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e.
ouço Bach da janela do CD
que é capa e
ouço
a caixa ou cortina e porta

aberto:
meus ouvidos enxergam uma nota
que palavra não rouba
ou decalca.
e tem meta.
e alcanço o avesso,
retalhos. retalhos.

ouço orações
nelas,
1.000 datas se repetem
em espera.
e ouço Bach.
trata-se, enfim, de um eu-lirico – espero – confuso no momento do seu êxtase místico, ao ouvir Johan Sebastian Bach. as alusões numéricas são referencia a uma tradição oriental que diz ser preciso junto à pessoa amada, ter rezado 1.000 vezes, para então e só assim, haver certeza do amor para ambos. no entanto, ao colocar no Poema, 1.000 anos de espera – em datas – saliento, sobretudo, a multiplicação – potencializarão, portanto – daquela oração e[ daquele êxtase do início da confusão que o poema evoca. o poema está presente num Livro inédito e na gaveta. ou melhor, dizendo, numa pasta, do meu computador.

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muitos erros de edição, aqui, graças à limitação do hello poetry
Mariah Tulli Jun 2014
Owl
O dona coruja,
Me ensina a ser como você
Tão bela e destemida
Sai à procura de comida
Nesta noite desprovida de amor
Onde só existem ódio e dor.
Olhos tão abertos
Onde sempre enxergam
Nessa imensa escuridão
Um pobre cristão
Que será sua próxima refeição.
Olhos que parecem vigiar até o cego
Mas de um encanto fenomenal
Olho espectral
Onde é essencial
Para cairmos na real.
Dayanne Mendes Dec 2012
Vejam todos esses Cristãos,
Se orgulham tanto de ir à Igreja,
E não enxergam o próprio irmão.

Que por aí ainda passando fome,
Com medo, com frio e sem nome,
Mais um excluído da sociedade.

Vejam todos esses Cristãos,
Celebrando o Natal com presentes,
Se esquecendo do verdadeiro motivo,

Da existência do Natal.
Gastam, gastam, gastam,
E esquecem que pelo mundo à fora,

Muita gente queria só amor no Natal.
Vejam estes cristãos, egocêntricos,
Que são alguém na Igreja,

E fora dela mudam tanto.
Estes Cristãos perderam o amor,
Perderam Jesus.

Já não amam mais ao seu Deus,
Mas sim a sua religião,
Estão obcecados por uma instituição:

A Igreja!
Sou
Mente vazia
Coração bate
olhos enxergam mas não vêem
Ouvidos escutam mas não interpretam
O frio é só na pele
E os sabores são tabaco
Nas encostas rasgadas pelo sol e pela chuva,
Sanguec e memória feita de uva.
Cada cacho é um verso, cada socalco um pensamento
escrito com pena e lamento.

Mas há um rio que não corre em águas claras,
corre em moedas fugidias e promessas caras,
em contratos frios, que ignoram as raízes,
em palavras doces que escondem cicatrizes.

O Douro chora  não de tristeza, está enfurecido
porque quem vive o vinho não vive está desiludido.
O homem da vinha é refém do tempo e da dor,
voz muda no conselho dos poderosos em redor.

Hoje, como ontem, repete o seu cântico nobre
de um povo que entrega a vida e recebe o troco de pobre,
de uma terra que dá ouro e colhe desventura,
de um futuro impresso em papéis sem cultura.

Mas o Douro é feito de gente que não se cala,
de mãos que plantam esperança entre as pedras que ninguém abala,
de olhos que enxergam além do horizonte frio,
de corações que batem no pulsar do desafio.

Ergamos a voz  vento livre e sem correntes
que atravessa as vinhas, desperta as nosssas mentes,
que grita justiça verdade e vida,
por um Douro de alma quase perdida.

Porque o Douro não é só terra é gente,
não é só vinho é memória e presente.
E enquanto houver uva, haverá luta e dor.
E enquanto houver luta, haverá Douro e amor.


Victor Marques
Douro  chora  vinhas  amor

— The End —