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Rui Serra Sep 2015
escorre
a tinta

papel

linha após linha

bocados de mim
fluem no teu olhar

respiro

o coração bate

sinto o teu odor

quando não tenho sono
venho para aqui rascunhar
Lost Indeed Sep 2024
Doutora, como pode fazer isso comigo?
Me vejo sentindo dores que eu nunca senti.
Acho que é meu corpo gritando,
Com vontade de ver a ti.

Há livros sobre isso dos quais sei de cor,
Em bibliotecas espalhadas pelo mundo,
Ditando mistérios do amor.

Cascatas fluem de seu olhar cor do céu,
E estrelas brilham em seus cabelos lisos.
Galáxias são atraídas pelo seu sorriso,
E anjos se revezam para estar em sua presença.

Cada dia que passo sem te ver, acabo negociando com meus vícios.
Criando dívidas com Deus,
Cobrando milagres de lâmpadas mágicas,
E escrevendo poesias trágicas.
Mistico Mar 4
Sozinho em meu canto, sem nada esperar,
Fecho os olhos, deixo a mente vagar.
As palavras fluem, tentam me salvar,
Mas se as prendo, podem me sufocar.

Mudar? Talvez não seja a solução,
Pois não se molda a essência do coração.
Ou luto para ser quem desejo ser,
Ou morro tentando, sem me render.

Minhas palavras, fiéis companheiras,
Expressam a dor e a alegria verdadeira.
Em meio à multidão, sou só solidão,
Ruídos me cercam, mas vazio é o chão.

Uma cabana em meio à floresta,
Um sofá macio, escuridão modesta.
Filmes e séries, lágrimas e gritos,
Sustos e risos, prazeres restritos.

Então, um sopro, o vento lá fora,
Ela retorna, vestida de aurora.
A dama de vermelho, presença tão forte,
Faz-me esquecer do que chamo de sorte.

Venha sempre, acalme meu ser,
Roube meus pensamentos sem eu perceber.
Use e abuse de minha alma e meu corpo,
Pois só em teus braços esqueço o desconforto.
Othon Jun 15
No gineceu ******* da ânsia,
Sondo o céu no vazio do nada.
Vejo a vida — sua arrogância —
Seduzindo a morte alada.

Na noite escura da alma, eu bato
As portas de mil apriorismos,
Que fluem em mim — caos exato —
Como ecos de antigos abismos.

Encéfalo aceso! — dualidade:
Treva e luz em feitiços dispersos.
A vida, com sua ingratidão e vaidade,
Me reduz aos pensamentos mais perversos.

Quero correr, ir para o inferno,
Parir um deus do meu espelho.
Açoitar o meu diabo eterno
E perdoá-lo no mesmo joelho.

Eternas ruínas do pensamento
Ecoam entre cruz e alvorada.
Sou fuga, início e esquecimento,
Sou a última e a primeira jornada.

Morrer na cruz da realidade,
Beber a tristeza que não se destrói —
Sentir cravada, na eternidade,
A saudade... de algo que nunca foi.

— The End —