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Juliet R Jun 2014
Escrevo numa língua frágil
As mágoas que me vão cá dentro:
As que me assombram as noites
E atormentam os dias
Reaproveito essas mágoas e
Transformo-as em desejos puros
De felicidade inalcançável

Poemas inúteis
Que não correspondem à realidade
Procuro infinitamente algo que substitua
A felicidade inencontrável
E ingrata que não se deixa encontrar
Retiro as vendas fingidas e tingidas de lágrimas
Os meus olhos bem abertos com nada se deparam.

Fala-me como bonito é o amor
Sem nada esconder,
Mostra até os defeitos
Que toda a gente deixa esconder
Não ignores qualquer pedaço ingrato
Consequência dramática
Ou até episódio trágico.

Não deixes que sorriem disto
Sofrimento não é piada
Nem medo ou nervosismo
É número de circo
Tudo o que eu sinto é um puro espetáculo
De sentimentos e emoções
E é inassistível, proibido ao público

Não quero ver destruída
Esta louca paixão descomedida
Que tenho pela descoberta do contentamento
Remata-me com as tuas inequívocas
De como te pertenço
Dessa verdade que vem do coração
E que rompe a tua alma
Inspiration of the day. In portuguese.
Ontem descia a colina, pelos caminhos da natureza,
Foi quem sabe o seu trilho, que me mostrou a beleza,
Desde as plantas, ao ar que lá respirei, me maravilhei,
Foi nessa viagem que descobri, que ali tudo eu farei!

O cheiro a vida e os animais descascados de preconceitos,
A paz que se sentia entrar nos seus ninhos, eram preceitos,
De cores de luz ardente, onde o sol encoberto de folhas,
Mostrava atos ou sentimentos que são nossas escolhas!

Não escolho de quem posso gostar, mas escolho preservar,
Não luto pelo amor, se não o posso cultivar, porque não ó é,
Mas se eu escolher amar entre as folhas eu vou me mostrar,
E se estiver por trás delas, alguém, também deixo brilhar. Pois é!

É umas mistura de sons e tons, numa bebida alcoólica,
Sente-se os cheiros e sabores, escorrendo pela goela,
Percorrem-se os melhores encontros, gente acolita,
Se não são seus valores, nem são dele, nem são dela!

Porém, esta minha caminhada, vale escuro abaixo,
Que entre o brilho da estrela do dia mais claro,
Se perdi, porque vi, o que não guardei e encaixo,
E já vale adentro, hoje teu abraço é o meu amparo!

Autor: António Benigno
Código do texto: 2013.07.21.02.07
sunflower Nov 2016
sao os olhos que me partem
envoltados em prazer
desprazer,
que delicadamente
me deixam à mercê;

você
faz-se silenciosa
enquanto arde,
arte

enquanto me invades
em partes
que já não lembram
e não esquecem
você

seja dos olhos
ou das mãos
cortonando as sombrancelhas
acalmava o coração

nuca, costas, quadril
ainda me lembro do calafrio;
quando nossas almas colidiram
levou-me mais de um suspiro

no escuro, um certeiro tiro
deixou-me à beira do umbigo
para percorrer o labirinto
de nossos encontros meio aos seus vícios

e gentilmente me envolver
em êxtase
aos incontestáveis
problemáticos
olhos de morrer
Victor Marques May 2022
Mar
Horizonte que se estende sem fim,
Brilhando como o doce luar,
Ondas brancas longe de mim,
Rochedos perto do mar.

Areias finas que sentem teus ruídos,
Sinfonias que despertam os sentidos.
Movimento acelerado de te contemplar,
Céu azulinho cor do mar.

Tudo aqui parace ter começado,
Feito de profano e sagrado.
Encontros e desencontros de universalidade,
És mar e também saudade.

Que a eternidade  nunca acabe,
Partiste o mundo em metade.
Mar de água salgada com odor,
Mar de Deus e do amor.

Victor Marques
Mar,amor ,Deus

— The End —