A bruma carnívora e ameaçadora
Enreda cousas furiosas, degrada os rios
Em histerismo tortuoso dos campos sombrios
No relógio que encrava a besta afora
O sangue regela, crânio funéreo estoura
Entoando cânticos gemedores aos navios
Retumba meus cabelos em ais bravios
Como cristal, febril, uma vigília fria e aterradora
Vazeia o corpo anêmico morto sob rapistro
Aos paradoxais lábios, bela vastidão complexa
Docemente sangra e chora ferida ao medo
Ó eterna! Esbravejando um fulgor sinistro
Na dualidade catastrófica da quimera desconexa
Falta às florestas como fruto que desvai cedo
2015