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Victor Marques Sep 2013
O Poeta que ama o Douro e suas enxadas….

Poeta perdido e sem vontade de caminhar,
Um espelho branco que reflete um olhar.
Ele se espanta com a beleza do rio,
Verão de incêndios, muito quente e doentio.

Palavras bonitas á floresta bem-amada,
Fogueiras de gente tresloucada.
O Poeta ama a montanha quando escreve,
Alma pura como a neve.

O Poeta partiu seu punho que ama as alcateias,
Cidades, montes, vales e suas aldeias.
O Poeta escreve sobre chamas apagadas,
Ama o Douro e suas enxadas.

Victor Marques
Rosalie Walker Nov 2014
O pó queima o nariz,
O álcool aquece o corpo,
A música acolhe,
O sangue jorra.

A ultima imagem,
O ultimo cheiro,
O último sentimento,
Dor.

Uma veste de sangue a cobre,
Olhos vermelhos escondem a paranóia,
Um punhal brilhante reflete o medo.

Um soco no espelho,
Um último beijo,
Julieta, Julieta,
Não se vá.

Romeu, Romeu,
Um punhal resolveu,
Piscina escarlate,
Seu sangue é combate.

Veludo frio,
Coração congelado,
Toque caloroso,
Olhar vidrado.

Romeu, Romeu,
Você lembra do dia que ela morreu?
Dayanne Mendes Aug 2020
A primavera chegou,
Eu vejo flores por todos os lados.
Estou rodeada de ipês-amarelos,
Sentada no chão...

Há beija-flores,
As araras pousam por aqui,
De vez em quando até as abelhinhas vêm,
É um espetáculo da natureza.

Do outro lado da rua, os prédios continuam cinzas...
A cidade não para,
Há barulho demais.
As pessoas se esbarram e não se olham.

A única coisa que importa são os views,
As selfies felizes, o relacionamento nas redes.
O cinza da cidade reflete o cinza das pessoas,
Quem tornou quem cinza?

Ainda bem que a primavera ainda visita o meu quintal.
Wörziech May 2013
Embarco, nesse exato instante, em um profundo, ***** e denso espaço contorcido e desconexo; sem regras, sem leis.
Com exatidão, vejo surgirem luminosas rajadas aleatórias, trazendo aos meus olhos uma penumbra sarcástica que aprecia minha estadia em um desconsolo sem medidas.
E o que antes eram apenas traços, logo se fazem vivas imagens rebuscadas por uma beleza não material; começo a ser preenchido, reciprocamente, por esse universo, agora acolhedor; seus “despadrões” e completa instabilidade me fazem sentir, enfim, livre; a penumbra, que se torna indescritivelmente intensa e obscura, em tons humanamente mórbidos, me guia por todos os mundos sem muros de um só momento.
Paira a mutação mental, que, em um aglomerado de parciais ilusões reconhecidamente conectadas, passam a reger alterações de neutralidade; as essências se unificam.
Desfoques, sobrepostas simetrias de cores variáveis; são diversos prazeres, intocáveis lugares
Todos me levam a plainar em um céu que reflete a si próprio; paro, então de me ver, como em uma junção atemporal.
A intolerável morte humana torna-se agora uma morfina irrecusável para a vida.
Ao Abrir, por fim, os meus olhos, vejo nascer o sol outra vez, me queimando e me fazendo regressar para a interminável dor.

— The End —