Quando me levanto de madrugada, Sem roteiro para minha alma, A noite me invadiu com calma, Eu acordei sempre nu , Ouvindo um eu que parece tu, Sentindo o cheiro da orvalhada.
Quando não me levanto , Me perco com outro encanto, Sublime, puro e singular, Passarada a chilrear, Grilos e rãs a festejar, O mundo não quer parar.
Quando me levanto com sono, Para o mundo com amor e abandono, Natureza que despertas também, Sol ou chuva que nos quer bem, Zumbidos de tudo que quer viver, Acordar e bendizer o amanhecer.
Quando me levanto sem querer, Amando tudo que é ser, Rejubilo com este ciclo conhecido, Vivendo sem ter vivido, Me reconcilio com o universo repetidamente, Deixando de ser eu pedaço de gente.