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Douro meu, junto ao peito,
Tua corre devagar, a preceito.
Duas veias com sangue e alma,
Que cantam num silêncio que acalma.

Nos degraus de xisto e calor,
Suor de gerações antigas,
Muros erguidos com dor e amor,
Em tardes de sombras amigas.

Amanhece, e Deus respira
Na névoa do vale matinal.
A vinha, banhada pela noite,
É pureza divinal.

Como se pedisse perdão
Ao sol, num dia escaldante
Rende-se a luz, com devoção,
Ao ciclo eterno e vibrante.

Há uma lua que  espreita,
Com lágrimas por quem se deita....

E há saudades em cada folha,
Que o vento da encosta pediu.

E eu sou parte deste vinho,
Fermentado com fé e ternura.
Sou poema entre as videiras,
Sou ferida e também cura.

Chamo-me lágrima, sou suor,
Sou saudade em maturação.
Mas no coração do Douro,
Serei eternidade e Devoção.

Victor  Marques
Douro Valley
Douro   amor, vinho eterno
Quando o Douro Respira o Céu

Quando o Douro respira o céu,
a terra cala-se em oração.
Não é rio — é pensamento
que desliza, sereno, entre vinhas e memórias.

As nuvens tingem-se de versos,
e o poente pousa
nos ombros cansados das montanhas
como um manto de ouro e perdão.

Tudo se curva ao instante:
a folha, o ramo, o silêncio.
Até o tempo hesita,
comovido com tanta beleza que não pediu.

Ali, entre luz e sombra,
há um segredo que só os corações atentos decifram:
que amar a terra
é compreender o céu.

E o Douro segue…
sem urgência,
como se soubesse
que já  é  eterno...

Victor Marques
Douro  Valley
Douro  terras or
O Entardecer que Corre sem Querer

Corre o Douro,
sem saber que deslumbra,
sem querer ser poema,
mas é.

As margens calam-se em ouro,
as vinhas curvam-se ao silêncio,
e o céu — num gesto lento —
desfaz-se em fogo e ternura.

É a hora em que o tempo se senta,
no muro das memórias da terra,
e o rio, distraído,
leva saudades de pedra e sol.

Não quer correr,
mas corre…
como quem ama sem saber,
como quem parte e permanece.

E tudo se torna mais verdade
no espelho líquido da luz:
o labor das mãos,
o peso da história,
e o rosto de quem se perde no horizonte alaranjado duriense.
Entardecer   Douro Valley
Na encosta dorme o tempo calado,
raízes fundas num chão abençoado.
Vinha velha, rosto de pedra e luar,
que guarda segredos sem nunca falar.

Vinho com nome e história,
cada cepa uma ruga da memória.
No silêncio quente de Ribalonga,
nasce um vinho que não se prolonga…
vive no instante, intenso e profundo,
como um poema sussurrado ao mundo.

Ali, a uva não cresce — resiste,
ao sol agreste, à geada triste.
Mas quando a vindima te toca os ombros,
tudo se acende nos cachos redondos.

É sangue de xisto, suor de verdade,
um vinho que fala com dignidade.
Não é só Douro — é coração,
um brinde à  nossa terra com devoção.

Victor Marques
Douro Valley
Vinho,  Ribalonga  cisto
Dedicado ao Beato Carlo Acutis

Há vinhos que amadurecem com o tempo.
E há almas jovens que, mesmo breves na terra, amadurecem para a eternidade.

Carlo Acutis foi uma dessas almas raras.
Nascido em Londres e criado em Itália, era um adolescente como tantos — apaixonado por futebol, videojogos e computadores.
Mas havia nele uma sede incomum: uma fome profunda por Deus.

Aos 7 anos, recebeu a Primeira Comunhão e, desde esse dia, fez da Eucaristia o centro da sua vida.
Dizia com convicção:
"A Eucaristia é a minha autoestrada para o Céu."

Com apenas 15 anos, Carlo usou os talentos que possuía — especialmente a sua genialidade digital — para criar um site que documentava milagres eucarísticos e aparições marianas aprovadas pela Igreja.
Faleceu de leucemia em 2006, oferecendo a sua dor por Cristo e pela Igreja.

Em 2020 foi beatificado.
E em 2025, será canonizado — tornando-se o primeiro “santo da internet”, padroeiro dos jovens, dos estudantes e de todos os que buscam Deus nas redes e encruzilhadas da vida.

Carlo Acutis é o milagre da juventude santa.
É pureza no digital.
É esperança viva.

Com gratidão e fé,
Victor Marques

Todos nascem como originais, mas muitos morrem como cópias.”
— Carlo Acutis
Santo, Eucaristia, Carlo Acutis
Carlo Acutis

(Para  rev. Padre Antonio Bernardo o Padre Marques, com respeito e devoção)

Nasceu com um brilho sereno,
num maio florido de paz,
Carlo, criança do Céu terreno,
com alma que à luz se faz.

De Londres à terra  ssnta italiana,
foi tecendo seu amor profundo,
não nos palácios do mundo,
mas num coração que tudo ama.

Entre jogos, códigos, redes,
e amigos que o viam sorrir,
seu maior jogo era servir,
ser pão para nos unir.

Fez da Eucaristia o seu sol,
"minha autoestrada para o Céu", dizia.
Com cada Hóstia, Deus o envolvia,
e Carlo brilhava como o senhor queria...

Catalogou milagres com zelo,
fez da internet um altar,
um jovem santo a programar
o infinito criado num simples apelo.!

A leucemia chegou silenciosa,
mas Carlo não se desesperou.
Com fé firme e luminosa,
sua oferta a Cristo entregou.

"Não eu, mas Deus", foi seu lema,
e o mundo inteiro escutou.
Num tempo que tudo condena,
um menino santo despertou.

Hoje é Beato, e logo será
nos altares, um Santo maior.
Patrono da internet, de alma a voar,
guiando os jovens com amor a Deus e a seu Lar.

Victor Marques
Douro Valley
Amanhecer na Vinha

Sou Alvor, luz primeira do dia,
Que beija o verde com melodia.
Nasce o sol sobre os ombros da serra,
Desperta a vida que a terra encerra.

Folhas orvalhadas cantam baixinho,
Agradecendo o calor e o caminho.
A vinha, em fileiras como versos sagrados,
Ergue-se em prece pelos dias passados.

Ali, a casa de pedra repousa em silêncio,
Guardando histórias, vinho e pertencimento.
Sou alvorada, sou bênção, sou promessa,
Sou o tempo que passa sem ter pressa.

Deus escreve com luz neste cenário,
A beleza é um gesto necessário.
Sou  poeta da videira e da paz,
Alvor do amanhecer que tão bem me faz.


Victor Marques
Douro Valley
Alvor amanhecer, casa quinta
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