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Mariana Seabra Mar 2022
Ultimamente, sinto-me tão à deriva.  

Como um barco de papel a celebrar a última dança sobre a água, inconsciente de que se vai afundar no final do riacho.

Cada dia é um novo recomeço, do dia anterior, que nunca tenho a certeza se realmente o vivi.

Desde a infância, se é que a tive, sinto que estou dividida entre dois mundos e, nunca sei em qual deles vivo, em qual deles me posso encontrar.

Se alguém me encontrar, pode-me devolver?

Se tudo o que é pensado é possível, então é uma possibilidade que a minha imaginação fértil seja tão real como a realidade?

Ou é algo que digo a mim mesma para não me impedir de continuar a sonhar?

Sinto esta ausência que me atormenta a alma e não sei como a saciar. Sinto que perdi algo precioso à vida, mas não consigo lembrar onde o pousei.  

Não me consigo lembrar o que foi que me fugiu das mãos, ou se é que alguma vez o segurei.  

Onde se cultiva? Como o posso voltar a apanhar?

Cada vez que estou mais perto de entender sou puxada para trás.

Ah! Eu gostava tanto de me compreender…

Mas a incerteza que mata é a mesma que me dá vida para continuar a procurar uma qualquer resposta, mesmo que saiba que não a vou encontrar.

E quando encontras a resposta, acaba a procura?

Para onde vai um sonho quando se realiza?

Onde o posso reencontrar?

Em que lugar?

Será que sei para onde vou quando não me sinto dentro de mim?  

Ou será que, também eu, imagino tanto mas tanto mas tanto, que crio uma certeza ilusória?  

Não, de certeza só tenho a minha dúvida.

Mas se o sinto tão certo, poderá ser errado?

Não sei.

Ultimamente, digo “não sei” muitas vezes para alguém que sabe sempre. Mesmo quando ainda não sabe que sabe. Costumam chamar-lhe de intuição.

E a liberdade imensa de poder dizer que não sei o que ainda não sei! E que já sei o que sei e que mais tarde vou descobrir que não sabia o que já pensei saber!  

A liberdade!  

É confusa? Não sei.

Ultimamente, tenho dado aos outros todos os conselhos que gostaria de me ter dado a mim, quando precisava de os ouvir. Mas é sempre assim.

Eles têm-nos seguido como se fossem certos, e eu digo-lhes

“Cuidado!  

Olha que não sei, nunca digo com certezas, tudo na minha cabeça pode mudar radicalmente a qualquer segundo, a qualquer nova informação, a qualquer nova vibração…”.

E eles seguem-nos na mesma.

Desconhecendo que estão a viver uma realidade que eu sonhei e que com eles, agora, se tornou realmente real.  

É isto! a imaginação vira fantasia que vira alegria quando é transposta para o dia-a-dia.

Eles parecem felizes…agora…e eu?

Não sei.

A existência pode ser uma experiência tão solitária quando só tens duas mãos e, desde cedo tiveste de usar uma para segurar a outra.

E tão pesadas que elas se tornaram com os (d)anos. As cicatrizes que mascaram...

Ultimamente, aumenta a sensação de cansaço.  

Estou cansada da luta e este peso tornou-se insuportável. Quero largar as minhas próprias mãos e descansar…então…fecho os olhos e imagino que o posso fazer porque alguém vai estar ao meu lado, preparado para as segurar.

Vês?

Também eu imagino tanto que, às vezes, deixo de acreditar que estou só a imaginar.

É possível não duvidar?



Não sei nada.

E tu, quando finalmente me entenderes, será que vais deixar de me procurar?
Nicole Jul 2014
hoy
Alli estás y no tienes ni idea de todo lo que está aquí. A no mas de 1 metro de distancia, se desata una guerra en mi cabeza de la que no te voy a contar. Me duele el pecho, las manos y la cabeza, me siento estúpida pero también me siento rara. Por algún motivo no puedo hablar, es como si me hubieran cortado la lengua y todo lo que sale no sirve para comunicar. Esto es lo mejor que pude hacer.
Hace ya algún tiempo me enamore, de el chico menos indicado en el peor momento de mi vida. No, él no eres tú. Me hizo mas daño del que yo me hize a mi y eso esta bien, supongo que me lo merecí, siempre he sido una muy mala persona. Tiempo después te conocí y lo que siento por tí no es amor, ni es cariño, es desprecio. Te desprecio por hacerme amar a todos y cada uno de mis defectos solo por que tu dices que lo amas, sea verdad o no. Te desprecio por que en tu forma loca de hacerme reflexionar te tomas el tiempo de pensar que es lo mejor para mi, sin importar lo que tu quieras. O almenos eso me haz hecho creer. Te desprecio por la forma en la que duermes, respiras, vives. No lo tomes a mal, del odio al amor hay solo un paso.
Perdona si alguna vez sone un poco fuera de tono, con un vocabulario que yo se tu preferirias no escuchar. Pero ultimamente pienso que mis defectos se vuelven más yo de lo que deben ser. Perdona, mi vida, si te digo que te necesito conmigo. Perdon, pero tu me hiciste quererte.
Hace ya algunos meses me enamoré, del hombre más perfectamente hecho para mi en la tierra. Y si, este si eres tú. Tu no me haces daño
Tenho-me distanciado dos versos ultimamente
Talvez pela falta de poesia da minha vida.
Não encontro beleza alguma à minha volta
Nem suficiente mágoa dentro de mim
Que me levem a pegar no lápis e escrever.
Vivo num mundo vazio
Em que tudo o que é real não o é
Tal como eu não o sou.
Crio o que sinto e recrio-me a mim mesma
E crio estes versos sem motivo algum
Que não o de os criar.
Para me sentir menos só, talvez
E porque sei que são reais
Mesmo que talvez não sejam.
15-06-2016
Mariah Tulli Jan 2019
Estamos sempre à procura, sigo tentando entender o motivo de querermos sempre estar com alguém, penso eu que em todas as ruas dessa cidade as vezes barulhenta e as vezes calma, tem alguém olhando ao redor a procura daquele amor, que é tão leve como a brisa de um vento. São duas da tarde e eu ainda nem almocei, porque fico procurando motivos para me movimentar nesse dia tão calorento. Ingerir algo pra me nutrir parece ser um bom motivo, mas nesse momento nem isso estou fazendo questão. A procura continua, porque agora já são duas da manhã e eu ainda não to satisfeita, pode ser porque não comi nada o dia inteiro, ou algumas línguas irão dizer que é porque eu ainda preciso aprender a me amar mais... acho que acredito mais na segunda opção mesmo. A questão toda é: sair pra jantar e talvez te achar ou ficar em casa pra me encontrar? Ultimamente tenho feito as duas coisas, tento me encontrar no meio desses livros e incensos acesos, ou até por meio dos sonhos, que muitos já me mostraram onde estou, só não sei pra onde preciso ir, talvez seja jantar mesmo, vai que nesse caminho das ruas dessa cidade eu me encontro e de quebra te acho.
Marco Bo Nov 2018
under this grey suburban sky, it is not my habit to complain
although lately you seem empty
yet every day I  dedicate myself to you
and you do not look at me
you frame of fire, scar of wind!

maybe I'm too old
and  too resentful
or it irritates me the fact that I have to keep looking at you
looking for a meaning in my eyes

just leave me or let me go
as you wish as I know
.......

sotto questo grigio cielo suburbano,
non è mia abitudine lamentarmi
ma ultimamente sembri vuoto
eppure ogni giorno mi dedico a te
e tu non mi guardi
tu cornice di fuoco, cicatrice del vento!

forse sono troppo vecchio
e pieno di risentimento
oppure mi irrita il fatto di dover continuare a guardarti
cercando un significato nei miei occhi

lasciami o lasciami andare
come tu desideri come io so
...............
bajo  este cielo gris, no es mi costumbre quejarme.
aunque últimamente pareces vacío
sin embargo, todos los días yo me  dedico a ti
y tu no me miras
marco de fuego, cicatriz de viento!

tal vez you sea demasiado viejo
y ya muy resentido
o me irrita el hecho de que tengo que seguir mirándote
buscando un significado en mis ojos

solo déjame o déjame ir
como tu desees como yo se
..........

sous ce ciel gris de banlieue,

je n'ai pas l'habitude de me plaindre
mais récemment tu sembles vide
bien que chaque jour je me dédie à vous
et tu ne me regarde pas
vous encadrez de feu, cicatrice du vent!

peut-être que je suis trop vieux
et trop rancunier
ou que m'irrite le fait que je dois continuer à vous regarder
a la recherche d'un sens dans mes yeux

laisse-moi ou laisse-moi partir
comme tu veux comme je sais
dead0phelia Mar 21
.
“ultimamente tenho falado muito sozinha”
disse pra mim mesma



um silêncio profundo me golpeou a boca do estômago
Percebi
É a tua voz que escuto

— The End —