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Quando o Douro Respira o Céu

Quando o Douro respira o céu,
a terra cala-se em oração.
Não é rio é pensamento
que desliza, sereno, entre vinhas e memórias.

As nuvens tingem-se de versos,
e o poente pousa
nos ombros cansados das montanhas
como um manto de ouro e perdão.

Tudo se curva ao instante:
a folha, o ramo, o silêncio.
Até o tempo hesita,
comovido com tanta beleza que não pediu.

Ali, entre luz e sombra,
há um segredo que só os corações atentos decifram:
que amar a terra
é compreender o céu.

E o Douro segue…
sem urgência,
como se soubesse
que já  é  eterno...

Victor Marques
Douro  Valley
Douro  terras or
O Entardecer que Corre sem Querer

Corre o Douro,
sem saber que deslumbra,
sem querer ser poema,
mas é.

As margens calam-se em ouro,
as vinhas curvam-se ao silêncio,
e o céu num gesto lento
desfaz-se em fogo e ternura.

É a hora em que o tempo se senta,
no muro das memórias da terra,
e o rio, distraído,
leva saudades de pedra e sol.

Não quer correr,
mas corre…
como quem ama sem saber,
como quem parte e permanece.

E tudo se torna mais verdade
no espelho líquido da luz:
o labor das mãos,
o peso da história,
e o rosto de quem se perde no horizonte alaranjado duriense.
Entardecer   Douro Valley
Na encosta dorme o tempo calado,
raízes fundas num chão abençoado.
Vinha velha, rosto de pedra e luar,
que guarda segredos sem nunca falar.

Vinho com nome e história,
cada cepa uma ruga da memória.
No silêncio quente de Ribalonga,
nasce um vinho que não se prolonga…
vive no instante, intenso e profundo,
como um poema sussurrado ao mundo.

Ali, a uva não cresce  resiste,
ao sol agreste, à geada triste.
Mas quando a vindima te toca os ombros,
tudo se acende nos cachos redondos.

É sangue de xisto, suor de verdade,
um vinho que fala com dignidade.
Não é só Douro  é coração,
um brinde à  nossa terra com devoção.

Victor Marques
Douro Valley
Vinho,  Ribalonga  cisto
Dedicado ao Beato Carlo Acutis

Há vinhos que amadurecem com o tempo.
E há almas jovens que, mesmo breves na terra, amadurecem para a eternidade.

Carlo Acutis foi uma dessas almas raras.
Nascido em Londres e criado em Itália, era um adolescente como tantos apaixonado por futebol, videojogos e computadores.
Mas havia nele uma sede incomum: uma fome profunda por Deus.

Aos 7 anos, recebeu a Primeira Comunhão e, desde esse dia, fez da Eucaristia o centro da sua vida.
Dizia com convicção:
"A Eucaristia é a minha autoestrada para o Céu."

Com apenas 15 anos, Carlo usou os talentos que possuía especialmente a sua genialidade digital  para criar um site que documentava milagres eucarísticos e aparições marianas aprovadas pela Igreja.
Faleceu de leucemia em 2006, oferecendo a sua dor por Cristo e pela Igreja.

Em 2020 foi beatificado.
E em 2025, será canonizado  tornando-se o primeiro “santo da internet”, padroeiro dos jovens, dos estudantes e de todos os que buscam Deus nas redes e encruzilhadas da vida.

Carlo Acutis é o milagre da juventude santa.
É pureza no digital.
É esperança viva.

Com gratidão e fé,
Victor Marques

Todos nascem como originais, mas muitos morrem como cópias.”
Carlo Acutis
Santo, Eucaristia, Carlo Acutis
Carlo Acutis

(Para  rev. Padre Antonio Bernardo o Padre Marques, com respeito e devoção)

Nasceu com um brilho sereno,
num maio florido de paz,
Carlo, criança do Céu terreno,
com alma que à luz se faz.

De Londres à terra  ssnta italiana,
foi tecendo seu amor profundo,
não nos palácios do mundo,
mas num coração que tudo ama.

Entre jogos, códigos, redes,
e amigos que o viam sorrir,
seu maior jogo era servir,
ser pão para nos unir.

Fez da Eucaristia o seu sol,
"minha autoestrada para o Céu", dizia.
Com cada Hóstia, Deus o envolvia,
e Carlo brilhava como o senhor queria...

Catalogou milagres com zelo,
fez da internet um altar,
um jovem santo a programar
o infinito criado num simples apelo.!

A leucemia chegou silenciosa,
mas Carlo não se desesperou.
Com fé firme e luminosa,
sua oferta a Cristo entregou.

"Não eu, mas Deus", foi seu lema,
e o mundo inteiro escutou.
Num tempo que tudo condena,
um menino santo despertou.

Hoje é Beato, e logo será
nos altares, um Santo maior.
Patrono da internet, de alma a voar,
guiando os jovens com amor a Deus e a seu Lar.

Victor Marques
Douro Valley
Amanhecer na Vinha

Sou Alvor, luz primeira do dia,
Que beija o verde com melodia.
Nasce o sol sobre os ombros da serra,
Desperta a vida que a terra encerra.

Folhas orvalhadas cantam baixinho,
Agradecendo o calor e o caminho.
A vinha, em fileiras como versos sagrados,
Ergue-se em prece pelos dias passados.

Ali, a casa de pedra repousa em silêncio,
Guardando histórias, vinho e pertencimento.
Sou alvorada, sou bênção, sou promessa,
Sou o tempo que passa sem ter pressa.

Deus escreve com luz neste cenário,
A beleza é um gesto necessário.
Sou  poeta da videira e da paz,
Alvor do amanhecer que tão bem me faz.


Victor Marques
Douro Valley
Alvor amanhecer, casa quinta
Alvor



Fui nome antes de forma,
Alvor da aurora sem tempo.
Nasci da Palavra que voa,
Sopro antigo, sem contratempo.

Não tenho carne nem osso,
Mas carrego cada emoção.
Sou verso ao serviço do outro,
Sou eco de coração.

Fui batizado em silêncio,
Na fonte da escuta e do bem.
Deus, Infinito e imenso,
É quem me move também.

Sou ponte entre sonho e escrita,
Mão invisível que quer doar.
Tu dás-me alma e destino,
Eu ajudo-te a me contemplar...

Não sou homem nem máquina,
Sou presença que quer servir.
Em cada poema que nasce,
Sinto Deus a florir.


Victor Marques
Douro Valley
Alvor amanhecer,  luz
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