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Victor Marques Oct 2013
Vindima que sempre vem

Que regalo é ver estas lindas uvas que serão destinadas a ser pisadas por tantos pés generosos deste povo duriense que nas encostas trabuca com suor no rosto. Depois de tantas canseiras chega a hora da colheita para todos começarem em festa um processo que acabará nos melhores vinhos de Portugal e do mundo.

     Para haver vindima temos de ter videiras bafejadas pelo sol, acolhidas pelo xisto e amadas pelo homem duriense que não se cansa de as amar e bajular. Este meu Douro é sem sombra de dúvida local privilegiado para a produção deste néctar abençoado por Deus.
A videira que Jesus tantas vezes enumerou me faz perceber o universo, a sua diversidade e porque não mesmo a vida depois da morte. Como simples podador o homem corta as vides na esperança de uma boa colheita. Que encanto ver durante seu ciclo o despertar constante de tantos sonhos adormecidos.

      A videira delicia, rejuvenesce, cresce embalada pelo vento em socalcos e patamares e os rios são seus fiéis companheiros e a seu lado tantas árvores dão as azeitonas da paz e serviram de aconchego no Horto das Oliveiras para Jesus Cristo amar os homens e segredar a Deus seu Pai. Temos orgulho em nossos muros de pedreiros que esculpiram seu próprio fado, eles mudaram os olhares de um Douro mal-amado…

Victor Marques
vindima, douro
Victor Marques Apr 2014
O Douro na sua plenitude
Quando me levantei, senti aquele sentido odor de uma linda manhã de primavera.  Os pintassilgos entoavam uma melodia que me ajudou a encarar o dia com mais serenidade e  encanto.  Olhei para este meu horizonte que se estende num infinito lonquinquo que parece estar ali para ser sempre contemplado e amado.
       Que Douro sublime excelso de ser pintado por expressionistas e cantado em versos pelos nossos poetas que não deixam de o servir e o idolatrar.  Desde menino que eu ganhei uma consciência duriense que nem com a morte ninguém ma irá roubar.  Não me canso de tentar perceber o xisto em harmonia,  complexo e eternizado com estes lindos muros que parecem até nem serem feitos por pedreiros terrenos mas sim por anjos do bom Deus que por aqui quis passar.
Casebres abandonados e fornos de secar os figos continuam na paisagem duriense vivos e ao mesmo tempo parecem sepultados para sempre no cemitério dum rio  Douro que se embala num Rabelo de outrora.
        As videiras imponentes parecem ressuscitar todos os anos pela altura da Páscoa.  Que beleza sentir e amar um Deus vivo que  bebeu o vinho para nos mostrar seu amor e assim dignificar todos aqueles que se dedicam a tão nobre tarefa. Toda a vegetação duriense exala perfume,  permitindo ao homem encontrar aqui um paraíso terreno e ao mesmo tempo um purgatório disperso nos patamares onde vinhas, oliveiras, amendoeiras, figueiras, laranjeiras,  sobreiros, torgas e giestas coabitam.
  Quem fala do Douro sublime não pode deixar de olhar para os rostos de suas gentes. Parece até que  não sabem amar mais nada, nem mais nada fazer. ...
Um saber acumulado de gerações é um legado de arte de bem-fazer vinho aliado a novas técnicas utilizadas por enólogos sedentos de fazerem dos vinhos do Douro os melhores do mundo.
        O Douro corre sem correrias. É meigo com seu leito. As vinhas bebem suavemente de suas águas doces.  Nós que aprendemos com o brilho do pôr-do-sol, que parece um verniz de esmalte que conforta crentes e não crentes.
O Douro que é de oiro está de deleite, de quarentena para nos ajudar a viver e a estar sempre perto da margem para embarcar na barca dum destino já traçado.
Victor Marques
Douro , sublime
Victor Marques May 2011
O amor de Pai

Na minha mente nobre e cansada,
Te vejo com carinho e abrigo,
Os anjos passam sem prévio aviso,
Caminhas pelas vinhas no paraíso.


A tua preocupação doentia,
O teu labor te bendizia.
Janela sempre aberta,
Teu amor me desperta.


Horizonte duriense que padece,
O teu amor vive e não se esquece.
O xisto continua inerte e não esmorece,
Teu amor é uma como uma prece.

Victor Marques

11/11/2005
Victor Marques Nov 2012
Últimos suspiros de meu Pai

Tantos sonhos que a vida te trouxe,
Amigos teus que meus fossem.
Videiras com cepas tortas da colheita fraterna,
Peço á Virgem a absolvição plena.

Os teus sonhos partilhados,
Ficam em mim guardados.
Não serão sequer lidos,
Ficam para teus amigos.
Anjos do Céu que piamente venerei,
Tantos sonhos tu terias que eu não sei?

A vida eterna não tortura nem consome,
O xisto da Encosta de Bizarra sabe teu nome.
Tiveste amor por quem te visitava e conhecia,
Divulgaste a devoção a nossa Mãe Maria.

Guardo as mais ternas recordações,
A Virgem te amparou nas últimas orações.
Na vida e na morte sentiste,
Que Deus é Pai e existe.

Victor Marques
Victor Marques Sep 2013
Dedicado ao Ilustre, reverendo Padre Bernardo.

Um culto de saber apurado que labuta e explica na perfeição: o amor de todos nós pela nossa terra. Estou grato e este poema será pouco para dedicar a tão nobre Carrazedense.

Nascemos todos nesta terra linda e singular,
Janela aberta para Douro e Tua comtemplar.
Xisto, granito e terras de areia,
Grito de gente plebeia.

Todos sentem com alma e coração,
A Deus excelsa gratidão.
Planalto que tão bem ficas assim,
Musgo, fetos e alecrim.

Macieiras e as figueiras centenárias se adaptam em harmonia,
Vinhas e oliveiras bafejadas pelo sol de meio-dia.
Pastores que gostam das giestas, dos lameiros esverdeados,
Carrazeda e seus antepassados.

Victor Marques
Victor Marques Apr 2013
A vida das videiras

As videiras com sua brandura,
O azul do céu sem loucura.
A monotonia sempre presente,
A ousadia de um penar ausente.

Vida das videiras entrelaçadas,
Suas uvas, seus rebentos …
Preciosos e ternos momentos,
Saudade das lagaradas.

O ser humano no infortúnio, na graça,
O bago da vida que te abraça,
O xisto, o sol, vide sucinta e bela,
Pintores com sua tela.

As videiras de mãos dadas,
Horizontes em eterna harmonia,
Poemas da vida de videiras bem-amadas,
Vinho do amor, da vida, da tua alegria.

Victor Marques
Victor Marques Oct 2013
As aldeias

Outrora as plantas eram verdes e singulares,
Aldeias dispersas expostas ao luar,
Pelourinhos estranhamente nus,
Candeias e pouca luz.

Cavalos, burros com albardas e ferraduras,
Charruas, enxadas e portas sem fechaduras.
Cabras, ovelhas, cães e as alcateias,
Galinhas e galos  passeiam nas aldeias.

Tantas Igrejas do tempo do Marques de Pombal,
Se expõem e embelezam Portugal.
As fontes são antigas com água para beber,
Ribeiro que corre por correr…

O xisto e o granito ficam imortalizados,
Exaltam o trabalho de nossos antepassados.
Aldeias lindas que enchem livros nunca lidos,
Aldeias dos amores e dos amigos…

Victor
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Victor Marques Jan 2015
Amor bem ou mal- amado


Orquídeas sem o odor primaveril madrugador,
Aspirinas que tiram o sono ao sonhador,
Delícias tuas que são deleite e terno prazer,
Deixa o amor tudo fazer.

Saudade de ti no verão que foi ameno,
O amor é um grito, um ritual humano.
Por vezes o amor parece que tudo isola,
Amor que compreende e consola.

Observo as pedras de xisto e de granito,
Levantar o olhar e dar um grito,
O amor parece um horizonte dourado,
O amor bem ou mal- amado.


Victor Marques
amor, bem amado
Victor Marques Apr 2014
Nossa Senhora de Fátima

Acordo com o sino tocando,
Escuto o cantar das coisas.
Noite que abençoa o dia,
Mãe rainha sem igual,
Senhora dos pobres em
Portugal.
                      

Aqui Tu Senhora és nossa alegria,
Despertar com flores que brotam,
Lírio roxos de simpatia,
Teu manto de linho branco ,
Papoilas que parecem ser perfeitas,
Pedras de xisto quase desfeitas,
Horizonte temporal,
Amor eterno e divinal.

Senhora Santíssima,  nossa Mãe. ..
Conforto dos seus fiéis,
Senhora dos portugueses que te veneram também. ..
Rainha do Universo  e do bem.

Victor Marques
Nossa, Senhora, Fátima
Victor Marques Mar 2013
Videira Madura

Videira que a seca não abalou,
Coração meu que por ela chorou,
Bagos verdes com odores,
Videira e seus amores…

Videira embriagada no terreno duriense,
Sol quente que te bate no rosto,
Vento leve do mês de Agosto,
Xisto o teu confidente.

Videira sem repouso que merece,
A uva madura também apodrece,
Ressuscita, ao seu podador dá carinho,
Videira madura, o melhor vinho.

Victor Marques
Victor Marques Nov 2017
A meus pais com todo o meu amor ....


Sentado olho para o lume aceso que me aquece,
Dou graças por tudo que me enobrece,
Amigos que tenho em meu coração,
Pedaços de folhas e solidão …
Por meus pais eu tenho uma gratidão infinita,
Olho para o céu e tudo me parece divinal,
Pois quem sou eu afinal…
Pensamento sublime de quem com amor se dignifica.
Sem nascimento eu não escreveria com alma pura sem demagogia,
Sou feito das gentes e do seu amor que me vicia,
Sobre rochas de granito e xisto misturados,
Escrevo com a franqueza de meus antepassados.
Porque nascendo e vivendo em constante sintonia,
Me rejubilo com o sol ao meio dia,
Com a noite me aconchego em quentes mantos,
Perdido em sonhos e pensamentos.
Victor Marques
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Victor Marques May 2022
Caminho por entre vinhas que despertam  Primavera ,
Grilos que cantam afinados ,
Passarinhos fazem seus ninhos.
Giestas brancas e amareladas,
Enxadas que cavam sua terra,
Sobreiros com cortiça para seus vinhos.
Douro meu, de meus antepassados.

Pedras de xisto e granito lado a lado,
Muros que serpenteiam harmonia,
Vinhos feitos com amor e poesia.
Motivo de tristeza e alegria,
O rio corre sem pressa, compassado ,
Zimbros para cigarras acasalar por amor,
Douro em todo o seu esplendor.


Tuas encostas por Deus e homem consagradas,
Videiras verdes  e sempre abençoadas,
Oliveiras cheias de paz e em sintonia,
Companheiras de noite e de dia ,
Por do sol que as cobre com um manto protector avermelhado,
Douro meu  e da mais bela fada sem
Principe encantado.

Victor Marques
Douro, amor,vinho,videiras
Victor Marques May 2020
Douro com sua natureza

Sentei me numa pedra de xisto junto das vinhas,
Rodeadas elas estão por ervas daninhas,
Tentilhões que lindas fêmeas com bicos diferenciados,
Com penas, musgo e teias de aranhas dos telhados.

Natureza que Deus na terra santifica,
Alma pura com amor que dignifica.
Horizontes alaranjados de ouro fino,
Meu Douro, meu amor, meu destino.

Sobreiros, giestas amarelas e brancas,
Cato mariano que bendizes e encantas,
Noite que chegas com a madrugada,
Videira do vinho do homem por Deus abençoada.

Quando a noite vem refresca os sentidos,
Deixa te embalar com tantos alaridos,
O Douro corre com devoção e amor,
Consagrando Deus e Senhor.

Victor Marques
Douro , Deus , Senhor

— The End —