
Para quê todas essas doenças inventadas?
E essas mulheres, para quê invejá-las?
Na casa encontrará a cura
Não mais carregará sua imaginária feiura
Lá será bela como sempre quis
Mas pergunte-se o que é ser feliz
Lá, em todas as paredes, encontrará espelhos
E em todas camas encontrará lençóis vermelhos
Onde finalmente poderá gozar
E a beleza que não é sua, contemplar
Goze, goze Dolores
Mistura seu prazer com suas dores
Goze, goze mais uma vez
Goze toda sua estupidez
Saiba que nem tudo que cintila é ouro
E fora da casa continuará seu agouro
Quando fora estiver, da vida perderá a crença
E a cada vez que entrar e sair, nascerá uma nova doença
Uma daquelas de sua hipocondria
E a cada dia verá a verdadeira agonia
Sentirá dor, e fome
Não se lembrará de seu nome
Não poderá comer, pois a doença te devastará
E para a casa todos os dias irá correr, a sonhar
Lembre-se de novo
Que nem tudo que brilha é ouro
Ganhará a casa e perderá o mundo
E seu eu estará perdido num poço profundo
Um dia dirá:

Será?
Toda aquela estética...
era tão assim... patética?
Nossas escolhas não tem volta
Para o destino não há revolta
Não devo mais chorar
Só me resta, agora, gozar

Goze, goze Dolores
Mistura seu prazer com suas dores
Goze, goze mais uma vez
Goze toda sua estupidez
Contos da Casa Abandonada dos Prazeres
Dolores - O primeiro conto
Rosalie Walker Nov 2014
O pó queima o nariz,
O álcool aquece o corpo,
A música acolhe,
O sangue jorra.

A ultima imagem,
O ultimo cheiro,
O último sentimento,
Dor.

Uma veste de sangue a cobre,
Olhos vermelhos escondem a paranóia,
Um punhal brilhante reflete o medo.

Um soco no espelho,
Um último beijo,
Julieta, Julieta,
Não se vá.

Romeu, Romeu,
Um punhal resolveu,
Piscina escarlate,
Seu sangue é combate.

Veludo frio,
Coração congelado,
Toque caloroso,
Olhar vidrado.

Romeu, Romeu,
Você lembra do dia que ela morreu?
Dayanne Mendes Dec 2012
O que fazer se tudo me deixa triste,
Parece que nada existe,
Exceto este sentimento,
Que anda me corroendo por dentro.

Só eu ando chorando,
Pelos cantos, me martirizando,
Sem saber o porquê.
Talvez eu tenha errado este ano,

Mas não há mais nada a fazer.
Só posso tirar a maquiagem e toda a roupa,
E me olhar no espelho.
Vendo os meus olhos vermelhos, vejo a doçura que perdi.

E hoje estou tão amarga, que nem mesmo me aguento.
Sou puro sofrimento,
E não sei porque sofro,
Sei apenas sofrer.
Matthieu Martin Jul 2015
A chuva cai, o corpo esfria.
A neblina sobe ao cair do dia
O vento nos carrega, sem norte
a vida nos entrega à nossa própria sorte.

Sozinhos no mar,
Meu rosto disforme encontrou o seu
O enigma daquele olhar entreaberto como uma porta
fumei um pouco do amarelo, bebi um gole de azul

Minha mente anoiteceu verde de alegria e
meus olhos vermelhos como a lua cheia
daquele dia

O sol fugiu pra um céu estrelado
deixou você  ao meu lado
e quando voltou nos encontrou
dançando na chuva
Eu torci o pano
Até a última gota de suor
Nem assim consegui êxito
Olhos vermelhos de sangue
A mutilar a córnea
Venérea e violenta
A vingar-se por lançar
Olhares satânicos
A todos que passassem
Sem um pingo de dó
Sangra sem dor
Rios cor púrpura
Até secar a carne
Mitigando a vontade
A fé, a vida...
Dayanne Mendes Apr 2014
Não me venha falar de amor,
Com esses olhos vermelhos,
Sem dor.

Não me venha falar de amor,
Se meu coração mal pulsa
Por mim,

Por você imagine que nada
Ele irá fazer,
Mas a esperança você quem criou.

Então se culpe por favor,
Deixe a mim, minha paz
E um licor.

— The End —