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Colhi a alma de tudo quanto toquei
e em tudo quanto olhei larguei parte da minha
o que me torna, hoje, aquilo que sou,
o que me constrói e constitui
são os outros e não eu.

Os outros: as flores banhadas de orvalho,
as árvores vestidas ou nuas,
as paisagens das cidades que amei
mais do que as pessoas com que as corri,
as pessoas que amei e as que toquei apenas
e aquelas que nem a tocar cheguei.

Não sou já gente, se é que fui gente vez alguma!
Será esta alma que trago maior que a minha?
Serei eu, tão cheia de natureza, mais ou menos natural?

Mas serei eu a alma que carrego sem que seja a minha,
o conjunto de seres racionais por dentro de mim
que me controlam o pensamento e, por vezes, o sentir
ou o ser único e puro que sente de forma única e pura?

Serei eu a união de tudo isso,
do que me resta de mim, de quantas versões tenha de mim,
e o que trago dos outros? Serei eu
algo ou alguém sequer?
Importa definir o ser?
Victor Marques May 2022
Nascemos por amor  por desejos,
Uns nascem sem pressa, sem beijos.
A natureza tudo parece querer determinar,
Nascemos na terra,no céu,no mar.

Dilema de descendência adequada,
Uma vida nova nunca preparada.
Nus e sem nada brotamos como a flor,
Por obra de Deus e do amor.

Abundância e esperança  de viver,
Nascemos para terra tornar a ser.
Racionais e com sentimentos,
Dilema dos termos momentos.

Nao somos plantas ,somos seres,
Com o livre arbítrio de tudo escolher.
Deus deu a alma para tudo perceber,
Dilema do nascer,viver e morrer.

Victor Marques
Viver,morrer,nascer,dilema

— The End —