Se tudo é uma questão de perspetiva,
Perspetivo o amor num poço imaginário.
As saídas são ilimitadas.
A prisão está na mente.
E eu, constante prisioneira do pensamento…
Mergulho nele.
A água é escura, violenta e sussurra-me ao ouvido…
Mas dentro dele o medo de cair não existe.
A queda parece inevitável.
Inevitavelmente atraente.
Calma, meu amor, não caí.
Voei.
Voei no caos que é o amor.
Deu-me asas imaginárias que me salvaram…
E aquele poço imaginário,
Que afinal sempre foi um oceano de utopias.
Pois nunca foi necessário encontrar as saídas.
A liberdade está no sentir intenso da alma.
Mergulho novamente.
E as ondas, caoticamente, sussurram-me ao ouvido…
Mas nelas o medo de me afogar não existe.
O sufoco parece inevitável.
Inevitavelmente atraente.
Calma, meu amor, não me afoguei.
Transcendi.
(Transcendi em ti pois aquelas asas que me salvaram, não eram mais do que as tuas mãos nas minhas…)