Em um instante fugaz, num breve segundo,
Olho ao lado e ali a vejo, serena,
Esperando, talvez por algo, talvez por alguém,
Ou apenas pelo inesperado que muda o destino sem avisar.
E sem notar, o alguém já entrou,
Como brisa leve que invade sem permissão,
Sem que palavras precisem ser ditas,
Sem que a intimidade tenha tido tempo de nascer.
Ela, a mulher que sabe cantar,
Firme, inabalável em seu silêncio cativante,
E mesmo sem chamar, atrai,
Hipnotiza os que orbitam sua presença.
Tantos ao redor, movidos pela simplicidade,
Enquanto aquele que chegou por acaso,
Se distancia por medo de não ser suficiente.
Talvez o anonimato seja refúgio seguro
Para um alguém que não se julga digno,
Mas quem sabe, um dia,
O que hoje é sombra torne-se luz,
E deixe de ser ninguém para se tornar prioridade.