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Neste lugar azul, coberto de céu e rodeado de mar, onde surgiu a vida de tantos seres e de tantas outras coisas que a nossa mente tanta dificuldade têm em perceber.
Neste lugar que Deus nos deu, cedo percebemos que aquilo que nos foi dano e que é nosso, se partilha, nos é dado vendido e cobiçado.  
Neste lugar, existem tantas coisas, mas tantas coisas, umas que se vêm, outras que se sentem, outras que se ouvem e outras tantas que se cheiram e saboreiam, que quanto mais vamos vivendo com elas, melhor as identificamos e melhor as deveríamos perceber.
No entanto, existe o Homem, que se julga um Deus, que pouco ou nada sabe, nem sempre sente e se comove com o que este lugar maravilhoso que agora é fusco nos dá e nós tão bem desperdiçamos.
Aquilo que o homem não entende, não é de fácil aceitação, e em vez de percepcionar o que os ensinamentos dos tempos nos deixaram, idiotamente questiona tudo, todos e qualquer coisa que sua mente pequena não enxerga.
O caminho da perdição normalmente apresenta-se como o mais fácil, em qualquer coisa que o mundo tenha mas nem sempre é o destino certo que a história poderia deixar.
As coisas não têm de ser obrigatoriamente belas, e este lugar não é conto de Cinderellas, é qualquer coisa que temos de ver, que temos de passar, sentir a vitória e a dificuldade, o ser filho e depois ser pai e quando mais vamos sabendo, ao invés de sermos mais fortes e capazes a fragilidade da idade chega e nos mostra a realidade em cada dia e a cada hora. Ai o sonho se torna real, perceptível e a esperança se agarra ao nosso olhar.

Autor: António Benigno
Código de autor: 2017081421450108
Mistico Mar 4
Talvez não seja minha visão que se turva,
mas a sua, que não alcança o que há no fundo.
Você enxerga em mim o brilho, a bondade,
mas de que adianta ver luz onde só há sombras?

Sou um mosaico de gestos e sorrisos
cercado por pensamentos que gritam em silêncio.
A depressão é um sussurro constante,
um eco que se repete dentro de mim.

Não gosto da solidão, mas escolho tê-la,
não por desejo, mas por proteção.
Se me fecho nessa bolha imensa,
é para que ninguém sinta o peso que carrego,
para que ninguém se perca onde já estou perdido.

E talvez, aqui dentro, o tempo passe devagar,
ou talvez eu passe a vida inteira sem notar,
preso na transparência dessa redoma,
vendo o mundo, sem jamais tocá-lo.
Morrigans May 11
Você viu em mim o que nenhum outro viu —
enxerga não só meus olhos,
mas também meu coração.

Como demorei tanto a te encontrar?
Teu amor me curou.
Deste-me fôlego quando eu o perdi,
esperança quando eu já havia desistido.

Como podes me amar,
quando nem eu me amo?
Como tu — com toda tua glória —
podes me enxergar em meio à multidão?

É o mais puro amor
que já provei em toda a minha existência.

Não mentes, não enganas,
não és agressivo nem maldoso.

Tu me mostras, todos os dias,
que posso ser melhor.

— The End —