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Wörziech May 2013
Monstros convictos tomam,
a todo instante, minha mente.

A ilusão é ignorá-los.
A restrição é encontrá-los.

Gracioso o tédio provocado pelas rupturas sangrentas que professam tal destino
indiscretamente escrito pelos sombrios passageiros que me acompanham,
que se rebelam contra mim todos os dias.

Em súbitos sons, surtos e tons,
abraçam-me e acariciam-me
essas anomalias negadas por muitos,
esses assombros temidos por todos.

Enquanto o inocultável poder de persuasão das criaturas
faz-me síntese inexprimível,
a perfeição defendida pelos céus é fatalmente extinguida
pela percepção concedida à TERRA.
Victor Marques Oct 2012
Viajo no meu pensamento

Perdido no céu universal,
Procuro um paraíso sempre igual.
Procuro alegria sem saudade,
Perdido num mundo sem idade.

As montanhas chamuscadas,
As aves sem afinidade,
As pedras maltratadas,
As flores sem vaidade.

O sol sempre sentado,
Lume acesso e apagado.
Comboios sem passageiros,
Políticos incultos e foleiros.

O espaço é mal ocupado,
O pensamento fustigado,
Homem livre e de coração,
Sustento e dedicação.

Victor Marques
E como a qualquer criança
Brilharam-se-me muitos os olhos
À primeira vista deste prado
Verde e húmido e florido
Com bichos passageiros, pardais a chilrear.

Mas com o tempo secou-se a relva
Foram-se as flores e com elas as borboletas
Só a cigarra canta, metódica,
Já nem os céus se pintam em aguarelas
Nem versos deslizam perdidos mais.
Mistico 12h
Engraçado como passam pessoas,
deixando marcas que o tempo não apaga.
Algumas ficam, outras partem,
e há aquelas que se demoram,
só para no fim abandonarem sem aviso.

E assim seguimos, colhendo lições,
descobrindo que o valor que temos
depende menos de quem chega
e mais de quem escolhe ficar.

Todos os olhares, todas as emoções,
instantes de felicidade intensos,
mas passageiros como o vento,
eternos apenas na lembrança
de quem ousa sentir.

Chutamos o ar em fúria contida,
pois sabemos que, por mais que sejamos tudo,
para muitos seremos nada.
E todo esforço, todo afeto,
pode ser apenas um eco lançado ao esquecimento.

No fim, resta a certeza:
colocar-se em primeiro lugar
é a única forma de não se perder.
Talvez, se nos priorizássemos mais,
as dores seriam menores,
os erros, evitáveis,
as mágoas, inexistentes.

Palavras doem mais que silêncios,
pois ferem onde os olhos não alcançam.
E ainda que façamos de conta,
o coração sente.

A distância, às vezes, é a cura,
o sumiço, uma solução,
um recomeço onde a dor não chega.

Ah, se pudéssemos apagar memórias,
deletar as mágoas como arquivos perdidos!
Mas enquanto isso não é possível,
seguimos… esperando que o tempo,
a seu modo, nos ensine a esquecer.

— The End —