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iannogueira Mar 16
I hit my leg against the bed,
A sudden pain began to spread.
Perhaps it rose up from my soul,
A jolt, a snap, the greatest show—
My femur’s way to pull me back
And show me I’m not whole.

Then later on, you called my name,
And I agreed to play your game.
We talked, we laughed, we shared a kiss,
But I still felt no trace of bliss.

We made love, you held me tight,
Then fell asleep while I stayed wide.
I watched you breathe with quiet eyes,
While yours were closed to all the night.

There’s so much salt within my tide,
Yet I can’t sink, though I have tried.
Perhaps I think that love and pain
Must wear the same poetic chain,
Or beauty needs a tragedy
To make it feel complete to me.

It’s all I know, it’s all I’m worth,
You said I’m perfect, but since birth,
I’ve only ever been designed
To be a thing you leave behind.

Sincerely, I am just a verse,
A secret poem, soft, immersed,
Beneath your sheets so clean and white.
And though one line may break its rhyme,
It tells me joy is bound to find
Us both, in time, despite kismet signs.
iannogueira Mar 21
Dizem que o pecado viaja pela árvore
até encontrar um fruto pronto para recebê-lo.
Eu nunca pensei que essa fosse a minha sina,
todo amor em mim se transforma em veneno.

Invisível aos olhos do mundo,
como uma estrela à luz do meio-dia.
Você demorou a me enxergar,
mas eu sempre te via lá de cima.

Eu te avisei para não chegar muito perto,
ou aconteceria isso: eu te tornando poesia.
Ganhou uma página em mais um livro,
onde o meu sangue é usado como tinta.

Você não se assustou com a bagunça
do meu coração de romã despido,
e eu não pestanejei em te estender
um vislumbre do meu precipício.

Certa noite você me convidou para um concerto,
e eu disse que só iria
se tocassem o som da sua risada alta.
Me pergunto em que acorde nós erramos,
todas as risadas viraram lágrimas.

Agora o meu quarto testemunha
a minha eterna catatonia.
Lá fora, eu vivo.
Aqui dentro, espero que me ocorra a vida.
Um dia eu a tive, e soava como disritmia.
#português
iannogueira Jun 19
Eu acreditei que a dor
era o embrião do amor,
mas no fim, estava enganado.

Você me provou que a paixão
também pode virar solidão —
nem sempre é o contrário.

Minha cama se tornou
uma máquina do tempo.
Cheiro o meu travesseiro
e lembro de você,
como se pudesse recuperar o passado.

Mas nada te traria de volta.
Você se foi —
como tudo que me agarro.
iannogueira Jun 19
Abro a carne do peito
como quem abre uma janela,
e deixo a luz me varrer
com suas mãos amarelas.

Então me deito em silêncio
no edredom branco,
e espero a morte chegar.

Sou um soldado russo
e beijo você
como se beijasse o futuro.

Beijo você
como se a saliva pudesse
lavar meu passado.

Como se entre suas coxas
morasse a porta da festa
que eu fui barrado.

No fim,
somos apenas dois homens —
uma mentira sustentando a outra,
rezando para que esse quarto
seja um casulo,
e que ao sair pela porta
sejamos qualquer coisa,
sejamos farol em mar escuro.
iannogueira Jun 19
Sou como um samurai
rasgando o ventre em silêncio,
toda vez que a memória
me devolve o que vivi —
o que amei,
o que perdi.

Meu pensamento
tem a cor do céu
após a tempestade.
Carregado, pesado de tudo
o que não quer me deixar.

Então me abro —
inteiro, sem defesa —
deixo a luz me atravessar.

E com a abóbada
do peito escancarada,
fujo de mim
para enfim me encontrar.
iannogueira Jun 15
“Um dia eu vou criar asas” —
era o que eu sempre me dizia.
Sobrevivi preso numa jaula,
enlouqueci, evitava a luz do dia.

Então eu reivindiquei
toda a raiva que guardei
por nunca poder explodir.

Também o silêncio que engoli
quando quis falar e não consegui,
quando quis morrer — e não morri.

Me tornei o que resta
depois que se tira tudo:

uma alma carente
vagando no mundo.

Apenas mais um corpo em crise,
cheio de cicatrizes invisíveis,
cheio de fogo que nunca soube
fazer outra coisa além de queimar.

E agora,
sem nada —

sou, pela primeira vez, livre.
Mas ser livre
não é o mesmo que ser feliz.

E isso
ninguém nunca lembrou de me ensinar.
#português #confessional

— The End —