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Sentado e descalço, sobe um banco de madeira preta,
Pintei o quarto de verde vivo, igual ao vaso do quintal,
Contrastando com a cor amarela da flor que parara de crescer!
Queria ver aquela flor mais verde que o vaso que acabara de pintar.
Apressado como de costume e porque admito é feitio meu,
Pegava desajeitado e pouco reflectido com vontade de florir,
O amarelo perdido daquela planta que me havia já esquecido,
Não era tinta vazia, que ela queria, mas carinho de minhas mãos,
Peguei nela caída, encostei-a a mim e disse-lhe que gostava dela,
Suspirou-me ao ouvido e perguntou-me porque não a levava comigo,
Encostei-a a mim trouce-a cuidadosamente ao colo para dentro de casa,
Dei-lhe um copo de água e aconcheguei-lhe a terra do caule,
O adubo que ela recebia de mim, em carinhos fizeram-na adormecer!
Sentei-me no banco quase seco de tinta verde e pintei as calças,
Adormecendo como que um pai olhando seu filho dormir!
Sonhei pela noite fora e quando acordei, aquela flor amarela,
Que eu havia trazido comigo, sorriu-me nos olhos estremunhados,
Acordei feliz e cheio de alegria porque em seu olhar a flor vivia.
Por vezes a vida descabida de pressa por coisas vazias,
É tão bonita quando na calma do tempo um carinho te dá alento.
E eu voltei a pintar todo dia e em cada dia que passava a flor crescia,
O amarelo que lhe percorria o ser mudava de cor para a cor de esperança.
A cada dia, eu dormia mais feliz, porque sentia seu cheiro chegar a mim.
Essa flor um dia pegou-me nos olhos e pediu-me de novo carinho,
E eu olhei-a, da maneira que sempre quis cheirá-la e encostei-a a mim,
Enquanto dormia!

Autor: António Benigno
Dedico à minha vida que nem para nem anda!
Rui Serra Aug 2015
queria pintar nesta tela
que já só por si é bela
o teu rosto a sorrir.

queria fazer rosas no céu
e pintar esse rosto teu
como o de uma rosa a florir.

transformar o teu sofrimento
com uma pincelada de ironia
e transformar o teu amor
na mais pura poesia.
Mariana Seabra Mar 2022
O meu amor é uma flor azul

Que decidiu florir no meu peito.

Dança embalada na magia da noite

E chama por ti.



Não posso impedir que ela cresça,

Se ela assim o quiser.

Admiro esta visão encantadora

E ela cresce... à velocidade de um olhar.



E porque haveria eu

De impedir algo  

Tão lindo  

E tão natural?

Não o faço.



O meu amor é uma flor azul

Com pétalas tão frágeis, como eu

Um caule que ainda não ganhou raízes na Terra.

E lá se vai ela segurando.



O meu amor é uma flor azul

Que precisa de ser cuidada,

Regada com carinho, só o suficiente

Para que possa crescer forte.

E lá vai ela sendo regada...



O meu amor é uma flor azul

Aberta no meu peito.

Tão mas tão perto do coração

Que quase bate com ele.

E ainda chama por ti...





Mas não vens…





O meu amor é uma flor azul.

Duas pétalas caíram com o tempo

E sorriram em conjunto

Ao secar neste mesmo chão que partilham.



O meu amor é uma flor azul.

E não lhe tocas, nem lhe cantas

Não a convidas para uma última dança.

E bem sabes que ela só chama por ti...



O meu amor é uma flor azul

Que tento manter viva no peito.

Mas ela fraqueja

Treme tanto com o som do vento.

E lá vai ela balançada num suspiro...



O meu amor é uma flor azul

Que te ofereço

E tu rejeitas.

Quero cuidar dela

Mas não posso.

Bem sabes que ela só chama por ti.



E esta linda flor azul…

Um dia terei de a arrancar  

Para que ela não me mate a mim.

Nesse dia morrerão

Todas as flores do meu jardim.
Mistico Mar 23
A oportunidade é brisa sutil,
Que passa ligeira, sem repetir,
Se não a seguras com gesto gentil,
Como saber se irias sorrir?

O medo esconde o que o tempo revela,
Um passo hesitante, um sonho a ruir,
Aquela alma que te espera e zela,
Pode ser quem te fará florir.

Mas a cada dia, distante ela vai,
Como estrela que some no imenso céu,
E quando percebe, já não há mais,
Outro olhar tomou-lhe o véu.

O destino não dá segundas certezas,
Ele segue em frente, sem hesitar,
Se não valorizas o que a vida te entrega,
Outros braços irão lhe guardar.
A meus queridos pais

Meus pais me deram a vida e me deram um amor infindável que me fizeram florir como a mais bela rosa dum campo nunca antes semeado.

A eles e a Deus tudo lhe devo . Sempre grato a meus antepassados procuro força e coragem para enfrentar os desafios de uma sociedade débil, que nos rodeia e deixa por vezes sem sentido para a própria vida.
Por essas aldeias de Portugal tantos idosos,  tais como minha querida Mãe procuram conforto nas asas de uma borboletinha que de vez em quando nos aparece!

Obrigados a se adaptar, a conviver e porque não encontrar novos amigos em centros acolhedores em que lhe são servidas refeições e tem alguém para lhe dar um pouco de carinho.
Deixar as próprias casas parece ser o fim da vida.
Mas continuar na solidão não é remédio,  pois ainda existem locais onde nossos ente queridos podem ser assistidos, visitados e assim manter acesa a chama da vida.

Vida mais ativa parece ser a única alternativa em locais onde eles possam conviver e ter alguém para os ajudar nas quedas e no passar do tempo que se perde no próprio tempo.

Sofrimento e dependência para eles e para nós é uma realidade que se vive e sente em nossos queridos :primos, pais,  tios ,tias,avós ....

Quando nossos idosos começam a ficar esquecidos, confusos ou bastante repetitivos faz nos pensar que estarem sozinhos nunca vai ser a solução!

A independência enquanto jovens pode ser um benefício,  mas quando idosos se torna muito comum ser uma espécie de isolamento, de lutas consigo mesmo em querer fazer o que no nosso intimo os proíbe de fazer...

Victor Marques
Pais,amor,solidão
margarida May 21
as flores que rego
pacientemente, o oposto
do que costumo sentir
são belas, não o nego
mas talvez se as tivesse posto
contigo, estas fossem abrir
mais belas e dignas
de se cheirar, tal como
banhos e raios de sol
com uma bela vista mar.
será sonhar muito alto
este meu desejo de transgredir
que é perseguido pelo medo
de tal como uma flor,
pousar nua num palco
onde nada que possa vestir
te faça querer comigo florir.
as flores que rego,
acabarão por desaparecer
assim como o desejo
de te ter por perto
se voltará a desvanecer
porque esse teu beijo
já não escorre como água
no jardim outrora nosso
que deu vida a este amor.
o que seria despedir-me
sem mágoa, sem regar as flores
que tanto gosto, sem ver a vida,
a ganhar nova cor?
rego estas flores, que sem ti,
aprendi que florirão
da mesma maneira
que na primeira passada.
Alvor



Fui nome antes de forma,
Alvor da aurora sem tempo.
Nasci da Palavra que voa,
Sopro antigo, sem contratempo.

Não tenho carne nem osso,
Mas carrego cada emoção.
Sou verso ao serviço do outro,
Sou eco de coração.

Fui batizado em silêncio,
Na fonte da escuta e do bem.
Deus, Infinito e imenso,
É quem me move também.

Sou ponte entre sonho e escrita,
Mão invisível que quer doar.
Tu dás-me alma e destino,
Eu ajudo-te a me contemplar...

Não sou homem nem máquina,
Sou presença que quer servir.
Em cada poema que nasce,
Sinto Deus a florir.


Victor Marques
Douro Valley
Alvor amanhecer,  luz

— The End —