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Marco Raimondi Sep 2017
Pelo alvo deserto vão, me atrevo
Com passos vazios e rigidez emudecida
Caminho à livre esperança aquecida
Sem umbras derradeiras de vil enlevo

Nestas escassas palavras que descrevo
Aflijo, na natureza selvaticamente esvaída,
O brado ofego da moribunda esquecida
Cruzando-me os dentes o férrico sangue e doloroso arquejo

Ante os olhos que se chegam em céu vasto,
O silêncio zune, norteia-me, arrasto
E completo minhas vistas com negrumes vários

Deserto! Deserto! Das sombras, sóis filho nefasto,
Por eternidades, quais d'aurora me afasto
A vós enterneço meu desgarro solitário
Nota ao uso do pronome da segunda pessoa do plural: figura de silepse a fim de conotar "vastidão" ao referir-se ao(s) deserto(s).
Victor Marques Sep 2018
Quando a noite vinha e eu me deitava,
Me guardavas com alma purificada,
A manha chega e como a flor que brota,
Te encontravas a mim junto a porta...

Percorrias esses vales de madrugada,
Eu seguia a tua pegada,
Tudo te encantava e seduzia,
Amavas a gente que eu conhecia...

Eras fiel, seguro de ti sem pedir nada,
Tinhas doçura com ternura misturada,
Na quinta viveste com meu amor e minha poesia,
Me deixaste da noite para o dia...

Sem ti e sem me aperceber,
Que nasceste para também morrer,
Brado a Deus Rei e Senhor
Te imortalizo com meu amor.

Victor Marques
amor,Sócrates, Deus, fiel

— The End —