Submit your work, meet writers and drop the ads. Become a member
Matthieu Martin Jul 2015
A chuva cai, o corpo esfria.
A neblina sobe ao cair do dia
O vento nos carrega, sem norte
a vida nos entrega à nossa própria sorte.

Sozinhos no mar,
Meu rosto disforme encontrou o seu
O enigma daquele olhar entreaberto como uma porta
fumei um pouco do amarelo, bebi um gole de azul

Minha mente anoiteceu verde de alegria e
meus olhos vermelhos como a lua cheia
daquele dia

O sol fugiu pra um céu estrelado
deixou você  ao meu lado
e quando voltou nos encontrou
dançando na chuva
Tenho ao meu lado o metro dos Restauradores
E um cigarro na mão
Em frente ao Hotel Avenida Palace põe se o dia
Em frente a mim que o vi a nascer.
A cidade corre por entre mim, vejo-a
Os pés apressados e quase serenos rostos
Que reparam por vezes também em mim
Tão exatos e certos os movimentos
E sei que nenhuns outros corpos poderiam ter por mim passado
Que não estes.

O céu escurece sobre os prédios
Estou posicionada de modo a ver todos os Ângulos certos
Dos telhados sob o quase ***** azul
Estamos em meados de novembro e não chove quase nunca
Os dias claros e as noites geladas
Mas não há frio algum nesta noite criança
E o cigarro vai-se rápido (certa que não irá nunca
Para sempre em mim como o melhor cigarro que já fumei
Pois, como tudo o resto que vi e escrevi, não podia ser mais certo)
dead0phelia Feb 2020
.
eu tenho mais medo dos seus olhos do que da morte
sinto que perdi todos os pães nessa vida e nem percebi que morri de fome
emagreci uns 3 quilos me alimentando só de ausência
esqueci que sou um ser que respira pouco e fumei um maço inteiro de cigarro hoje
eu acho que o amor fica mesmo no coração porque é lá que dói quando alguém diz seu nome
cansei de conversar com todas as arvores e de contar azulejos
preciso melhorar na redução de danos
esqueci que meu corpo ainda habita no seio dessa terra e deixei minha cabeça escapar até a sua casa
curioso porque eu não quero mais te ver

— The End —