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Meu estômago borbulha náuseas de vazio
uma agonia que nasce das entranhas
as coisas são cada vez mais estranhas
os sorrisos cada dia mais sombrios

Quero chorar
mas a muito meus olhos estão secos
E meus pulmões pretos
não me permitem respirar

Abafado pelo silêncio que outrora pedi
Sentindo a alma das coisas que repudiei
Dentro do meu próprio abismo gritei
E nem sequer o próprio eco ouvi

Oh, majestoso algoz
nunca imaginei que te desejaria
A esse ponto é certo que me jogaria
de ponta ao declínio atroz

Mutilem meu corpo
nada sentirei
de minha mente já me ausentei
sofro tanto que, por mais nada sofro.
O oceano almeja pelo brilho do luar,
o qual a estrela mais linda e brilhante a presenteia,
as plantas necessitam da incandescente luz do sol,
e os humanos se aquecem, com o fogo que os incendeia.

A bela menina do vestido preto,
corre por entre as ruas atrás de seu príncipe perfeito,
e o gentil homem de coração aberto,
derrama lágrimas por seu amor verdadeiro não estar perto.

Não quero que o mundo tenha pena de mim,
pois sei que eles não me entendem,
e quando tudo for feito para ter um fim,
daremos um jeito de mudar tudo.

E da mesma maneira que todos almejam algo,
eu preciso de você,
do seu beijo, do seu abraço,
de encanto e principalmente de seu coração.


Vinícius Rozante
No balanço brinca a criança morta
vós matastes a criança morta
que outrora vivia
em em minha alma arredia

Em um túmulo de pedra
jaz, ali, decrépita
a pureza sufocada
que fora de minhas entranhas arrancada

Com toda a violência
violando a essência
Tapando os ouvidos
Ignorando os gritos

O silêncio permaneceu por anos
e seus crimes continuaram tantos
as lágrimas secar-se-ão de meus olhos
quando minha vingança circundar a todos os povos

Com uma espada arrancarei vossos cabedais
e vossos sonhos e vossas cabeças antes que peçais
a clemência que jamais darei
pois vossos crimes fizeram-me o que sou, e o que serei

Então isento de qualquer arrependimento
fecharei os olhos no seguinte momento
num sentimento misto de  paz, angústia e ódio
pois não saberei qual será o próximo episódio.
Nua estava ela
deitada sobre a cama
Um anjo sem auréola
e meu coração em chamas

A olhar tamanha ternura
poderia dizer que era amor,
porém além da doçura
um silvo cruel, desolador

Invadindo-me o espírito
depravando meus pensamentos
morrem-se os lírios
nascem os tormentos

Muitos foram os dias
que amores ela jurou,
mas que anjo, maldosamente, diria
quimeras para quem lhe adorou?

Oh, Lilith, demônio cruel  
que dos homens a alma apodrece
limpaste da boca o fel?
que como eólia-lira me entorpece

Lilith, este nome ela não o tem
nem demônio nem anjo o é, apenas mero alguém
que soube através do silêncio calar meus instintos
e com seu corpo esbelto invadir meus recintos

Contudo, nenhuma ilusão é eterna
e a tal verdade proeminente, interna
morre, a cada dia, com seus movimentos
bem como meu amor morreu por dentro !
 Jul 2013 goldenhair
Wörziech
Com o teu coro que aqui está,
passo a ser preenchido por sombras circunstanciais.

Elas me trazem a memória do renascer
e bem claramente posso sentir o ardor do consolo com que me levam
às lembranças do meu verdadeiro ser.

Transmitindo uma serenidade que se funde aos sons que as acompanham,
em um baile de caos e ódio,
buscam me recordar do que está próximo:
Do deleite profundo em sonho,
minha experiência egocêntrica,
à minha expansão como universo;

um universo em que eu sou a desordem e o âmago.

Constituído completamente de memórias e sentimentos;
sentimentos de uma beleza imprópria;
de morte e de cor,
de vida e dor.
Nunca disse-lhe que em nada creio,
é certo que tenho fé em todas as coisas
e, deveras, dou nenhuma importância a elas.
Todos os caminhos tem ao fim  peso semelhante
pois serão trilhados pelos mesmos andarilhos.
O percurso não importa, e muito menos o destino
tendo em vista que a chegada é o ponto de partida.
As experiências são, em suma, meu objeto de valor.
A existência é algo simples, e criei o hábito de não mais dar-lhe sentido,
pois as conjecturas propostas são ,de fato, uma perda de tempo,
tempo no qual também não mais tenho me questionado,
pois acredito que os dias são uma besteira,
vejo agora apenas uma continuidade de movimentos
e não mais páginas de calendários, o que me proporcionou um entediante hábito de insonia.
E quanto ao resto da humanidade, digo que é bem possível que exista, mas não tenho certeza.
Por fim, não lhe peço nada,
pois, sinceramente, não me importo.
 Jun 2013 goldenhair
Wörziech
Sou peste que borbulha e transborda em poluídos rios,
pelo ódio e pela mágoa,
no mais profundo de sua alma.

Sou a tralha que marcha e caminha movida pelo ópio;
o próprio ópio que envenena minha mente,
que sustenta os meus pés
e me coloca sempre um passo atrás.

Acima de tudo, o que me faz são suas palavras;
eu sou a hipocrisia diluída em boas porções de guilhotinas e navalhas ensanguentadas,
juntamente servidas com meu já cometido suicídio de amor.

Sou a natureza doentia que mata,
eu sou você.
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