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Victor Marques Aug 2010
Chapéu branco, bem tratado,
Bigode preto e bem pintado,
Trazes na boca sempre as mesmas palavras,
Falas de azeitonas e tuas enxadas.


Tratas a flor como se fosse uma criança,
Dás-lhe água com abundância,
O teu olhar é meigo e nobre,
Casa humilde, casa de pobre.


Aqui é teu lugar preferido,
Monológos sem sentido,
Sentes teu belo fado,
Paraíso nunca sonhado.


Sentimento humilde e terno,
Para ti o céu é inferno,
Falas das coisas tuas e do teu meio,
E deixas-te ao simples devaneio.

Victor Marques
1992 was written this poem
Vieste-me em sonhos.
Apenas em sonhos e
Diálogos sem destino.
Já não me falas pelas folhas
Ou flores dessas
Tão preenchidas árvores
Que nem eu.
Mas, no entanto, vê
Já não falo com elas de todo
Puxam-me as luzes fuscas da cidade
Onde não te encontro nunca
E onde não cantam pássaros
Canções de amor para
Poetas e aprendizes como nós.
E estou assim, sem ti,
Num sítio que sei tão bem sem saber
Pois não o sei contigo
E não te sei a ti
Quando não me és murmurada
Pelo vento ao ouvido
Em palavras doces demais para dizer.
Mariah Tulli Jun 2019
Na mesma posição, estática por dentro, pra quem olha de fora a inquietação é vívida, aquele esfregar das mãos e as pernas que não param de balançar. Gosto de observar a fundo todas as situações enquanto a mente tenta formular algo pra dizer, mas por final já está tudo pronto e a boca parece estar acostumada a repetir aquelas falas. Sabe quando você para na beira de uma cachoeira contemplando aquela natureza linda e nota como a água segue o seu fluxo natural? É apenas sobre isso... A vida adulta é sobre aceitação ela disse, mal sabia o quão habituada estou a essa palavra, já faz parte de mim a um bom tempo. O chá de camomila esfriou, o sono prometido nem deu as caras e sigo escutando as gotas de água caindo sobre o chão da vila, acompanhada das minhas escorrendo pela face. Agradeço pelo encontro, vivi mais uma vez e foi bom.

— The End —