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Deixas que te faça pássaro
Para que voes pelas linhas
Em que insisto em te escrever?
Quero-te tão bela aqui quanto és
Azul e doirada, sei-te ao longe.
Voaste de mim, foste pássaro sempre?
Chegaste a poisar sequer?
Cantas aí melodias de Primavera
Que há tanto se foi
E sem ouvir, eu sei
Como sem te saber te sinto
Doce nos galhos onde te vejo
Sem que te mostres a mim.
Dryden Apr 2018
Sinto-me cansado, talvez nem neja cansaço,
É que todos os dias eu escrevo
Nem que seja o mais pequeno pedaço,
Na esperança de elaborar a melhor rima
Que exprima a dor dos meus fracassos.

Portanto eu insisto e deposito o que sinto,
Inconscientemente por instinto,
odeio-me porque minto
Engulo as minhas falhas como absinto.
Embriagado, caio deitado, ja vejo tudo desfocado,
Fecho os olhos, olho para dentro, fico assustado.

Cortava qualquer membro,
Se me prometessem sentir descansado,
Com uma visão mais clara
Do que se passa ao meu lado.

Todos os pensamentos de ontem ou do passado,
Repetem-se hoje como seria de esperado,
Estado mental em auto-piloto, caio desesperado.

Procuro na escrita algum alivio, algum silencio ,
Algo que á vida me faça sentir conectado.
Tento ir aos confins do meu subconsciente  
Desdobrar os efeitos dele no presente.

Sinto arrepios com a vibração do mundo
Enjoa-me a forma como escondemos a cara quando pecamos,
Como enterramos e oprimimos aquilo que condenamos
Como baseados em mentiras,
construímos verdades que agora acreditamos.

Sei que faço o mesmo, mas já o fiz mais,
talvez seja algo intrínseco a todos os animais,
escolhemos o caminho mais facil,
onde pensamos estar a fugir da dor
mas a resignação é um veneno
que nos torna incompatíveis e sem sabor.

Acumulamos mascaras, crucificamos o nosso bem estar
deixamo-nos mentalizar que temos de nos adaptar,
perdemos a essência, para uma sociedade de aparencias,
que temos consciência que nos esgotara a paciência.

As vezes o mais importante é ter um amigo,
outras vezes um simples antiquado papel.
O perfeito é encontrares uma alma,
E que possas fazer dela uma tela ,
Onde pintas a tua alma nua e deixas a tua chancela.

Alguém com quem promessas são feitas e recusadas,
Ou mal feitas e quebradas
No entanto insistimos em usa-las.

A eternidade delas é coisa de anjos
Não de mortais perdidos e inconstantes
Egoístas e ignorantes.
Somos apenas meras penas com destinos semelhantes.

Que envelhecem com as estaçoes
E que rejuvenescem com as ilusões.

A minha alma penso eu que já é velha
Com uma voz grave e rouca da exaustão
Transportada num corpo jovem fruto da reprodução.

Sinto que trouxe algo de novo ao meu ancião interior,
Que apesar das suas enumeras vidas sente constante pavor,
Trouxe-lhe frutos proibidos aos quais ele não estava habituado
Então ele sussurra aos meus ouvidos um grito angustiado
O que a estas horas estou a fazer acordado (?)

Então eu respondo-lhe,
Esta noite decidi voltar a pecar.
Que direito tenho eu de escrever e de me libertar ?

Tens razão, devia ficar quieto no meu canto,
Adormecer com a mente vazia de vez em quando.
No entanto gosto de te incomodar
E nos teus sonhos sem tu saberes participar,
Fiquei desiludido com a imagem que tens sobre mim
Quando me mostraste o espelho,
Julguei ter visto o meu fim.
Acho que tu me odeias, eu até gosto de ti ,
podias falar mais comigo, deixaria de te atacar,
Mas o teu silencio enerva-me, da-me vontade de te sufocar
Com a crueza do meu ser que tu tentas limitar.

Foi bom contigo hoje dialogar
Ou comigo monologar
Não passas de um grito que eu com versos consigo abafar.
Absorto tedio abierto
ante la fosanoche inululada
que en seca grieta abierta subsonríe su más agrís recato
abierto insisto insomne a tantas muertesones de inciensosón revuelo
hacia un destiempo inmóvil de tan ya amargas manos
abierto al eco cruento por costumbre de pulso no mal digo
pero mero nimio glóbulo abierto ante lo extraño
que en voraz queda herrumbre circunroe las parietales costas
abiertas al murmurio del masombra
mientras se abren las puertas
dead0phelia Nov 2022
rejeição é uma das palavras mais afiadas que já provei. toda vez que não sou escolhida, ou que sou deixada pra trás, toda vez que sou abandonada, sinto doer uma dor de como se eu estivesse sendo cortada inteira em centenas de fatias impossíveis de serem realocadas depois. fico pensando se isso pode ter a ver com todas as vezes que meu pai não apareceu ou se tem a ver com as vezes que minha mãe esqueceu de me buscar na escola. e aí eu insisto muito no ser que não me quer porque fiquei craque na arte de esperar sozinha, no portão com o porteiro que não tava recebendo hora extra pra estar ali até tarde da noite. e agora ficamos eu e o porteiro imaginário esperando o ser amado me levar pra casa e sinto ódio como quando pequena mas permaneço imóvel

— The End —