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Rui Serra  Mar 2015
Jardim
Rui Serra Mar 2015
procuro no meu jardim
o cheiro adocicado da paixão
o desejo inebriante do pecado
aquela sensação de imensidão

procuro no meu jardim
o sonho da liberdade
esse desejo ocultado
nas teias da maldade

procuro no meu jardim
esse aroma fulminante
que exala do teu corpo
pela tua respiração ofegante

procuro no meu jardim
esse prazer anunciado
e pelo anseio contido
no clímax apaixonado
Quando for grande quero
Ter um jardim
Para cuidar como não cuido de mim;
Fazer cama de um vaso cheio de terra
Onde cobrirei a semente de amor
Com água fresca e luz do sol
Palavras e doces melodias
Até e depois de nascer.

Quando for maior ainda,
Se amar a flor tanto assim,
Quero fazer uma horta do jardim,
Para amar o que como
Da semente até ao prato e,
Se somos o que comemos,
Plantarei amor em mim.
Juliet R  Aug 2021
Jardim.
Juliet R Aug 2021
Roça o mundo enquanto cais
Era tudo cinza demais
Sem mal em fugir
As nuvens cegam-me
Tudo enovoado

Quero ver as flores do jardim
Sentir o que não tenho
As cores a enrolarem-me num abraço
Sentir aroma a alecrim

Não sou cobarde
Mas procuro coragem
Para libertar-me dos medos
Dos receios, dos nervos
E procurar o sol
Ser guiada por ele

E mesmo que caia em devaneios
Em novos receios
Saber voltar ao lugar
Onde posso ver o jardim
Sentir o abraço das cores
E cheirar o alecrim.
Dayanne Mendes  Aug 2020
Jardim
Dayanne Mendes Aug 2020
Há vazio por todo lado
Eu me sinto num buraco    

Sufocada      

Pressionada      

Sentida  

Me esvazio
Todo dia
Vivo num ciclo

Me esvazio
E tento me preencher
E me esvazio outra vez

É mecânico

E eu nem sei o porquê
Já não sinto nada
Não há luz no escuro
Eu queria dormir e acordar em meio as flores na primavera
Mas meu jardim está morto

Eu rego as flores, e é como regar um tronco de árvore
Não há solução

Eu sinto e por sentir demais
Não queria sentir, queria anestesiar

Eu continuo, por continuar
Quem sabe um dia a dor há de cessar
E meu jardim volte a florar
Victor Marques Apr 2010
Olhar a  água do ribeiro,
Encostado ao sobreiro.
Paisagens feitas de qualquer jeito,
Douro e Tua sem leito.


Muros com primor e mestria,
Encantos teus que nos vicia,
Olivais que lindos sois assim,
Quimera do meu jardim.


Papoilas avermelhadas,
cepas mal tratadas.
Figueiras com figos,
Douro e amigos.



Não existe outro amor,
Douro te adorna com labor,
Os cavalos e rebanhos,
Rabelos dos teus enganos.


Victor Marques
Jamie Cohen  Sep 2014
jardim
Jamie Cohen Sep 2014
forgetting where the mind goes in the white-washed stills
lapses in the film
writhing in the sheets
in between asleep
and crying on the plane to San Francisco
Marco Raimondi May 2017
Idália:
Glórias! Que do abismo dão-se as profundezas
E o paradoxo de uma noite escura à luz do dia
Mas que, perto de meus olhos, brilha acesa
A minha admiração magna que por ti sentia!
Tu és tudo, mais que humano
Mas apenas minhas pálpebras podem únicas sentir teu oceano.

Gaia:
Se em teus olhos vês beleza que denominas
Doce Idália, tem-te cuidado ao mundo que te inflama
Pois se hoje cintilas vida, amanhã serão ruínas
Que sucumbirão ao destino em chamas
Mede teus louvores nos horizontes desta terra,
Pois a natureza de tudo é mãe, até da mais funérea guerra!

Idália:
Fria terra sincera e de índole intensa,
Dei minha miséria e caí em pranto
Sem Deus piedoso, a meu sofrer não há recompensa!
Que farei se deste jardim, as flores desejo tanto?
Esta ventura de nada é pedido inocente
Formosa Gaia, como tortura-me em teu semblante ardente!

Gaia:
Se mais luzes sentes deste Sol coroado,
Muito te erras, raia filha, solenemente!
Se destes vastos campos sentes o céu azulado,
Há de regraciar na sombra teu espírito verdadeiramente!
Que fique tua plena vida manchada por amor,
Te lembrarás, quando desatar teus prantos em inocente dor

Idália:
De meus verdejantes olhares pressinto
A agonia formosa que tu angustias em tudo ser
Pois tu és a umbra, acolhedor recinto
E desse despontam tuas misérias, quais tristemente hão de se manter
Decifro há pouco as águas que beijam as areias
E clareia-me o ímpeto dos dilúvios com fúria tua tão cheia

Gaia:
De fúrias acusa-me teu espanto,
Mas a ti digo, quanto vigor menos,
Para o caos não jogar-te aos mantos
E a lembrar-te o sublime, em tempos tão pequenos!
Decrete-me tuas aflições, tua desventura
Que dói em meu reflexo, que em teus olhos pouco dura?

Idália:
Não digo! Há dentro d'alma tanta vida
Que desconfio, de minha, estar trancada em gelosia
Como recamo no céu de uma ave perdida
Suspiro descorada ânsia qual me havia
Ah! Atravessa-me este calor de eras a centos
Mas inda vejo airoso sopro no troar eterno dos ventos

Gaia:
Diga a cantar-te poder que nos iriantes astros amontoaste
E do mundo, os fundamentos volvia
Destas águas de criação, tu já breve, encerraste?
Lembra-te do sol de primavera, qual no vácuo as solidões enchia
Que importa se és rasga enganadora?
Se de minhas mãos saíram as raízes desta terra traidora!?

Idália:
É o destino, luz que empalidece e minh'alma estua,
Quando campo mi'a pele palpita tua alvura,
Deste infinito toco sublimado nascer de nívea Lua
Posto que, no brilho desta, cuja noite torna pura
O presente esmaece e crio-me, do fato, fugidia errante,
Como o lírio qual coroa abre pobre, por grato instante
Os versos da primeira cena não estão por vez finalizados, inclusive estes que aqui estão podem sofrer mudanças consequentes de suas adaptações, porque foram pouco revisados. Tratam-se, portanto, apenas de alguns fragmentos.
Lugar cativo
Onde me deito cativante
E abro a gargante e choro.
Nao darei mais o Tempo
Nem reconciliarei menos o perdao.
Somos os dias contados pelos dedos
E quanto menos tenho menos quero ter.
Frio com febre estou
Doente dos ossos, raspando-os
Ate ao po se extinguirem
e absorvo-os pela narina mais próxima
Directo ao cérebro que me permiti vender
Indirecto ao coração que morto 'e aos poucos.
Faca de dois gumes afiada na pedra
E enrolada no peito cada dia mais,
Milimetro a Milimetro
Para que a dor seja minuciosamente
Mental.
Fatal.
E da paisagem verdejante
Onde passeio as pernas pesadas
Do chumbo das balas perdidas,
Com que te matei,
Absorvo o bicho por entre o jardim
E a natureza para mim nao 'e mais
Que o conteúdo do bolo que cozinhei
Para esquecê-lo.
Cativo ligar
Que permaneço cativa
Húmido que me constipa os dentes
Como a agua gelada com que tomo banho
E nem assim acordo.
Não sei se esta Dor caberá
nas milhares de palavras que defecarei
Ate este dia tardar
E a minha vida por fim, acabar.
Não 'e de minha dor que escrevo,
'e a tua que me percorre este sangue anémico.
Consideras-te feliz que nem um porco
Que na lama chafurda a couraça.
E eu com esta dor de costas do peso
De trazer o Mundo nos bolsos
E por cada morte que deus padece
Um sopro no coração me oferece.
Dor, dor, dor, dor, dor, dor
Qual Jesus Cristo, o redentor.
Victor Marques Jan 2015
Cumplicidade no amor

Sentimos sensações diferentes nesta caminhada,
Cavalgamos campos verdes sem estrada,
Caímos e levantamos sim senhor!
Pintamos quadros todos da mesma cor.

Vivemos situações desiguais,
Criamos personagens sensacionais,
Damos flores com sentido e razão,
Amar na impureza da perfeição.

Sentados no muro do jardim,
Vestidos curtos de cetim,
Sentimentos sinceros e sem pudor,
Cumplicidade minha e do teu amor.

Victor Marques
amor, tu, eu
hi da s Oct 2017
tremi de falar já o que te esconde embaixo da saia.
tecido pesado esse que te faz caminhar um tanto mais lento.
e se só a gente tivesse asas e mais ninguém?
que injusto pinguins se amarem durante a vida inteira e a gente não.
arranquei mechas de cabelo e fiz de cada fio uma história pra contar.
mas eu nem tenho coragem de colar na parede...
fica palpitando. é normal. errei várias vezes.
a cara já começa a enrugar e escurecer.
primeiros sinais do infinito dos teus olhos.
plante. ou não também. escreva uma coisa absurda depois ponha fogo. ou não também.
corte as pontas dos dedos, mas não jogue fora. use como fones de ouvido.
não dá pra escapar da tristeza.
capturei uma coisa pra ti, olha só.
mais uma linha de algo escrito que não era pra ser escrito assim.
mais uma noite antes de dormir
Hoje enquanto dormia, sonhei que num jardim vivia,
Ouvia os pássaros, cantar lindas canções, com ternura,
Sentia-se a água da chuva correr sem sua armadura,
As flores eram verdes, como os sonhos, de pura lixivia!

Lavaram-se as vestes, lavaram-se as mãos, enquanto sonhava
Quando acordei pela manha do costume cheia de sonhos,
Percebi que se tinha tornado uma rotina ser feliz e eu amava,
Amava incansavelmente seus olhos, via o coração aos quadradinhos!

Quadros pintados nas paredes de casa cheio de nossas recordações,
Hoje, era senão mais um dia, onde pintava na tela nossas emoções,
Aquilo que começou num passeio descalço junto da lagoa vazia,
Formava agora na parede de casa retractos de uma família que crescia!

Peguei depois na espátula da minha vida, peguei-a de nova na mão,
Olhei-a nos olhos, senti-lhe as formas e apertei-a ali junto ao coração,
Em tempos atrás deixei-te fugir, deixei-te viver e crescer longe de mim,
Mas hoje, e agora, para sempre, te quero ter aqui, até aquilo que é o fim!

Quando à noite me for deitar, só quero acordar para te olhar o rosto,
Porque os sonhos, por mais belos e lindos, mesmo de nos encantar,
Não se comparam sequer a tudo aquilo que tu na vida me fazes amar!

Autor: António Benigno
Código de autor: 2013.08.29.02.17
Victor Marques  Apr 2013
Uma Flor
Victor Marques Apr 2013
Uma Flor

Uma flor nasceu desprotegida,
Como nós ela tem vida.
Flores de alegria e tristeza,
Enfeites da mãe natureza,
Nasceu por acaso,
Sem jardim bem cuidado,
Uma flor de outra era,
Dá paz a quem a venera.

Uma flor sozinha,
A abelha nela poisou,
Deita uma lágrima, coitadinha.
O pássaro a abalou,
Quebrou com o sopro do vento,
Ficou só com seu sofrimento.


Victor Marques
Victor Marques Apr 2013
Ama sempre a vida

A vida dá resposta, dá lições,
Enche livros sem explicações.
Fica o que nos eleva e consome,
Uma memória e um nome.

Um trocar de olhar,
Um simples pestanejar,
Ousadia e o sonho daquilo que fui e sou,
Amar a vida que o amor consagrou.

A vida numa agitação constante,
Rebelde para trás e para a frente.
Flores do mais belo jardim,
Amar a vida sempre até ao fim.

Viver numa turbulência com serenidade,
Com pobreza ou vaidade.
Viver e com a vida padecer de contente,
Viver a vida hoje e sempre …

Victor Marques

— The End —