Submit your work, meet writers and drop the ads. Become a member
Penso eu, que a plenitude de uma vida,
Não é ir ao mercado e comprar felicidade,
É sim, sem muito contar, adquirir uma dívida,
Não cobrável, muito menos reembolsável!

Os meus planos eram meramente vagos,
Seguia um caminho longo, sem ambição,
Pouco mais do que sobreviver meu coração,
Não havia muito sentido para estes lados!

Contudo, e porque eu agora acredito no destino,
Estes anos todos me preparei como homem,
Para que agora, sem contar, visse o céu divino,
Que Deus me quis dar! Deixei de ser lobisomem!

Decidi mesmo despir todas as vestimentas faciais,
Sem dúvidas e calmamente feliz, me dou todo a ti,
Porque nessa mulher fantástica, cheia de sonhos, eu vi,
O amor de verdade, nosso, de segredos confidenciais!

Decidi logo ao fim de poucas horas da minha presença,
Frente aos teus olhos directos e sorriso espontâneo,
Entregar a ti, em tuas mãos, o meu sonho, contemporâneo,
Nunca senti necessidade de te pedir a ti qualquer licença!

E a chave do meu mundo, dos meus sonhos, te dou agora na mão,
Sinto o teu corpo vibrar e felicitar-se, na confiança desta aliança,
Melhor que um anel, um qualquer contrato ou confissão,
É hoje sentir que sou feliz e não tenho qualquer fiança!

O preço dos meus sonhos, da minha felicidade,
Eu te devo a ti mulher, de estimada liberdade,
És ágil, subtil e eu sortudo com imensa vaidade,
Te prometo agora amar, pela nossa eternidade.

Autor: António Benigno
Para ti, Liliana. És o melhor na minha vida…
O que você pode dar a uma menina pequena?
Um anel de diamante, um bastão para girar?
Um lindo vestido rosa com muitos laços,
ou sandálias delicadas que mostram os dedos dos pés.
Um passeio no bosque, uma brincadeira no parque,
uma viagem de compras do anoitecer até o anoitecer?
Uma bicicleta nova, um gatinho para um animal de estimação?
Não, ainda há tempo para essas coisas
ainda...
Dê a ela um dia dela própria.
Apenas uma garotinha e seu pai sozinhos.
Dê a ela o presente que só você pode,
a companhia de seu velho homem.
Os jogos estão superados e os brinquedos decaem,
mas ela nunca vai esquecer
se você der a ela um dia
lembra-me um sonho
esta noite que passámos
onde a vulnerabilidade
permitiu que fossemos
inevitavelmente desejados
um pelo outro.

mas, tal como o sonho
tudo acaba quando acordamos
onde resta a minha dignidade?
e se prometessemos
ficar de olhos fechados
nos braços um do outro?

talvez de manhã
ainda pudesse saborear
o teu beijo uma ultima vez.
um escape de realidade,
um engate conveniente
uma noite que fica para sempre.

talvez amanhã
quando eu te ligar
e atenderes desta vez
verás que a minha sobriedade
só me deixou mais contente
por termos dormido frente a frente.

as minhas mãos tremidas
os teus calos nos dedos
a tua boca quente na minha
os nossos suspiros conjuntos
lembra-me um sonho
dos mais bonitos que tive.

com medo de ser esquecida,
medo de ser mero brinquedo,
não disse nada do que tinha
para dizer, porque juntos
foi a primeira vez que o sonho
me disse: “vive, margarida, vive!”

espero não me arrepender
de te ter dado o meu anel
que nunca sai do meu indicador
mas que naquela noite
só parecia encaixar
contigo, de mãos dadas comigo.

não sei se me vais responder
ou se preferes ser fiel
à tua propria dor.
só sei que foi a melhor noite
que podia desejar
porque acordei contigo.

— The End —