Chapéu branco, bem tratado,
Bigode preto e bem pintado,
Trazes na boca sempre as mesmas palavras,
Falas de azeitonas e tuas enxadas.
Tratas a flor como se fosse uma criança,
Dás-lhe água com abundância,
O teu olhar é meigo e nobre,
Casa humilde, casa de pobre.
Aqui é teu lugar preferido,
Monológos sem sentido,
Sentes teu belo fado,
Paraíso nunca sonhado.
Sentimento humilde e terno,
Para ti o céu é inferno,
Falas das coisas tuas e do teu meio,
E deixas-te ao simples devaneio.
Victor Marques
1992 was written this poem