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Há uma réstia de neblina em cada um dos meus pensamentos.
Uma vez mais poesio o nada -
A falta de percepção do meu eu interior -
Numa tentativa, queira Deus que não vã, de entender...

    Sinto, sinto tanto!
    Sinto a testa arder e o pesar dos olhos.
    Sinto.
    Sinto o coração apertar e o medo
    Corroer-me as veias como ácido.
    Sinto.
    Sinto...
    Mas porquê? O que me impulsiona a sentir?

Dou por mim mergulhada num rio gélido de angústia;
Dou por mim - juntamente com todas as outras versões de mim -
Perdida dentro de mim mesma,
    às escuras,
Sem saber como me encontrar.

    Sinto. Sinto. Sinto por sentir
    E por não saber porque sinto.
    Sinto por medo do desconhecido que sou eu mesma
    E do que me leva a desconhecer-me.
    Sinto por medo de tantas mais coisas que desconheço também.
    Sinto medo que todo este medo tome conta de mim.

Por isso escrevo e sou um pouco mais eu
E esqueço um pouco do medo no papel.

— The End —