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Victor Marques Jan 2014
Durmo na noite eternamente

Deixar atrás de si amigos,
Viver no meio de perigos,
Certezas nem sempre certas,
Caminhadas por entre tojos e giestas.

Deixar para trás sonhos esquecidos,
Pernoitar ao luar com teus amigos,
Viver com esplendor a vida humana,
Noite calma e serena…

Viver impertinente um passado presente,
Dormir na noite já ausente,
Amar a cama dum horizonte distante,
Dormir na noite eternamente.

Deixar para trás a casa que te adoçou,
Amar a gente que te amou,
Viver por acaso, inconsciente,
Durmo acordado somente…

Victor  Marques

Montalegre, 6 de Junho de 1990
noite, sonho, dormir,eternamente
Dizer que tenho saudades tuas, agora
é uma espécie de mentira coberta com um pano de linho
Tenho somente saudades do que era antes de Ti
E isso é a cruz que carrego
Vincada e afiada que se pôs as minhas costas
E se me mexo me corta em dois
Como carne fina do talho gourmet
Comparação inadequada, eu sei
Mas a única que penso agora, que sou estreita.
Por vezes olho para o relógio, e já nem contando as horas
Reparo nas datas, extensas
Dou por mim a ver um mês
E no momento a seguir, o olho
E vejo dois meses, a correr
Pergunto-me se estou louca ou simplesmente
Exausta
O tempo deixa de ter nexo e o Mundo fica pequeno
Os dias passam como se não tivessem vida
E em vez de correr, existo
Durmo ao Luar e ao Sol
Como se tudo se tratasse do mesmo
Do sonho
Do sono
Explicar-te porque sinto saudades tuas, agora
é uma espécie de firmamento do caminho insano que percorro
Tenho somente saudades do Tempo que parava
Quando nos teus braços respirava
Sossegava
E agora não tenho sangue suficiente para estancar a ferida
Dura, profunda, dolorosa
Como os pés que piso
Que não são meus.
Victor Marques Jun 2011
O Deus do Amor dá-te abrigo

A manhã começa com todo o sentido,
Durmo na noite do sonho vivido.
A cama com segredo inibido,
Deus do amor dá-te abrigo.

Os olhos com liberdade,
Aviões nos céus,
Paisagem sem ter idade,
Deus com brancos véus.

A manhã rejuvenescida,
Orvalho tão terno,
O céu e o inferno,
Deus da vida.

Sentir pluralidade,
Acreditar na verdade,
Manhã que desperta,
Deus pela certa.

Victor Marques
deus, amor
“Ai não sei se é sonho se realidade,”
Se uma brisa, que percorre meu ser,
Entra na minha vida, trás tua amizade,
Cultiva minha mente, preciso amadurecer!

“Ai não sei se é sonho se realidade”,
O que tuas palavras, fazem ao entardecer,
Transformam minha agonia e tiram sua ansiedade,
Durmo como criança até amanhecer!

“Ai não sei se é sonho se realidade”,
Mas na verdade, vivo ao te ouvir,
Feliz, sorrio ao te ver vir,
Teu sorriso é uma eterna beldade!

“Ai não sei se é sonho se realidade”,
Se um brinde, com uma enorme surpresa,
Uma dádiva da realeza, autenticidade!
Teu sorriso fascina, minha linda princesa.

Como eu queria olhar-te nos olhos,
Pegar-te nas mãos, encostar-te a mim,
Fechar os olhos e beijar-te!
“Ai não sei se é sonho se realidade”

Autor: António Benigno com uma frase de Fernando Pessoa.
Pequeno sonho, pequeno voo, todo aquele que morre,
Pouco depois de nascer, vazio de esperança e vontade,
Sentido e crescido, perdido de forte abraço com a vida,
Palavra bonita se esvanece ou fortalece por ser forte!

Nesse pequeno engenho de transporte ao lado diferente,
Cheio de razões quarentes para poder apertar de imediato,
Aconchegando a mim e partir junto com ele nesse momento!
Novo ou velho está vivo e não é hora de para já desistir!

A lata ferrugenta desse transporte de viagem ardente,
Não é o problema da morte do profundo sonho,
É falta de animo e falta de querer que ele viva,
É esperança perdida e tempo de te moldar verdadeiramente!

Estudando manuais bizarros de situações de vida vivida,
Facilmente encontro o molde de concerto desse engenho,
Esquecido e embevecido em memórias aventureiras,
Que em tempo servira para viagens contadas lisonjeiras.

Chegou a hora de pintar o espaço envolvente onde durmo,
Criar uma família, constituída por mim um peixe e um pássaro,
Porque hoje não há tempo a perder para coisas de verdade,
De verdade mesmo sou, eu, esse peixe e esse pássaro!

Autor: António Benigno
Dedicado ao tempo, à viagem e ao rumo da verdade!
Julia Jaros Jul 2019
Odeio a forma como ela desacolhe,
não se expressa
e muito menos se interessa
Vomita seu ego e seu caos

Duvido de mim e dela
seus sentimentos me quebram
e os meus me desintegram

Nosso lar é permeado por uma enorme serpente
presente, invisível e insensível
tenta me arrancar um riso
antes de me esmagar com gosto

Durmo num pântano de rancor
e me sinto protegida
enquanto estou despida e injuriada
Ardo e desando a cada noite dormida

De peito esmagado eu gargalho
respiro suavemente o veneno
e agradeço
o meu apreço pela pena e pelo ódio é tudo o que eu conheço

— The End —