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 Jul 2012
Victor Marques
Acordar

Na noite adormeço os sonhos do dia,
No travesseiro repouso poesia.
As estrelas brilham no firmamento,
Eu acordo a cada momento.

Podemos ter sonhos inacabados,
Segredos bem guardados.
Silencio magistral para o corpo e nossa mente,
Acordar novamente…

Os que acordam em camas de ninguém,
Felizes sem nada acordam também.
A natureza com suas rolas a cantar,
Quatro da manhã toca a despertar.

O Silencio da noite santifica,
O Sono te acolhe e dignifica.
Nas estradas do mundo ao luar,
Eu me sentei para acordar.

Victor Marques
acordar,despertar, noite, dia
 Jul 2012
Victor Marques
Alto Douro e Trás-os-Montes

Alto Douro e Trás – os-montes,
Terra minha bem portuguesa,
Vinhedos e frescas fontes,
Traduzem sua pureza.

Friorenta no Inverno,
Terra intolerante.
Na Primavera morna,
No verão escaldante.


Horizonte tão belo e tão teu,
Ninguém to rouba, Deus to DEU.
Pôr-do-sol que se deita com vales sonolentos,
Douro, Tua teus encantos.

Vindimadores que colhem cachos maduros,
Azeitonas que dais azeites puros.
Pescadores dos rios Douro e Tua,
Uma saudade que é nossa e sua.

Victor Marques
 Jul 2012
Victor Marques
A vida que nos conta histórias

A vida que nos embala,
A flor que não fala.
O vazio que tenho no peito,
O respeito que é respeito.

A vida que nos enrola,
A modéstia que assola.
A humanidade do ser humano,
Seja grande ou pequeno.

A vida que conta histórias,
A recordação tem memórias.
A dignidade de quem é corajoso,
Seja ateu ou religioso.

A vida que nos acalma,
A tristeza de alma,
A sensatez de alguém humorado,
Viver não é pecado.

Victor  Marques
 Jul 2012
Victor Marques
A treze de Maio

A fé de milhares de peregrinos,
Oram ao Deus menino.
O aroma das rosas, flores benditas,
Deus nos honra com suas visitas.

Em prece suplicante,
Passam nos locais sagrados,
O caminho nunca é fatigante,
Quando os passos são compassados.

Cânticos suaves, hinos de amor,
Todos em seu redor,
Virgem Maria, nossa Mãe!
Teu regaço é feito de bem.

A treze de Maio apareceu um dia,
Vistosa, brilhante nossa Mãe Maria.
As giestas já estavam floridas,
Francisco e Lúcia colhiam as preferidas.

Victor Marques
 Jul 2012
Victor Marques
Os campos floridos

Campos esverdeados, giestas amareladas!
Cumes de montes perdidos, pedras maltratadas.
Árvores que exalam perfume,
Fogo que arde sem lume.

Campos que avisto solitário,
Searas de trigo ao toque do vento,
Paisagens celestes de momento,
Ervas deste santuário.

Um céu azul desolado,
Paisagens do passado,
Coisas sem sentido,
Um roxo comprometido

Campos que se vão embora,
Primavera os namora.
Verão quente, Outono doentio,
Inverno intolerante e frio.

Victor Marques
 Jul 2012
Victor Marques
Nasceste para mim


Nos altares sagrados pousam brancas pombas,
Nasceste entre as mais belas flores.
A tua frescura enlace das minhas loucuras,
Rouxinóis com penas de várias cores.

Beijo os teus lábios toda a vida,
Bendito Outono que te trouxe.
Olhos castanhos tão doces,
Nasceste para mim minha querida.

A lua dorme sem minha companhia,
Os anjos cantam vestidos de branco,
Nasceste para mim com alegria,
Tão suave é teu canto.

Vejo-te neste espelho aberto,
Os pecados eu sinto,
Amor terno, distinto,
Nasceste para mim no deserto.


Victor Marques
 Jul 2012
Victor Marques
Amor meu que só tu sentiste,
Infância rude e atribulada.
Arca de Noé naufragada,
Ambições dum menino triste.


Viagens que se perdem num labirinto,
maltratado pelas ocas canseiras.
Aventuras passageiras,
Coisas que eu sinto.



Trago na alma uma acesa chama,
Areias que o sol não queimou,
Mares que sua brancura o vento lavou,
Sinónimo de quem ama.


Victor Marques
 Jul 2012
Victor Marques
António teu nome,
Agricultor, vitivicultor.
Apaixonado pela terra,
Pelo Douro, pelos Montes.


Aquele amor que não se encerra,
Dorme na colina, na serra.
Colheu tristeza na Guerra Colonial,
Amou  o Douro e Portugal.


Semeou a terra que alegrias lhe traria,
Amou seus filhos e sua esposa Maria.
Plantou videiras que olhavam o céu estrelado,
Fez vinho com amor imaculado.



As uvas são um amor para toda a vida,
Deus nos ama até na despedida.
Olhou para o Rio Douro eTua ,
E na memória de um povo com glória,
Com aquela lágrima que eu sinto agora.
Me conforto no horizonte duriense,
Hoje, amanhã e sempre.


Victor Marques
amor, douro, Pai
 Jul 2012
Victor Marques
Seeking a paradise in your arms tight,
Look at your eyes without a fight.
Memory of the sea near the sand,
Feeling your soft hand....



Walking in the same gardens where roses grow,
Yours lips kiss and go.
Hug me with your love up the hills,
Love is to feel...



Beds that can,t tell you nothing anymore!
See faces, knock at your door.
Romantic in an old fashioned way,
Love is to feel I will say.



Birds that will always sing,
Faithful in your dream.
Lonely nights without any break,
Love is to feel great.

Warmest regards.
Victor Marques
 Jul 2012
Victor Marques
Penso em ti

Noite mal dormida sem sono nem vontade,
Calor do teu beijo dá felicidade,
Açucena flor campestre florida,
Estrela do céu esquecida.


Tu tens magia sem censura,
Pinceladas nos teus olhos,
Boca sem sede com eterna brancura,
Candeia acesa na noite escura.


Pareces uma onda sem espuma,
Uma borboleta e até coisa alguma?
Um horizonte que não se abraça,
Uma nuvem que nunca passa.


Tu tens a melodia eterna,
Pureza de água cristalina,
A serenidade de uma donzela enfeitiçada,
Fazes parte de mim e da minha caminhada.

Victor Marques
 Jul 2012
Victor Marques
A flor colorida

Não te dou sandálias para caminhar,
Suspiros de embalar,
Horizonte sempre apaixonado,
Afecto bem guardado.



Ai a neve branca da montanha,
Carinho nobre e desmedido,
Amor descomprometido,
Desejo rejuvenescido.


Caminhar sobre o mar,
Barquinho com velas sem navegar,
Amor eterno como o paraíso,
Dar um beijo, um sorriso.


O céu está estrelado,
Carícias do passado,
Primavera sempre envaidecida,
Flor florida….

Victor Marques
 Jul 2012
Victor Marques
Terra Linda

Os coqueiros, as paisagens esverdeadas,
As águas puras, cristalinas, abençoadas.
O sol que aquece, afugenta ilusões,
Aquece a pele, mas não os corações.


Pobreza com simplicidade confrangedora,
Mundo de supérflua riqueza,
Cultura enriquecedora,
Mistura de mar e natureza.


Corpos esbeltos e danças ritmadas,
Nas areias deste mar deixei pegadas,
O céu lindo, esbranquiçado,
Sorriso lindo, rasgado.

Victor Marques
 Jul 2012
Victor Marques
Chapéu branco, bem tratado,
Bigode preto e bem pintado,
Trazes na boca sempre as mesmas palavras,
Falas de azeitonas e tuas enxadas.


Tratas a flor como se fosse uma criança,
Dás-lhe água com abundância,
O teu olhar é meigo e nobre,
Casa humilde, casa de pobre.


Aqui é teu lugar preferido,
Monológos sem sentido,
Sentes teu belo fado,
Paraíso nunca sonhado.


Sentimento humilde e terno,
Para ti o céu é inferno,
Falas das coisas tuas e do teu meio,
E deixas-te ao simples devaneio.

Victor Marques
1992 was written this poem
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