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Mistico 23h
E assim foi… mais uma história marcada,
não pelo encanto da reciprocidade,
mas pela ilusão de um afeto passageiro,
que se desfez tão rapidamente
quanto a folia de um dia de carnaval.

Representaste, por um breve instante,
o que havia de melhor em mim,
fingindo corresponder à sinceridade
que, em meu peito, era eterna.
No entanto, tua lealdade revelou-se fugaz,
tua entrega, mera conveniência,
e ao primeiro sopro da euforia mundana,
trocastes um amor sincero
por uma aventura vazia,
tão efêmera quanto tua promessa de permanência.

Pensamentos atropelam-se, o coração pesa,
e mais uma cicatriz se forma na pele da experiência.
Algumas lágrimas caem, não por arrependimento,
mas pela constatação amarga
de que fui generoso demais,
ao conceder espaço a quem jamais o soube valorizar.

Não me culpo por sentir, nem por entregar
o que havia de mais puro em mim.
A culpa recai sobre quem se perde
em suas próprias artimanhas,
fadado a colher os frutos de suas escolhas,
quando o tempo cobrar sua dívida.

Assim segue o jogo da vida:
hoje engana-se, amanhã é enganado.
Não somos perfeitos, mas a verdade sempre se impõe,
e eu fui prova viva de que minha sinceridade jamais titubeou.
Pena que nem todos possuem a mesma grandeza.

Trocar uma vida inteira por um instante de prazer
é um preço alto a se pagar.
No fim, não há rancor,
apenas a constatação do óbvio:
agora, todos sabem quem realmente és.

Por isso, deixo apenas um agradecimento –
não por tua presença, mas por tua partida.
reflexão, decepção e uma lição aprendida
Mistico 22h
No momento de inspiração, é curioso perceber,
que muitas vezes não me encontro tão facilmente.
Mas o tempo chuvoso, ah, este é o meu refúgio,
onde palavras e melodias se tornam minhas aliadas,
e consigo me expressar de forma pura, sem receios,
como um Shakespeare sem tragédia,
escrevendo uma história de amor sem fim,
onde o coração não se perde, mas se encontra.

Enquanto Chopin ecoa em "Spring Waltz",
uma leveza me invade, transformando o dia,
ou quem sabe a madrugada,
em um único suspiro de criatividade.
Mas confesso, a fonte dessa inspiração
tem nome e um rosto que ainda não surgiu,
e em cada pensamento meu,
meu ser se perde nas imaginações que crio,
de um alguém que, por ora, só existe no meu interior.

Nem mesmo na minha dose de inspiração,
enquanto ressurjo do mar de meus próprios sentimentos,
sinto que a música me acalma,
enquanto estou aqui, sentado no telhado,
escutando Chopin e escrevendo para uma pessoa
que ainda não existe, mas que habita em meus sonhos.
Onde mais encontraria alguém com tamanha inspiração,
senão nesse lugar peculiar da alma,
onde a imaginação dá vida ao que ainda não é real?

Com certeza, há alguém nesse mundo,
bem mais digno de inspirar do que eu,
capaz de construir uma história para alguém
que ainda não existe.
No entanto, talvez a inexistência de alguém
seja mais preciosa do que a presença de quem nos faz sofrer,
pois evitar o sofrimento, por medo de nos machucar,
não nos tornará mais fortes para o que está por vir.
Mistico 9h
Cabelos dourados, um olhar que fuzila,
capaz de encarar até o próprio diabo.
Sagitária indomável, livre e destemida,
desperta o riso e aquece o espaço ao seu lado.

Simplicidade e furacão num mesmo existir,
é louca, pirada, ativa, sem fim.
Cuida dos outros, mesmo sem querer,
e mesmo distante, faz-se sentir.

Onde passa, deixa sua marca,
a presença intensa, difícil esquecer.
Tão chamativa e tão original,
que quem não gosta, um dia irá se render.

Sabedoria ágil, mente brilhante,
derruba paredes, desfaz ilusões.
Seu riso prende, sua alma encanta,
como um farol em meio aos corações.

E o tempo, ciumento, corre veloz,
pois teme que, em sua luz ardente,
possamos amá-la por tempo demais
e nunca mais deixá-la ausente.
Mistico 8h
Engraçado como passam pessoas,
deixando marcas que o tempo não apaga.
Algumas ficam, outras partem,
e há aquelas que se demoram,
só para no fim abandonarem sem aviso.

E assim seguimos, colhendo lições,
descobrindo que o valor que temos
depende menos de quem chega
e mais de quem escolhe ficar.

Todos os olhares, todas as emoções,
instantes de felicidade intensos,
mas passageiros como o vento,
eternos apenas na lembrança
de quem ousa sentir.

Chutamos o ar em fúria contida,
pois sabemos que, por mais que sejamos tudo,
para muitos seremos nada.
E todo esforço, todo afeto,
pode ser apenas um eco lançado ao esquecimento.

No fim, resta a certeza:
colocar-se em primeiro lugar
é a única forma de não se perder.
Talvez, se nos priorizássemos mais,
as dores seriam menores,
os erros, evitáveis,
as mágoas, inexistentes.

Palavras doem mais que silêncios,
pois ferem onde os olhos não alcançam.
E ainda que façamos de conta,
o coração sente.

A distância, às vezes, é a cura,
o sumiço, uma solução,
um recomeço onde a dor não chega.

Ah, se pudéssemos apagar memórias,
deletar as mágoas como arquivos perdidos!
Mas enquanto isso não é possível,
seguimos… esperando que o tempo,
a seu modo, nos ensine a esquecer.
Mistico 23h
Em cada curva sua, encontro o fascínio,
que me leva a viajar pela mente,
perdendo-me nas infinitas possibilidades
de um encontro entre olhares que se cruzam.

Imagino o prazer de nosso corpo a corpo,
a delicadeza de acariciar sua pele,
e perder-me no toque suave de suas formas,
dedicando-me completamente ao momento,
abraçando você em palavras silenciosas,
onde o suspiro da minha respiração
será o único som a envolver sua essência,
tocando cada parte secreta de seu ser.

Quero explorar o desejo de forma profunda,
saboreando cada instante,
com a suavidade de meu toque e a intensidade
de um beijo mudo,
onde nossas almas se entrelaçam
mais do que nossos corpos.

E além dos momentos de pura intimidade,
desejo compartilhar uma música suave,
que envolva nossos sentidos,
enquanto nos aproximamos,
como se cada nota nos provocasse,
e nem o fôlego de nossos corpos
fosse suficiente para impedir
que nos aproximemos,
deixando que a vontade nos guie,
compartilhando o suor do desejo
até que a melodia se torne o cenário perfeito,
onde nossos corpos dançam
ao ritmo de uma paixão mútua.

Um desejo que, à medida que cresce,
revela-se em cada suspiro, em cada gesto,
até que o espaço entre nós desapareça,
e nos lancemos,
perdendo-nos um no outro,
entregando tudo para que aquele momento
seja o melhor de nossas vidas.
Mistico 16h
Neste mundo onde o certo se torna erro,
E o erro se veste de pura razão,
Onde o valor se mede em números frios,
E o amor é jogado ao vento, em vão.

Construir um lar é sonho distante,
Um eco perdido no tempo que foi,
Onde promessas se tornam poeira,
E o laço se rompe, deixando só dor.

Homens errantes, sempre culpados,
Mulheres que usam os filhos em troca,
Transformam afeto em jogo cruel,
E fazem da paz uma eterna revolta.

Oh, tempo passado, onde tu estás?
Quando o amor era feito de essência,
E a honra valia mais do que o ouro,
Antes da farsa e da indiferença.

Que volte o dia, que cesse a ilusão,
Que brilhe a verdade no olhar de alguém,
E que no caos deste mundo insensato,
Renasça o amor como outrora se tem.
Mistico 14h
Em um instante fugaz, num breve segundo,
Olho ao lado e ali a vejo, serena,
Esperando, talvez por algo, talvez por alguém,
Ou apenas pelo inesperado que muda o destino sem avisar.

E sem notar, o alguém já entrou,
Como brisa leve que invade sem permissão,
Sem que palavras precisem ser ditas,
Sem que a intimidade tenha tido tempo de nascer.

Ela, a mulher que sabe cantar,
Firme, inabalável em seu silêncio cativante,
E mesmo sem chamar, atrai,
Hipnotiza os que orbitam sua presença.

Tantos ao redor, movidos pela simplicidade,
Enquanto aquele que chegou por acaso,
Se distancia por medo de não ser suficiente.

Talvez o anonimato seja refúgio seguro
Para um alguém que não se julga digno,
Mas quem sabe, um dia,
O que hoje é sombra torne-se luz,
E deixe de ser ninguém para se tornar prioridade.
Mistico 23h
O fim talvez não seja o fim,
mas apenas um instante onde tudo desaba,
onde os pés tocam o fundo do abismo
e, ao olhar ao redor, percebes: ainda há caminho.

Olhas para trás e corres,
não para reviver, mas para rasgar páginas,
para incendiar memórias,
como se o fogo pudesse consumir a dor.

Nós, que pensamos demais,
nos agarramos ao que foi belo,
mas lutamos para esquecer o que fere,
ainda que o passado insista em nos rodear,
sussurrando lembranças que não pedimos para ouvir.

Será, então, que uma nova vida nos faz esquecer,
ou apenas nos ensina a conviver com o que fomos?
As palavras ecoam em nossos pensamentos,
lutamos contra nós mesmos em silêncio,
tentamos preencher o vazio com alguém,
como se um novo rosto pudesse apagar as cicatrizes de um antigo.

Mas há um dia – distante, mas certo –
em que tudo o que um dia nos pesou
se desfaz como poeira ao vento,
e o que antes nos consumia, torna-se nada.
Nenhuma mágoa, nenhum apego, nenhum nome.
A dor se reformata, a memória se apaga,
e enfim, a alma descansa.

O poço nunca terá fim,
mas dentro dele há uma escada invisível,
que surge quando menos esperamos.
Não há pressa, não há fuga,
porque até o sofrimento é passageiro,
e a vida, por si só, nos ensina a subir.
Há uma evolução emocional ao longo dos versos, indo da dor profunda até a libertação.
Mistico 18h
A potência de minhas palavras
sussurra ao som dos ventos bravos,
como um fogo que arde sem forma,
sem rosto, sem rumo, sem dono.

Não sou eu quem escreve agora,
mas algo além de minha razão,
talvez um fragmento de mente desperta,
que acredita estar pensando em pensar.

As frases nascem sem comando,
derramam-se como rios sem leito,
e se perdem, dançando no ar,
tentando justificar o próprio caos.

Não há bordas na consciência,
não há contornos na emoção,
apenas ecos de algo que pulsa,
sem nome, sem peso, sem explicação.

E agora, ao tentar compreender,
percebo que pensar é desvendar,
mas o que escrevo não se explica,
apenas flui e assim deve ficar.
Mistico 43m
O tempo, tão exato quanto a própria existência,
Tecelão do passado, do futuro e do agora,
Transfigura palavras em verdades concretas,
Mas revela, também, a futilidade do amor ilusório.

Diz-me que me ama, que sou seu destino,
E eis que, ao final, a mesma voz que jurou
Transforma-se em lâmina afiada,
Em ameaça, em sombras, em dor.

Que amor seria esse, senão um sopro passageiro?
Um sentimento efêmero, moldado ao capricho do instante,
Que se desfaz como cinza ao sopro do vento,
Deixando apenas o eco do que nunca foi.

O tempo avança, impassível e justo,
E aquele que me feriu se perde em seus próprios dias,
Consumido pela roda que um dia girou contra mim.

E eu, desperto pelo golpe do tempo,
Sigo em frente, intacto, sábio, renovado,
Pois o tempo que me resta é meu,
E só a ele devo fidelidade.
Mistico 19h
Hoje duvidei de mim mesmo,
das asas que carrego sem saber.
Questionei se minhas palavras voam,
se tocam almas ou se se perdem no vento.

Pensei em compartilhar meus versos,
essas páginas dispersas do meu ser,
com alguém que lê o mundo em silêncio,
e carrega a sabedoria nas entrelinhas da vida.

Minha irmã, tão distante e tão perto,
um farol de inteligência e lucidez,
que nunca mediu esforços para me erguer,
mesmo quando a maré quis me levar.

E agora, em um impulso insano,
quero entregar-lhe minhas loucuras,
esses rabiscos de minha alma inquieta,
essas estrelas soltas no cosmos do meu peito.

Ah, que mistério é essa espera!
Mostro-me calmo, respiro sereno,
mas dentro de mim, um vendaval,
um turbilhão prestes a se romper.

Meus versos são uma galáxia viva,
matéria escura ansiando por luz,
e eu imploro ao tempo que corra,
que me traga logo sua resposta.

Meu Deus, fala logo o que achaste!
Porque enquanto espero, sou mar em fúria,
sou tempestade contida na calmaria,
sou poeta aguardando seu próprio destino.
Mistico 53m
sono se impõe, mais vigoroso que a ânsia de escrever,
Fecho os olhos e, sem esforço, as palavras emergem,
Tão naturais quanto a vontade que delas se desprende,
Até que, inesperado, o sono se anuncia.

Anjos admiráveis adornam o etéreo sonhar,
Mas eis que o desejo de um devaneio sublime
Dissolve-se na neblina do nada,
E o sonho se faz ausência.

Por que então dormir, se não é o sonho que nos move?
Não repousamos pelo anseio de visões encantadas,
Mas pela exigência do corpo,
Que anseia pelo renascer dos sentidos,
Para que, ao despertar, sejamos inteiros.

E quando, por fim, o sono nos envolve,
Toda inquietação silencia,
As palavras se desfazem em murmúrios vãos,
E o tempo nos conduz, inevitável, à aurora.
Mistico 13h
As inspirações que agora me tomam
Fazem-me pensar se olhei para o lado errado.
Talvez a mesma sensação que me invade neste instante
Seja eco da que senti mais cedo.

Mas seria possível que a indireta enviada fosse real,
Ou apenas um devaneio da minha mente inquieta?
Não seria mais justo seguir o caminho reto,
Dizer o que se quer sem rodeios?

Talvez o medo da negativa
Seja um fardo maior que o desejo,
E por isso as palavras se perdem
Antes mesmo de serem ditas.

Serenidade e culto tom são vistas como antigas,
Enquanto a irreverência e o descuido
Se tornam os novos versos da modernidade.

A juventude já não entende o querer genuíno,
Pois são poucos os que escolhem pelo ser,
E já não há quem ame por essência,
Mas apenas pelo reflexo de um instante passageiro.
Mistico 23h
No fim, não é o silêncio que fere,
nem a frieza dos que passam sem olhar.
Não é o esquecimento dos instantes marcantes,
mas a constatação de quem, de fato, permanece.

Os que verdadeiramente importam
carregam tua essência na memória,
e, nos dias em que o tempo te celebra,
serão eles a iluminar tua existência.

Já aqueles que um dia pareciam próximos,
mas que hoje te ignoram sem hesitar,
são meros ecos do passado,
sombras que não merecem tua luz.

Apegar-se ao que não tem valor
é a forma mais sutil de se perder.
Curioso é perceber que aqueles desprezados
acabam encontrando morada em teu coração,
enquanto os que estimavas se dissipam como névoa.

A dor do desprezo ensina,
mas não deve prender-te ao chão.
A liberdade está em reconhecer
que algumas ausências são bênçãos disfarçadas.

E os que ferem, um dia perceberão:
o mundo devolve cada cicatriz imposta,
e o ciclo da dor que semearam
se tornará sua mais amarga lição.
Mistico 23h
Muitos pensam que entrar na vida de alguém
é tão simples quanto permanecer,
mas esquecem que corações não são portas abertas,
são laços que se tecem sem perceber.

A proximidade cresce com gestos sutis,
o apego se infiltra sem permissão.
Talvez eu tenha me entregado sem querer,
ou talvez, no fundo, tenha querido sem saber.

O olhar se transforma, o medo desperta,
o desejo de estar, de sentir, de pertencer.
Mas e se tudo for apenas um jogo?
Se eu for só um brinquedo, e o erro for meu?

A própria ilusão me embriaga,
me vicia como droga sutil.
No momento, é êxtase, é luz, é vida,
mas quando o efeito se esvai,
a dor sufoca, a depressão afoga,
e o mar que me carrega não me deixa sequer boiar.

E assim, o ciclo se repete,
um querer que ao mesmo tempo nega,
um desejo que nunca se cumpre,
um vício que finge ser amor.

Mas a questão não é viver nessa escuridão,
é encontrar frestas de luz para respirar.
Nem que seja um segundo, um instante,
onde a mente se desvia, e o coração repousa.

Pois esse único segundo pode ser tudo,
o instante que reconstrói, que resgata, que liberta.
E então, o mar evapora,
a ilusão se desfaz,
e resta apenas você,
aprendendo, enfim, a nadar.
Mistico 14h
Estava distraído, e de repente a vi,
Tímida no canto, e ao mesmo tempo eloquente,
Explicando com sutileza as regras que regem aquele instante.

Interessei-me, mas permaneci em silêncio,
E sem aviso, sem tempo para ponderar,
Sugeri uma hipótese e, no ímpeto do momento,
Embolei-me nas palavras sem querer, querendo.

O dia passou, e à medida que o horário se aproximava,
Segui meu caminho, tomado por uma vontade intensa,
Tão forte que esqueci, era madrugada!
O tempo se esvai depressa quando a alma se deleita.

Trocamos palavras tão naturalmente,
Que ao fundo, uma canção se fez presente,
Uma bela voz entoando versos em espanhol,
Inspirando a noite, abrilhantando a madrugada.

Melhor que ouvir tal melodia,
Seria apenas estar perto da própria canção,
Da voz que ecoou em notas suaves,
Transformando o tempo em poesia

— The End —