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Rui Serra Jan 2014
Era noite,
ela vestia de seda.
Fotografia de uma deusa de jasmim.
Chovia
no poço do meu quintal.
Víamos a chuva;
terceiro andar do paraíso.
Outono sem quimeras.
Eu, praguejava com a caneta,
ela, vendia sonhos na garagem.
Ordem desconcertante,
leis sem sentido,
livres.
Partilhamos agora da mesma cama,
sim… mas…
como irmãos, vocês sabem.
Falamos de tudo um pouco.
No Verão,
acampamento sem vida,
vida sem sentido.
Fui obrigado a fugir.
Luís Mar 2017
Lembro-me de cada gesto
Lembro-me de cada traço do teu sorriso
mas invejavam-nos pelo nosso amor modesto
por cada sorriso e lágrimas que partilhamos

por cada silencio que manifesto
por dentro grito
grito ate rebentar
Grito
porque as memorias que mais gosto
Não as consigo relembrar
Gil Cardoso Feb 2019
Remate, chuta, golo!

Quando o faço no meu quarto
Ninguém admira
É mentira!
Admiro eu!

Que fazes tu?
Escreves remata e chuta
Que é a mesma coisa?

É? A lingua portuguesa é...loiça

Isso era só para rimar?
Nem rima bem

E para que me críticas?
Tu és eu
Partilhamos o mesmo corpo
O mesmo….

Lorpo?

Isso nem é palavra!

Para quem usou loiça antes
Esta pelo menos rima

Tu nem fazes um esforço
Com essa mania de superioridade
Tornas-te um destroço
Por causa da tua inseguridade
Eu pelo menos trabalho
E faço sair palavras
E se me apetece
Rima uma com bugalho
E a outra com larvas
Agora vai-te embora
Vai morrer
Se te apetecer
E deixa-me escrever
01/02/2018
Escrito 01/02/2018
Mariana Seabra Mar 2022
Mentes perturbadas…

Sempre numa constante luta entre o real e a utopia.



A idealização causa-me insónias…

E as palavras emaranhadas no vento,

São apenas uma coleção de sonhos nostálgicos

Que partilhamos em conjunto.



Esta droga que me vicia…

Não é química, tem um nome.

Nome esse que grito em silêncio,

Mas o silêncio, sempre tão alto,

Ensurdece-me até o espírito.



O inexplicável é tão simples…

Mas vai-nos cegando.

E como um cego de olhos abertos,

Tropeço de amor por ele.



E os momentos…

Que eram tão certos,

Mas tinham de ser errados.

O abismo era inevitável.



Agora, o sonambulismo

É um reflexo teu que me dá inspiração.

O concreto da realidade

Não me atrai.

E assim…

Viajo no abstrato dos teus olhos.

— The End —