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dead0phelia May 2019
II
quando pequena observava as feridas em meus joelhos
e me perguntava se a dor do peito também poderia se curar
porque eu sabia muito bem
que além do peso que eu carregava nas pequenas costas
eu era também uma ferida aberta que doía
no peito de uma mulher
e por vezes me perguntava
se um dia
como uma casquinha de joelho
a mulher pesada iria
simplesmente
desaparecer
Othon Jun 15
No gineceu ******* da ânsia,
Sondo o céu no vazio do nada.
Vejo a vida — sua arrogância —
Seduzindo a morte alada.

Na noite escura da alma, eu bato
As portas de mil apriorismos,
Que fluem em mim — caos exato —
Como ecos de antigos abismos.

Encéfalo aceso! — dualidade:
Treva e luz em feitiços dispersos.
A vida, com sua ingratidão e vaidade,
Me reduz aos pensamentos mais perversos.

Quero correr, ir para o inferno,
Parir um deus do meu espelho.
Açoitar o meu diabo eterno
E perdoá-lo no mesmo joelho.

Eternas ruínas do pensamento
Ecoam entre cruz e alvorada.
Sou fuga, início e esquecimento,
Sou a última e a primeira jornada.

Morrer na cruz da realidade,
Beber a tristeza que não se destrói —
Sentir cravada, na eternidade,
A saudade... de algo que nunca foi.

— The End —