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 Dec 2014 colddistance
goldenhair
não sinto, sou poeta que finge
as mulheres que amo
vieram de copos de uísque
sobre a madeira dos móveis
cegos na madrugada.

não sinto, já sou anestesiado
fui ultrajado pelo amor
e a sorte já não me quer mais.
agora sou amante das palavras
dos versos jogados à mesa de bar

já não mais sinto o doce da vida
o amargo de nicotina, é o que me restou
um uivo perdido à beira da calçada
cinzas num cinzeiro velho na estante da sala

estou coberto por cicatrizes invisíveis
bêbado largado nas entrelinhas de um poema sem rima
 May 2013 colddistance
Wörziech
Falta-me progressiva consistência
que me tire desta constante inércia do recordar.

Permeiam-me contrarreações ilógicas do universo;
do meu universo.

Irrisório inaceitável tempo
que desfaleça minha imutável memória
atormentada por falsas angustiadas imagens.

Maldito brilho
que por vezes ofusca meu coeso e desejável
leal raciocínio.

Fatos agora estáveis foram,
por vezes,
acontecimentos importunos,
que propuseram ao meu bem estar uma obscuridade incontínua,
porém intransigível.

Embora uma situação não muito clara e nítida a mim mesmo,
pude perceber confessadamente o que de caótica maneira me ponderava
– e que talvez ainda o faça -
meu oneroso conivente dionisíaco.

Ainda não compreendo
porém,
se estou franqueado disto que mal posso interpretar;
que nem mesmo sei se ainda existe legitimamente.

É tudo inevitavelmente sobre eles,
os olhos que me acorrentam por anos em um relance de ódio freudiano;
a mais esplêndida e simplesmente bela face de todo e qualquer universo:
hei de conquistá-la em meus sonhos platônicos
ou tristemente afogá-la em minha morte
vividamente devotada em tê-la.
 May 2013 colddistance
goldenhair
O quarto escuro e apenas a luz vinda de fora só me deixavam ver o contorno do seu rosto, mas eu ainda conseguia decifrar seus traços, o gosto molhado da sua boca, a textura do seu cabelo.

Experimentava seus lábios, tão feroz quanto o vento quando toca as flores, fazendo-as exalarem seus perfumes, assim como o seu gosto o fazia em mim.

Desfrutava de todo o tato possível, e pelos seus braços, caminhava uma das mãos, enquanto eles se envolviam e se apaixonavam pelo meu corpo, abraçando-o forte, como um leão agarrando sua presa.
Seus beijos me completavam e me envolviam, tal como a mais fina seda do mais belo vestido cai perfeitamente no mais maravilhoso corpo de mulher. Seu cheiro doce, de pele morena, sufocava toda a hesitação que ainda me restava e me fazia entregar-me por inteiro. Suas mãos teimavam em bagunçar meu cabelo que, envolto em seus dedos, se realizava por encontrar tanta obstinação vinda de um único conjunto de dedos.  

Por um momento, antes de dar-me um outro beijo, me olhou nos olhos, com olhar de pescador que foi fisgado pelo canto da sereia e, de repente, nada mais existia.
 Nov 2012 colddistance
Anon C
I'm a murderer
Did you know?
I would tell you
Confession
But the guilt is too much
What would you think?
I know what I think
Young
Stupid
Naive
Selfish
SELFISH
I tend not to think of it
When I do, murderer
What would the life have been
I stole away
Murderer I am
The slow winding years sliced up here:
Your birthday: that memorable year
New year O'seven,
that festival of lights,
Sulis,
Brussels;
Years that rolled like mellow waves:
Receding, returning;
Slices of joy.
Photographed here.
But pain, is all curled up.
Jarring notes, unfitting angles
caged like birds
grieving in the corners of our souls
where we return, each time
the bass is strummed at the string of our hearts.
Half-drawn breath, part-held lungs
Moist pain I see in the corners of your eyes.
Let go, let go, let us let go.
This hour of receding darkness,
let them fly away
free with babblers that ring in the day;
Freed, freed of the burdens past,
let's walk in the wind
into crimson tides
to tipping waves,
dipping skies.
The inspiration for this poem comes from several impressions that occurred to me through today. In the morning, as the early birds sung in the day, the imagery of nostalgic photographs, the joy they convey and the pain they don't, came in. Later, I read Victoria's poem: http://hellopoetry.com/poem/often-it-is-the-simple-that-strikes-you-hardest/ and the lines 'my silence hangs/ heart-crushingly heavy/I gently nod / feeling my lungs' just touched a nerve and I could sense that feeling - drawn lungs, moist eyes. All that came together, along with a vision of my muses walking away to tapping beats into the morning sea, is strung together and woven up here, into 'Dipping Skies'. It's been a few heavy days in the mindscape and they deserve this new dawn! Thank you Victoria and hellopoetry!
Nameless and formless
I wish to just be
Yes I am, I just am.
To whom providence sends in my life
I am love and care.
When their time is done,
they depart and I do not grieve.
I am a fallen twig,
I fly as the wind carries me along:
In spring time I fall on soft grass;
Hug me and place me on your ideal
or don't notice and trample me over,
I don't bother.
I am the storm cloud high up the sky.
No-man lived but
Ulysses died with the storm.
Nameless, formless
Yes I am, I just am.
This fellow who appeared as me
I am the one who appears
as You too.
I have seen my own death, now
I wish to just be.
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